Leandro Matos 14/04/2016Batman: Arkham Knight | Você precisa ZERAR este livroMeses antes do lançamento do jogo no primeiro semestre de 2015, uma coisa ficava cada vez mais evidente: O Coringa estava realmente morto.
A consequência disso é o curioso aprofundamento do caos em Gotham City. Com ele na ativa, havia uma falsa ordem, uma aparente coesão entre os principais criminosos, gangues e facções pela cidade. Com a sua nêmesis fora do caminho, era fácil supor que o Cruzado de Capa pudesse respirar um pouco mais aliviado.
Ledo engano.
Com a cidade praticamente sitiada pela desordem e criminalidade, Gotham se vê diante de uma das suas piores ameaças. Reunindo os principais arqui-inimigos do Cavaleiro das Trevas, o Espantalho arquiteta a evacuação em massa da cidade com intuito de tomá-la de assalto através de uma super-toxina, que potencializa os piores medos de quem entra em contato com ela.
Para lidar com os políticos, mas não menos perigosos, Pinguim e Duas-Caras, uma apática Hera Venenosa e a psicótica Arlequina, Batman precisa utilizar todo o seu arsenal bélico e tecnológico para impedir a conclusão do plano geral do Espantalho.
Mas somente seus brinquedos não seriam suficientes para resolver e conciliar tanto conflito. Bruce Wayne nunca esteve sozinho e na resolução de alguns destes, recebe a ajuda do Asa Noturna (o primeiro Robin), do Oráculo (aliás, da Oráculo), do Detetive Gordon e dos poucos policiais que ainda permaneceram em Gotham e alguns outros que ainda buscam e idealizam dias de paz para a cidade.
Mas de alguma forma, o Coringa está vivo
Para quem não conhece o jogo, o livro reserva excelentes plots twist em sua narrativa que, aliás, me privo do direito de comentar para deixar a imersão pela leitura completa. Para os gamers, o título é um complemento obrigatório para compreensão e expansão do universo do Batman, dentro das plataformas dos respectivos consoles.
Do game original que lhe serviu de base, apresenta a dinâmica deste em complemento com a projeção e apelo visual de graphic novels e histórias em quadrinhos. Mantendo um fluxo narrativo constante e coeso, ora em off ora em terceira pessoa, o título é o exemplo claro de que a novelização de um game pode ser tão bom quanto.
Confesso que a mão do controle chega a tremer em determinados trechos. Resumindo, ao que se propõe Batman Arkham Knight é completo.
Marv Wolfman é veterano no meio da nona arte. O americano nos anos 80 criou o Blade para a Marvel e em 1985, foi o escritor do maior crossover e responsável por uma das maiores sagas das histórias em quadrinhos, Crise nas Infinitas Terras.
O livro possui analogias e curiosidades interessantes que fazem relação direta e indireta ao Universo DC como um todo. Games, animações, HQs e outros personagens são pontuados e encontrados durante a leitura de Batman Arkham Knight para aquele leitor mais atento.
Uma curiosidade à parte da publicação é que os eventos apresentados na história ocorreram na noite do Halloween, data mais que propícia para todo o desenrolar dos acontecimentos descritos e também data de aniversário da editora DarkSide Books.
A edição por sinal traz em capa dura, uma textura nova, estilizada, que aliada a uma padronização toda em verniz negro, agrega à edição, um ar imponente e chamativo.
Com uma narrativa absurdamente visual e perturbadoramente física, Batman: Arkham Knight se apresenta como uma ativa e dinâmica leitura. Um livro que traz em seu título uma dualidade, um jogo de palavras que instiga e desafia a compreensão do leitor que se dispõe a sua leitura.
No decorrer da leitura, o enredo caminha para uma inteligente e provocativa conclusão, que vista através dos games, impressiona antes de tudo pelo visual, porém a fantástica jogabilidade do primeiro, acompanhada pelas páginas de um livro, ganham uma dimensão e profundidade que somente sua imaginação é capaz de prover.
Li Batman: Arkham Knight como um desafio extra para um jogo já zerado, onde a única ajuda que precisei para finalizar essa fase foi iniciar sua leitura.
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