O Sumiço da Santa

O Sumiço da Santa Jorge Amado




Resenhas - O Sumiço da Santa


9 encontrados | exibindo 1 a 9


Ferferferfer 05/12/2022

Engraçado pero no mucho
Eu sou muito fã de Jorge Amado. Do nível de ter um de seus livros como aquele livro que fica na cabeceira e no coração, porque te completou de maneira única.
Não achei que teria a mesma experiência com este livro. Esperava uma nova leitura, mais escrachada e de menor seriedade. Em partes, fui contemplada. Mas em certo momento, o livro se perdeu para mim e a leitura se tornou desconexa.
Foi muito bom acompanhar a vida de Manela e Adalgisa. Os comentários cínicos do narrador dão uma animada durante a leitura. Mas... Mas... A parte do roubo da imagem da Santa. Chato. Descrições e descrições que, para a história, não acrescentam na teor narrativo, somente em marcações históricas. Muitas personalidades brasileiras aparecem por lá, mas as situações nas quais estão inseridas não são interessantes.
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Rodolfo Vilar 04/02/2021

Jorge Amado é o Brasil
Ler Jorge Amado é sentir-se na Bahia, não há como negar isso. Jorge Amado é a Bahia. De todos os livros que já li do Jorge Amado esse é o que mais (talvez) resume a amálgama do trabalho dele no aspecto cultural que tanto tentou retratar em seus livros. TODA A BAHIA ESTÁ NESSE LIVRO, sem excessão. Adentramos no enredo de "O sumiço da santa" no momento em que a imagem de Santa Barbara, a do trovão, está chegando em Salvador vindo de Santo Amaro da Purificação, para uma exposição de arte Sacra promovido pelo Diocesano Dom Maximiliano. Porém, assim que o barco atraca no porto do Mercado, a Santa ganha vida e toma os rumos dos terreiros e dos seus compromissos, já que no sincretismo religioso Santa Barbara é a venerável Iansã-Oyá, dona dos raios e dos ventos. O sumiço da Santa é o plot principal da história, onde dentro de 48 horas seremos levados a diversas conversas, investigações e intrigas políticas e religiosas nesse sumiço misterioso. De outro lado, conhecemos Manela, órfã de pai e mãe e que mora com sua tia, Adalgisa, uma carola fervorosa que não deixa a sobrinha, que tem tendências as práticas do candomblé, a praticar a sua vida religiosa de acordo com suas escolhas. Também em outro momento conhecemos o Padre Abelardo, que vindo das regiões do sul (onde vive sua luta de classe em ajudar aos necessitados a garantir seus direitos a terra e é tachado de padre comunista) agora está aproveitando as terras baianas e conhecendo também um pouco mais sobre si mesmo. Esses diversos pontos da história se cruzam na importância do livro em mostrar o sincretismo que ferve pelas ruas da Bahia e de nosso país, em como a cultura, a religião, as figuras importantes de nossa terra são o pano de fundo para esse enredo marcado por algo que Jorge Amado sempre correu atrás e defendeu: a liberdade de expressão religiosa. Enquanto acompanhamos Iansã-Oyá nas suas folias, enquanto nos preocupamos com a preocupação de Dom Maximiliano, vemos as brigas entre Manela e Adalgisa e sofremos com a condição de Padre Abelardo conhecemos também um pouco mais sobre essa terra tão amada que é a Bahia de todos nós. Salve Jorge amado.
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Marcia 16/01/2021

