Os Confins do Mundo

Os Confins do Mundo Valerio Massimo Manfredi




Resenhas - Aléxandros


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Luzineide 30/10/2023

A Grande, realmente foi grande.
Nesta trilogia, o autor busca representar de forma genial como foi a vida deste líder, deste desbravador destemido , deste guerreiro. Mas acima de tudo deste rei e herdeiro macedônio que nasceu para deixar para a posteridade seu legado de coragem e determinação.
Não viveu muito, mas o suficiente para imprimir nas páginas dos séculos dos séculos sua maravilhosa história.
E de fato, " a sorte favorece os corajosos"
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Carolus 15/01/2022

Final sentido de uma vida épica
Esse é o terceiro livro da trilogia do Aléxandros, ou Alexandre o Grande. Os dois livros anteriores foram para mim excelentes, mas esse, infelizmente, não é tanto. O próprio autor revela que foi o mais difícil de escrever porque as fontes históricas são muito mais escassas, e inclusive escolheu dar mais ficção a personagens que de outro modo quase não são mencionados nas fontes originais.
O início é muito bom, na linha dos anteriores, e em poucos capítulos o leitor chega na batalha de Gaugamela, que é descrita sensacionalmente. Porém, depois disso o livro fica páginas e páginas e mais páginas descrevendo os movimentos do exército, como os soldados e os generais sobrevivem em um país desconhecido e tão vasto. Nesse meio tempo surgem os problemas entre os generais e no espírito do Alexandre, e inclusive há espaço para os conflitos morais e os sentimentos românticos. Ao meu parecer, o Massimo Manfredi não é tão bom escrevendo sentimentos como é escrevendo batalhas ou momentos históricos, então acaba ficando um livro a meio gás. Os momentos românticos, místicos ou sentimentais em geral não são memoráveis.
E no final temos o adeus do Alexandre, que não é apoteósico como eu esperava, mas é bonito do seu jeito. Me deixou a sensação de que quem morre não é um deus ou um herói; é só um homem.
É um livro muito bom, mas acaba parecendo não tão bom porque não está à altura dos dois anteriores.
De qualquer modo, para quem queira saber como foi a vida do Alexandre o Grande ?e como acabou, nesse caso?, é um livro 100% recomendável.
celithma 15/01/2022minha estante
Spoiler! ???


Carolus 15/01/2022minha estante
? não acho que ninguém pense que o Alexandre tá vivo ainda




Marlonbsan 30/11/2021

Os Confins do Mundo
No último livro da trilogia sobre Alexandre, o Grande, acompanhamos a sua trajetória de expansão territorial, suas conquistas, perdas e sua relação, tanto com o povo da macedônia quanto com os persas. Os caminhos trilhados não foram fáceis e privou ele e seu exército e os anos passaram com eles longe de sua terra, o livro fecha a história e esse ciclo.

O livro é narrado em terceira pessoa e acompanhamos o que acontece com alguns personagens de destaque. A linguagem é simples, apresentando momentos mais e menos densos.

A história foca bastante nas conquistas e guerras travadas por Alexandre e seu exército, mas também há muitas questões sobre o relacionamento deles, a aproximação com os povos persas as intrigas e traições que ocorreram. Os questionamentos feitos por eles em relação às escolhas que Alexandre fazia. Há muita questão cultural da época que também é abordada.

Novamente, há muitas informações que podemos questionar a sua veracidade, se foi realmente assim que aconteceu, mas o cerne da história deve ser o que foi apresentado. Há também algumas informações que são referentes à época, crenças e algo mais místico que servem para contextualizar. O próprio autor releva que alguns pontos foram abordados de forma a dar mais destaque a alguns personagens, principalmente as mulheres, já que não havia muitos relatos sobre a participação delas.

Como o livro passa muito tempo falando sobre a movimentação do exército e estratégias de guerra, a leitura fica um pouco arrastada, mas, de qualquer forma, a temática e o desfecho são interessantes, principalmente por conhecer mais um pouco sobre o que aconteceu depois.

Conteúdo literário no meu IG @marlonbsan, segue lá
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D.J. Alves 16/10/2021

Naquele momento Alexandre pôde avaliar com clareza a mutabilidade da condição humana, do enfermo atropelo dos eventos da vida. Impérios cresciam e desmoronavam para deixar o lugar a outros, que por sua vez se tomariam grandes e poderosos para afinal dissolver-se no esquecimento. A imortalidade não passaria então de um sonho?

