Reivindicação dos Direitos da Mulher

Reivindicação dos Direitos da Mulher Mary Wollstonecraft




Resenhas - Reivindicação dos direitos da mulher


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Juliete Marçal 18/05/2020

A luta pela igualdade de gênero continua atual.
"Reivindicação dos direitos da mulher" é considerado um dos documentos principais referentes ao pensamento feminista. A sua publicação em 1792, pouco depois da Revolução Francesa, foi uma resposta à promulgação da Constituição Francesa de 1791, que excluía as mulheres do papel de cidadãs. Aqui, nota-se, que as ideias iluministas influenciaram a criação desse documento, e isso ajudou a autora a enfrentar grandes nomes do pensamento filosófico da sua época, indo na contramão de seus pensamentos, como por exemplo, de Rousseau que é citado no livro, além de ser o seu alvo principal, atacado de forma direta e irônica.

"O ser que pode governar a si próprio não tem nada a temer na vida."

A grande defesa de Mary Wollstonecraft é a educação, sobretudo, a feminina, defendendo que as mulheres devem ser educadas intelectualmente. Ela também discorre sobre a valorização moral em bases cristãs, - ainda que ela tenha tido uma vida fora do comum, transgressora e à frente do seu tempo, principalmente a amorosa, fora dos padrões -, e a fervorosa defesa da razão e do pensamento racional (trazido do Iluminismo).

"Desejo persuadir as mulheres a se esforçarem para adquirir força tanto da mente quanto do corpo."

A autora critica a educação feminina voltada para os bons modos, a beleza e a graciosidade, que segundo ela, enfraquece a mente da mulher, tornando-a submissa e infantilizada, o que seria ruim para a sociedade, e que nada mais é do que o resultado da maneira que são criadas. Basicamente, ela aponta aspectos da sociedade que não colocavam a mulher e o homem em pé de igualdade e que criando mulheres de forma diferente dos homens, acaba-se criando mulheres que não estarão aptas para viver em sociedade.

"Espero que meu próprio sexo me desculpe caso eu trate as mulheres como criaturas racionais, em vez de adular suas graças fascinantes e considerá-las como se estivessem em um estado perpétuo de infância, incapazes de ficar sozinhas."

Longe de ser uma leitura fluida, trata-se de um livro complexo que se repete bastante a fim de nos fazer entender e de argumentar a favor dos direitos igualitários da mulher. Durante a leitura me vejo concordando e discordando com muito do que a autora defendia, mas consciente que ela baseia sua análise com o mundo que conhecia, há mais de 200 anos, o que é bastante compreensível.

O fato da autora dialogar com outros autores, pode deixar o leitor um pouco perdido quando não se sabe de quem se trata, apesar das notas contidas no livro. Enfim, o livro não traz coisas tão novas, porque avançamos em muitos aspectos em relação às diferenças de gênero, porém podemos ver que ao compararmos com os tempos atuais, ainda existem algumas questões que permanecem quase da mesma forma e que continuam sendo discutidas.

"O entendimento do sexo feminino tem sido tão distorcido por essa homenagem ilusória que as mulheres civilizadas de nosso século, com raras exceções, anseiam apenas por inspirar amor, quando deveriam nutrir uma ambição mais nobre e exigir respeito por suas capacidades e virtudes."


"Eis um texto escrito em fins do século XVIII que continua atual."

^^
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Camila Borges 01/04/2021

Coragem para chamar a mulher de humana
Nessa obra revolucionária, Mary Wallstonecraft é ousada ao declarar em pleno séc 18 que a mulher deveria receber educação e ser considerada humana e cidadã. O pensamento vigente era de que a mulher deveria submeter-se "porque sempre foi assim". Não para Mary, que corajosamente confronta obras de grandes autores como Rousseau e insiste que a mulher está submetida a um "sistema de educação falso", que foi convenientemente criado por homens para transformar as mulheres em damas agradáveis e não criaturas racionais. Ler esse livro, um dos primeiros documentos feministas, me deu uma mistura de orgulho e vontade de continuar lutando. Muitas coisas mudaram, mas o que permanece igual depois de tantos anos é o que assusta.
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Mariana Dal Chico 19/02/2020

“Reivindicação dos direitos da mulher” de Mary Wollstonecraft foi publicado em 1.792 em resposta à Constituição Francesa de 1791, que não incluía as mulheres na categoria de cidadãs.

