Daniel 17/11/2016
RESENHA: BATMAN, ARKHAM KNIGHT - DARKSIDE BOOKS
O jogo Batman Arkham Knight foi produzido pela Rocksteady Studios e lançado mundialmente 23 de Junho de 2015 pela Warner Bros, recebendo títulos como Game of the Year, Best Storytelling entre outros. Mas a ideia do jogo era parar por aí, resolveram procurar o escritor Marv Holfman para fazer uma novelização oficial do game.
Trazendo a história do game para as páginas de um livro, houve grande questionamentos, “Transformar num livro?" "Por que não uma HQ?" "Novelização de um jogo vai funcionar?" "Será que vale a pena?”
Até mesmo eu fiquei em dúvida sobre esse meio utilizado para transmitir as histórias do Batman, bem que poderia como sempre, utilizar o modo de origem dele, por HQ's.
Mas, a editora DarkSide Books resolveu apostar nessa novelização e trouxe para o Brasil uma edição não só desejada por seu conteúdo mas também pelo seu aspecto, sua beleza e todo o luxo que só essa editora é capaz de dar para um livro. Isso deu mais impulso (como sempre) para leitores fãs de variados estilos de literatura a comprar essa edição e apostar no escuro. Eu inclusive, um pouco receoso, comprei para ler em um dia qualquer e não logo, mas quando a edição chegou em minhas mãos, não teve como me livrar da curiosidade e da vontade de abrir e ler e conhecer todo esse planejamento de um jogo feito em palavras num livro.
Muitos que jogaram o jogo, dizem ser um jogo com a história mais bem elaborada que já jogaram e que realmente deveria ter um livro. Eu que nunca experimentei o jogo apenas queria ver se é realmente tudo isso mesmo que diziam e como funcionaria o livro.
Bem, a história é muito interessante, vale a pena sim apenas quando se lê a sinopse ou um resumo da mesma.
Batman, herói de Gotham City, se vê depois da morte do Coringa numa estrada que nunca terá fim, apenas desastre após desastres. A sua força para combater o mal nunca se dissipou (aleluia!) ou nunca foi deixada de lado. Sempre há mais um mal por aí e ele sabia disso.
Mas por um momento, a paz parecia querer se manter naquele lugar, quase todos estavam percebendo essa coisa estranha.
Bem, apenas nove meses foi o máximo, até outro mal assolar novamente Gotham City de modo bem aterrorizante.
"Acho que essas crianças estão crescendo sabendo um pouco demais sobre o quanto a humanidade pode ser podre. Sem perceberem que a vida não precisa ser uma latrina, que isso não deveria ser normal. Para mim, esse é o verdadeiro crime."
Coringa morrera, quem será agora o vilão mais poderoso daquele lugar? Quem irá conseguir um marco tão maléfico e diabólico, alguém tem que fazer não? Pinguim? Charada? Arlequina? Duas-caras? Bem, o Espantalho conseguiu primeiro, com sua forte toxina do medo trazer de volta todo terror, atingindo toda a Gotham e trazendo um desastre gritante.
Batman precisa lutar novamente, e mais que nunca, com um outro inimigo ou talvez com vários que irão aparecer querendo ser melhor que o outro. Será que ele conseguirá? Quase todos os cidadãos não estão mais querendo viver nesse lugar de loucura, valerá a pena Batman lutar, lutar e lutar para acabar com todo esse mal? E o mal que o persegue por dentro? Como ele irá aguentar retirar tudo o que o Coringa deixou com ele, como por exemplo o sangue do Coringa injetado em seu corpo, ele está ficando diferente, tendo reações esquisitas e se transformando no Coringa. Como será essa luta contra o mal dentro de Gotham City e dentro dele mesmo?
A informação de que o Coringa injetara o próprio sangue no Batman fica nos primeiros capítulos, ela é revelada de forma rápida pois ocorrera uns jogos antes deste, então os jogadores já deveriam saber e teriam noção do que poderia ter como efeito e por que o Coringa fez aquilo e os seus objetivos. Ao receber essa informação fui direto para internet e pesquisei mais sobre, descobri outros jogos do Batman, sendo este da novelização o terceiro e ultimo de três. Não entendi o porque de fazer a novelização apenas do último jogo, será que as informações seriam dadas dessa maneira e digeridas de qualquer forma? um exemplo (não foi bem isso que ocorreu no livro, apenas um exemplo meu) “Tenho no meu sangue também o sangue do Coringa circulando, tenho que me controlar senão ficarei louco como ele” apenas pensei "Ah, okay, vou pesquisar ali e entender tudo isso".
Então desde inicio já comecei a ficar desanimado com a leitura pensando que ela seria toda assim.