E aí? O que fará depois de conquistar o mundo inteiro? Acha que realmente será feliz? Que terá conseguido aquilo que de verdade deseja? Ou quem sabe poderá ser tomado por uma ansiedade ainda mais forte e profunda, desta vez invencível?

Eumênio achou desnecessário continuar a conversa: sabia que o seu interlocutor estava tão amargurado que nada poderia dissuadi-lo das suas convicções e do conceito que havia tomado forma na sua mente.

Quem comete um crime embriagado é duplamente culpado, porque se embriagou e porque cometeu um crime.

Alguém ouviu-lhe perguntar o que era preciso fazer para tornar-se o homem mais famoso do mundo e ele teria respondido: "Matar o homem mais poderoso do mundo".

Alexandre abraçou-o e aí mandou que todos voltassem às próprias tendas para se aprontarem para partir. Enquanto isto, as nuvens rareavam e a luz do sol poente se espalhava incendiando o grande rio, tingindo de vermelho o perfil longínquo do Paropâmiso, os seus cumes soberbos, pilastras do céu. O rei dirigiu o olhar para a outra margem, para a desmedida planície que se alastrava do outro lado, até o horizonte, e chorou como nunca havia chorado na sua vida. Nunca iria ver a correnteza majestosa do Ganges nem passearia às margens dos lagos dourados, entre os iridescentes pavões de Palimbothra. Chorou pelo olho azul como o céu, chorou pelo olho negro como a noite.

? Para continuar a minha busca.? E aonde leva a sua busca?? À paz.? Mas eu sempre trago a guerra. É para isto que fui preparado, desde criança.? Mas também foi preparado para o conhecimento. Vejo a sombra de uma grande sabedoria no fundo dos teus olhos. A paz do mundo é um bem supremo, e nenhum bem supremo pode ser alcançado sem primeiro passarmos pela espada e pelo fogo. Mas isto já aconteceu. Eu quero ajudá-lo a desenvolver em você a sabedoria do grande soberano, daquele que um dia será o pai de todos os povos. Por isto estou aqui.

"Não há conquista que faça sentido, não há guerra que valha a pena de ser combatida. No fim, a única terra que nos sobra é aquela em que seremos sepultados."
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Bruno Mancini 21/05/2021

O mais emocionante
Se não fosse a limitação de tempo, para a leitura, que tenho diariamente teria "traçado", este epílogo em uma sentada. Muito obrigado, cativante.
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Paulo 12/09/2015

O melhor da trilogia, mas, mesmo assim não chega a ser ótimo.
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Lista de Livros 24/12/2013

Lista de Livros: Aléxandros: Os confins do mundo, de Valerio Massimo Manfredi
“Uma mulher com filhos talvez não possa ser uma verdadeira amante: o seu coração nunca deixa de pensar em outros afetos.”
*
“– Nunca se pode ter certeza de coisa alguma no mar.”
*
“Não há conquista que faça sentido, não há guerra que valha a pena de ser combatida. No fim, a única terra que nos sobra é aquela em que seremos sepultados.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2011/04/alexandros-os-confins-do-mundo-valerio.html
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druidadp 12/11/2012

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Anderson F. 04/05/2012

A história de um verdadeiro rei.
Vou me basear na série completa, ou seja, os três livros.

A obra de Valerio Massimo Manfredi nos leva a viver os fatos históricos envolvendo a vida e trajetória de Alexandre, um herói considerado por muitos um semideus. Um dos maiores exploradores e conquistadores de todos os tempos.

O que mais surpreende na narração do autor e historiador italiano é que toda a trajetória de Alexandre é descrita baseando-se fielmente na real história do tão aclamado e destemido guerreiro e rei macedônio. Valerio tenta ao máximo contar o que se passou no século IV A.C., as conquistas de Alexandre, suas derrotas, amores, traições, a relação com os amigos próximos e com o seu exercito, o lado humano e com isso fatos não tão dignos de registro, mas que não deixaram de ocorrer. A riqueza de detalhes, tanto na descrição dos objetos, lugares e pessoas - que é encarado por alguns como um discurso carregado e enfadonho - impressiona a ponto de sentir a sensação de estar presente em todas as incursões.

