Kennia Santos | @LendoDePijamas 21/05/2016“Mas ela parece estar com a alma tão cansada, e eu sei como é isso”.Hannah Sheppard tem 15 anos, tem uma família o mais comum possível, pais separados, uma irmã pequena e uma melhor amiga, Katie. É tachada de “rodada” por sua fama de ficar com vários garotos, e pra ajudar, a reputação de Katie também não ajuda.
E então, acontece. Hannah engravida. Aos 15 anos. E não revela quem é o pai da criança, o que, à vista de muitos dá a entender que ela não sabe quem é. Mas, na verdade, Hannah sabe...
Aaron Tyler tem um passado conturbado. Cometeu erros que ao seu ver são imperdoáveis, e culpa, omissão e tristeza vem o corroendo desde então. Mudou de colégio no meio do período letivo, o que é considerado por todos uma peculiaridade e tanto, mas com o passar do tempo, se acostuma.
Aaron e Hannah se conhecem, e desenvolvem uma amizade forte, e quando o boato da gravidez de Hannah se espalha pelo colégio, visando o bem-estar de sua amiga e se redimir dos erros do passado, Aaron se oferece para fingir ser o pai do bebê.
E é quando isso vem à tona que percebem que quem dizia ser amigo na verdade não era, e que os seres menos prováveis são aqueles que mais oferecem total apoio.
Sabe o que é mais incrível?
Duas basicamente “crianças” de 15 anos souberam lidar com esse assunto DEZ MILHÕES de vezes mais do que muita gente de 20,30,40 anos... A Hannah é tão madura lidando com isso, muitas vezes eu me esquecia da idade dela. Tinha crises adolescentes? Sim! Mas conseguia ser adulta o suficiente pra não colocar em momento algum a saúde da criança em risco por mimos.
Aprende a lidar com uma vida sem garotos, festas, bebidas, cigarros... Nesse período de convivência, Aaron percebe o tanto que Hannah vêm a se parecer com ele, mas existem coisas que ainda não foram reveladas..
Hannah esconde quem é o pai da criança.
Aaron esconde o seu erro do passado.
Poderiam duas pessoas com segredos conturbados ajudarem uma à outra em meio à tanta encrenca?
Non Pratt tem uma escrita incrível, totalmente tocante, realista e crua, discorre a história mantendo o leitor inteiramente na história, fazendo-o questionar e criar hipóteses sobre os segredos e sentindo euforia e dor com os personagens. O que me fez diminuir a classificação foi a expectativa que fiquei sobre Aaron e Hannah como casal, e o final que apesar de normal, poderia ter dramatizado um pouquinho mais.
A escrita dela me lembrou a de Jennifer Niven de Por lugares incríveis, e com certeza se houver outro livro da autora, irei comprar. Uma leitura leve, tocante e doída, que te faz questionar que tudo o que você planeja na vida, toda a sua realidade, pode virar de cabeça pra baixo em um piscar de olhos, e se você não se atentar, você afunda.