spoiler visualizarSantos 11/11/2016
Livro decepcionante... Jamie McGuire não estava em seu melhor momento quando escreveu isso.
Os problemas já começam na escrita que, em vários momentos, deixou de ser ágil e fluida para ser simplesmente corrida. Nos diálogos, precisei parar algumas vezes para ter certeza de quem estava dizendo o quê. Além disso, achei que houve um excesso de palavrões nas falas de Taylor. Não sei se a autora realmente bateu o recorde de “porra” em um livro ou se ela usou termos diferentes e a tradução não se deu ao trabalho de variar na mesma proporção… De uma forma ou de outra, a questão dos diálogos muito corridos e de quão desbocado pode ser um Maddox não é novidade, o mesmo aconteceu em livros anteriores e não foi nem de longe o que realmente me incomodou em Belo Sacrifício.
Estava tudo mais ou menos bem para mim até a revelação do segredo de Falyn. Não entendo como uma mãe que foi praticamente forçada a dar a filha para adoção e passou seis anos amargurada por isso, chorando sempre que tocava no assunto, pode superar algo assim tão rápido. Uma visita de um dia e é isso, já consegue seguir em frente? Pareceu-me uma resolução superficial demais. A coisa de “só lembranças” não faz o menor sentido. Sinto muito, Falyn, mas as chances de em dez ou vinte anos a garota se lembrar de uma mísera hora que passou brincando no parquinho com uma completa desconhecida são mínimas. Também não sei qual era o grande plano antes de Taylor aparecer. Como, afinal de contas, ela pretendia ter acesso à menina para criar alguma lembrança com ela? Bater na porta dos pais adotivos não era uma alternativa. Faria o quê, então? Ficaria observando de longe até alguém descuidar na criança por um minuto ou dois durante os quais ela pudesse chegar perto?
Falando em Taylor… Esse Maddox não faz jus ao nome da família. Ele se comportou de uma maneira absolumente desprezível que arruinou o romance para mim. (Aliás, não sei como um autor ou autora pode pensar que colocar um dos protagonistas traindo em um livro de romance é uma boa ideia.) Durante a leitura, tive esperanças de que aquele episódio em Bela Redenção fosse se encaixar nos cinco ou seis dias em que ele fica sem aparecer no restaurante de Falyn, logo no início do livro. Engano meu, ele realmente estava traindo a namorada que não podia engravidar só para acabar engravidando a primeira que apareceu pela frente. Um recurso muito simplista da autora para dar um filho ao casal, ainda mais porque, no final, ela decidiu que Falyn podia engravidar sim, do nada, sem nem precisar de tratamento.
Uma das piores coisas dessa parte do enredo, pior do que Taylor sendo um grande canalha, foi que a autora ainda fez com que Falyn se sentisse culpada pelo que ele fez… Só para que ela superasse tudo muito rápido, como se tivesse algum fundo de verdade na desculpa que ele deu. Não, ele não ficou com outra porque achou que tivessem terminado – a propósito, fazia quatro dias apenas, ainda que ela tivesse rompido de vez, isso não seria justificativa –, ele o fez porque bebeu demais e perdeu a linha, coisa que poderia acontecer estando eles juntos ou não. Coisa que poderia acontecer de novo a qualquer momento.
Vários pontos me incomodaram nesse livro, nem listei todos. Eu quis abandonar a leitura perto do final, mas me obriguei a continuar – pulando parágrafos e lendo os diálogos por alto – porque ainda pretendo ler o próximo e precisava saber como esse terminava. Espero muito que o outro gêmeo seja diferente, porque Taylor foi uma completa decepção e um grande desestímulo a ler mais livros da autora.