A Via Crucis do Corpo

A Via Crucis do Corpo Clarice Lispector




Resenhas - A Via Crucis Do Corpo


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Alane.Sthefany 26/07/2022

A Via Crucis do Corpo - Clarice Lispector
Trechos Preferidos ?? ? ??

Nós todos somos fracassados, nós todos vamos morrer um dia! Quem? mas quem pode dizer com sinceridade que se realizou na vida? O sucesso é uma mentira.

Foi ao espelho. Olhou-se profundamente. Mas ela não era mais nada.
? Então ? então de súbito deu uma bruta bofetada no lado esquerdo do rosto. Para se acordar. Ficou parada olhando-se. E, como se não bastasse, deu mais duas bofetadas na cara. Para encontrar-se.
E realmente aconteceu.
No espelho viu enfim um rosto humano, triste, delicado. Ela era Aurélia Nascimento. Acabara de nascer. Nas-ci-men-to.

Um dos meus filhos está fora do Brasil, o outro veio almoçar comigo. (...)
E conversamos. Eu tinha pedido para ele não sucumbir à imposição do comércio que explora o dia das mães. Ele fez o que pedi: não me deu nada. Ou melhor me deu tudo: a sua presença.

A morte é de grande escuridão. Ou talvez não. Não sei como é, ainda não morri, e depois de morrer nem saberei. Quem sabe se não tão escura. Quem sabe se é um deslumbramento.

Ela mal se conhecia. Aliás nunca se conhecera por dentro. Quanto a conhecer os outros, aí então é que piorava.
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@LuanLuan7 16/04/2021

Ótimo para ressacas literárias
O livro contém 13 contos escritos por Clarice Lispector.

Logo no início a autora conta que escreveu os contos por encomenda, cujo pedido não conseguiu negar: precisava (necessitava) escrever o que acabara de ouvir ao telefone.

Não há vulgaridade em nenhum dos contos, que são protagonizados por mulheres. Cada uma com desejos e necessidades próprias. Todas, de alguma forma, limitadas em sua satisfação pelo simples fato de terem nascido mulheres.

Tem a mulher obrigada a ser freira que desiste de tudo para saciar a vontade de sucumbir à força de um homem. Tem a idosa que é enganada por um rapaz mais jovem. Há a jovem casada que trabalha à noite e se depara com a solidão de seus desejos. Existe, também a mulher coroa que faz o que quer, e neste dia específico ela deseja ter 3 homens ao mesmo tempo com ela, na casa dela e dentro dela?

Em nenhum momento há apelação, pelo contrário. Há uma escrita leve, ácida, bem humorada e até poética.

Perfeito para tirar aquela ressaca literária.
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Sayuri 24/06/2020

Nunca decepciona
Ler Clarice é uma válvula de escape nas minhas ressacas literárias e, particularmente, sempre quero sair devorando palavras após a leitura. Contos curtíssimos com o humor (às vezes um tanto ácido) da autora que contagia o leitor e o deixa boquiaberto.
Não é um livro para todos, mas qualquer um que esteja com vontade de se aventurar e se surpreender, definitivamente precisa pegar esse livro em mãos e aproveitar da melhor forma possível.
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13marcioricardo 09/12/2023

Clarice
Contos de Clarice. Livro curto com contos super curtos. Bem ao estilo de Clarice... Ainda soltei uma ou duas gargalhadas. Rápido e gostoso de se ler. Escrita limpa. Cada vez gosto mais de Clarice.
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Lacrimosa 04/08/2022

via crucis
não entendi bulhufas mas gostei e gosto especialmente do título. "via crucis". que simbolismo lindo
Douglas Finger 04/08/2022minha estante
Kkkkk




João 06/11/2022

Sobre prazer feminino e emancipação
Em uma sabadão de maio, em 1974, a Clarice acordou e resolveu gritar pra todo mundo: MULHER TAMBÉM TEM TES40!!!!!!! e saiu essa obra-prima. Não é literatura erótica, mas sim uma exposição de 13 contos onde o desejo pelo s3x0 e a libertação do prazer são as principais temáticas.

