História de Quem Vai e de Quem Fica

História de Quem Vai e de Quem Fica Elena Ferrante




Resenhas - História de Quem Vai e de Quem Fica


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Sueli 18/01/2019

Pensei Que Seria Mais Fácil...
Sabe, leitor, você não vai ter dias de alegria lendo a série napolitana. Suas protagonistas são representantes das lutas que todas as mulheres, que nos antecederam, tiveram que enfrentar para que obtivéssemos as poucas conquistas que conseguimos se comparadas ao universo masculino.
Cheguei a cogitar sobre a real questão que Ferrante propõe através desta longa história, mas não cheguei a lugar nenhum... Talvez, até mesmo por me reconhecer em vários momentos da trajetória de Lenu e Lila. Ora, em uma, ora em outra, embora, eu não tenha simpatia por nenhuma delas.
Lenu, para mim, sempre foi sonsa e dissimulada. Já Lila, além de descompensada tem um caráter cruel, vingativo e calculista. Não suporto nenhuma das duas. Então, qual o motivo para me sentir fascinada por essa tetralogia?
Porque Elena Ferrante fez um trabalho incrível! Sua narrativa é alucinada e alucinante. Diferente, feminina e feminista. Libertadora e informativa a autora traçou de forma quase didática o caminho das mulheres para o seu empoderamento, embora eu tenha verdadeiro horror dessa palavra.
Nada foi fácil para Lenu e Lila, assim como nada é fácil para as mulheres. Quebrar tabus e barreiras não é para ninguém tarefa agradável e, particularmente, neste volume, toda a conquista de uma das personagens fica comprometida por sua opção amorosa.
Ser contra ou a favor, não é a questão. A questão é que humanos tomam decisões a toda hora movidos por razões sentimentais, financeiras, físicas, sei lá! Tudo pode dar certo ou errado, mas como saber? Tudo depende de mil fatores e Ferrante nos apresenta, de forma muito bem estruturada, as possibilidades de seus personagens. Alguns com boas ferramentas, como Lenu, proporcionadas por variantes diversas, outros, como Lila, apenas com a força de sua personalidade incandescente e implacável.
Leitor, preciso dizer que fiquei fascinada por Ferrante e, de forma muito culpada, fui em busca de informações complementares sobre sua biografia. É claro que seu anonimato não duraria muito tempo já que o sucesso de seus livros não permitiria que este desejo permanecesse. Mas, a minha desconfiança que a série fosse uma autobiografia parece não ter muita consistência já que Ferrante jamais morou em Nápoles, tem ascendência alemã e parece ser muito bem casada com um escritor. E, justamente essa informação sobre a autora ser casada com um escritor fez com que eu me sentisse mais segura em pensar que determinados trechos da obra pudessem ter sido escritos por um homem.
Leia e depois me diga se estou completamente errada, ok?
Link sobre a matéria da Época: https://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/10/anita-raja-e-elena-ferrante-e-dai.html
Camila 22/01/2019minha estante
Só pela resenha deu vontade de ler!


Sueli 23/01/2019minha estante
Olá, Camila.
Eu espero que você leia e goste tanto quanto eu.
Mas, é como eu comentei, mesmo estou muito próxima do fim desta tetralogia, não consegui gostar de nenhum personagem, embora devido ao tempo de leitura e a densidade da narrativa, eu sonhe constantemente com todos eles...
Tudo obra dessa autora formidável! ;)




Nicollemp 04/04/2021

Talvez o meu livro favorito da série napolitana, pelo fato da Lenu estar conseguindo ser protagonista da própria história (ou pelo menos foi o que achei, até certo ponto). No fim, as coisas não eram bem assim, e o gancho que concluiu o livro me deixou incerta, mas com muita vontade de ler o último!
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Beto 19/01/2021

Quem vai, quem fica, e quem não pertence a lugar nenhum
História de quem vai de quem fica, de Elena Ferrante (ou História de quem foge de quem fica, no Brasil) é o terceiro livro da série Napolitana. Ele trata do tempo intermédio (até por volta dos 30 anos) na vida das personagens Lila e Lenu.

Entre um dos pontos altos do livro, eu destaco o fato de que a autora traz um contexto histórico muito mais estruturado e relevante do que nos primeiros dois livros. É natural que isso aconteça uma vez que a personagem também estão mais velhas, mais maduras, e com isso a sua relação com o mundo também é diferente do que foi nas fases anteriores de suas vidas. Aqui há, então, como plano de fundo uma Itália bastante violenta devido aos conflitos políticos nos Anos de Chumbo, entre as décadas de 1960 e 1980.