Por ser um jogo feito em palavras num livro, o escritor não pôde diminuir e nem acrescentar algo à história, o que deixou uma escrita seca, dando poucos detalhes mas precisos, sem necessidade de mais nem menos. Mas é palpável sua vontade de colocar mais coisas, de preencher, mas não podendo, ele aderiu a essa escassez de detalhes e sendo mais rápido em cada capitulo (muuuito rápido, cada capítulo passa voando).
Fiquei sentindo falta de uma história mais profunda para todos os lados, principalmente na parte dos personagens em cada capitulo, explicar mais profundamente suas atitudes e razões por estarem em algumas situações, suas maiores emoções, relatos passados para uma explicação mais ampla, mas infelizmente o escritor não pôde trazer isso. O livro é assim, pois o jogo foi assim. Okay, coloquei isso na minha cabeça e fui ler tendo mais noção disso e tentando não reclamar de mais alguma coisa.
Só que, surgiu novamente mais alguma coisa para reclamar.
O vilão parecia de desenhos animados :( nesse estilo: “Vão pegar esse maldito vivo e trazer para mim, vou torturá-lo e depois matá-lo! Odeio esse homem!” o cara tinha inúmeras chances para acabar com a vida do herói, mas preferia que ele fosse capturado e sofresse mais e outras coisinhas do tipo. Ainda existe esses vilões lerdos?, infelizmente nesse livro sim.
Talvez eu já tenha lido livros com esses mesmos tipos de vilões e adorado eles, mas acredito que os mesmos foram mais bem trabalhados pelos seus autores e que não deixou passar ou visível que eles eram esses vilões clichês.
Outra coisa foi o próprio Batman, até quase metade do livro, ele parecia um robô herói, salvar a cidade do caos, não importa sono, fome, descanso, dor, ir ao banheiro, NADA, ele não é humano, foi o que pareceu. Na mente dele era apenas fazer o seu trabalho, nada mais, tornou algo monótono, indo ali batendo em alguns capangas conseguindo mais informações, chegando mais perto do inimigo, conseguindo isso, conseguindo aquilo, trabalho, trabalho, trabalho, problema, problema solucionado, outro problema, problema solucionado e assim por diante.
Comecei a me cansar da leitura novamente, fui largando o livro e às vezes ficava mais de quatro dias sem ler uma linha.
Com grande esforço cheguei na metade e tudo melhorou. Mas o mais impressionante foi a peça que ajudou tudo melhorar, nada mais nada menos que a participação do grande e querido vilão, o Coringa.
O batman começa a ficar perturbado com os efeitos do sangue do Coringa, e começa a ter suas fraquezas (Aêê! É gente como a gente!) e a leitura começou a ficar mais instigante ativando todo meu interesse para com essa disputa do Batman com seu inimigo interno quando estava também tentando eliminar um inimigo que realmente existia em Gotham.
A batalha ficou excelente com esse detalhe, e a leitura fluiu.
Agora depois de ter mudado de ideia lendo o final do livro, vi que ele é até bom e vale a pena ser recomendado, especialmente para uma leitura rápida num final de semana, seria um ótimo entretenimento.
Confesso que não sou fã de HQ's, nunca li nada do Batman, não acho nada desses heróis da Dc ou da Marvel interessante (apenas não consegui gostar, desculpem) e com esse livro não esperava nada, ainda mais com um inicio desse. Mas quando terminei o livro vi que valeu a pena, uma leitura que deveria ser rápida pois o livro é super fino com poucas páginas e capítulos rápidos e surpreendentes pequenos.
E o meio e fim da história toda (como sempre) são os melhores, talvez depois de ter conhecimento dessa obra eu queira ver mais outras aventuras do Batman nessa linda Gotham City. Uma boa coisa foi trazer os conteúdos que deveriam estarem numa HQ para os livros, acho que deveria ter mais disso para ampliar o público através de diferentes plataformas com o mesmo conteúdo.
Essa resenha ela é curta, não tem outra forma de falar mais, tanto do autor e seu trabalho quanto da história em si, pois tudo foi planejado, houve regras e tal para escrever o livro.
Se falo "ah, o cara poderia ter acrescentado mais coisa" bem, não podia
"ah, escreveu muito rápido!" tinha outra opção? acho que acabaria afetando a história e sofreria alterações
"ah, a história poderia ter mais, a Hera Venenosa poderia fazer isso e aquilo" no jogo não teve isso, então no livro não ia mesmo ter.
Então é isso, em novelizações assim, meio que ficamos limitados ao resenhar, bem que apenas até aqui a resenha parece já está negativa boa o suficiente kkk
site: http://hookedblan.blogspot.com.br/2016/05/batman-arkham-knight-livro-marv-wolfman-resenha-vale-a-pena-darkside-books.html