Minha edição da @boitempo tem o prefácio de Maria L. Q. de Moraes, que ajuda a criar um panorama socio/político/econômico da época. Wollstonecraft defendia a igualdade de todos os seres humanos com um “feminismo que se opõe à escravidão dos africanos e indígenas e à escravidão doméstica” p.10

A autora dialoga com vários autores e contesta com veemência as ideias que lhe parecem absurdas. Wollstonecraft apresenta alternativas e soluções para os problemas levantados.

Sua principal defesa é em relação à educação igualitária de meninos e meninas, sem que as garotas sejam confinadas em salas aprendendo a bordar e a arte de “conseguir um bom casamento”.

O capítulo 5 “Censura a alguns dos escritores que têm tornado as mulheres objetos de piedade, quase de desprezo” é o que gerou mais anotações indignadas de minha parte nas laterais do livro. Aqui ela rebate a ideia de que mulheres não são capazes de raciocinar e deveriam aprender desde crianças a aceitarem sua vida de submissão aos homens.

É um texto repleto de ironia, sagacidade e, por vezes, duro demais.

“Uma mulher assim tem de ser um anjo — ou um asno —, porque não distingo qualquer traço de caráter humano, de razão ou de paixão nessa serva doméstica, cujo ser é sugado pelo ser do tirano.”p.127

Ao fazer a leitura desse clássico feminista, é preciso ter em mente a época em que foi escrito, principalmente ao se deparar com as referências bíblicas e como disse Virginia Woolf “… não parece algo novo, pois sua originalidade tornou nosso lugar-comum”.

Foi impressionante constatar que muitas coisas que tenho acesso, só foram possíveis por causa da luta de mulheres que me antecederam, ainda há muito o que mudar e em muitas partes do mundo, as mulheres ainda não conseguiram adquirir os mesmos direitos que nós, brasileiras, temos. Enquanto uma mulher pode ser presidente do Brasil, em algumas culturas o casamento é arranjado pela família e elas são completamente dependentes dos homens.

site: https://www.instagram.com/p/B8XAIXQDQlF/
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Marcia 18/03/2024

Minhas impressões sobre o livro
Chegando do final do sec XVIII onde estive conhecendo a vida das mulheres e suas dificuldades em se posicionar, em ter voz ativa pois eram muito limitadas. Alguns homens até chegavam a questionar se a mulher tinha alma!!??
Mary Wollstonecraft foi uma mulher muito destemida que enfrentou toda sociedade machista escrevendo e publicando esse livro. Denunciando, esclarecendo e cobrando repeito e igualdade de gênero. Esse " livro denuncia a exclusão das mulheres do acesso a direitos básicos no século XVIII, especialmente o acesso à educação formal"
Uma grande mulher, revolucionária e corajosa.
Leitura muito importante para conhecermos a vida e as dificuldades que as mulheres enfrentaram nessa época. Vemos o que já conquistamos e sabemos que ainda falta muito.
A escrita é formal, não foi uma leitura fácil pra mim mas gostei bastante.
Recomendo a leitura a todos!
Valeu!!
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Jéssica 01/03/2022

Escritos de base
Tendo em vista que é um texto do século XVIII, deve ser lido como tal. E diferentemente de muitos que afirmam que Wollstonecraft estava "à frente de seu tempo", creio, muito pelo contrário, que ela pertencia essencialmente ao seu tempo.

A autora reconhece o papel mínimo de influência que exerciam as mulheres em sua sociedade, os limites de suas faculdades mentais e o jugo do matrimônio no qual eram submetidas e recolhidas ao ambiente privado em favor dos desejos do marido. É abordado temas que definitivamente chocaram o período em questão, como admitir que a mulher também é um ser capaz de aprender e desenvolver intelectualidade, parte disso nasce sua grande crítica a Jean-Jacques Rousseau, que defendia que a educação das mulheres deveria se voltar unicamente para serem boas companheiras dos homens.

