Resenhas - Escassez

Carla.Zuqueti 27/09/2020

Muito interessante
Escassez - Sendhil Mullainathan e Eldar Shafir


Quando falamos em escassez, imediatamente vem a nossa mente a escassez de recursos. A pobreza, a falta de condições de subsistência.

O livro ?Escassez? também trata desse assunto, mas de uma forma diferente: o foco é a largura da banda.

Entende-se por ?largura da banda? a capacidade cognitiva de tomar decisões. Essa capacidade é limitada é mutável, durante momentos das nossas vidas e também durante o dia. E reduz significativamente em momentos de escassez, não apenas de escassez de recursos, mas de tempo, de descanso, etc.

Isso significa que, quanto menos tempo temos, nossa capacidade cognitiva reduz, o que influencia diretamente na forma como tomamos as decisões.

Também esclarece como as decisões de pobres e dos ricos são tomadas e o que realmente cada um leva em conta no momento da decisão. O porque pessoas que sofrem de escassez, muitas vezes não tomam as melhores decisões quando recebem algo que suprem aquela deficiência.

Por isso também não fazemos as melhores escolhas quando surge um tempo livre em nossa apertada agenda.

Em um mundo onde muitos produtos estão se tornando commodities, a eficiência operacional é fundamental para a lucratividade das empresas. Mas se essa não vier precedida pela mudança de processos e inovação tecnológica, ela corre o risco de apenas gerar escassez, comprometendo a largura de banda da equipe e prejudicando o processo de tomada de decisão.

Também dá dicas de como automatizar alguns processos para evitar o comprometimento da largura da banda com coisas desnecessárias.

É um livro muito interessante!

Paulo Henrique 09/11/2016

Por que Trump Venceu?
Essa resenha está sendo escrita horas depois da vitória de Donald Trump para a presidência dos EUA, o que se configura temor ao redor do mundo todo. Mas por que um candidato tão polêmico consegue chegar tão alto na mais poderosa nação do mundo?
A eleição de Trump se deve a uma camada da população americana tradicional, aquela que é contra a globalização e a favor do protecionismo, ou seja me proteja do agente externo. É nesse ponto que o livro Escassez traz informações para explicar como essas "maluquices" podem acontecer até mesmo em nações mais instruídas.
A Escassez é tratada como a falta ou a sensação de falta de algo que a pessoa considera como sendo importante. Para um solitário seria a falta de uma companhia, para alguém de dieta a falta daquela comida tão desejada, para alguém sem dinheiro a falta do próprio e para alguém que se sente excluído a falta de atenção (aqui os descontestes eleitores americanos). Os autores trazem inúmeras pesquisas que demonstram que quando sentimos ausência de algo essa ausência modifica a maneira que pensamos, na verdade toma tanto espaço em nossa mente que dificulta pensarmos corretamente.
Que mulher nunca fez uma dieta? E que períodos difíceis, principalmente ter de acompanhar alguém, por exemplo em uma festa ou restaurante. Quem não conhece alguém ou até já vivenciou a situação de estar sem dinheiro e em um impulso se endividar mais ainda? Qual o problema se está tudo perdido mesmo.
E por que isso ocorre? O livro exemplifica isso como se você tivesse usando um computador com vários programas abertos, eles carregam a memória e vai ficando mais lento a cada programa aberto, entretanto o que importa mesmo para você é apenas um desses programas, os outros apenas estão atrapalhando o computador a processar. Assim é a nossa mente diante da escassez, a ausência de algo que queremos toma espaço em nossa mente a ponto de reduzir nossa capacidade de pensar corretamente, podendo fazer com que idéias que pioram o estado atual sejam tomadas.
Os autores, diante das pesquisas criticam programas sociais que não resolvem os problemas de verdade dos mais pobres, e assim fazem com que eles voltem sempre para a mesma situação, ou seja da escassez. Eles não conseguem raciocinar corretamente diante da escassez e isso vai tornando o sistema pior, pois vai passando de pai para filho.
Por esses, e outros motivos claro, que Trump venceu a eleição, pois a camada de "excluidos" não conseguiram pensar corretamente e no todo, mas apenas no seu problema que toma toda a sua banda de pensamento e termina com uma decisão em que eles mesmo podem ser as vítimas. Um detalhe que o livro deixa claro, há uma categoria de profissionais que entem de escassez há um bom tempo, os marqueteiros, basta olhar o que eles te fazem comprar e inclusive a eleger.

