Ileana Dafne 02/04/2016Leitura fácil e fluida!Nesse livro, que foi escrito quando a autora tinha seus 13 para 14 anos, é contada a história de Alice, uma moça que foi escolhida para cumprir seis missões no Reino Celestial. Um reino que se encontra em outra dimensão. Para que as escolhidas possam cumprir suas missões lhe são designados seus ajudantes e conselheiros escolhidos previamente dentre os cavalos alados. Para a Alice havia sido designado o cavalo alado Daniel.
Nessa dimensão as coisas acontecem de forma diferente, mas ao mesmo tempo possui muitas semelhanças com o mundo natal dela, o que torna mais fácil a adaptação. Principalmente por seu cavalo alado ser alguém por quem ela acredita que pode confiar e essa confiança é retribuída.
Após as pessoas escolhidas chegarem precisam ir falar com o Desafiador que determinará quais seis tarefas a dupla deverá realizar para que a escolhida possa retornar ao seu mundo e dar prosseguimento a sua vida.
Durante as provas eles ficam alojados num lugar chamado Asas Velozes, um hotel bastante utilizado pelos escolhidos e seus cavalos alados. Além de ser local de descanso e alimentação, aqui é onde ocorrem certos conflitos com outros personagens que achei meio sem nexo.
A Alice é uma personagem que até o final do livro não me decidi se gostei dela... Ela é muito fraca em determinados momentos que dava vontade de dar um tabefe na cara dela e manda-la ter iniciativa ou deixar de certas frescuras... Se bem que tendo se machucado como ela em certos momentos e não ter sentido nada depois é algo incrível. Principalmente em determinado momento em que ela morde a língua a ponto de sangrar, e muito, mas não sente dor... Tudo bem que é fantasia, mas ferimentos são ferimentos...
Outra coisa que me incomodou um pouco foi que em certo momento da história eles precisam mudar de nome para não serem descobertos em sua missão, ele passa a ser Bruno e ela Miranda, mas por um equívoco da autora e que a editora deixou passar, uma das personagens que só o conheciam por Bruno, trata-o por Daniel, tanto que a Alice manda a moça chama-lo de Dan. E isso me deixou confusa e atrapalhou um pouco o andamento da leitura porque parei para reler esse capitulo desde o começo para saber se teria como aquela personagem saber o nome real dele.
Nesse livro eu aprendi sobre o uso de bananas em ferimentos, não conhecia as propriedades da casca, e claro que pesquisei sobre, muito interessante isso.
A forma como a história se desenvolve me agradou bastante, acho que a Karina tem potencial e que pode criar algo muito mais fantástico daqui para frente.
O final só não me agradou mais porque fiquei com certas dúvidas martelando a minha mente e que ainda não me deram sossego... Sabe quando o final não preenche todas as lacunas? Que ficam informações a serem dadas que, mesmo sem uma importância vital para a história, deixariam o final redondinho? Faltou isso.
Também achei bem chato o fato da Chiado Editora ter deixado passar tantos errinhos que seriam tão fáceis de serem corrigidos, parece até que não se dedicam tanto no trabalho... No meio de parágrafos de narrativa começa uma fala e só depois que percebia que era alguém falando e não a Alice pensando ou lembrando de algo. Parágrafos partidos ao meio quebrando a linha de raciocínio... São coisinhas pequenas que uma leitura mais atenta teria notado e evitaria qualquer problema.
E eu recomendo muito esse livro pelo conjunto da obra e por ter gostado bastante de como a autora escreve. Acredito que essa será uma leitura rápida e prazerosa para a maioria das pessoas, principalmente para as que gostam de um romance com empecilhos quase que insolúveis ;)
Quotes:
E como deveriam ser os pensamentos de alguém? Será que frases passariam por baixo do meu campo de visão como a tradução de uma música? Ou será que talvez eu ouviria coisas com sua voz? Bem, eram, como certeza, muitas perguntas. Pág. 39.
Mesmo não compreendendo, acenei com a cabeça. Deveria ser algo parecido com o instinto maternal dos animais. Ninguém os ensina que têm de proteger os filhotes a qualquer custo e alimentá-los regularmente. Eles, de alguma forma, já sabem. Pág. 48.
Meus pais sempre encararam minhas faltas de amizade e minha louca vontade de ficar lendo em casa como um problema... Eu falava a eles que gostava de ser diferente, mas só papai entendeu. Mamãe ainda acha que sou muito antissocial... Diz que é por tal motivo que não tenho amigos. Mas ela está muito errada. Não tenho amigos pelo simples motivo de não querer. Pág. 67.
Detesto mentir, e tento fazer isso o mínimo de vezes possíveis. Mas tem vezes que simplesmente não há mais opção. Pág. 81.
"- As coisas estão mudando...
- Que coisas?...
- Coisas que não deveriam ser mudadas. Pág. 108/109.
O meu mundo é um lugar em que você nunca pode se sentir protegido demais, porque você nunca está totalmente seguro. Nem todas as pessoas são más... Também existem aquelas que só são suas amigas para conseguirem informações e favores. Pág. 165.
Eu ainda não sabia, mas o que tínhamos feito ainda iria desencadear muitas outras coisas pela frente. Pág. 174.
Senti vontade de bater minha cabeça repetidas vezes na parede para tirar logo aquelas coisas indecentes da cabeça. Pág. 177.
Fiquei feliz porque unicórnios deviam ser seres muito passivos e amáveis, então a tarefa seria mamão com açúcar. Como eu estava errada. Pág. 188.
De qualquer jeito, ele estava um amor comigo, todo preocupado. Parecia até minha mãe uma comparação estranha... Eles não tinham nada em comum, exceto, claro, a preocupação excessiva. Pág. 205.
Mas esse é o problema. Não posso deixa-lo lutar. Não quando o fim é óbvio. Pág. 241.
Quem foi mesmo que disse que todos os homens não prestam? Porque eu encontrei um que certamente vale a pena. Pág. 251.
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http://www.livroseflores.com/2016/03/resenha-em-suas-asas-karina-zulauf.html