Resenhas - O Cabeleira (HQ)

Rodolfo Zumbi 30/01/2021

Uma saga dramática do Cabeleira. Confesso que comecei odiando o personagem título, mas, no decorrer da história fui entendendo e me afeiçoando. Grande mérito de um roteiro praticamente cinematográfico.

z..... 06/01/2018

Será que foi adaptada em quadrinhos pela EBAL? No momento não tenho resposta e ressalto que essa editora fez um trabalho memorável entre as década de 1940 e 1970 em relação a clássicos da literatura nacional e estrangeira. Com seus acertos ou erros, são obras que tenho curiosidade em conferir, preferencialmente após leitura dos romances.

Da EBAL nada encontrei, mas "O Cabeleira" foi publicado em quadrinhos em 2008 pela Desiderata. Créditos para Allan Alex, Leandro Assis e Hiroshi Maeda.

Quem leu o romance deve estranhar a construção, diante de diferenças radicais no contexto original. A escolha foi de privilegiar a ação, com fatos alterados e realçados para que o banditismo do cangaço ficasse mais explícito. A proposta que me pareceu evidente foi essa, que é representada em cenas de lutas e duelos impactantes, crueldade, terror que se espalha e força do homem indômito. Tudo se evidenciando numa arte legal. Um pouco caricata, mas extremamente expressiva, seduzindo os olhos, principalmente quando dominada pelas sombras, lembrando em certo momento a arte de Shima (como vemos nas páginas 62 e 63).
Acho a obra interessante pela soma da arte e visão do cenário inspirador, percebendo-se cuidadosa pesquisa dos autores. Quer um exemplo? Veja só... Qual a imagem que temos em representação dos cangaceiros? A ilustração da HQ fugiu da estética clichê, pois sabiam que foi estabelecida na época do Lampião e essa história se passou cerca de século e meio antes dele. Traduzindo, não encontramos aquelas coisas de chapéus ornados com estrelas, roupas espalhafatosas, coisa e tal.

Em relação à fidelidade ao romance, destoa bastante, mas não vou ficar aqui em um jogo de sete erros. Tem desvios gritantes. A única coisa que realmente não dava para alterar era o romantismo entre o Cabeleira e Luisinha, A HQ alterou drasticamente isso e não vemos a disposição de transformação da bela sobre a fera. Ora, que é isso de transformar a moça numa prostituta? Heresia total em relação ao livro. A descaracterização da história de amor não dá para curtir. Disso não gostei. É a beleza principal do romance.

Enfim, a impressão final é a visão sobre o banditismo. Só isso. Sem a questão do amor transformador no homem (como o romance instiga) e sem reflexão sobre injustiças sociais (que o romance também menciona). Banditismo inspirador a fenômenos como esse, que começaram a se perpetuar a partir do Cabeleira, o cangaço.

@andressamreis 15/08/2018

Quadrinho clássico
O Cabeleira - Franklin Távora, adaptado para os quadrinhos por Allan Alex, Leandro Assis e Hiroshi Maeda

Essa HQ ficou tão boa, mas tão boa que ouso dizer que a narrativa originada no século XVIII encontrou sua forma definitiva.
Trata dos feitos de José Gomes, o Cabeleira, considerado um dos primeiros bandoleiros do Brasil, que aterrorizava a província de Pernambuco no século XVIII e que através da tradição oral chegou até Franklin Távora, que em 1876 escreveu o primeiro romance regionalista ambientado no Nordeste.

A adaptação para os quadrinhos permitiu a ambientação, a dureza e aridez de um cenário de miséria, de pessoas expostas aos limites da sobrevivência, a violência originada pela disputa do alimento, do dinheiro, do poder e do amor, onde tudo é escasso.
Os traços bem marcados, com contrastes em pretos muito evidenciados criam o clima tenso, violento e psicológico.
Maravilhoso trabalho de arte.

Essa ficará comigo por muitos e muitos anos.

Rafael 21/03/2019

HQ independente de qualidade
Uma boa graphic novel independente com uma temática ainda pouco explorada no Brasil. Gostei muito.

MiojoGeek 20/08/2019

Antes de lampião havia o Cabeleira, e ele era implacável.
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Cabeleira é um dos primeiros bandoleiros de que se tem registro, bem, na verdade não existia registro.
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Esse filho de mameluco, junto com seu pai, José Gomes, e um escravo liberto, Teodósio tocavam o terror em toda a província de Pernambuco no Brasil colônia.
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Os relatos de suas maldades que não mediam consequências atacando igrejas, povoados, matando crianças e roubando a todos era passado a frente de forma oral e assim a história e seus desdobramentos não se perderam no tempo, até que 1876, Franklin Távora escreveu O Cabeleira, que se tornou o primeiro romance regionalista ambientado no nordeste brasileiro.
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Pois foi esse livro que foi adaptado para essa maravilhosa HQ publicada pela Desiderata através dos talentosos Allan Alex, Leandro Assis e Hiroshi Maeda.
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Baita história e tremenda adaptação com ilustrações absurdas. Comprei numa feira de livros por curiosidade e foi uma baita surpresa. Para acompanhar a leitura usei a trilha de Red Dead Rendemption e olha, que espetáculo. Minha nota pra essa HQ é 10/10. Se tiver a oportunidade leia, você não vai se arrepender.

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