Mariana Dal Chico 19/02/2020“Reivindicação dos direitos da mulher” de Mary Wollstonecraft foi publicado em 1.792 em resposta à Constituição Francesa de 1791, que não incluía as mulheres na categoria de cidadãs.
Minha edição da @boitempo tem o prefácio de Maria L. Q. de Moraes, que ajuda a criar um panorama socio/político/econômico da época. Wollstonecraft defendia a igualdade de todos os seres humanos com um “feminismo que se opõe à escravidão dos africanos e indígenas e à escravidão doméstica” p.10
A autora dialoga com vários autores e contesta com veemência as ideias que lhe parecem absurdas. Wollstonecraft apresenta alternativas e soluções para os problemas levantados.
Sua principal defesa é em relação à educação igualitária de meninos e meninas, sem que as garotas sejam confinadas em salas aprendendo a bordar e a arte de “conseguir um bom casamento”.
O capítulo 5 “Censura a alguns dos escritores que têm tornado as mulheres objetos de piedade, quase de desprezo” é o que gerou mais anotações indignadas de minha parte nas laterais do livro. Aqui ela rebate a ideia de que mulheres não são capazes de raciocinar e deveriam aprender desde crianças a aceitarem sua vida de submissão aos homens.
É um texto repleto de ironia, sagacidade e, por vezes, duro demais.
“Uma mulher assim tem de ser um anjo — ou um asno —, porque não distingo qualquer traço de caráter humano, de razão ou de paixão nessa serva doméstica, cujo ser é sugado pelo ser do tirano.”p.127
Ao fazer a leitura desse clássico feminista, é preciso ter em mente a época em que foi escrito, principalmente ao se deparar com as referências bíblicas e como disse Virginia Woolf “… não parece algo novo, pois sua originalidade tornou nosso lugar-comum”.
Foi impressionante constatar que muitas coisas que tenho acesso, só foram possíveis por causa da luta de mulheres que me antecederam, ainda há muito o que mudar e em muitas partes do mundo, as mulheres ainda não conseguiram adquirir os mesmos direitos que nós, brasileiras, temos. Enquanto uma mulher pode ser presidente do Brasil, em algumas culturas o casamento é arranjado pela família e elas são completamente dependentes dos homens.
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