A série começa já de forma eletrizante com a infância de Alexandre e as conquistas de Filipe da Macedônia, seu pai e as particularidades de sua mãe, Olympias. Filipe foi de grande influência para o futuro de seu filho, levando-o logo na adolescência a estudar com o grande filósofo grego Aristóteles. Vale destacar outros personagens de impacto histórico como o escultor Lísipo e todas as citações referentes a Aquiles. Filipe tencionava, além do desenvolvimento cultural do filho, expurgar a imagem de bárbaros do povo macedônio. Mas Alexandre por si só com uma energia e ânsia de conhecimento ilimitados desbravou e conquistou não só o próprio terreno e os arredores, mas também o Egito, a Ásia até os confins do mundo, fatos que são deliciosamente explorados nos dois últimos livros.

Massimo também nos leva a um passeio incrível com o protagonista por belos e estonteantes lugares do nosso planeta como a Babilônia, o Egito, desertos, montanhas, mares, oásis, florestas... Inclusive pelos lugares onde foram construidas quatro das maravilhas do mundo antigo: As Pirâmides de Quéops, Os Jardins Suspensos da Babilônia, O Colosso de Rodes (conhecemos aqui o criador da maravilha) e o Templo de Ártemis em Éfeso. E, ainda, o Farol de Alexandria, erguido na cidade fundada pelo grande conquistador, anos após sua morte. Portanto, o valor histórico contido nos livros e na trajetória de Alexandre é inestimável, nos deixa com aquela vontade contagiante de amá-lo e segui-lo escrevendo uma parte incrível da história do mundo.

Os livros não deixam de mencionar e diferenciar com precisão as culturas de cada povo em seu território ou em peregrinação, todo o misticismo que os envolvia, as privações durante as conquistas, como o frio, a fome, doenças e chagas. As bebedeiras e orgias e também os momentos desonrosos, os terrores da guerra diante da ambição de um semideus - crença de centenas de milhares de pessoas que seguiam o grande rei.

Ah, e como não se emocinar e se envolver com o cão molosso Péritas e o garanhão Bucéfalo?!

O autor procura sempre retratar por notas no final dos livros algumas considerações, mantendo os fatos o mais próximo do real, mesmo que pequenas partes tenham se perdido na própria história do mundo naquela época. Baseando-se nos relatos dos amigos de Alexandre, seus generais, filósofos, historiadores e escritores. Além da história que os locais contam por si só.

É uma aventura que eu particularmente gostaria de ter conhecido melhor na escola, de valor inestimável e grande deleite, de tirar o fôlego.

Cinco estrelas, leitura obrigatória. Leitura um pouco exigente mas, imperceptível depois de algumas páginas.
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Alessandra 01/04/2012

Sinopse - Aléxandros - Vol. 3 - Os Confins do Mundo - Valerio Massimo Manfredi
Nesse último volume da trilogia sobre Alexandre, o Grande, chegamos à apoteose definitiva e à morte precoce, aos 33 anos, do jovem rei fundador do maior império que já existiu. Depois de "O sonho de Olympias" e de "As areias de Amon", "Os confins" do mundo retoma a formidável galeria de personagens, eventos e emoções responsável pelo enorme sucesso dessa saga, perfeitamente equilibrada entre a rigorosa documentação histórica e um vibrante ritmo de romance. Figuras de valorosos soldados ao lado de políticos pusilânimes, heroísmo e traição, amizade, lealdade e violência desfilam ao longo de páginas densas e movimentadas, em tensão constante, das quais emergem os sentimentos mais nobres e também os mais repugnantes da alma humana. O inesquecível cavalo Bucéfalo, o cão Péritas, o médico Filipe, a belíssima Roxana e muitos outros são os personagens descritos com vigor e nitidez que acompanham a definitiva vitória sobre o império persa, a viagem aos extremos confins do mundo e a morte de Alexandre, em um final grandioso e comovente. O autor reconhece que esta última parte das aventuras do rei macedônio talvez tenha sido a mais complexa e difícil de interpretar. Há vários trechos obscuros, mesmo nas fontes originais. O conquistador, no entanto, é sempre representado de forma fiel, mesmo nos momentos mais escabrosos e menos honrosos da sua história. Aos personagens femininos, que nas fontes antigas mal chegam a ser mencionados, o autor deu consistência e reconstruiu, na base de considerações lógicas, a presença dessas mulheres e a influência que tiveram sobre os acontecimentos da história. De batalha em batalha, os três volumes chegam até a morte de Alexandre. Esta também foi uma morte misteriosa. Falou-se de um envenenamento por arsênico, se bem que um artigo publicado no New England Journal of Medicine atribui a morte a uma febre tifóide. O corpo de Alexandre foi transportado para o Egito, como queria o oráculo de Amon. Mas ninguém sabe onde está sua tumba. Em 1850, um funcionário do consulado russo em Alexandria disse ter visto, nos subterrâneos de uma mesquita, um esqueleto no trono, cercado por armas e papiros. O que é bem provável é que Alexandre ainda reine em alguma parte do universo, sobre uma legião de anjos ou demônios.
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Angélica 02/11/2011

