Queria Estar Lendo 07/08/2015
Resenha: A Lâmina da Assassina
O livro de contos que acompanha o passado de Celaena Sardothien antes de se tornar a mais famosa assassina de Adarlan foi uma leitura e tanto! Eu terminei ele chorando igual um bebê porque eu odeio a Sarah e a crueldade que ela faz com os personagens dela, especialmente a Celaena, é de mais de 8 mil. Quem me conhece aqui do blog também conhece minha infinita paixão pela série Trono de Vidro. Este livro me aproximou tanto da personagem e do seu passado conturbado que no fim eu só queria abraçar ela e deixá-la livre pra sair matando todo mundo!
Vou falar um pouquinho de cada conto, diferente da maioria das resenhas. A sinopse já diz sobre o livro num geral, mas quero comentar a evolução da personagem conforme suas aventuras iam mudando de cenário.
"- Somos assassino. Nós matamos pessoas. Destruímos vidas todos os dias.
- Temos uma escolha."
O primeiro deles mostrou uma Celaena como conhecemos: a assassina cruel e cheia de si, cumprindo uma ordem importante do rei dos assassinos - uma missão designada a ela e a Sam, um dos melhores matadores da Guilda, por quem ela não tem grande simpatia - quem leu Trono de Vidro vai reconhecer o nome Sam. É um conto bem animado, a convivência da Celaena com o Sam foi entre tapas e mais tapas, e ela argumentando com o lorde pirata foi excelente.
"Era um olhar tão típico de Sam: o lampejo de malícia, o toque de exasperação, a bondade que sempre, sempre faria dele uma pessoa melhor que Celaena."
E enfim chegamos ao momento em que ela toma uma decisão perigosa, decisão essa que vai contra as ordens dadas pelo rei - e que vão afetar toda a vida dela dali para frente.
"A magia tinha sumido havia tantos anos. E os deuses estavam mortos ou simplesmente não se importavam mais. No entanto, ali, bem no fundo do estômago, havia um puxão leve, mas insistente. Um puxão no fio de alguma teia invisível."
O segundo conto foi mais morno, mais para mostrar o que ela enfrentou depois de fazer o que não deveria ter feito - mas foi uma coisa muito honrosa, ok?
"Esperava que a joia de uma assassina pagasse pela educação de uma curandeira."
Porque ela é uma assassina fodástica, mas ela tem princípios! Celaena ajuda uma curandeira a se proteger, e deixa para trás a marca de uma mulher forte, ensinando outra a se empoderar. Eu amei isso!
A Assassina e o Deserto foi o meu conto favorito. Celaena precisa enfrentar as consequências da sua decisão lá no primeiro conto, recebendo sua punição no deserto; ela é obrigada a procurar pelo Mestre Mudo, comandante dos assassinos silenciosos, e deve permanecer lá por três meses para ser treinada por ele - a punição por ter descumprido as ordens de Arobynn, rei dos assassinos. E CARA, o conto é genial!
"Palavras podiam ser tão mortais quanto aço."
Eu me apaixonei perdidamente pelos métodos e pelos ensinamentos que os assassinos do deserto passaram para a Celaena, especialmente na convivência dela com o chefão deles. O homem, que fez um voto de silêncio, fala mais do que todos os seus aprendizes, e todas as cenas em sua presença eram tão bem detalhadas que eu quase podia ouvi-lo falar com os olhos. A Celaena cresceu bastante no decorrer desse conto específico, principalmente por ter acontecido depois de uma punição severa; ela está ferida física e emocionalmente, mas não está caída. Celaena Sardothien nunca caí.
"Dentro daquele prédio, morava o assassino que se chamava de rei, o homem que Celaena temia mais do que todos os outros. Se o Cofres era o coração do submundo de Forte da Fenda, então o castelo de vidro era a alma do império de Adarlan."
E é aí, nos últimos contos, que retornamos para o reduto dos assassinos, para a companhia do Rei e de Sam e de tudo que Celaena conhece desde que se entende por gente; mas ela está diferente. Ela está menos arisca e um pouco mais imprudente, e está reparando mais em detalhes que deixava passar antes. Seus sentimentos por Sam estão crescendo fortemente, e os dele por ela. Ainda que impulsiva, ela carrega as marcas que os meses no deserto e os anteriores a ele deixaram em seu espírito. As injustiças do império e do que ela acreditava ser certo vão assombrá-la a um ponto em que Celaena decide deixar tudo para trás para ir embora com Sam, mas a vida dela não é fácil. E, se você leu Trono de Vidro, já sabe que isso acaba muito mal.
MUITO MAL MESMO! Eu já sabia o que ia acontecer, já sabia como ia acontecer, mas quando a Sarah narrou "o" acontecimento eu queria deitar em posição fetal no tapete do chão e chorar por três dias seguidos. Fui trouxa? Fui trouxa, claro.
Shippei Celaena e Sam com muita força, e eles foram um ship lindo como já me era prometido desde o princípio. A força da Celaena está imensurável, tal como nos outros livros, mas é algo mais bruto. Ela ainda é a assassina egoísta e mesquinha, ainda é a menina que quer do bom e do melhor, ainda é a garota perdida com um passado sombrio, mas a Sarah construiu as suas escolhas exatamente para construir o seu crescimento na série.
"Ela era fogo, era escuridão, era pó e sangue e sombra."
O livro termina algum tempo antes do primeiro da série, mas termina naquele exato momento em que você sente a mudança chegando para a assassina. E sabe que as coisas grandiosas estão por vir.
A Lâmina da Assassina nos apresenta ao passado da famosa Celaena Sardothien, para deixar nossas emoções ainda mais desesperadas para descobrir o seu futuro.