Estelia 12/11/2022

A Escassez deveria ser matéria de escola
Você já reparou que quando tem um problema, seja ele qual for, sua mente não se concentra no que tem que ser feito. E mesmo pensando em tal problema você tem que trabalhar mas não rende?! Pois é, isso tem um nome; Largura de banda. Este livro mostra que quando estamos em escassez de algo, por exemplo, tempo, dinheiro, e etc. Perdemos parte da nossa função cognitiva de tomar uma boa decisão. Mas, tem como controlarmos estes pontos, desde que saibamos reconhecer quando estamos entrando em escassez. Leitura essencial se quisermos melhorar em muito a nossa vida!

Madalena.Leite 08/03/2020

Esse livro traz várias pesquisas para defender a tese de que situações de escassez diminuem a nossa capacidade cognitiva e dá sugestões de como diminuir a probabilidade de escassez.

Eu achei interessante, mas eu tenho preferência por livros mais objetivos. Sabe aquele livro que parece que não acaba nunca? Eu precisei botar mini-metas para acabar ele.

Coelho 08/04/2021

Mais um livro muito bom sobre economia comportamental
Um jeito muito interessante de se ver a pobreza e um dos maiores mistérios acerca dela: por quê muitos cometem decisões que comprometem seu futuro mesmo detendo de boas informações e ajuda externa? É daqueles livros que você sai vendo o mundo um pouquinho diferente, mas acho que é um pouco maior do que precisava e em certos pontos parece se repetir bastante.

Pedro 28/07/2022

Muito bom
Sendhil e Eldar definem, exemplificam e propõem soluções para escassez, principalmente as de tempo, dinheiro e saúde. Eles discorrem sobre termos que ajudam a entender as etapas da falta de recursos, como folga (espaço que gerará certa liberdade), túnel (hiperfoco na situação) e largura de banda (capacidade de foco) e conectam como cada uma dessas etapas interferem no tipo de escassez debatida.

A qualidade do material e da impressão são muito boa, inclusive a quantidade de páginas, pois passa o conteúdo sem ser maçante. A leitura é fluída.

O livro foi dividido em 3 partes. Na primeira parte é definido escassez e como nos comportamos durante a falta de recursos. Na segunda parte são demonstrados estudos que servem de paralelo à realidade para exemplificar nosso comportamento e suas consequências. Na terceira parte são criadas propostas para problemas gerais, como pobreza e situações corporativas, bem como devemos antecipar e evitar problemas quando ainda estamos na abundância.
Livro excelente, claro e conciso. Explica o problema de uma forma diferente da debatida pela economia, sem jargões e com exemplos práticos e globais, se aplica facilmente a qualquer pessoa, em qualquer região.
Os 3 principais ternos (folga, largura de banda e túnel) foram definidos e explicados de maneira simples e objetiva.

Marcações de páginas: 10, 15, 39, 76, 88, 109, 112, 184, 194, 196, 206, 208, 224, 252, 257, 266, 298.

Frida 03/02/2020

Linguagem acessível, informações interessantíssimas
Alguns capítulos eram uma leitura obrigatória de uma disciplina que cursei (chamada economia comportamental), mas gostei tanto do livro que li até o final.

Like a Sir 18/02/2021

Decepção
Achei que o livro ia ser de auto-ajuda. Que iria me dar soluções práticas sobre o cotidiano.

Mas é um livro pioneiro, sobre uma ideia que ainda está em fase embrionária, a "taxa de largura de banda".

Algumas coisas fazem sentido, outras nem tanto. Muitas vezes, me peguei perguntando "onde esse cara quer chegar?"; "mas isso é bom ou ruim?"; "tá, mas o que eu faço com essa informação?"; "problema identificado, mas e agora?".

No fim, pareceu muito mais um livro político, contendo sugestões sobre políticas públicas, do que uma auto-ajuda.