O lustre

O lustre Clarice Lispector




Resenhas - O Lustre


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rafisreading 08/03/2024

Meu Deus, que leitura difícil, até pra mim que já estou acostumada com Clarice, esse foi um grande desafio. Mas ainda assim, é muito bonito e muito interessante!
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Lara 29/02/2024

O Lustre de Clarice Lispector
Esta é a história de Virgínia, que começa na Granja Quieta de Brejo Alto, ambiente de sua infância e juventude. O alvorecer de uma vida em meio a conflitos familiares. Adulta, Virgínia reside sozinha na cidade, onde continua sendo quem é, sensível, ingênua, em meio aos seres e coisas do mundo.

É uma leitura completamente diferente de qualquer outra que já li. Um desafio literário! É um livro por vezes extenuante, mesmo assim se houver uma curiosidade sobre o destino da personagem a leitura mesmo hora penosa vale a pena.

Um final que surpreende, é que me deixou questionando por que a autora decidiu este final. Vale a pena a leitura, mas não leia como primeira obra de introdução a Clarice Lispector, por ser cansativa a leitura pode gerar frustração e até uma vontade de abandonar, como tive verias vezes rsrs!
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Marina.Pratesi 27/01/2024

Brutalmente pacato
Virgínia é acompanhada por nós desde sua infância na Granja Quieta de Brejo Alto até a vida adulta na cidade.

A primeira parte do enredo parece justificar vários elementos que não fariam sentido ao leitor na segunda caso a omissão ocorresse. A frágil garotinha que era atormentada pelas brincadeiras do irmão nunca deixou de pensar no impacto dele, mesmo tendo beirado o insano. Percebemos que Virgínia sempre tratou a vida com certo desdém, assim sendo, as brincadeiras eram confortantes de certa forma pra ela. Da mesma forma, eventos traumáticos nunca chocaram. Carinho nas mais variadas formas também não! Virgínia é uma pessoa desinteressante aos olhos dos personagens, pois não demonstrava amor a nada, assim como também nada de ódio.

Sua vida é carregada de quebras de expectativa: quando algo finalmente aconteceria, uma melancolia predominava novamente. Virgínia parecia não enxergar essa tristeza toda, pois era conformada demais pra se exaltar seja lá qual emoção for. Ela sente muito o tempo todo, mas de uma forma de quem nunca sentiu demais.

Nunca pareceu pertencer a algo, nem a ninguém. Nunca pareceu ter algo relevante para apreciar além do conforto de não ser quem poderia ser. Sua irmã, Esmeralda, é uma personagem que carrega tamanha intensidade, mas de forma intimista. Ela parece querer mais do que tem, enquanto Virgínia parece ter mais e ao mesmo tempo não ser nada.

O título ser "o lustre" faz paralelo com a visão de infância da personagem com a própria perspectiva de vida, existência e morte. A menção desse objeto da casa dos pais é feita com maestria no penúltimo capítulo. Lá percebemos a palavra várias vezes, o que não ocorreu durante a narrativa. É um prelúdio de certa forma.

O final é amargo: a "sonsa" Virgínia se torna aos olhos alheios algo que nunca imaginou nas inúmeras possibilidades de ser.
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Regina 24/12/2023

O Lustre
Segundo livro de Clarice Lispector. Achei muito arrastado e em alguns momentos bem difícil de compreensão. Um Virgínia muito introspectiva. Mas o livro deve ser lido para que se depreender a escrita de Clarice
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underlou 14/12/2023

"Então dizia numa voz que soava estranha e audaciosa entre o rumor da água escorrendo:
? Eu estou só."

Clarice Lispector inicia a narrativa de 'O Lustre' construindo uma narrativa obscura sobre o passado de dois irmãos. Inicialmente, o relato se assemelha a uma matéria tensa e sugestiva sobre duas crianças descobrindo o mundo. Mais adiante, porém, compreendemos o contraponto com a vida adulta da personagem Virgínia, sobretudo.

A autora, entretanto, tem seu modo particular e reconhecido de criar um enredo dramático. Neste livro pouca ação se concretiza: tudo é tangencial, abstrato, por vezes ininteligível, o que torna a leitura maçante em vários pontos. Algo acontece de fato já no desfecho da história: uma folha se move ("As leves patas de um passarinho pisaram alguma folha que se mexeu") e então somos arremessados para um tom abrupto.

Contudo, quando Clarice acerta o tom ao longo da narrativa, ficamos diante de reflexões típicas da sua escrita, mas ainda brilhantes. Virgínia é, a todo instante, o ser dúbio e confuso e remete a sensações que são parte de nós humanos: aquele ser que enfim vive "o vestígio de outra vida" que não a sua.

