O Feiticeiro de Terramar

O Feiticeiro de Terramar Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
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Resenhas - O Feiticeiro de Terramar


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Fernando Lafaiete 05/10/2017

O Feiticeiro de Terramar: 3 visões diferentes do mesmo livro!

O primeiro livro do Ciclo Terramar foi o escolhido entre eu e dois amigos para fazermos uma leitura conjunta. A escolha talvez não tenha sido a mais acertada, vocês entenderão após lerem as três opiniões aqui apresentadas.

#Leituraconjunta #AmigosdoSkoob
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Minha opinião
Minha nota: 4

Úrsula K. Le Guin é umas das autores mais aclamadas dentro da fantasia e da ficção científica. O Feiticeiro de Terramar foi pioneiro no gênero jornada de descobertas e feitiçaria e consagrou Le Guin como uma das autoras mais importantes da literatura internacional.

Entretanto, o livro em questão dificilmente agradará os leitores da geração Y. Pois Diante de outros livros de fantasia, "O Feiticeiro de Terramar" será encarado como um livro superficial, arrastado e mais do mesmo. Mas o que os leitores atuais precisam entender, é que os livros lançados no século 20, nada mais são do que inspirações ou até mesmo cópias descaradas deste clássico, onde os autores usam e abusam dos elementos criados por Úrsula K. Le Guin sem darem o devido crédito.

Nesta história, acompanhamos a jornada de Ged, um jovem que descobre possuir poderes mágicos e devido a isso acaba indo estudar em uma escola de magia. O sistema de magia criado pela autora, funciona através do nome das coisas. Se você sabe o nome real do que te cerca, você poderá controlá-las. Obviamente que para leitores assíduos de fantasia, já devem ter notado a semelhança óbvia com "Harry Potter" e "As Crônicas do Matador do Rei". Mas uma vez eu reforço, o livro de Ciclo Terramar foi lançado em 1967, bem antes do lançamento dos livros supra citados. Ou seja, não tem como o passado copiar do futuro.

Os 3 primeiros capítulos são bem frenéticos e a autora contextualiza o leitor de maneira bem rápida. Em um livro de 176 páginas, esta é a técnica de escrita e narrativa correta. Mas isso também causa um desconforto nos leitores de hoje em dia, pois a partir do capítulo 4, o ritmo se altera significativamente, se tornando bem mais lento e bem descritivo. Os diálogos são quase nulos e os blocos de textos são imensos. Este tipo de estrutura não me incomoda, pois já li outros clássicos de fantasia que possuíam este mesmo estilo. Pra ler um livro antigo como esse, é preciso se contextualizar e entender que este era o tipo de narrativa procurada antigamente... Com poucos diálogos e MUITAS descrições. Senhor dos Anéis é mais um bom exemplo disso.

Diante de tantas críticas negativas a respeito deste livro, eu iniciei a leitura esperando uma bomba em forma de livro. Mas fui surpreendido e achei o livro bom. Gostei de ter conhecido o livro que influenciou tantos autores do gênero e curti a metáfora que autora apresentou no final. Mas também senti falta de mais personagens relevantes e de interações mais significativas. Achei o desenvolvimento de alguns personagens bem rasos e me irritei com algumas incongruências relacionadas a alguns personagens. Mas como eu disse, curti a leitura e na verdade a minha nota real é 3.5, mas aumentei 0.5 devido ao posfácio que é maravilhoso. Quando ler o livro, se ler com atenção, perceberá que a autora realmente é talentosa e muito corajosa. Ela apresenta elementos que iam totalmente contra ao que a sociedade da época considerava o correto. Pra mim foi uma leitura bem válida!
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Opinião da Phanie:
https://www.skoob.com.br/usuario/1899632-ari-phanie
Nota final: 3.5

Comecei a ler Terramar esperando que fosse uma leitura de narrativa densa e lenta, mas nos três primeiros capítulos de introdução do personagem principal e mundo, achei na realidade a escrita da Úrsula bastante simples e ágil. E curti muito o Ged orgulhoso e vaidoso que foi apresentado. Pareceu mais compatível à personalidade de um adolescente a quem todos dizem ser poderoso. No entanto, a partir do quarto capítulo senti uma mudança relevante na narrativa e personagem que não me agradou. Infelizmente percebi a lentidão sobre a qual muitos falavam, o Ged é o único personagem de peso dentro da história, e isso não seria problema pra mim se a personalidade dele me agradasse mais. Mas após um incidente, ele ficou mais introspectivo e lamuriante.Tenho dificuldade com personagens assim. Também queria que houvesse mais personagens de peso, que não fizessem apenas aparições que em sua maioria não acrescentam nada a história. Senti falta de uma personagem feminina também, mas depois do
posfácio (que me fez admirar a autora muito mais do que sua história), acho que ela vai dá mais espaço às mulheres em seus próximos livros. Encerrando, foi uma leitura agradável por ser compartilhada com amigos, e acredito que mesmo que eu tenha achado mediana, vou investir no resto da saga.
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Opinião do Lucas:
https://www.skoob.com.br/usuario/1296021-lucas
Nota Final: 3

Primeiro, Não consigo gostar de livro quando não estou a fim de lê-lo. Já começa por aí. Depois de Aprendiz de Feiticeiro e agora Terramar, tenho certeza que não gosto muito dessas jornadinhas de heróis mequetrefes. Também não sou fã de magos. Por mais que Gandalf e Dumbledore sejam legais; o arquétipo de mago nunca me agradou. Não gosto desse tipo de magia de contos de fadas.

Gostei da escrita, com ressalvas pra frases longas que eu tinha de reler porque lia esquecendo o que estava antes (De novo ansiedade de terminar o livro, porque já comecei não tendo interesse nele).

Também tenho raiva de situações resolvidas as pressas. Essas mil e tantas encheções de linguiça podiam ter rendido mais tempo contra o dragão.

Jasper? A não ser que ele não apareça mais nem como secundário, totalmente desnecessário (e era o personagem mais interessante). A parte da escola, desnecessária. Tenho pra mim que se tu pretende escrever algo curto, não invente de inserir locais onde você pode fazer muita coisa e esse tanto de personagens.

Não gostei dos 3 primeiros capítulos porque destoaram do restante do livro. São basicamente um resumo da infância do personagem central. Coisa que eu não gostei muito no primeiro livro das Crônicas Saxônicas que faz algo parecido, porém melhor. Vai escrever a infância do personagem? Não me venha com resumo.

Gostei de não ser um livro de batalha, mas o final é bobo. A metáfora apresentada poderia ter sido feita sem o final ser a própria metáfora. As descrições não são interessantes. Ela aponta que existe ilha, castelo, casa... Mas apontar o que existe no mundo, não é o mesmo que descrevê-lo.

