Ju Arantes 22/08/2021
Obrigada, Pai!
É a terceira vez que pego esse livro para ler, porém só consegui terminá-lo dessa vez, nas outras abandonava antes do segundo capítulo. Hoje entendo como um preparo do terreno, uma apresentação do pouquinho que essa obra teria de importância em minha vida.
A Cabana irá contar sobre uma parte da vida de Mackenzie Allen Phillips e sobre um especial encontro que teve, esse que mudou completamente sua vida.
Em sua infância Mack vivia num lar cheio de brigas, seu pai era muito violento e sempre que bebia batia em sua mãe. Um dia, então, após ser castigado severamente pelo pai, ele resolveu fugir. Nos anos seguintes foi para vários cantos do mundo, algum tempo depois, quando retornou para seu país conheceu Nannete e se casou com ela.
No período narrado, Mack e Nan já tiveram 5 filhos, dois desses já são mais velhos e saíram de casa.
A narrativa começa quando Mack desce para pegar as correspondências na caixa de correio e se depara com um bilhete "Mackenzie, já faz um tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar. Papai".
Um misto de emoções começa a surgir em seu peito, raiva, tristeza, confusão, desamparo... quem seria?
O motivo de tanto sentimento se dá por um acontecimento de alguns anos atrás.
No final das férias de seus três filhos, Missy, Kate e Josh, eles decidem ir para um acampamento em Joseph aproveitar o pouco tempo restante. A estadia foi maravilhosa... até o último dia, quando, ao tentar salvar Josh de se afogar no lago que ele e Kate decidiram se aventurar, Missy, sua filha mais nova é sequestrada.
Durante os dias seguintes, em meio ao desespero, ansiedade e tristeza, Mack permanece na cidade para tentar ajudar na procura de sua filha.
Poucas pistas surgem e nada que leve realmente ao encontro do criminoso. O mais próximo que chegam é de uma cabana em uma trilha no interior da cidade. Nesse lugar encontram o vestido de Missy e manchas de sangue ao lado, deduzem que ela foi morta e, possivelmente, sofreu abusos sexuais.
Mack se vê desolado, desamparado, porém precisa voltar pra sua rotina e para casa.
A partir desse acontecimento surge aquilo que ele designa de: A Grande Tristeza (o nome já é auto-explicativo), estado, esse, que o acompanha sempre, em todo momento e tira toda a cor de sua vida.
Mack não era de se abrir muito, falava só quando necessário e tinha um grande conhecimento e interesse na área da teologia. Frequentava sempre a Igreja, contudo, seu relacionamento com Deus não era dos melhores. O evento com Missy o separou demais do Criador, Mack culpava Deus pelo ocorrido e muitas inquietações estavam em seu coração. Nan, por outro lado, tinha forte conexão com Deus, inclusive o chamava de Papai.
Por isso, quando recebeu o bilhete (com o "Papai"), se encontrou muito assustado. Não gostava de lembrar do desaparecimento de Missy, nem da cabana e nem de seu contato com Deus. Porém, por mais incomodado que Mack tenha ficado, no fundo ele sentia que deveria ir até o lugar.
A partir de então, o livro irá narrar o retorno de Mack à cabana após anos do ocorrido e sua presença no tempo q esteve lá.
(Creio não ser SPOILER, então: sim, Deus estava lá)
**aqui começa minha experiência de leitura depois dessa, NECESSÁRIA, sinopse :)**
Caraca, que livro massa, de verdade! Eu não faço ideia de como resumir todo meu contato com A Cabana em uma só palavra (e ainda bem q n preciso kkk). Com certeza é uma obra que muita gente vai se identificar, pois há muitos assuntos abordados de formas emocionantes.
No comentário de Mike Morrell sobre o livro, diz que é pra ser lido como se fosse uma oração. Quando tive contato com essa frase estranhei, como poderia um livro de 200 páginas ser uma oração? Na prática entendi.
Em todo momento que Mack esteve na Cabana com Deus (qualquer um dos 3, sendo todos o mesmo kkk), senti como se eu mesma estivesse com Ele, uma sensação inexplicável. A cada diálogo era um momento que eu passava com Deus e aprendia junto com o personagem, era como se o próprio estivesse me ensinando.
E ler (ver ?) a forma com que Jesus, Sarayu e Papai se tratavam era realmente uma aula, um conforto, uma lição... incrível.
Nos é apresentado um Deus amoroso, paciente, misericordioso, esperançoso, atencioso... falando assim parece até repetitivo, pois ouvimos sempre essa apresentação Dele (pelo menos em minha realidade dentro de uma religião e comunidade), contudo, as vezes essas palavras parecem distantes ou então cômodas dentro de nós e nos esquecemos da grandíssima graça que são tais adjetivos para alguém (no caso, esse Alguém é bem mais do que qqr alguém com esses adjetivos é capaz de ser). Digo também que o livro me apresentou um Deus mais possível, mais próximo e me deu uma breve, pequeninha, mas graciosa revelação de como seria o contato presencial com Ele (e imaginar isso foi muito bom).
Apesar de ser uma leitura fácil, fluida e compreensível, algumas partes passaram longe disso para mim, em que não conseguia entender uma palavra, uma definição, um nada. Somente em duas dessas vezes que me impediu de continuar e teve um ritmo lento (mas foi compensado no final). O que mais achei interessante dessa confusão em algumas partes é que, por mais que não fizessem muito sentido de forma racional para mim, em meu interior eu compreendia e o sentimento acabava me mudando.
Porém entendo que o escritor estudou uma faculdade relacionada a isso, tem um entendimento maior sobre teologia e o aplicou em sua história. Já eu pouco sei sobre (contudo para aqueles que tiverem um interesse de entender essa parte filosófica da obra, há um outro livro que as explica).
Esse desentendimento também se dá pela variedade de assuntos abordados na história. Gostei disso, pois abre uma probabilidade grande de mais pessoas se identificarem com o livro de alguma forma (adendo que todos os assuntos apresentados terminam com um esclarecimento de acalmar o coração).
Acompanhar Mack em seu desenvolvimento ao longo do final de semana na cabana com Deus é muito emocionante, pois conhecemos parte de suas dores perante a morte da filha e vê-lo tratar dessas feridas em seu coração é de uma satisfação e tanto. Mais do que acompanhar as realizações, os processos em si são muito relevantes, pois pode-se retirar lindas lições para a vida (e ah!!!! Quantas lições).
As mensagens que mais falaram comigo foram sobre confiança em Deus, em seu propósito e em seu Amor; sobre como desenvolver uma relação com Ele; sobre relações de Amor e Sua forma de amar; sobre entrega; sobre perdoar; e sobre a Criação.
Houveram algumas informações dadas que são diferentes do que minha religião acredita, porém, creio que isso não influenciou muito na minha experiência de leitura.
Reforço que foi um livro maravilhoso, com ensinamentos e reflexões incríveis. Indico muito para todos que estão dispostos a se abrir para conhecer e/ou se aprofundar na grandeza do Amor de Deus.
(Minha vontade de lê-lo veio com a recomendação de meu pai. Ele n é de falar muito sobre coisas específicas, nem de fazer recomendações, então as poucas que faz coloco no meu caminho para também ter esse contato.
Desde o primeiro comentário sobre o livro, percebi que tinha certa importância para ele e hoje, depois de ler, entendo os motivos e fico feliz de ser uma das obras que mais o marcou, ela faz jus.)