melissa 23/07/2010Stonehenge: guerra, sangue, homens suados, essas coisasStonehenge, como os outros livros do autor, é uma ficção com algum embasamento histórico ou seja: os personagens e acontecimentos narrados são totalmente fictiícios, mas os lugares e o background são descritos baseados em documentos históricos. O problema do Stonehenge é que não tem documento histórico porque aquele círculo de pedras data de 3.000 a.C! Gente, a história se passa na Idade do Bronze. Eu juro que antes de ler esse livro não conseguia nem imaginar como desenvolver uma história na Idade do Bronze que é tipo uma evoluçãozinha da Idade da Pedra!
O livro é em terceira pessoa mas tem foco narrativo em Saban, um dos filhos do chefe da tribo de Rhatarryn. Ele é um homem mais sensível, quer dizer, o máximo que se pode ser sensível no período neolítico o que basicamente significa que ele não sai matando todo mundo quando dá na telha. Gostei bastante do personagem, ele realmente cativa. A história começa quando ele é criança e vai até sua velhice o que é fascinante. Aliás, as reviravoltas da narrativa são muito legais! Quando você pensa que okay, agora esse povo cansou, aparece mais uma coisa e tudo vira de cabeça pra baixo.
A teoria da construção do Stonehenge no livro é de que o templo serviria para unir os deuses do sol e da lua (por isso o círculo de pedras acompanharia de forma tão perfeita os solstícios e as fases lunares). E a idéia de construir o templo é de Camaban, irmão de Saban, um dos personagens mais doidos varridos em termos de messianismo que eu já vi. Uma intricada rede de acontecimentos ronda a idealização/construção/pseudo-finalização do Stonehenge dentre eles casamentos, guerras, brigas, guerras, problemas de transportes de pedras de 10 toneladas quando não se existem guindastes, guerras, etc.
O livro me surpreendeu em vários momentos e achei que foi verossímil na medida do possível (a não ser que você seja um historiador do período neolítico). Os personagens são muito bem construídos e a narrativa é feita de um jeito dinâmico, sem muito bla bla bla. Como eu disse, é masculino: na lata e sem rodeios. Meu único problema na hora de ler foi que as descrições de construção não me ajudaram em nada. Por exemplo, o cara falar que vai construir um apoio oblongar para impulsionar a pedra que ficará num ângulo de não sei quantos graus é grego pra mim. Eu não entendo descrições matemáticas! Me senti burra, sério mesmo. Não conseguia visualizar! Descobri que só entendo descrições de lugares por metáforas e comparações. Tem hora que eu realmente acredito nesse lance de diferença entre cérebros de homens e mulheres. Tipo que homem vê mapa por comparação geométrica e mulher vê por referências.
Para mais: www.mundomel.wordpress.com