O aspecto intrínseco da magia nesse mundo é interessante. Bem mais bem aplicado do que Rothfuss faz parecer n'O Nome do Vento. Mas pra quem gosta de fantasia tem por obrigação ler Terramar. Pra conhecer o que moldou o gênero.
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Considerações finais:

Para a nossa leitura conjunta, escolhemos um livro que fosse inédito para os 3. Apesar de não estar muito interessado no Feiticeiro de Terramar, quem indicou o livro foi o Lucas (rsrs). O Lucas tem uma visão bem diferente sobre livros de fantasia e isso colaborou bastante nos nossos debates. O livro tem 10 capítulos, sendo que dividimos a leitura em 3 dias (3 caps - 3 caps - 4 caps). Valeu muito apena esta experiência de leitura conjunta. Muito obrigado Phanie e Lucas por terem aceitado o meu convite. Debater com vocês sobre o livro enquanto liamos foi bem interessante e as vezes acirrada (rsrs). Espero que nossas opiniões sejam úteis para quem deseja ler este livro. E pra quem já leu, sinta-se a vontade de conversar conosco nos comentários, caso você tenha tido paciência de ler as três opiniões. :)

Nota conjunta (somei as 3 notas individuais e dividi por 3): 3.5
Ari Phanie 05/10/2017minha estante
Ri aqui na parte do Lucas huahuahua. Ótima resenha, Fernando. Como disse no grupo, amo Senhor dos Anéis, e poucas vezes me encomodou o textão denso. Mas n foi o caso com Terramar. Acho q gostar ou n, não envolve apenas o hábito.


Ari Phanie 05/10/2017minha estante
Se formos fazer algo semelhante de novo, sugiro outro genêro. Talvez suspense pra v se anima o Lucas.


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
Verdade Phanie... Eu também ri muito quando o Lucas me mandou a parte dele. Ele fez o que eu normalmente faço; detonou o livro! Rrsrs


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
Super aceito fazer de novo com um novo gênero. Amo suspense!!


Lucas 05/10/2017minha estante
Vou arranjar um livro único e que não seja de fantasia pra próxima.


douglas 05/10/2017minha estante
Concordo bastante com a opinião da Phanie. A personalidade do Ged tambem passou a me incomodar e senti falta de mais personagens de peso e uma personagem feminina mais relevante. E concordo com o Fernando que o posfacio é maravilhoso.


Lucas 05/10/2017minha estante
Nem espero ver mulheres nesses livros curtos da época em que Judas perdeu as botas. Já sei que as chances de ter são poucas mesmo.


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
Eu gostei mais que eles do livro Douglas. Não achei ele tão ruim como dizem e nem vi tantos defeitos como o Lucas (rsrs). Mas super entendo o desanimo que ele causa na maioria dos leitores!


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
E no segundo livro a protagonista é uma mulher... eu achei isso ótimo. Agora que o feminismo está bem presente, acredito que a continuação poderá agradar mais os leitores de hoje, se formos considerar este aspecto.


Ari Phanie 05/10/2017minha estante
Sim, a mim vai agradar e mto rs ;)


douglas 05/10/2017minha estante
Ah, acho que nenhum de vocês leu mas A Sombra do Vento do Zafon é um livro incrivel, fica a dica para uma possivel leitura conjunta de vocês.


Lucas 05/10/2017minha estante
Eu ia sugerir Xogum do James Clavell.


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
Eu vou ler A Sombra do Vento muito em Breve Douglas. Ouço tantos elogios que estou bem curioso pra saber se é realmente tudo que dizem. E este livro que você citou Lucas eu não conheço; darei uma pesquisada!


Ari Phanie 05/10/2017minha estante
Vou ler Sombra do Vento ano que vem.


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
Rrsrsrs... Acho difícil lermos Xogum Lucas. :/


Lucas 05/10/2017minha estante
Medo do tamanho?


Fernando Lafaiete 05/10/2017minha estante
Não tenho medo de livros grandes, quem lê Os Miseráveis não tem como ter este tipo de medo. Mas pra leitura conjunta ficaríamos o ano todo lendo. Livros grandes como esse eu prefiro sentar e ler de uma vez. Sem ter um cronograma de ritmo pra seguir.


Ari Phanie 05/10/2017minha estante
A história parece massa, mas esperava algo mais tranquilo de ler dessa vez. E n agora, claro.


Lucas 05/10/2017minha estante
Agora não dá mesmo. Tenho Sleeping Beauties


Lucas 05/10/2017minha estante
Talismã, Stormlight e Pilares da Terra pra terminar.


Lucas 05/10/2017minha estante
Agora não dá mesmo. Tenho Sleeping Beauties, O Talismã, Stormlight e Os Pilares da Terra pra terminar.




Leo 26/09/2016

6 MOTIVOS PARA LER: O Feiticeiro de Terramar
-MOTIVO I: PERSONAGEM FALHO
Ged é real. Ursula tinha tudo nas mãos para idealizar um personagem que passaria por diversos desafios resolvendo problemas que não são seus e recebendo méritos por isso. Mas ela decidiu fazer diferente: O protagonista se mostra ganancioso desde o início da história, ele sempre quer se provar perante os outros e não suporta ser rebaixado. Inclusive é isso o que lhe trás problemas. O único motivo de Ged ter que sair em uma jornada pelo Arquipélago, é manter-se longe das pessoas com as quais ele se importa, livrando-as assim, do perigo que o persegue. Perigo esse que o próprio menino foi responsável por libertar em Terramar.

-MOTIVO II: SIMPLES E DIRETO
São poucas as obras de fantasia capazes de cativar pela simplicidade. Na verdade, para não lhes faltar com sinceridade, a simplicidade de O Feiticeiro de Terramar me incomodou a um primeiro momento. Ursula soube sintetizar toda a proposta do livro, mostrando o crescimento de um personagem e ainda assim sendo bem direta. Eu não estava preparado para digerir uma obra de fantasia que não contasse com todo aquele floreio que é comumente observado na literatura fantástica mas, conforme a história foi passando, eu fui sendo cada vez mais sugado para dentro da diferenciada jornada do herói que o livro propõe. Digo diferenciada e explico no próximo motivo.

-MOTIVO III: JORNADA PESSOAL
A autora se valeu de questões muito mais internas para elaborar as quase 200 páginas que compõe esse livro. Novamente quebrando com a expectativa da maioria dos leitores, a autora criou um personagem solitário que lida muito mais com o seu eu que com o mundo lá fora. É óbvio que para a obra se desenvolver, Ged navega por grande parte do Arquipélago que é Terramar, afinal de contas, é assim que se consolida o seu famoso nome de Gavião. Pontuada por pequenas passagens por determinadas ilhas, a jornada do Gavião é muito mais valiosa nos momentos em que ele entra em confronto com as suas próprias questões.