Alalalái!
Dormem os picos das montanhas,
Dormem mares e florestas,
E tu velas insone na noite, Aléxandros.
Por onde andam teus olhos,
Aonde vai teu coração?
Buscas lugares longínquos
Onde se põe constelações,
Onde morrem as ondas do imenso oceano.
Não pensas em mim, e minha amarga espera.
Arde em ti o fogo que queima
No coração dos deuses.*


Para re-estrear o blog com o pé direito (ou talvez seja com o esquerdo, já que eu sou canhota), hoje trago a resenha de uma trilogia histórica – em todos os sentidos da palavra. Com vocês, Aléxandros, de Valerio Massimo Manfredi.
Como o título já entrega, a trilogia conta, de forma romanceada, a vida e os feitos de Alexandre da Macedônia, mais conhecido como Alexandre, o Grande. Gostaria de fazer um parêntese antes de começar a resenha: Por se tratar de uma série baseada em fatos históricos, eu me senti livre para citar alguns dos acontecimentos da trama ao longo da resenha – afinal de contas, a história da humanidade não pode ser considerada spoiler, é ou não é? ;-). Mas não se preocupem: eu procurei não entrar muito nos meandros da trama, e citei somente o estritamente necessário. Bom, vamos lá.
O primeiro livro, “O Sonho de Olympias”, narra o período que vai desde o nascimento de Alexandre até os trágicos acontecimentos que o colocaram no trono da Macedônia. O segundo volume, “As Areias de Amon”, retrata o primeiro período de seu governo, e o começo da investida macedônia contra os persas. Por fim, “Os Confins do Mundo” centra-se na conquista dos grandes territórios persas pelo jovem rei, finalizando a trilogia com os eventos que levaram à sua morte.
Não sei se o design das capas brasileiras foi ideia da Rocco ou se foi copiado de alguma edição estrangeira, mas o fato é que as mesmas representam bem o desenvolvimento da série ao longo de seus três volumes (apesar de eu detestar a cor amarelo-bile da primeira capa, yuck): No primeiro volume, acompanhamos a infância de Alexandre. Como o amarelo já denuncia, os acontecimentos por aqui são um tanto mornos, e a coisa só começa a ficar interessante de verdade pouco depois da metade do livro. Neste primeiro momento somos apresentados ao sistema político e social da Macedônia, além de conhecermos os principais personagens que rodeiam a vida do jovem príncipe: seu pai e antecessor, o energético Filipe da Macedônia; sua enigmática mãe, Olympias; seus amigos de brincadeiras (e, mais tarde, generais de guerra) Heféstion, Ptolomeu, Seleuco, Eumênio, entre tantos outros. Esta é a etapa em que o autor tenta adaptar a visão do leitor ao mundo antigo em que a história se passa, para que o mesmo não tenha dificuldades em mergulhar na história nas partes posteriores da mesma. Mesmo não sendo a parte mais divertida da narrativa, não há dúvidas quanto a sua utilidade na história, nem quanto à maneira cuidadosa e bem trabalhada com que o autor a executou.
A partir da metade do primeiro livro, quando Alexandre já está na puberdade, a história começa a pegar ritmo, e no segundo volume, cuja capa apresenta um tom de laranja forte, somos apresentados a uma aventura verdadeiramente épica, digna dos heróis de Homero. É neste volume que acontecem as batalhas mais críticas do reinado de Alexandre, e tudo é narrado ao estilo das epopeias antigas: o protagonista é um homem formidável, quase um deus encarnado, e não há nada nem ninguém que não sucumba ao seu domínio ou que não se deslumbre com sua força e seu caráter. Já no terceiro livro, de capa vermelha, passamos a conhecer o lado mais obscuro do governo do grande conquistador. Intrigas, massacres, conspirações palacianas e tentativas de regicídio tornam-se cada vez mais comuns na vida de Alexandre, cujos problemas parecem aumentar à medida que seu território se expande. O livro final torna-se gradativamente mais trágico, e culmina com a morte do protagonista.
