Tainateixeira92 04/06/2023
Atemporal e necessário
Este livro tem um relato angustiante e intenso de uma mulher forçada a suportar um tratamento médico questionável e machista para uma doença mental. A narrativa é contada sob a perspectiva da protagonista, uma mulher trancada em um quarto com papel de parede amarelo desbotado, sem estímulos e com nenhuma saída. Lentamente, a personagem começa a mergulhar na loucura, sendo consumida pelo papel de parede que começa a tomar formas sinistras e distorcidas em sua mente.
A escrita apesar de breve é perturbadora, pois o leitor imerge na opressão e nos abusos, que as mulheres enfrentavam na época em que foi escrito. A protagonista é subjugada e silenciada pelos homens em sua vida, principalmente pelo seu marido, que acredita que ela precisa de um “descanso” para se curar de sua suposta doença mental.
Essa obra é um testemunho de resistência, já que a personagem não se deixa levar completamente pela loucura e encontra um meio de escapar de seu encarceramento. Para quem se interessa por literatura feminista e psicológica, essa leitura é obrigatória, assim como, para aqueles que buscam uma compreensão mais profunda dos efeitos da opressão e do patriarcado sobre a saúde mental das mulheres.