-MOTIVO IV: QUESTÕES RACIAIS
Para quem não conhece Ursula K. Le Guin, é importante falar que a autora é muito ligada e ativa em questões sociais. Sabe quando dizem que determinada pessoa está a frente de seu tempo? Pois o nome do qual vos falo é o primeiro que me vem à cabeça. Ursula traz nesse livro questões que confrontam a sua época sorrateiramente e ainda assim com ideias fortes o suficientes para quebrar o preconceito de uma geração de jovens leitores. Publicada em 1968, a obra quebra com os ideais do herói branco que tanto para a época quanto para atualidade, temos que admitir, são um padrão. Ged tem a pele marrom-acobreada e Terramar, em quase sua totalidade, é composta por negros.
"Eu me opus à tradição racista, tomei uma posição - mas em silêncio, e isso passou praticamente despercebido. Infelizmente, na época, eu não tinha poder para combater a recusa pura e simples de muitos capistas em colocar pessoas não brancas na capa de um livro. Por isso, apesar de muitos Geds posteriores, de pele alvíssima, a ilustração de Ruth Robbins para a primeira edição - o perfil marcante e delicado de um jovem com pele marrom-acobreada- sempre foi para mim a verdadeira capa do livro" - Ursula K. Le Guin.

-MOTIVO V: NÃO HÁ GUERRAS
E assim como as subversividade usada no motivo anterior, temos um pouco no seguinte: Em momento algum no livro há guerras sendo travadas, combates sanguinolentos acontecendo. Entendo o seu questionamento, leitor, acredite. "Um livro de fantasia repleto de características medievais e sem batalhas? Como isso pode ser uma vantagem?" Isso para mim foi uma espécie de tapa de luva - principalmente quando os motivos para tal são explicados no posfácio escrito pela autora. Ela não queria resumir o livro à metáfora da guerra que, segundo ela, é limitada, limitante e perigosa. Ursula afirma, e eu concordo - apesar de campos de batalha serem cenários que me apetecem-, que resumir a complexidade de um conflito entre o certo e o errado, é um modo pueril, enganador e degradante, pois faz com que violência nesses casos seja sempre a resposta. O que difere o bem e o mal nesses cenários, é quase sempre o ponto de vista, visto que a reação de ambos para o conflito é a mesma: ofensiva de batalha.
Se opondo a isso, para se tornar o Gavião, Ged tem que enfrentar uma jornada de autodescoberta em que o os dois lados da moeda trazem a face do garoto. O certo e o errado são um só, e nenhum ao mesmo tempo.

-MOTIVO VI: AINDA É UMA FANTASIA
Mesmo sendo suporte para muitas questões propostas pela autora, O Feiticeiro de Terramar ainda é uma obra fantástica, com elementos cativantes para os amantes do gênero, como magos e feiticeiros, dragões e outros seres fantásticos. O sistema de magia é simples e satisfatório, e provavelmente vai agradar aqueles que, assim como eu, são devotos de Patrick Rothfuss. Em Terramar, o controle sobre as coisas se dá no momento eu que você domina o nome delas - algumas semelhança com os livros do Rothfuss? Acho que sim. Há uma escola de magia, magos mais instruídos que outros e por toda a Terramar há aqueles que cantam os grandes feitos dos heróis, assim como foram cantadas canções sobre o Gavião. O livro é contado de uma forma que climatiza a obra em um grau de lenda, isso se deve muito à narrativa simples e direta já citada, mas mesmo assim é impossível não dar aquela viajada e tentar enxergar a obra como uma lenda do nosso próprio mundo.
Todos os elementos do livro se rodeiam muito bem de modo a formar uma obra de fantasia cativante e desafiadora em suas questões. Sem dúvida esse seria um livro que eu recomendaria tanto a um novo leitor, que entraria na cena da fantasia com o pé direito e uma pisada muito bem dada, quanto para um com mais carga que, poderia se despir previamente das suas ideias sobre uma obra de fantasia ou, poderia assim como eu levar alguns tapas de luva, o que também não é má ideia.

- E AGORA, UNS EXTRAS:
Trata-se do 1º livro de uma série chamada O Ciclo de Terramar, que conta com mais 4 livros.
O Feiticeiro de Terramar, 1968
The Tombs of Atuan, 1971
The Farthest Shore, 1972 (Vencedor do National Book Award)
Tehanu: The Last Book of Earthsea 1990 (vencedor do prémio Nebula, em 1990, e do prémio Locus, em 1991
The Other Wind, 2001 (vencedor do World Fantasy Award, em 2002)

site: http://www.adoraveisdiasdecao.com.br/2016/09/6motivos-feiticeiro-de-terramar_24.html
Israel 21/10/2016minha estante
Ajuste a sua avaliação!


ProfBaco 12/07/2020minha estante
Amigo e o livro "O feiticeiro e a Sombra" que também e tratado como o livro 1 do Ciclo Terramar? S rua um livro a parte ou o mesmo que este?


Raphael 24/05/2023minha estante
Tô lendo


Hel 18/09/2023minha estante
Já me atraiu. Quase toda história de fantasia versa sobre um herói (às vezes heroína) que precisa derrotar um tirano local ou um ser que ameaça lançar o mundo em trevas e se ela conseguiu fugir disso, meus parabéns! Chega de guerras!




Hayra.Oliveira 04/07/2020

"Infinitas são as discussões dos magos"
Esse livro me foi apresentado por um amigo logo depois de eu ter lido O Nome do Vento e apesar da narrativa da Úrsula K. Le Guin ser bem simplória quando comparamos ao Patrick Rothfuss, é inegável admitir que esta obra de fantasia não merece o devido respeito.

Ursúla Guin dá a sua bela contribuição para a fantasia medieval pura e sem rodeios com a história de um mago e a sua jornada rumo ao autoconhecimento, que segundo a própria autora "é a vitória que significa o começo de uma vida" .

O vasto universo criado nos instiga a conhecer mais sobre Terramar e descobrir os caminhos que levam Ged até a descoberta do seu próprio ser.

Se você gosta de literatura de fantasia medieval então eu recomendo que leia esse livro para entender a base e referência que influenciou tantos outros clássicos mais atuais.
Garrot 08/07/2020minha estante
Oi, boa tarde eu comprei o feiticeiro de terramar a algum tempo ( ainda não li ), mas eu gostaria de saber pela sua experiência de leitura, na sua opinião qual é melhor, O nome do vento ou O Feiticeiro de terramar ?
(Obs: eu ainda vou comprar O nome do vento) é isso e obrigado ?