Minhas impressoes sobre o livro.
Terminei de ler o livro A garota do trem da escritora Paula Hawkins.
Bom, o começo do livro achei difícil, os capítulos alternam datas e personagens. Precisei retornar em alguns momentos porque me confundia, mas depois fui conhecendo melhor cada um e foi ficando mais fácil. O livro nos conta a história de três mulheres, que no começo parecem histórias independentes e que vai sendo entrelaçada no correr das histórias.
Mas atenção as datas!!! Se o leitor nao se atentar as datas e aos nomes indicados no início dos capítulos a leitura fica confusa. Mesmo atenta eu ainda fiquei com alguns pontos nao muito claros. Talvez se a escritora tivesse optado por uma escrita corrida tivesse ficado mais fácil e mais claro.
Histórias intensas, difíceis e um mistério que me surpreendeu. Adoro thrillers e sempre tenho bons palpites dos vilões mas esse livro me pegou de surpresa kkkk.
A escritora aborda temas de alcoolismo (e suas consequências difíceis) abandono, luto, traição mas também de compaixão, buscas e lutas pessoais. Ahh e claro o principal que é desvendar o crime.
" não tem nada mais doloroso e corrosivo que a desconfiança, a suspeita"
Recomendo a leitura aos que gostam de um thriller. Desse livro foi feito um filme, que não assisti e acho que não assistirei. Criei os cenários e os personagens colocando todos os detalhes escritos e não me animo a quebrar essa minha criação. Alguns livros eu termino e quando sei que tem filme quero logo assistir. Mas outros, como esse, não quero. Gostei do que imaginei e quero ficar com ele kkk
Bom, até a próxima amigos.
Esse livro "tem pernas "! Qual será sua próxima parada? Quem se interessar me avise que envio juntamente com um marcador de páginas.
Sinopse: Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Jason –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos. Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota no trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado
Lilly 11/03/2021minha estante
Legal a sua resenha, mais vc fez no livro errado, pois vc esta no livro O sumiço da Santa de Jorge amado.


Alê | @alexandrejjr 02/11/2021minha estante
Marcia, só reforçando o que a Lilly já disse: colocasse a tua resenha da Paula Hawkins em um cadastro do Jorge Amado. O que me leva a uma pergunta: teria "A garota do trem" uma resenha perdida sobre o Jorge Amado? Fica aí a a dúvida...




Rodrigo 21/10/2020

Magistral
Impressionante como Jorge Amado conseguiu prender-me nesse romance que acontece em 48 intensas horas. Aprendi um pouco mais sobre a minha amada Bahia e seus segredos e mistérios.
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Juliana 23/02/2020

Um conto engraçado
Várias personagens e histórias de vida girando em torno do sumiço de uma imagem de Santa Bárbara. Um conto divertido, que agrega a cultura regionalista através do vocabulário empregado pelo escritor. Confesso que me peguei rindo em diversos momentos da leitura.
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Carlos 22/12/2018

Jorge Amado e sua "dialética mulata"

A riqueza da obra de Jorge Amado ainda não foi totalmente explorada. Por trás das narrativas ficcionais, explora o autor em forma livre temáticas pertinentes à história, filosofia, política, costumes e crenças do povo brasileiro, com especial ênfase na realidade baiana e soteropolitana.

Ninguém melhor do que Jorge Amado para conseguir expressar o intricado novelo entre o imaginário e os rumos concretos em que a sociedade – ou melhor dizendo, o povo baiano – navegou ao longo do Século XX. Entre a cultura e a fé, a política e a modernidade, do candomblé ao altar católico, do cano da arma ao carnaval, a complexa rede de conexões, sentimentos, aromas e sabores do povo baiano exurgem em frondosa interconexão através de suas obras. A obra em questão – “O sumiço da Santa: uma história de feitiçaria” – não casualmente enfrenta a temática da mestiçagem, da dupla natureza da santa católica, transmutada em orixá, da composição étnica plural de Adalgisa, uma das protagonistas centrais da trama, da dualidade religiosa do baiano, ao confundir e misturar candomblé e catolicismo, entre outras tensões e paradoxos que aqui e ali emergem no livro.

Do Sumiço da Santa emergem as tensões entre personagens opostos, propositalmente semeados pelo autor ao longo de sua trama. A exploração desses entes dialéticos na narrativa converge, no mais das vezes, na sublimação das diferenças, superação dos referenciais polarizados, dando a entender o autor que, na Bahia da mitologia amadiana, opera-se uma espécie de “dialética mulata”, a superar os conflitos que fora dali pautam o imaginário e as narrativas vigentes è época.

A “terra onde tudo se mistura e se confunde” exurge como espinha dorsal de um modelo ou paradigma, um arquétipo a permear toda a narrativa. Todo o texto passa a tomar este tom. Tal paradigma vai se corporificar mais profundamente nos principais personagens da trama.