Então, a introdução ao cenário primaveril da infância é retomado na parte final da história, quando a personagem central se confronta com o presente como quem perde o "encanto ágil da infância". Distraída, Virgínia vive uma vida urbana de amores e dissabores - sempre só, afinal -, quase a um passo do grito dilacerante que Clarice enquanto autora perseguiu até 'A Hora da Estrela', vagando em terra estrangeira dentro de si (a autora finalizou o livro no exterior no final da II Guerra Mundial).

Quando Virgínia retorna finalmente ao casarão da infância, percebe que o "segredo" foi arrancado de si: a vida adulta nunca pode se ocupar com a inocência infantil, pois "lugar onde se foi feliz não é o lugar onde se pode viver."
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maria15406 29/10/2023

De fato o livro mais difícil de clarice? por ser IMPENETRÁVEL.Apesar do pesado fluxo de consciência oq é costume na literatura dela,não é tão fluido mas não significa que não é possível mergulhar nessa leitura.
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Stone Shelley 19/09/2023

Demorei mas terminei
Diferente dos outros escritos de Lispector, o Lustre é uma narrativa arrastada que a grosso modo, fala das coisas da vida, mas não de uma vida esplêndida ou algo luxuoso, e sim, de algo pacato, mórbido e muitas vezes beira a melancolia, quando não, se não em vários momentos, até uma possível patologia, os personagens claramente são presos no que foram ensinados, e sempre que tentam triunfar sucumbem de uma forma deplorável, raro, os momentos de real alegria, pois tudo aqui é ambíguo e os sentimentos de felicidade sempre vem com uma pitada de tristeza ou vice versa. Meu último adendo, e é, de fato, o que eu mais percebi nesse livro, é que todos os detalhes, seja na personalidade dos personagens, paisagens, e etc que ela poupa -sendo direta - na maioria das suas obras, em o Lustre, ela é perspicaz, e divaga, não é um livro que acontece muitas coisas em uma página, e é por isso que talvez não seja um dos mais queridos dela. Definiria está obra como a infelicidade de ser o que você não queria ser, mas no final, não havia muita escolha.
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Marcilio Duarte 12/09/2023

Injustamente subestimado
Um dos melhores de Clarice, bem escrito e com um estilo bem lapidado, embora situado no início de sua carreira (quando ela ainda estava buscando uma forma própria de escrever).
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Lendo Apenas 01/09/2023

O Lustre romance datado de 1946, da autora Clarice Lispector, conta a história de Virgínia, que, desde a infância, parece ter sido marcada como má. A obra é permeada pela interiorização dos personagens, permeada por percepções de mau humor, ódio, amor, culpa, euforia, tristeza, medo, dor e sentimentos íntimos que representam a própria alma.
Sendo uma obra muito simbólica: tendo um chapéu de afogado que aparece logo no início e no final do livro, um lustre ( que leva o nome da obra), a mansão onde Virgínia e seu irmão Daniel passaram a infância
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j.xguiar 11/07/2023

O Lustre
Imatéria de palavra tão lindamente minuciosa que foge de toda beleza visível e incorpora-se fora de tudo, até fora de si mesma, como uma nuvem de memórias tão densa e inalcançável que cobre todo o céu e nunca é possível captar seu movimento, pois ela se impõe totalmente sob o próprio céu, tornando-se também ele. essa é a sensação de ler clarice, especialmente em O Lustre.
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Priscila Machado 08/07/2023

Foi uma experiência diferente
No começo achei uma leitura um pouco difícil! Não estava habituada a este tipo de escrita mas depois acabei me acostumando e apreciando bastante a experiência. Gostaria de conhecer as outras obras da autora, e espero encontrar finais mais felizes pois este do Lustre me deixou de queixo no chão.
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Richard.Capiotto 05/07/2023

?Ela seria fluida durante toda a vida?
Clarice nunca foi hermética; ao menos, não para mim.
Existe uma conexão aguçada e estranhamente palpável entre nós, o que desde a primeira linha do texto me assombra e me entorpece. Clarice costuma cavar e chegar a níveis que não consideraria ser possível até vê-la fazendo-o.
Qualquer pessoa que entre no universo clariceano deve estar atento ao sentir, porque isso é essencial para se ter uma experiência imersiva nessa teia de infindáveis pensamentos, conclusões e novos modos de enxergar e pensar a vida! Transformando a constância em algo inconstante, uma vez que a efemeridade das coisas urge no âmago de nós mesmos.
O Lustre é um diálogo interior que às vezes sofre de interrupções externas. O Lustre é sobre a possível incapacidade de externalizar a liberdade que é tão palpável dentro.
Clarice me pegou mais uma vez, trazendo indagações sobre a vida que costumam martelar diariamente nos meus pensamentos, na minha existência. Não posso vir aqui dizer que você terá uma ótima experiência, que você vai amar esse texto e que existe unanimidade quanto a obra dessa incrível mulher, mas uma vez mais, ela me arrebatou.
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letisgou 14/06/2023