Eu te amo, Clarice Lispector, eu te amo.
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Serena 23/09/2010

Clarice diz no prefácio ["Explicação"] que "Há também a hora do lixo", referindo-se à comentario feito a respeito dos contos deste livro.Convenhamos que até o "lixo" de Clarice é preciosidade,rs.

Sendo assim, posso dizer que não são os meus preferidos dela, definitivamente realistas/naturalistas, prefiro-a na subjetividade.
Mas é um bom livro.
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babi 07/04/2021

muito especial
Demasiadas criticas sobre o corpo e sexualidade feminina, com momentos "injustos" e cotidianos na vida de muitos. Como a própria autora reflete, todos passam pela via crucis da vida. Sexo, sexualidade, relações, o corpo, o humano. A constante descoberta e redescoberta do prazer é bem colocada aqui. Ler Clarice é se achar em cada frase.
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Ayan_lucca 11/07/2020

A Clarice
A forma em que ela deixa tudo ficar tão expressivo nos prende chama atenção
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Jamyle Dionísio 07/12/2021

Outras vias da escrita de Clarice
Lançado em 1974, quando Clarice Lispector já passava dos cinquenta anos, A Via Crucis do Corpo é mais do que um livro de contos: é uma revelação.

Não uma revelação no sentido epifânico, como tantos contos de Clarice. Mas um afastar dos véus que cobrem a Mítica Bruxa das Palavras. Sim, um compartilhar mais direto, relaxado até, da humanidade imperfeita de uma escritora que, famosa também por sua beleza, nos mostra um pouco da sua solidão, das suas frustrações com o envelhecimento de um corpo que não acompanha a mente vívida, os desejos da mulher que o carrega.

Curioso que é dos livros menos apreciados de Clarice, já que está longe de tecer os complicados labirintos psicológicos de Água Viva ou A Paixão Segundo G.H. Parece, na superfície, um livro em que ela permitiu-se brincar. Há, ali, o que menos se espera de uma autora de seu austero ?porte?: um sensualíssimo ser extraterrestre, as dinâmicas inesperadas de um curioso ?trisal?, uma velhinha afogueada que não sabe como se aliviar, prostitutas, travestis, gigolôs. E, no meio disso tudo, a onipresente Morte, com seu porte de Greta Garbo, a nos lembrar que tudo aquilo é muito leve, muito engraçado, mas que estamos lendo, afinal, Clarice Lispector, e que é preciso ver além do óbvio.

Ela conta, no início do livro, que alguém leu os contos e lhe disse que aquilo não era literatura, era lixo. ?Mas há hora para tudo. Há também a hora do lixo.?, ela conclui. E que lixo, minha gente! Lixo que até cheira bem, pra dizer a verdade. Lixo que esconde ouro por baixo.


https://www.instagram.com/chadepalavra/p/CWn4OYJLpYp/?utm_medium=copy_link
Alê | @alexandrejjr 13/12/2021minha estante
Outro texto magnífico sobre a Clarice, parabéns!




Anna 10/06/2020

Quero mais
Um bom livro para conhecer Clarice Lispector. São diversos contos (alguns meio cômicos), não são cansativos (são curtinhos) e tem uma explicação da autora no início. Pode ser devorado num só dia e deixa com vontade de ler mais.
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Américo 19/12/2021

Pequenos contos de Clarice
Este livro traz uma série de pequenos contos da Clarice Lispector, tendo como mote principal questões relativas ao relacionamento carnal e afetivo entre os indivíduos.