A narrativa amadiana tem por personagem central a mítica díade que se manifesta como duas faces de uma mesma moeda: a imagem de Santa Bárbara e a materialização de Iansã, cuja cômica epopéia começa pelo desaparecimento da primeira seguida da imediata corporificação da segunda.

Embora representantes de narrativas tão diversas quanto o cristianismo primitivo e a mitologia ioruba, não escapou aos olhos da malta a clara conexão entre elas, conexão esta explorada e enfatizada pelo autor. Amado vai adiante, tornando Santa Bárbara e Iansã termos intercambiáveis numa experiência de realismo fantástico. Tornam-se, na dialética mulata do autor, dimensões de uma mesma realidade. Não contrapostas, mas complementares. Ambas são objeto de devoção em distintas tradições, e o intercâmbio de uma ou outra não se dá, aparentemente, para desvelar a hegemonia de um arquétipo sobre o outro, mas para restabelecer, na narrativa, a ordem natural das coisas entre as pessoas.
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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: O sumiço da santa: um caso de feitiçaria – Jorge Amado
“A esposa confidenciava às amigas íntimas que, além da partícula aristocrática – a família do Recôncavo, arruinada, descendia dos Garcia d’Ávila –, as duas qualidades maiores do marido eram a burrice e a disciplina. Tudo o mais não passava de decorrência: a maldade, a hipocrisia, a bajulação aos poderosos, a prepotência para com os subordinados e os pobres em geral, a retórica vazia, a jactância e os chifres.”
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“Fora Sylvia, competente esposa de juiz de menores, quem introduzira Olímpia no requinte dos adolescentes: a amiga logo a superara, convertendo-se em reputada especialista – reputada, o adjetivo diz tudo e soa bem.”
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“Quem tem amigos não passa vergonha.”
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Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2008/08/o-sumio-da-santa-um-caso-de-feitiaria.html
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Ângela 30/06/2011

A santa some para que as pessoas se encontrem
Outono em São Paulo com a maior cara de alto inverno, e eu lendo um livro sobre meditação, uma chatice só. De repente pensei - chega, quero uma leitura leve, descontraída e de preferência se passando em algum lugar bem quente, para me desligar dessa friaca desgraçada que está a vida.

Eis que cai nas minhas mãos esse livro do Jorge Amado, cuja existência eu ignorava por completo, e após lê-lo não me conformo que não faça parte das suas obras mais famosas e comentadas.

E assim Santa Bárbara, mesmo portando os raios e trovões, trouxe foi o sol da Bahia para meus dias. APAIXONANTE retrato de Iansã, muito da forma como eu a percebo - representando a batalha ativa e cotidiana pela felicidade, expansiva, calorosa, dona de si... não se poderia escolher arquétipo melhor para contar a história da emancipação de duas mulheres que estavam desperdiçando suas potencialidades e naturezas exuberantes nas prisões da religiosidade que cultua a tristeza, da repressão sexual, do excesso de moralidade paralisante.

Jorge Lindo como sempre dissecando as motivações e reações humanas com muito humor e certa dose de ironia, dá verdadeiros diagnósticos de almas a toda sorte de gente que irrompe na narrativa no meio do furdunço que se instaura com o sumiço da santa, mesmo os figurantes e participantes de pequenas "pontas" das ações - acadêmicos, artistas, intelectuais, jornalistas, mecenas, religiosos, magistrados, povão, tá todo mundo lá, incluindo impagáveis participações especiais de pessoas reais em situações inusitadas, como Dona Canô, mãe de Caetano Veloso à frente de uma "invencível armada" de saveiros e jangadas para tentar recuperar a Santa Sumida, o artista Carybé (que inclusive assina as lindas ilustrações do livro) presente em quase todos os muitos agitos reuniões e festinhas que acontecem praticamente o tempo todo nas 48 horas de ação do livro e até mestre Pastinha, grande nome da Capoeira Angola, quase cego à frente de um comboio de resgate no meio da madrugada... sensacional, surreal, sumpreendente, só podia ser Amado.
Marta Skoober 10/12/2012minha estante
Muito espirituosa sua resenha.
O título já vai para minha listinha de futuras leituras.


Ângela 10/12/2012minha estante
rs, obrigada, Marta! Foi bem inspirada pela atmosfera do próprio livro, recomendo muito essa leitura!




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