Chama atenção a aproximação de Lenu a grupos feministas, que discutiam o tema inclusive numa perspectiva teórica. Assim como colocado na resenha publicada na Página Cem (@página.cem no instagram), é interessante ver este tema em uma sociedade de 50 anos atrás, sendo que até hoje é tido como totalmente novo e incompreendido em muitos círculos.

Entre os diversos temas que a autora trabalha, sublinho a dificuldade de a protagonista em sentir-se pertencente a algum lugar. Nascida e criada em uma região pobre, na qual as pessoas têm pouca ou nenhuma possibilidade de estudo, e uma vez que ela teve, essa condição com o passar dos anos desfazem o pertencimento dela àquele espaço. Contudo ao passo em que ela vai à Universidade e amplia o seu círculo social, ela também não se compreende como pertencente àquele novo meio de pessoas com acesso à cultura de berço e condições financeiras abastadas. Neste ponto fica evidente o sentimento de insuficiência dela, já presente em alguns momentos no volume anterior, mas que aqui toma mais forma.

(ALERTA SPOILER) Entre os desafios pessoais também há outros dois pontos que destaco. O primeiro é a narração de uma maternidade real. A maneira como Lenu descreve a sua maternidade não é nada romântica, e, pelo contrário, dá mais espaço aos problemas e a carga negativa que a maternidade trouxe a sua vida. Nisso, há a relação com o que é esperado dela por ser mulher, independente do círculo social e do estudo que ela teve.

(ALERTA SPOILER) O segundo aspecto, mais ao fim do livro, é a situação de sofrimento com o fim do casamento da protagonista. Este assunto é muito delicado e autora traz um olhar muito realista nos diversos sentimentos envolvidos no episódio. É bem possível que pessoas que passaram por situações de término de relacionamentos longos ou casamentos venham a se identificar com com essa situação ou parte dela. Este é um ponto bastante sensível do livro na minha análise.

Dito isso, a recomendação de leitura do livro é muito forte e, de fato, dos três livros é o mais complexo e também aquele que chega mais fundo nas diferentes camadas das emoções das protagonistas, sobretudo da Lenu. Interessante ponto: embora seja uma série (inicialmente seria apenas um livro), cada volume tem uma personalidade e podem ser descritos não só como a sequência um do outro. São obviamente dependentes um do outro, mas cada livro com um motivo diferente para existir.
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Jucimara (Livro sem frescura) 19/03/2017

A vida é um caos de emoções
Lila e Lenu estão adultas e com filhos. Apesar dá distância as duas ainda se falam, mas trilharam caminhos diferentes. A vida adulta representa o que elas sonharam quando meninas? Você sabe que Elena Ferrante retrata um pouco dá vida de cada uma de nós e eu devolvo a pergunta para você? Sua vida é como você esperava? A resposta será a mesma de Lila e de Lenu. Neste livro você vai entrar fundo na mente de Lenu que está com a mente em caos. Ela não sabe o quer, se é feliz ou triste. Fiquei com muita raiva dela. Uma mulher tão culta e tão burra emocionalmente é que se deixa ludibriar pelos prazeres dá vida. Não gostei do rumo que a trama tomou, talvez porque ela retrate um pouco dá minha própria vida. A espera do próximo livro
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Priscila (@priafonsinha) 25/03/2017

E que venha o último volume!
Tenho percebido nesta tetralogia, que os leitores preferem/se identificam ou com Lila ou com Lenù. Eu sou das que gostam mais da Lenù, sempre a achei mais sensata, mais correta, maaas...neste livro ela me decepcionou. Dá vontade de chacoalhá-la e dizer: "Você não é assim!!"
Espero fazer as pazes e voltar a admirá-la no último volume! Que venha o próximo e último livro!
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maiasag 27/08/2023

Elena Ferrante
Mais um livro lido da Elena Ferrante, o tipo de autora que você lê, analisa, observa que já leu coisas melhores mas não consegue abandonar a leitura
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isalvetti 02/12/2021

Você quer política e romance num mesmo livro? Então tomaa
Elena Ferrante novamente trazendo o brilhantismo da sua escrita. Ela consegue fazer a gente ficar envolvido na história, sentir as mesmas coisas que as personagens e ainda por cima refletir em cima da nossa própria existência. Bizarra a capacidade dessa mulher?
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Carina 30/03/2024

Melhor que o outro, a Lenu começou a ser protagonista da própria história, mas odiei esse plot, odeio o Nino, ele é o pior personagem e pela primeira vez eu concordei com a Lila.
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