Hayra.Oliveira 08/07/2020minha estante
Olá, eu honestamente gostei muito mais do livro O Nome do Vento.
A narrativa do Patrick Rothfuss é muito mais rica e densa do que a da Ursula, porém você precisa levar em consideração que o livro da Ursula foi escrito muitos anos antes e é percursor e inspiração para obras como O Nome do Vento.
A Ursula tem uma abordagem mais simples, porém com margem para discussões profundas (principalmente no seu segundo livro do Ciclo Terramar - As Tumbas de Atuan).


Hayra.Oliveira 08/07/2020minha estante
Aconselho você a ler primeiro o Feiticeiro de Terramar e depois ler O Nome do Vento


Garrot 08/07/2020minha estante
Entendi, obrigado ?




JoaoVictorOF 11/08/2023

Larga a faca, J.K Rowling!
O título não passa de uma brincadeira, já que eu só me deparei com a obra da Ursula Le Guin por conta das comparações que tem se tornado frequentes entre Harry Potter e os livros de Terramar desde que a (des)querida começou a lançar suas declarações polêmicas.
De fato, há algumas semelhanças, o suficiente para apoiar as alegações de Le Guin de que, embora os livros de Rowling sejam de fato obras impactantes e bem trabalhadas, não são tão originais quanto parecem. Temos aqui uma autora que mergulhou no então pouco popular gênero da fantasia e nos deu um jovem feiticeiro, também um escolhido, que embarca numa jornada mágica, com direito a escola de bruxaria e tudo, 30 anos antes da publicação da história do menino que sobreviveu.
Mas as semelhanças meio que acabam por aí, acredito. Basta ler um pouco para perceber que "O Feiticeiro de Terramar" é bem diferente da fantasia com a qual estamos hoje familiarizados. Acho que o principal elemento aqui é a forma como a narrativa é construída; a história de Ged nos é apresentada como um relato fantástico ao redor da fogueira, ou uma história a ser contada aos poucos na hora de dormir por um parente amoroso. Esse efeito é conquistado, acredito, pelo uso do um narrador onisciente, de ampla visão, que nos conta os acontecimentos com aquele tom grandioso e épico, mas sem se aprofundar muito nos pormenores ou na caracterização, preocupando-se mais em dar andamento ao enredo e apresentar aventuras variadas pra manter nosso interesse.
O ônus dessa abordagem é que frustra quem vive pela máxima do "show, don't tell"; mostrar ao invés de contar. Faz-se bastante uso do sumário para apresentar resumidamente o que acontece em alguns momentos ao invés de cenas para detalhar minuciosamente as coisas. Anos passam em parágrafos, o treinamento de Ged leva poucos capítulos, sua estadia na escola dura um capítulo e meio, diálogos são usados bem economicamente... Em diversos momentos me peguei pensando coisas do tipo: "adoraria ter visto isso em mais detalhes; adoraria que personagem 'x' fosse mais aprofundado; queria entender melhor esse sistema de magia...". Mas entendo que isso iria contra o efeito pretendido pela autora e tornaria o livro enfadonho ao invés da leitura prazerosa e variada que ele se revelou ao final.
Gostei muito da trama. Como a própria autora comenta no posfácio, o fato de ser uma jornada de autodescoberta ao invés de uma luta clássica entre bem x mal é realmente algo inovador para o gênero.
Enfim, eu gostei muito. Foi diferente do que eu esperava para um livro de fantasia, me causou estranhamento e deslumbramento em igual medida. Tenho esperanças de que Terramar se revele um destino ainda mais atrativo nos próximos livros.
bardo 12/08/2023minha estante
Bem existem semelhanças pq HP usa de quase todos os clichês possíveis do gênero rs Eu não desmereço o trabalho da Rowling (como eu separo autor e obra pouco me interessa o que ela pensa), mas tendo lido HP bem mais velho e com muito mais bagagem estou longe de ter toda essa adoração que o povo tem. Outro que bebeu e muito do trabalho da Úrsula foi o Patrick Rothfuss..


bardo 12/08/2023minha estante
Em tempo.. leia o A Mão Esquerda da Escuridão, ali a Úrsula vai ainda mais longe em mostrar do que era capaz.


JoaoVictorOF 12/08/2023minha estante
Já está na lista! Obrigado pela indicação.




Ro 23/09/2020

Uma senhora fantasia
Fazia tempo que eu terminava um livro e me sentia feliz com a história que li.

Le Guin optou por criar uma fantasia relativamente curta, se levarmos em conta a quantidade de páginas, mas estritamente importante e rica de sentidos.

Pela primeira vez na minha vida li um livro em que as personagens negras não estão no papel de vilãs, não são demonizadas ou apresentadas como inimigo. São pessoas comuns, apenas vivendo no universo do livro, o que parece simples, mas que faz total diferença.

Outro ponto importante, e que a autora deixa explicado no posfácio, é a não adesão por parte dela de uma narrativa maniqueísta em relação ao reconhecimento das dificuldades e a batalha final do herói, Ged. Le Guin, propositalmente, escolhe não criar pessoas más que precisam ser derrotadas por pessoas boas (que, se formos olhar a fundo na questão, acabam se transformando em más também, visto cometerem atos vis em nome do bem).

Talvez eu esteja apaixonada? Talvez. Se amei a questão do poder das personagens ser centrado na nomeação das coisas? Certeza. Não é só pensar que as palavras tem poder. É ver o nome das coisas despertá-las ao ser corretamente chamadas à vida, à ação.

Se você curte fantasia, precisa ler esse livro. Mas se não for o seu caso, leia também. Principalmente naqueles momentos quando você precisar de algo leve, mas ao mesmo tempo discursivamente potente, para te lembrar que ler é prazer, assim como é se reconhecer na leitura.
Ave Fantasma 24/09/2020minha estante
Essa fantasia é incrível. E eu adoro justamente pelos elementos que você descreveu.


Ro 24/09/2020minha estante
Uma pena a Arqueiro ter lançando apenas os dois primeiros volumes, né?
Comprei porque você falou dele no L.A.


Ave Fantasma 24/09/2020minha estante
Uma pena mesmo. Deveriam ter feito um investimentozinho nessa série. Eu havia lido umas edições de Portugal e parei de ler justamente para ver se pegava essas em pt, mas tá nesse hiato aí.




Anna 09/05/2022

Eu deveria ter gostado...
Livro clássico, que deu origem aos livros de fantasia... Mas é tão chato.

