Bela Lima 10/01/2017Campbell não acredita em milagres, mas um milagre é a única coisa que pode salvá-la. Campbell não acredita em milagres, mas um milagre é a única coisa que pode salvá-la. No estágio final do câncer, não há nada que ela pode fazer além de esperar a morte. Talvez completar sua Lista de Flamingos e ser uma típica adolescente, desiludindo a irmã mais nova, brigando com a melhor amiga... Mas sua mãe e sua irmã não acham o mesmo.
“-Afaste essas emoções e comece a dizer alguma coisa-de-médico. Você tem de falar da ciência dura, fria. Diga “malignidade” ou “subcutâneo” ou alguma coisa assim. Isso vai fazer você se sentir melhor.
-A ciência não é suficiente agora, Campbell. O que você precisa é de um milagre.”
Decididas a não desistir – menos Cam, a principal beneficiária se “não desistir” resultar em algo – elas vão para Promisse, uma cidade difícil de chegar, que dizem que coisas impossíveis acontecem por mágica, esperando e procurando por um milagre, mas... Milagres existem?
Cam não acredita em milagres. Ela acredita em fatos, na ciência e na lógica, e sabe que não existe mais nada que se pode fazer. Seu corpo brilhou nas tomografias, os médicos desistiram dela, então o que uma cidadezinha “onde milagres acontecem” pode fazer?
"Amanhã vai ser o melhor dia do mundo, então você tem de aguentar, porque não vai querer perder."
No caminho, varias coisas acontecem, mas é em Promisse que os milagres estão. Ou seria apenas uma coincidência flamingos aparecendo fora da época, piu-piu (seu pássaro de estimação obviamente) voltando para casa, dentes de leões lilases, curas instantâneas, fora tantas outros “milagres”?
“-Você, mais que qualquer um, deveria saber como é que isso funciona, Piu-piu. Estou muito orgulhosa de você, está bem? Mas não posso acreditar em milagres.
-Piu? — perguntou Piu-piu.
-Porque... só porque, está bem?
Porque ela não estava preparada para o inevitável. O tipo de coisa muito real que estava acontecendo com ela. Não havia razão para ter esperanças.”
As mortes (é, no plural) são surpreendentes, porque você não as vê chegando, o que só a torna mais real. Contudo não apenas ela é real, o amor também é, e Cam descobre isso, seja com sua família ou com um “amor de verão”, e que sua vida não gira ao redor de uma doença, que ela é muito mais do que uma garota de 17 anos com câncer na fase terminal.
“Tudo tinha a ver com isso, não é? As pessoas tinham medo de morrer.”
O final é outra coisa surpreendente, não porque me surpreendeu, embora eu também não tenha achado não surpreendente. Só ledo para entender essa controvérsia que não se contradiz.
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