Luz 15/05/2011
.... As verdades, as omissões, as perdas, os reencontros.
.... Um livro, um único livro, é um mundo inteirinho de muitas coisas, relatos, descrições, narrativas sobre vários assuntos e temáticas que surgem da criatividade ou de apreensões que o autor teve, imagens que captou, relatos que ouviu. Um adolescente também é assim e, penso, sobretudo numa faixa etária dos quatorze aos vinte anos, um mundo vasto e com muitas impressões apreendidas sobre diversas e várias coisas. Um adolescente pode ser muito amado, cuidado, diligenciado, paparicado, por pais, avós, tios, os responsáveis que forem e estiverem ao seu alcançe, todavia, toda essa diligência, preocupação, afetividade, não é nada se não houver um caminho, um elo, uma ponte, que faça a ligação com os dois lados, o lado do jovem e seus vários e questionáveis mundos e o lado daqueles que se imbuem por amá-lo e preservá-lo. Se não houver essa conexão, infelizmente, nem tudo sairá perfeito e nem tudo estará tão coeso como se pensa, as aparências podem até mostrar uma pílula dourada e brilhante que se bebe e embebe à cada dia, entretanto, a verdade pode ser amarga e ácida, porque o adolescente pode vivenciar situações irrestritas e buscar tantas apologias, que se não houver olhos atentos o suficiente, se não houver quem possa detectar e ouvir com atenção, tudo enfim estará de fato perdido e se um dia não se teve como edificar algum tipo de ponte, mas tarde então é que terá sido impossível.