A vida invisível de Eurídice Gusmão

A vida invisível de Eurídice Gusmão Martha Batalha




Resenhas - A Vida Invisível De Eurídice Gusmão


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Sandrics 14/10/2020

Eurídice tinha tudo para ser uma mulher brilhante, poderia ser o que quisesse, de médica a engenheira, empreendedora a professora, mas todo esse brilho foi sumindo aos poucos substituído pela necessidade de se encaixar.

Desde a infância ajudando na quitanda dos pais junto com sua irmã Guida, Eurídice já demonstrava enorme inteligência e múltiplos dons, mas tudo isso se colocou em segundo plano quando, após o sumiço de Guida, assim sem aviso nem despedida, Eurídice resolveu que nunca mais chamaria a atenção dos pais com suas habilidades, ou tomaria o tempo deles com seus pedidos e reinvidicações.

Anos depois, casada com um funcionário do Banco do Brasil, com uma boa casa, dois filhos, em uma ótima vizinhança, Eurídice se vê cercada pelo tédio. Executa os trabalhos do lar com perfeição e maestria mas após finalizar tudo, é impregnada com a melancolia, a solidão e a sensação de que poderia ser muito mais. E assim, todos os dias ela tenta se reinventar e todos os dias seu marido diz para ela não “inventar moda”.
Até que um dia, alguém bate à porta da casa de Eurídice, e você, leitor, pode ter um palpite de quem seja?

Martha Batalha nos apresenta neste livro personagens tão brasileiros e tão únicos, com uma escrita que prende o leitor do início ao fim. Acompanhamos o potencial de Eurídice ser desperdiçado, e presenciamos as dificuldades das mulheres no início do século XX em ter uma voz dentro de casa (e fora dela também), tendo em mente que cenas assim se repetem até os dias de hoje, onde potenciais são depreciados, onde inteligência e capacidade são diferenciadas por gêneros e vozes são silenciadas.

Também somos apresentados à cenários e celebridades do Brasil da época, algas histórias peculiares que nos posicionam dentro da trama.

site: https://www.instagram.com/culturinhas/?hl=pt
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Clarice Adriana 01/07/2020

Eurídice... E o que ela poderia ter sido
Não conhecia a autora Martha Batalha e gostei muito desse primeiro contato.
A leitura é super agradável, com ar crítico, porém cômico.

Tenho certeza que todos conhecem ou conheceram alguma "Eurídice".

São mulheres reais, talentosas, cheias de vida e de sonhos podados por uma sociedade machista e preconceituosa... Situação que infelizmente persiste até os dias de hoje.
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Liane Duarte 09/02/2023

Ganhou 4 estrelas, mas fiquei na dúvida se era 3 ou 4. Eu gostei, mas não amei. Acho que demorou muito pra voltarmos a ver a Guida, e nessa demora nada de mais aconteceu. Mas gostei muito da Eurídice (a verdadeira, não a "Eurídice Que Não Queria Que Eurídice Fosse Eurídice", claro). Gostei muito da evolução dos personagens e fiquei feliz com o fim.
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Elis 14/04/2021

A extraordinária história de vidas ordinarias
Se eu tivesse apenas uma palavra para descrever essa história, seria "Espetacular". Ainda assim , seria insuficiente.

Com uma escrita sem falhas, deliciosa, inteligente, do tipo que te pega docemente pela mão e vai te levando, adentramos pela história de Eurídice. Não só de Eurídice, vamos descobrir mas de todos que de alguma forma orbitam no seu cotidiano imediato. E é dessa mesma forma que vamos seguindo essa história, que vai se revelando e se construindo por vezes irônica, por muitas vezes profunda, e mergulhamos no que é e no que poderia ter sido de tantas vidas "Se...."

E no fim, fica ecoando em nós todas as Euridices, Guidas, Das Dores, Zélias, Antenorrs e Antônios percebemos en.nossas familias, em nós e ainda hoje.