Com um recorte voltado à realidade das mulheres burguesas, especialmente inglesas e francesas, a obra se restringe no que concerne aos temas trabalho, casamento, educação, virtude, moral, etc., mas sem perder sua inestimável relevância como um dos primeiros escritos de reivindicação e reconhecimento do ser feminino ? ainda que assuma um pensamento religioso e conservadorismo típicos à época.

A revolução aos moldes das mulheres, segundo Wollstonecraft, consiste em romper as correntes da subjugação, invés de lustrá-las; de identificar que a imagem de inferioridade, hipersensibilidade, de não intelectualidade, fora construída, aprimorada e, definitivamente, naturalizada. A reivindicação é, pois, o grito para a transformação de vivências, para educá-las, enfim, para enxergá-las como mulheres capazes.
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Adla Kellen 10/04/2020

Mary Wollstonecraft escreveu Reivindicação dos direitos da mulher para contestar a dominação do homem sobre a mulher em plena Revolução Francesa.

"Desejo persuadir as mulheres a se esforçarem para adquirir força tanto da mente quanto do corpo..."

Muitas das afirmações que ela faz no livro ainda vivemos no dia de hoje. Ela questiona o fato de meninos serem livres, correr, subir em árvores, enquanto meninas ficam presas em casas aprendendo a ser uma boa moça ou brincando do boneca. Enquanto mulheres ela nos mostra que precisamos ser livres. Fazermos o que quiser e enveredar por qualquer profissão.

Mary questiona e nos mostra também que precisamos aprender sobre cultura para termos conversas de igual para igual com os homem. Portanto, ela afirma que precisamos de educação para termos opinião crítica.

A mensagem que fica é devemos, nós mulheres, defendermos nossos ideais e cultivar nosso intelecto.
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Profa..Moreira 19/05/2020

Marco do Feminismo Teórico
Reivindicação dos Direitos da Mulher é um marco teórico do feminismo. A autora escreve esta obra como resposta à Constituição Francesa que não reconhecia as mulheres como cidadãs. Wollstonecraft analisa os prejuízos da exclusão das mulheres da política e na educação na sociedade europeia. Os três últimos capítulos, a autora mostra a importância de se incluir as mulheres na vida política e economia do Estado Nação na Europa do século XVIII.

Resenha completa no canal do YouTube https://m.youtube.com/watch?v=5DbgVFsP7g4
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jurripe 16/01/2021

pioneiro do feminismo
Mary Wollstone craft era um gênio. Naquele tempo, a mulher lutou pela educação e igualdade dos sexos se mostrando parte da vanguarda. Mãe de Mary Shelley, que fundou o gênero ficção científica numa brincadeira amistosa entre amigos, o mínimo que eu poderia fazer como mulher era ler Reivindicação dos direitos da mulher e entender seu impacto na sociedade até Simone escrever Segundo sexo.
É um livro que em partes não é atemporal, o que me deixou extremamente feliz, porque isso só mostrou que o feminismo vem sim conquistando suas vitórias. Mas teve muitas páginas que infelizmente foram apontadas questões que ainda não foram resolvidas em pleno século XXI.
Ao terminar o livro só consegui pensar no quão maravilhosa, inteligente e incrível que Mary era. Uma feminista e tanto super importante para nossa sociedade.
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Laryssa.Oliveira 27/05/2021

Não recomendo esta edição
Pra quem quer estudar o feminismo seriamente, acho uma ótima obra pra começar, os pensamentos de Mary Wollstonecraft influenciaram muito no feminismo de hoje. Porém não recomendo esta edição pelas notas de rodapé e pelo prefácio que Maria Lygia Q. M escreveu. Primeiro ela diz sobre Mary intitular como feminista, sendo que na época o termo "feminista ou feminismo" não existia, causando assim um anacronismo. Então Maria Lygia quem escreveu o prefácio, diz que o feminismo nunca matou ninguém, ignorando o movimento da Pluma Branca e o Ab0rto que surgiu como pauta de Margaret Sanger. Esses são apenas alguns exemplos que retirei do prefácio. No total eu adorei a obra e entender o pensamento de Mary Wollstonecraft!
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Melancia 24/04/2022