E o herói vai... E vai mais um pouco.. e para na ilha tal, e vê a ilha tal... E continua indo... E a tal jornada de herói não passa disso, nada acontece por umas 20-30 páginas... Socorro!

Não deu pra mim, livro curto mas levei uma semana inteira para ler, de tão parado que era...
Bruno 06/06/2022minha estante
Melhor correr de O Senhor dos Anéis. São 500 páginas do herói indo? e indo mais.. indo mais um pouco.
?


Anna 06/06/2022minha estante
Sim, com duas jornadas né! Os filmes fizeram tão bem a essa história... Lembro de ler o entebate... E socorro! Hahaha


Bruno 06/06/2022minha estante
sim, li O Hobbit e logo em seguida vi os filmes (que acrescentaram muuuita coisa a história do livro) e o filme é melhor, ou no mínimo tão bom quanto. O primeiro filme de O Senhor dos Anéis tentei ver duas vezes antigamente e nunca consegui terminar, vou tentar de novo quando acabar de per As Duas Torres.




Fillipe Gontijo 26/09/2016

Magia, ilhas e sombras
"O Feiticeiro de Terramar" é um livro delicioso. A escrita parece deslizar a história diante de nossos olhos, é tudo muito fluido e as palavras escorregam, como um riacho, elas fluem e nos encharcam com sua delicadeza e sua verdade. Embora seja simples, a narrativa consegue transmitir o equilíbrio da história. Nela, as palavras parecem ser ditas por uma voz macia e sábia, que nos conta pacientemente toda a história, escolhendo as exatas palavras para comporem a primeira aventura do Gavião. Terramar é um mundo vasto, que aos poucos, seguindo os passos de Ged, vai se revelando. As muitas ilhas são descritas cuidadosamente e seus moradores possuem características próprias que enriquecem cada lugarejo que conhecemos. A estadia de Ged em Roke, na escola de magia, é interessantíssima e rezei para que existisse um livro inteiro contando com muitos detalhes tudo o que se passou durante aqueles anos. Lá, junto dele, conhecemos a verdadeira magia de Terramar e ela é incrível. A forma como a magia é abordada é instigante, misteriosa e quase real. Naquele mundo, todos sabem da magia, todos conhecem magos, feiticeiros, bruxas, fazedores de chuva, mas ao mesmo tempo, ela é algo tão delicado, complexo e lindo que ao abraçar o mundo de Terramar, a magia se distância e apenas empresta seu poder aos homens. Nesse sentido, no de lidar com algo muito simbólico, os magos são como cantores de uma música que eles mal conhecem e o que lhes resta é apenas acompanhar a melodia que a magia toca. Uma melodia incerta, flexível, que se revela, mas nunca por completo, que sempre esconde mais mistérios, mais poderes, mais possibilidades. Em relação a trama, o livro não possui grandes reviravoltas, é linear e acompanha o amadurecimento de Ged desde sua infância até o momento em que ele precisa enfrentar um grande mal que ele mesmo trouxe para o mundo. Acredito que o tema da história é, sobretudo, sobre o fato de que ser completo e inteiro significa aceitar cada defeito e qualidade, é se enxergar falho, mas continuar perseverante. Então, ao acompanharmos Ged em sua jornada de auto-descoberta, nos apaixonamos por Terramar, pelo seu povo, pelos seus mitos e pela sua magia. E percebemos que essa poderia ser uma história sobre nós mesmos que, assim como Ged, ao buscarmos o mundo, acabamos nos encontrando e lá estamos inteiros.
FlávioAlves 27/09/2016minha estante
Resenha muito linda, me deixou mais animado e ansioso pra ler esse livro *_*


Fillipe Gontijo 03/10/2016minha estante
Obrigado, Flávio. O livro é demais, pode ler mesmo. =]




John 16/05/2022

Fantasia diferente
Atualmente as histórias de fantasia são muito variadas e bastante focadas na criação de mundos e maneiras diferentes de abordar o que podemos chamar de "poder".
E nesse livro, a autora cria algo diferente, que vai além de um mundo com detalhes e particularidades que também chamam a atenção.
Eu vejo o mundo de Terramar como um cenário sublime, onde a natureza e a magia permeiam de fato a existência e manipular essas forças exige sabedoria e muito estudo.

Então vamos viver na pele de um protagonista que tem tudo para se tornar um grande conhecedor dessas forças e das formas de manipulá-las. Porém antes disso, ele precisa enfrentar algo que ele mesmo criou e teme por sua própria existência.
Isso nos leva por um caminho que mostra a importância do autoconhecimento antes de se tornar poderoso e que qualquer forma de uso desses poderes não vem sem uma consequência.

É uma história linda e precursora de muita coisa que vemos hoje em dia no gênero.
Um pena a editora ter abandonado a série no segundo livro.
Por sorte a Morro Branco está retomando as publicações em edições maravilhosamente belas.
Bruno 06/06/2022minha estante
Com um grande poder, vem uma grande responsabilidade. Esse livro representa mais o homem aranha ate do que ele próprio. O Feiticeiro de Terramar é o que pode se chamar de uma fantasia pura e simples. Não lembro de uma fantasia moderna com essa pegada. Hoje tem que ter 10 plot twists, 15 íntrigas políticas e 5 guerras em um livro de 650 paginas para ser uma fantasia.


John 07/06/2022minha estante
Isso mesmo. Isso quando não vira série de no mínimo 3 livros




Vivian San Juan 05/06/2017

Aventurar na história de Ged e cia
Primeiramente, "O Feiticeiro de Terramar" já chama a atenção com essa capa perfeita. Depois lendo a sinopse parece que será um livro com muita aventura e magia, os ingredientes certos para os amantes do gênero de fantasia. Conforme vai se apreciando a história, percebe-se que esse livro tem muito mais que oferecer e mostra um jovem herói, um pouco diferente do que nós conhecemos, alguém que se assemelha a nossa realidade, com lados positivos e negativos. E por fim acabei descobrindo que esse livro é um clássico, um pouco menos conhecido, feito em 1967, numa época onde não tinha magos adolescentes e sim feiticeiros famosos como Galdalf e Merlin que eram referências nesse estilo. Sei que vocês querem saber mais, então contarei abaixo detalhadamente e sem dar spoiler (tarefa difícil rsrs) sobre o que eu achei da história da autora Úrsula K. Le Guin.