A narrativa, sendo essencialmente histórica, não chega a entrar no terreno da fantasia, mas o tom místico está presente em todos os momentos. São comuns durante toda a história presságios e premonições certeiros, o que nos traz a impressão de que, mesmo que eles não se manifestem no plano físico, a vida dos homens é de fato guiada pelos deuses. É esse misticismo, aliás, que ajuda a dar o tom da narrativa: mesmo que “Aléxandros” utilize um estilo literário diferente, mais comum à nossa própria época, não há como negar a semelhança de tom com as obras de Homero. O suposto parentesco de Alexandre com o mítico Aquiles, muitas vezes relembrado ao longo da história, somado à grande nobreza de caráter do protagonista, reforça ainda mais este traço da narrativa, fazendo com que Alexandre pareça, aos olhos do leitor, um verdadeiro semi-deus.
Uma das coisas que mais me impressionou nestes livros foi a sua fidelidade histórica. É claramente perceptível o cuidado que Manfredi teve com a pesquisa realizada para a confecção deste romance. Roupas, costumes, alimentos, pense no que quiser: tudo está de acordo com tudo aquilo que já foi descoberto sobre a cultura grega e macedônia da época. E essa acuidade não para por aí: não há um único personagem na trama, desde os protagonistas até os personagens mais terciários, que não tenha registro na história. Pode-se encontrar registros históricos até mesmo daqueles personagens que aparecem no romance uma única vez, para logo caírem no esquecimento. É também notável a destreza de Manfredi para a escrita. Seus cenários e seus personagens são minuciosamente descritos, o que facilita muito a imersão do leitor na narrativa. As cenas de guerra são especialmente épicas: é possível ao leitor se sentir quase como se estivesse assistindo às batalhas do meio das fileiras de Alexandre.
Outra coisa que me agradou muito foi a empatia transmitida pelos personagens. A saga tem algumas dezenas de personagens, e todos eles são, a seu modo, únicos. Os personagens principais esbanjam simpatia, desde o heroico Alexandre até o astuto Eumênio de Cárdia (meu personagem preferido), passando pelo cético Ptolomeu, o muito-músculo-e-pouco-cérebro Leonato, enfim... Personagens interessantes é o que não falta a “Aléxandros”. E creio que parte da força dos mesmos venha da sua própria universalidade. O autor criou personagens com personalidades que, se por um lado se encaixam perfeitamente na história, por outro poderiam existir ainda hoje. Muitas de suas reações e atitudes podem ser encontradas, salvas as devidas proporções, na sociedade atual.
Minha única ressalva neste quesito é a falta de personagens femininas com participação significativa na trama. A única personagem feminina que é melhor desenvolvida é a rainha Olympias, mas sua presença na trama se concentra quase que inteiramente no primeiro volume: a partir do momento em que Alexandre deixa a Macedônia para empreender suas expedições conquistadoras, a rainha é lembrada apenas em breves comentários. Mas, em relação a este tópico, eu sou obrigada a me conformar: como o próprio Manfredi diz em nota no final de um dos livros, a participação social das mulheres nesta época era praticamente nula, e as mesmas eram vistas como meros objetos. Quase não há menções históricas sobre as mulheres deste período, e como esta trilogia se pauta pela fidelidade histórica, não há muito que possa ser feito.
Ao acabar a leitura de “Aléxandros”, senti um enorme aperto no coração, como se estivesse me despedindo de um amigo querido. Passei dias pesquisando sobre a vida de Alexandre Magno, e percebi que o autor interpretou a seu bel-prazer vários fatos históricos, a fim de que se encaixassem melhor na narrativa. Nunca poderemos saber como foi, de verdade, a vida do verdadeiro Alexandre. Talvez ele tenha sido mesmo um conquistador heroico, ou talvez fosse apenas um ogro megalomaníaco que, assim como o Cérebro, queria conquistar o mundo. A verdade já se perdeu no tempo há eras, e não pode mais ser alcançada por nós, apenas pressentida. Mas seja qual for a verdade sobre o Alexandre original e seus companheiros, tenho certeza de uma coisa: o Alexandre que habita a minha mente, aquele que vai sobreviver ao tempo dentro de mim, é o Alexandre de Manfredi. E mesmo que outros livros me levem a conhecer outros Alexandres, outros Eumênios e outras Olympias, os personagens do autor italiano terão sempre um lugar especial na minha mente e no meu coração. Recomendo a leitura a todos os que gostam de um bom romance histórico, e também a aqueles que querem apenas se divertir com um belo romance de aventuras. Alalalái!**