Esse me travou e me deixou de ressaca
Comecei a ler no terceiro ano do ensino médio e pra terem noção só vim terminar em 2020 quase 2 anos de conclusão. QUE MULHER!
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Anna 23/04/2023

Eu não tenho palavras pra descrever toda a experiência dessa leitura.
senti que Clarice de algum modo juntou meus dois livros favoritos da vida (cem anos de solidão e a insustentável leveza do ser) e com uma perfeição extrema e a feminilidade que só uma mulher poderia ter, escreveu essa obra de arte, que obviamente veio a se tornar minha história preferida, não apenas dessa deusa, mas de toda minha existência.
considere isso uma carta de amor à Clarice.
essa mulher me entendeu como nenhuma outra pessoa. obrigada por tudo, rainha.
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Léia Viana 19/04/2023

Clube de leitura Clarice Lispector ano I Lendo Clarice em ordem cronológica O lustre publicado em em 1946.
Percebo que com essa releitura compreendi muito mais a história, seus personagens e entendi que tornou-se impossível ter uma impressão definitiva do que é essa obra. E, é importante salientar que não consegui chegar nas conclusões que cheguei sozinha, a melhor coisa que fiz foi ter entrado no Clube de Leitura Cronológica da Clarice Lispector, da Juliana Gervazon. Foi um aprendizado e tanto!

Segundo livro de Clarice publicado, pouco comentado entre seus amigos e bastante criticado, "O Lustre" não teve uma boa repercussão à época de sua publicação, é uma obra difícil, não linear e pouco fluída, mas que carrega algumas similaridades com outra personagem Clariciana: Macabéa; talvez isso tenha sido uma falha por parte de Clarice nessa obra, por criar Virgínia, em certos momentos, tão similar a Macabéia, o que não encaixava exatamente na história com a personagem criada; até mesmo em seu fim, mas enquanto Macabéa tem um final um tanto "filosófico": "hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci.”, Virgínia tem em seu fim a humilhação!

Entre algumas passagens, até mesmo do diálogo entre Miguel, o porteiro, com Virgínia, destaco essa que é uma mistura das personagens Macabéa e Virgínia:

"- Não, não gosto... tão... tão intrometida... - seu rosto desfez-se em seguida, a expressão debaixo emergiu engurgitada, surpresa infantil porque ele abria os olhos castanhos atrás dos óculos, tentava compreendê-la, o espanto dele dizia envergonhado, benevolente: mas Virgínia..., O que é isso, Virgínia? Sim, avançar a demais como podia a música ser intrometida?"

Mas a pergunta que permaneceu em mim é: quem é Virgínia? essa personagem que não é vazia por dentro, é contraditória, passiva e sempre à espera de um futuro que não chega, mergulhada no abismo de uma solidão.

"Olhava-se ao espelho; era ainda bem bonita com suas virgens rugas de esperança."

E quanto a Esmeralda?

"Deus abrisse seu coração, que lhe permitisse enxergar dentro de si e, o medo expulso, pudesse enfim dizer a morte, Vivi."

Tão solitária quanto Virgínia. Tão desejosa de ter ido se aventurar na cidade como a irmã o fez.

"Com horror ela já viverá a sua vida."

Mas não há vida alguma.

Quanto ao título do livro, "O Lustre", a um primeiro momento é o objeto mais vivo da casa:

"Mas o lustre! Havia o lustre. A grande aranha com vc escandecia. Olhava-o imóvel, inquieta, parecia pressentir uma vida terrível. Aquela existência de gelo. Uma vez! Uma vez a um relance - o lustre se espargia em crisântemos e alegria. Outra vez - enquanto ela corria atravessando a sala - ela era uma casta semente o lustre. Saia pulando sem olhar para trás."

Por um único acontecimento na família, o lustre perde todo seu brilho e sua vida.

Apreciei e aprendi muito mais com esta releitura do que da primeira vez. É uma obra hermética? Sim. É uma obra difícil? Também, mas é sensacional todas as análises e todas as reflexões que o leitor ganha com esse livro.
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