Ged/Gavião descobre muito cedo o seu dom para magia. Ele mora com o pai, mas é a sua tia bruxa que percebe o seu talento. Devido a um acontecimento no qual Ged precisa usar o seu poder para salvar os habitantes da aldeia onde mora, ele acaba despertando a atenção de um mago chamado Ogion. Impressionado com o poder do menino, ele o convida para ser o seu aprendiz. Mas Ged/Gavião anseia por mais conhecimento, mais aprendizado e o que o seu mestre lhe dá não é o suficiente. Ele quer mais e mais. Por esse motivo Ged/Gavião decide ir para Roke, uma ilha onde tem uma escola para magos. Só que apesar dele ser um menino com grande potencial, ele se deixa levar pelo orgulho e pela vaidade em mostrar o quanto ele é superior aos demais, principalmente em mostrar ao seu desafeto da escola, chamado Jasper, o quanto ele é melhor e mais poderoso. Porém esse episódio, não termina bem, pois Ged liberta um mal, uma sombra das trevas, na qual ele vai precisar procurar e descobrir sozinho um meio de vence-la. E assim começa a jornada de Ged, passando por mares e terras de Terramar, conhecendo pessoas e revendo velhas amizades, lutando com dragões, na tentativa de terminar algo que ele mesmo começou e conquistar novamente a sua paz.

"A feitiçaria não é um jogo que jogamos por diversão ou para receber elogios. Pense nisto: toda palavra, todo ato de nossa arte, é falada e é feita para o bem ou para o mal. Antes de você falar ou fazer, tem que saber o preço a pagar!"

Ged/Gavião é um heroí bem humano, com seus erros e acertos. O leitor nota o crescimento e evolução do personagem conforme a leitura vai se desenrolando. A importância de aprender com seus erros para não comete-los novamente ficou bem claro na história, o que a deixa ainda mais especial, pois a vida real é assim, um constante aprendizado e infelizmente nós erramos na busca em fazer o que é certo, só que o que é correto para mim, talvez pode não ser para o outro e vice-versa. Outro detalhe, é sobre o poder, seja em qualquer situação, o poder faz com que as pessoas se transformem e aí é que começam a surgir os problemas. Ninguém é melhor que ninguém, cada um é bom em algo e ruim em outro, o importante é saber respeitar as pessoas e principalmente a si mesmo. O jovem mago através dos seus deslizes, vai aos poucos aprendendo e se descobrindo.

No final de "O Feiticeiro de Terramar" a autora fala um pouco sobre o que levou a fazer essa história numa época que não era comum magos adolescentes e principalmente personagens negros sendo protagonistas e coadjuvantes, que é o caso de Ged e seu amigo Vetch. Vale a pena ler esse finalzinho e conhecer um pouco mais sobre o surgimento do livro.

"O Feiticeiro de Terramar" tem uma história graciosa e despertou em mim um grande carinho pelos personagens, porém apesar de ser um livro relativamente fino com poucas páginas, achei ele um pouco cansativo. Não consegui devorá-lo com a mesma intensidade e rapidez que outros livros do gênero. Mesmo tendo essa questão, aconselho a todas as pessoas a lerem esse clássico que foi inspiração para livros posteriores de fantasia como Harry Potter, Eragon, Narnia, entre outros.

Soube recentemente que teremos mais livros dessa série. Em maio/2017, a editora Arqueiro vai publicar o segundo livro. Que venha mais aventura em Terramar!

Resenha no blog Saleta de Leitura: http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2017/01/resenha-o-feiticeiro-de-terramar-ciclo.html


site: http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2017/01/resenha-o-feiticeiro-de-terramar-ciclo.html
Eber 14/06/2017minha estante
Bom lersia opinião porque fui ler bem empolgado, apesar de ter demorado a iniciar a leitura, e percebi que não engrena fácil hahahahha, apesar de estar lá na página 50 vi que não é um livro que se devora rapidamente
Bela resenha!


Vivian San Juan 14/06/2017minha estante
Obrigada Eber! É não engrena fácil. Estou no segundo livro da série e isso continua. Mesmo assim, os livros tem seus méritos. Abços




Lane @juntodoslivros 02/11/2016

Resenha - O Feiticeiro de Terramar
Ursula K. Le Guin é uma autora norte-americana bem famosa e já ganhou vários prêmios literários por seus romances, contos e poesias. Além desses tipos de literatura, Ursula também escreve na área de ficção-científica, um gênero que curto muito. Como eu estava curiosa para ler algo dela, o livro O Feiticeiro de Terramar, apesar de ser fantasia, veio para matar minha curiosidade.

Duny foi seu primeiro nome, um nome dado pela mãe antes que ela morresse. Por ter sido criado pelo pai, Duny não teve muita atenção e acabou se tornando um rapaz selvagem e teimoso. Ele se interessava mais em passear pela ilha do que ajudar o pai na forja. Mas a vida de Duny estava prestes a mudar.

Aos 7 anos, enquanto pastoreava as cabras, Duny soltou uma rima que já tinha ouvido a tia dizer quando queria chamar as cabras. Essa rima na verdade era um feitiço e quando a tia descobriu que o menino conseguiu usá-las, logo percebe o dom que ele tinha. Ela passou anos lhe ensinando algumas palavras que poderiam lhe dar pequenos poderes. Muitas vezes Duny utilizava os poderes para chamar aves de rapina e por isso acabou ficando conhecido por Gavião, o que viraria seu codinome anos depois.

Quando Duny utiliza seu poder para enganar o inimigo que ameaça sua aldeia, ele acaba chamando atenção de Ogion, o mago da ilha, e se torna seu aprendiz quando completa 13 anos recebendo assim seu verdadeiro nome: Ged. Mas ser aprendiz do mago não é o destino de Ged. Enviado para a escola de magos na ilha de Roke pelo próprio Ogion, Ged vai aprender que seu orgulho e gênio forte vão apenas lhe fazer mal. Deslumbrado pelo poder e orgulho, ele acaba soltando um mal no mundo: uma sombra sem nome. Agora ele deve desfazer o que fez antes que esse mal tome todo o seu poder e faça algo ruim.

A narração é feita em terceira pessoa, mas com o foco na jornada de Ged. Ainda assim o narrador é bem impessoal e nos situa mais nas paisagens do que nos sentimentos dos personagens. A edição está um capricho só. O livro veio com um mapa de Terramar e com a ilustração maravilhosa da capa e contra capa do livro.

O livro é bem curtinho e rapidamente você consegue terminá-lo, é apenas sentar e ler. Infelizmente, eu não consegui terminar a leitura rapidamente. Ursula tem uma ótima escrita, mas seu protagonista deu muitas voltas por Terramar deixando assim o livro como um passeio pelo mapa e sem uma construção significativa do personagem. A busca de Ged pela sombra tomou uma proporção muito grande do livro e não chegou a ficar uma leitura interessante. Acabei enrolando para terminar o livro e o final acabou sendo um anti-climax para mim.