Com um texto bem mais realista do que de costume em outras obras suas, Clarice visivelmente fala de si em alguns contos (ou diria que são crônicas, neste caso?), e nos demais sempre há algum elemento absurdo ou sem sentido que torna a situação senão mais contundente, mais divertida.
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Dani Gundes 01/03/2023

Primeiro contato
Gostei muito dos contos, achei-os engraçados e tristes ao mesmo tempo. Foca na solidão e sexualidade das mulheres de meia idade.
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Pandora 23/03/2023

Decidi, depois de ler "Felicidade clandestina", colecionar Clarice Lispector. Ela é uma autora sensacional, simples, direta, sensível e emocionante. Eu fico absurdada com a forma totalmente despretensiosa através da qual Clarice conta suas histórias, o aterrador, corriqueiro, profundo e superficial aparece na narrativa dela de uma forma tão natural quanto o milagre de nascer em um mundo atroz como esse no qual vivemos. Então, poucos dias depois de terminar "Casas Vazias", ainda um pouco sem chão, peguei "A Via Crucis do Corpo" para dar uma olhada e terminei lendo de uma vez só, em um gole.

Em "A Via Crucis do Corpo" encontramos uma coletânea de contos feitos pela Clarice por encomenda de seu editor. A ideia era que ela escrevesse histórias que realmente aconteceram e entre o dia 12 e 13 de Maio ela escreve. Lendo esse livro tive a impressão de ter passado um dia inteiro com a Clarice, tomando café e ouvindo ela contar essas histórias. Ela sozinha em casa, eu sozinha em casa, ela falando, eu ouvindo, como se o apartamento dela se fundisse ao meu e nós realmente estivéssemos no mesmo espaço sem separação de tempo.

Cada história parece uma história secreta, coisas sobre as quais as pessoas que viveram talvez não gostassem de comunicar ao mundo, sensações da intimidade e do desamparo da própria autora. Os contos são diferentes histórias, mas se conectam um ao outro enquanto são escritos todos, um após o outro nesse fim de semana, entre o dia das mães de 12 de Maio e o dia 13 de Maio, dia da Abolição da Escravidão. Contos lúdicos, profundos, com a pretensão de serem verdadeiros, e, mesmo quando são absurdamente fantásticos, acredito em tudo que Clarice me contou nesse dia no qual nossas solidões se encontraram através da palavra escrita.

"Quando a gente começa a se perguntar: para quê? então as coisas não vão bem. E eu estou me perguntando para quê. Mas bem sei que é apenas "por enquanto". São vinte para as sete. E para que são vinte para as sete?
Nesse intervalo dei um telefonema, e para o meu gáudio, já são dez para as sete. Nunca na vida eu disse essa coisa de "para o meu gáudio". É muito esquisito. De vez em quando eu fico meio machadiana. Por falar em Machado de Assis, estou com saudade dele. Parece mentira mas não tenho nenhum livro dele em minha estante. José de Alencar, eu nem me lembro se li alguma vez.
Estou com saudade. Saudades dos meus filhos, sim, carne de minha carne. Carne fraca e eu não li todos os livros. La chair est triste.
Mas a gente fuma e melhora logo. São cinco para as sete. Se me descuido, morro. É muito fácil. É uma questão do relógio parar. Faltam três minutos para as sete. Ligo ou não ligo a televisão? Mas é que é tão chato ver televisão sozinha.
Mas finalmente resolvi e vou ligar a televisão. A gente morre às vezes." (pág. 45)
Rayssa242 23/03/2023minha estante
que citação linda !


Pandora 23/03/2023minha estante
Clarice e suas lindezas.




Camilla.Alves 12/10/2023

A via crucis do corpo
Fazia tempo que não lia Clarice e passar por esses contos foi uma agradável surpresa.

Os contos que ela traz tem nuances que tocam o corpo e todo o sofrimento que ele enfrenta ao atravessa a vida, a via crucis.

Há um atravessamento nas questões com o corpo e, ainda mais, com o corpo da mulher, como lidar com os desejos que pulsam no corpo e que querem ganhar vida. Por outro lado, a via é contornada por uma ligação com o divino, um certo torpor religioso, que causa a culpa ou expurga à libertação.

As possibilidades se apresentam para um fazer diferente com estes desejos que entremeiam o corpo e com a dor que ecoa nestes processos.

A via crucis é vivida por todos.
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