Tive que ler os mesmos textos umas duas vezes para entender? Sim.
Mas foi uma leitura boa, bastante interessante... valeu a pena me sentir burra durante quase todo o processo ?
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monique.gerke 06/09/2018

Ótimo livro.
Mary Wollstonecraft com certeza viveu a frente do seu tempo, seus questionamentos são pertinentes E necessários ainda em nossa época.
Juro que quando um desavisado me perguntar novamente, "pra quê serve o feminismo" em nossa tão evoluída época (de grandes conquistas e realizações, quá quá), vou sugerir a leitura desse livro.
Tivemos grandes mudanças em termos de direitos, SIM, mas a mudança que é necessária (e definitiva), é a mudança de mentalidade, e essa ainda está bem longe - como mostra esse livro publicado em 1792.
Aprendi muito conteúdo novo e esclarecedor, que me fez compreender melhor que ainda estamos agrilhoadas por algumas formas de agir e pensar, fruto da opressão e da cultura machista enraizada na nossa sociedade (que atinge homens e mulheres), mas que pode ser quebrada através do conhecimento e do livre pensamento. Nós somos responsáveis por quebrar nossos grilhões
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Day 23/01/2019

Veja bem, para a época em que foi escrito, é um livro incrível. Super a frente do seu tempo, com questões fundamentais. Além disso, retrata muito bem como foi surgindo e crescendo o feminismo.
Contudo, para hoje, o livro traz questões já resolvidas e algumas opiniões ainda um tanto conservadoras de mais e até preconceituosas, justificadas para a época, mas para hoje deixa o livro meio chato.
Valeu a leitura mais por um conhecimento histórico, mas não consegui me entreter muito e definitivamente não prendeu minha atenção.
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Kimdim 10/06/2020

Esse livro é absurdamente importante pra compreender o início do que chamamos hoje de feminismo, palavra que nem existia naquela época. A leitura é levemente complexa mas entender o processo pela luta a educação feminina compensa.
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Rebeca 16/02/2022

Muito bom!!
Mary Wollstonecraft nasceu em 1759 em Londres e morreu em 1787. Gosto de falar que a Mary é tão feminista – se é que podemos falar isso, já que esse termo surgiu quase 100 anos depois – quanto seu tempo permitiu ser. É uma obra difícil, e do meio pro final fica um pouco cansativa; ela começa a fazer muitas paráfrases com a bíblia e por estar num contexto da Revolução Francesa ela usa MUITOS filósofos iluministas de exemplo (em especial o Rousseau, em que ela vai dedicar alguns parágrafos para debater algumas de suas ideias).
É um livro bom, é cansativo, e eu não recomendo como leitura inicial para adentrar nas obras feministas. Tem citações incríveis e muitas vezes ela vai acertar em algumas coisas, mas também erra bastante (gente, esse livro foi escrito por meados de 1790).
Apesar da Mary Wollstonecraft deixar bem claro que deseja a independência das mulheres, e que elas tenham poderes sobre si mesmas, ela também expõe sua opinião sobre alguns assuntos complicados. Muitas vezes durante a leitura, ela focou em assuntos como: castidade e educação infantil.
Temos que levar em consideração que o INTERESSE – repito, apenas interesse – em estudar a psicologia infantil foi no século XIX, então a Mary vai falar a respeito de como a educação infantil deveria ser, mas num contexto cristão, muitas vezes usando Deus como base.
Sobre a castidade, gente... foi próximo dos anos 2000 que a virgindade passou a não ser mais requisito para anular casamento (no Brasil). Até hoje temos um tabu a respeito deste assunto, então eu vou ‘’passar pano’’ para a Mary neste assunto. Ela relaciona castidade muitas vezes com caráter.
É um livro bom, Mary teve um pensamento revolucionário na sua época e eu não vou invalidar isso. Recomendo caso você queira saber mais a respeito das condições das mulheres no sec. XVIII ou do inicio da ideia feminista.
Uma curiosidade legal é que Mary Shelley (escritora de Frankenstein) é filha de Mary Wollstonecraft.

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Renata1004 22/06/2021

O livro é interessante, bem denso e complexo, mesmo assim é muito interessante e continua sendo bem atual
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