*Poema retirado da contracapa do primeiro volume de “Aléxandros”.
**Alalalái era o grito de guerra utilizado pelos soldados gregos e macedônios.


Resenha retirada de: http://umatardecomcha.blogspot.com/2011/11/boletim-literario-4-alalalai.html

Para mais resenhas, visitem o blog:
http://umatardecomcha.blogspot.com/
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Núbia Esther 03/10/2011

E eis que chegamos ao fim de mais uma trilogia, acompanhando a crueza das batalhas, a barbárie das conquistas e sim, muito sangue. No segundo livro nos despedimos de Alexandre em território egípcio e é lá que nos reencontramos. O conquistador visita o templo de Amon (o correspondente egípcio de Zeus) e é decretado por este como sendo seu filho e sendo filho de um deus é então, coroado faraó.

A cidade de Alexandria estava sendo construída, mas, pelo que sabemos da história e pela índole do personagem seria impossível esperar que Alexandre voltasse para a Macedônia. Antes de voltar para casa ele tinha pretensões de ir mais além, onde nenhum outro homem esteve antes então, é claro que o último volume está repleto de batalhas, disputas e ações políticas.

Alexandre parte novamente em direção à Pérsia e à Ásia, em direção à sua última e decisiva batalha contra o Grande Rei persa Dario. No percurso, ele perde entes queridos, faz novos tratados políticos e se casa, mais de uma vez que é para manter o costume ensinado pelo pai. Ao conquistar a Pérsia, Alexandre não subjuga o povo, mas tenta uma miscigenação entre os povos chegando mesmo a acatar alguns costumes persas. Decisão que faz com que ele perca o respeito e a confiança de muitos dos seus subordinados surgindo até mesmo conspirações para matá-lo. Em seu afã por conquistar o mundo, Alexandre esqueceu-se de quem era e de onde veio. O empreendimento de libertar as cidades gregas das garras dos persas transformou-se em algo muito maior que nem mesmo ele era capaz de controlar. Alguns dizem que quem tudo quer tudo perde, quem sabe não foi a história do grande conquistador que inspirou essa máxima.

“[...] Muitos choravam em silêncio e as lágrimas escorriam devagar sobre aquelas barbas híspidas, sobre aqueles rostos marcados por oito anos de batalhas, de vigílias, de assaltos, de gelo e calor, de neve e de chuva. Choravam porque o seu rei não estava zangado com eles; ainda os amava como filhos e levava-os de volta para casa.”

Tudo que ele fez foi em demasia, amou demais, lutou demais, conquistou demais, foi duro demais em alguns momentos, perdeu a razão demais em outros e desejou demais conquistar o mundo. Acabou consumido por tanta demasia. Olympias fora avisada de que seu filho carregava em si uma chama de vida muito grande e que ainda que ele estivesse destinado a brilhar como nenhum outro antes dele sua chama também se consumiria rapidamente, o mundo testemunhou essa chama, mas também a viu tremeluzir e apagar quando menos se esperava. O garoto que partiu da Macedônia não chegou a rever sua terra novamente.

Manfredi encerra os fatos sobre a vida do conquistador com muita emoção e como ele mesmo disse tentando ser o mais fiel possível aos fatos históricos, ainda que essa parte da vida de Alexandre apresente muitas lacunas debatidas pelos historiadores. Como fã de romances históricos, gostei de conhecer um pouco mais sobre a vida de Alexandre e ir além do que os livros de história nos proporcionam.

[Blablabla Aleatório] - http://feanari.wordpress.com/2011/09/28/alexandros-%E2%80%93-os-confins-do-mundo-valerio-massimo-manfredi/
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