Penalux 20/12/2017
As crônicas de Diego Moraes são envoltas pelo sentimento de êxtase do ser poeta, e ambiguamente carregar no peito, as delícias, mas também o carma de tal ofício.
Diego faz suas narrativas na proximidade do cotidiano, relatando as vivências diárias dos desejos e pensamentos corriqueiros; ter um carro, ter uma mulher bonita, esbanjar. Nesta passagem fugaz, pelo campo dos anseios humanos, e da observação do mundo e de seu funcionamento, subsiste, um outro lado: o ser poeta, e, por conseguinte, fazer das tragédias mundanas o material para a própria escrita.
As palavras de Diego voam pelas frestas diárias, sonda as casas das cidades, ao mesmo tempo, que na visita a estas várias possibilidades de vida, ele explora o interior das pessoas, partindo daquilo que ele próprio sente. O escritor menciona o homem que sofre de ansiedade, outro que sofre de solidão direcionando o olhar para a percepção das várias formas de existência, que nem sempre existem em figuras distintas, mas que também se fazem presentes na própria versatilidade dos sentimentos de um mesmo ser.
Nestes reconhecimentos de cotidiano sufocado no contexto das angústias diárias, o autor desabafa sobre o aconchego encontrado nas palavras “até que conheceu os livros e descobriu que a poesia é uma árvore que abraça e dá muita sombra”, afirmando que seus versos poéticos são o seu ponto de pausa em meio ao turbilhão do viver.