A leitura não foi de toda tediosa. Existem elementos interessantes também. Um deles é que em Terramar, as crianças não são nomeadas quando nascem, recebem apenas um ‘apelido’, Aos 13 anos os garotos recebem seu verdadeiro nome e tornam-se homens aos olhos de todos. Seu verdadeiro nome não pode ser dito levianamente, apenas pessoas de confiança o sabem. Saber o nome de alguém ou de qualquer ser acaba lhe concedendo poder sobre ele, pois em um mundo de feitiçaria e magia tudo pode acontecer.

O Feiticeiro de Terramar é o primeiro da série do ciclo Terramar, que se constitui de quatro livros no total. Apesar do que foi colocado aqui, não posso afirmar que não continuarei a série, pois estou curiosa para ler sobre as outras aventuras de Ged no universo de Terramar.

site: http://www.lagarota.com.br/2016/10/livro-o-feiticeiro-de-terramar-ursula-k.html
Andréia 03/11/2016minha estante
Bom saber... a maioria dos autores de livros de fantasia erram a mão. Obrigada!


Lane @juntodoslivros 03/11/2016minha estante
Pois é. O livro foi publicado em 1968. É um clássico de fantasia, mas foi muito mal abordado. :/




umbookaholic 31/05/2017

Um novo olhar da fantasia épica!
Já adianto: a sinopse não revela nem 10% do tamanho total da trama. O livro é muito mais do que simples jornada do herói: é uma história sobre auto-confiança e auto-descoberta; sobre ir em busca do seu sonho.

Começando pelo personagem principal: pra mim ele não foi daquele tipo de personagem que senti um amor a primeira vista. Ged é construído aos poucos, ao longo da trama, o que nos permite ver a evolução dele. No começo eu o estava achando bem arrogante e um pouco "peito inflado" demais, mas conforme a narrativa avança, a gente vai entendendo um pouco mais como a mente dele funciona e ele se põe no seu lugar. Depois da metade do livro eu me afeiçoei a ele e torci pelo seu sucesso... e isso não acontece sempre. 😂

Achei incrível, a construção do mundo! Ursula não poupa detalhes, nos contando como funciona o mundo e explicando-o de maneira impecável! Em 180 páginas ela cria um universo sensacional, com suas próprias crenças e regras. Ela colocou, além da trama principal, outras mais simples espalhadas pelo mundo, assim pudemos vê-lo melhor. Uma coisinha que me incomodou foi o fato das viagens terem sido muito rápidas... As vezes um personagem viajava milhares de km em questão de parágrafos e eu, particularmente, não gosto muito disso, Mas também agrada a muitos, então fica a seu cargo! :)

Gostei muito da forma como ela inseriu os personagens secundários na história. Nenhum deles está ali só por estar, todos têm um propósito maior e uma influência na trama, o que passou uma verossimilhança maior pra estória. E, claro, personagens bem construídos = personagens tridimensionais. Foi bem legal acompanhar as várias faces de cada um dos personagens e ver como eles reagiam a certas situações.

Depois da leitura de O Feiticeiro de Terramar, pude ver de onde Patrick Rothfuss - autor de O Nome do Vento (que, inclusive, já falei por aqui) - bebeu. Sim, meus amigos, O Nome do Vento tem aspectos muito parecidos com esse livro, mas isso não é, de forma alguma, um empecilho! Muito pelo contrário! 😉

Mesmo que o número de páginas do livro seja razoavelmente baixo (ele tem 180 páginas) a Ursula conseguiu apresentar muito bem a problemática principal da história e resolvê-la no final. Óbvio que eu queria saber mais um milhão de coisas e algumas respostas não foram dadas, mas precisamos lembrar de que o Ciclo Terramar é uma série e muitos outros livros virão pela frente. Então sónos resta esperar e roer as unhas.

site: http://www.umbookaholic.com/2016/12/o-feiticeiro-de-terramar.html
Thaís Damasceno 31/05/2017minha estante
Nunca tinha me interessado por esse livro, mas essa sua resenha já deu vontade de sair correndo e comprar comprar pra ler.


umbookaholic 01/06/2017minha estante
ebaaa! leia sim, Thais!




-Nyx 03/08/2022

- TerraMar ? '
- Não sei nem por onde começar essa resenha.
Esse livro superou as minhas expectativas, não esperei que fosse me apegar tanto a esse universo que a Ursula criou, não imaginava que iria despertar tanta curiosidade em mim. Ainda tenho interesse em saber mais sobre todas as terras, ilhas e ilhotas de TerraMar.
Foi o primeiro contato que tive com a escrita da autora e me apaixonei, na minha opinião foi tão bem ambientado, tão bem construído, mas no começo eu não achava isso rs. No começo me sentia meio perdida em relação aos nomes dos lugares, as palavras da língua antiga, nesse quesito, eu esperava que fosse um pouco mais detalhado. Mas no final das contas, até que não se fez tão necessário, pois aos poucos fui me sentindo familiarizada com com tudo.
O final não foi como eu esperava, mas a verdade é que nem eu sabia o que esperar, não conseguia imaginar como ia acabar. Então, pode se dizer que eu gostei.
Sou suspeita para falar, porque meu gênero literário favorito é fantasia. Então, um enredo com magia, bruxas, feiticeiros e dragões me conquista facilmente.
Já estou ansiosa para ler os outros livros da série, mas não só da série, como também os outros livros escritos pela Ursula. ? '
Letícia 03/08/2022minha estante
Já assistiu Os contos de Terramar do Studio Ghibli? É baseado nesse livro. Ainda não li o livro, mas está na minha wishlist


-Nyx 03/08/2022minha estante
- Eu ouvi falar, ainda não vi, eu quis ler o livro primeiro. Agora eu quero ver a animação ? '




Rose 19/09/2016

Peguei este livro com boas expectativas em relação a história, sem falar que estava encantada com a capa. O enredo, para quem nãos sabe foi publicado em 1968, sendo considerado um clássico da literatura fantástica, sendo referência para muitos autores do gênero. Ele também é visto como o "pai" de Harry Potter".
Com credenciais assim, peguei o livro bem empolgada, mas confesso que esta empolgação foi por água abaixo. Não consegui me envolver com o enredo, nem ter aquela ânsia de devorar suas páginas. É verdade que em determinado momento até pensei: "agora vai"e me vi presa em algumas páginas. Mas a empolgação foi logo embora e a leitura de apenas 176 páginas foram uma eternidade para mim.
Mas deixa eu falar um pouco do enredo.
Ged é um menino pobre que foi criado por um pai um tanto quanto bruto e sem muita paciência. Em suas curiosidades infantis, ele logo descobriu algumas magias. Foi através de seus poderes que ele conseguiu salvar o vilarejo em que morava.
Com isso sua fama viajou pela vizinhança, e ele acabou recebendo o convite de se tornar aprendiz de Ogion, um famoso mago, conhecido por ter controlado o terremoto que destruiria a cidade de Gont. Aos 13 anos, seu mestre o considerava que ele seria o maior de todos os magos, o mais poderoso.
Mas Ged estava com pressa e com sede de conhecimento, por isso partiu para a Ilha de Roke, para estudar magia na Escola de Roke.
Foi lá, que ele conheceu seu rival, Jaspe. Um outro estudante de magia que já morava no local. Houve uma antipatia mútua entre eles, e a rixa foi aumentando com o passar do tempo. Lá ele também conheceu quem viria a ser um grande amigo seu Vetch.
Em uma discussão entre Jaspe e Ged, que era chamado e conhecido por todos por Gavião, Ged acaba mostrando toda sua imaturidade diante do poder que havia dentro dele, e liberta um grande mal. Um monstro forte e assustador que nem mesmo os magos sabem como derrotá-lo.
Depois de passar dias em uma espécie de choque e de ter que reaprender várias coisas, Ged é obrigado a conviver com os frutos de sua ação impensada. Ged também aproveita este tempo para repensar sobre si mesmo. Com ajuda de seu antigo mentor ele entende que para vencer o mal que ele mesmo soltou, era preciso enfrentar seu caçador.
Agora ele e Vetch partem em uma viagem que pode não ter volta para nenhum dos dois, ou que pode não ter um fim nunca.
Como eu disse no início, não foi uma leitura que eu tenha gostado, mas sendo apenas o primeiro volume, e tendo visto algumas coisas que me chamaram atenção, ainda quero ler sua continuação, pelo menos o próximo volume, antes de decidir se sigo, ou se largo de vez.
E vocês? Alguém já leu esta série? Conhece o enredo?

site: http://fabricadosconvites.blogspot.com.br
DDF 28/10/2016minha estante
Concordo plenamente contigo, a leitura é cativante em pouquíssimos momentos no livro, e a autora se estende demais no que não deveria.




Jess 23/09/2016

Completo
Um livro escrito para todas as idades. Em 1967, a personificação de mago era Gandalf mas por que não escrever sobre um jovem mago, Imaturo e aprendendo com seus erros? Assim surge Ciclo Terramar.

Gavião/Ged desde jovem descobre que tem muito poder. Ele pode se tornar um dos feiticeiros mais poderosos do mundo, uma lenda. Assim, ele vai para a escola de magos para aprender mas ainda é um jovem tolo e corrompido pelo seu orgulho, ele estrapola, libertando um grande mal. Um monstro que irá o assombrar e perseguir durante anos.

Começa sua jornada, arcar com as consequências, crescer e amadurecer. Cruzando os mares, Gavião precisa derrotar esse mal, antes de ser derrotado.

Me indicaram esse livro quando li O nome do vento e fiquei super ansiosa quando soube do lançamento. Uma fantasia original e completa. Ursula foi inspiração para muitos outros livros e hoje eu entendo o motivo.

Ma-ra-vi-lho-so! A formação de um jovem mago. A narrativa lembra um pouco As crônicas de Nárnia, a quantidade de nomes/terras podem dificultar um pouco a leitura mas não deixa de ser fluído e encantador.

O Feiticeiro de Terramar é o primeiro livro da tetralogia Ciclo de Terramar e eu não vejo a hora de ler os outros.

"Para ser o homem que ele pode vir a ser, Ged tem que descobrir quem (e o que) é seu verdadeiro inimigo. Precisa descobrir o que significa ser ele mesmo. Isso exige busca e descoberta, não guerra. A busca o conduz através dos perigos mortais, perdas e sofrimentos. A descoberta lhe traz a vitória, só que não do tipo que é o fim de uma batalha, mas sim o começo de uma vida."

site: www.instagram.com/saymybook
Pathy Oliveira 24/09/2016minha estante
Gostei, mas tem "parte 2?"




Jessica1248 06/09/2020

Bem legal, mas vá sem expectativas (e com alguma paciência)
Acho complicado avaliar esse livro. É um clássico da fantasia, então fico feliz por ter lido. Mas, sendo um clássico bastante elogiado, comecei o livro esperando por algo épico, algo "tradicional". A princípio, quando nosso protagonista começa a sua jornada, eu estava gostando bastante. Gostei da apresentação do mundo, da forma como o pequeno "Gavião" começa a desenvolver sua magia, da sua imaturidade e vontade de se mostrar, de ganhar poder (e pensei que ele com certeza seria um Sonserino, em Hogwarts).
O "sistema de magia" de Terramar, digamos assim, é ao mesmo tempo bem explicado e pouco explicado. Talvez tenha sido falta de contemplação da minha parte, mas achei que apesar de os trechos sobre a magia serem bastante poéticos e bonitos (falados exatamente da forma que um mago falaria), no fim das contas não me conectei tanto com essa construção mágica. Sempre me pareceu algo filosófico e misterioso (o que não é um problema em si, mas talvez eu não estivesse disposta a contemplar isso). Talvez eu estivesse esperando regras claras (você descobre um "nome" assim, a runa tem essa exata função...), e não é isso o que Ursula nos oferece. Aliás, a magia não é o mais importante, de qualquer forma.
A partir da metade do livro foi que comecei a me desinteressar: a jornada do personagem é bastante longa e homogênea, ele sempre parece se aproximar de seu objetivo para, então, afastar-se outra vez. Vocês me perguntam, então: "por que raios tu deu 4 estrelas?" Vejam bem, o livro tem vários elementos que me interessam (esses elementos clássicos de fantasias) e a narrativa da autora é bastante agradável (apesar do livro ser um pouco corrido, desses em que tudo acontece e parece que nada acontece ao mesmo tempo). Enfim, eu daria 3 estrelas ou 3,5 para o livro, se não fosse a pequena subversão do final. Não é um grande final, não tem um grande plot, mas ele me fez compreender melhor o resto do livro, me fez entender o que Ursula queria dizer (o posfácio da autora também ajuda bastante, risos) aos seus leitores, e, então, o protagonista se torna um herói peculiar, que não teve sua jornada da mesma forma que os heróis clássicos têm. No fim das contas, gostei bastante do desfecho que a autora criou e de seu "significado", o que tornou a história bem legal pra mim, mas não chegou a ser incrível.
Jessica1248 06/09/2020minha estante
Ahhhh e um adendo importantíssimo: o livro tem muitos personagens negros (incluindo o protagonista), o que agrega bastante representatividade para a história, algo que eu gostei no livro desde o início.




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