Um livro de estreia impecável, leiam. Vocês não vão se arrepender.
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Myrelle 17/01/2021

Encantada com a personagem principal. Livro muito bom, principalmente por ser brasileiro.
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Stuart.bookster 08/03/2022

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Falcão
Eurídices... quantas dessas não existiram ao longo dos séculos e sequer lembramos delas? Quantas, como o próprio título fala, não foram invisíveis, condicionadas a viverem para cuidar do lar? Martha nos leva a questionar na modernidade a forma como as mulheres se submetiam aos seus maridos a pedido da sociedade, a forma hipócrita como essa última se contrói, e, como o próprio livro traz: "não há nada mais comum que a hipocrisia da humanidade".
Alguns pontos me motivaram a dar 5 estrelas para esse livro, vou expô-los abaixo.

Primeiro, a forma como Eurídice é retratada demonstra de forma nua e crua o tratamento que era reservado as mulheres no século passado e que ainda encontra resquícios nos anos 2000. Eurídice poderia ter sido tudo e não foi nada, tudo por medo de ser, viver e crescer, passou apenas então a existir. Isso fica claro nos trechos:
"Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas ela escreveria clássicos. Mas o que lhe deram forem cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar."
"Ninguém vale muito quando diz ao moço do censo que no campo profissão ele deve escrever as palavras 'Do lar' "
Todas as considerações a respeito desse tema são indignações e pensamentos raivosos acerca de como era ofertado o tratamento as mulheres no período.

Segundo, a forma como os personagens secundários são retratados representam o verdadeiro espírito brasileiro. É tanta da situação adverdsa que o livro mostra, personagens que batalham diariamente, sobretudo mulheres. O livro faz um apanhado de várias mulheres, entre elas você encontra as guerreiras, as comandantes, as que apenas acusam, as que sabem estender a mão, todas elas presas em suas bolhas fornecidas pela vida, incapazes de ver além disso apenas por sua condição socio-biológica. Há personagens que representam a verdadeira família tradicional brasileira, aquela onde apenas a aparência de família perfeita importa, quando na verdade há apenas rastros de destruição e hipocrisia, isso fica visível no livro quando Eurídice começa a fazer certas coisas e Zélia, a invejosa, passa a inventar mil mentiras sobre.
"Eurídice estava desrespeitando um dos princípios básicos do Estatuto do Vizinho, que diz que a felicidade de um grupo só é possível se todos nesse grupo se parecerem, nas contas bancárias e nas aspirações."

Assim encerro essa resenha, achei perfeito esse livro, intrigante, espetacular, recomendo demais a leitura dessa obra-prima.
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Amanda.Rech 27/05/2021

O livro conta a história de Eurídice Gusmão no Rio de Janeiro nos anos 20. A história pode ser meio "parada" para alguns mas eu adorei como a autora retratou a realidade das mulheres antigamente, onde elas não podiam trabalhar e tinham que ficar em casa cuidado do marido e dos filhos. A Vida Invisível de Eurídice Gusmão relata a vida dessa mulher incrível, com diversos talentos e sonhos que foram reprimidos pelo marido e pelas oportunidades escassas da época.

É um jeito de conhecer mais a realidade das nossas avós e bisavós.

Eu amei o livro, amei ter tido essa experiência de leitura. Recomendo a leitura para todos.
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Sadraque 01/07/2020

Crônica sobre ser mulher
Eembora seja um romance, o livro é escrito no estilo de crônica. Ele trata dos problemas das mulheres que poderiam ser muito mas que pela sociedade e seus maridos, não puderam ser muito mais que donas de casa e mães. Lendo tive a sensação de que o lovro aquecia meu coração.
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Ana Lara 13/01/2021

Eu amei.
A autora tem uma forma de escrever tão leve e gostosa, que se torna impossível largar o livro.
Marcianeysa 13/01/2021minha estante
Esse livro é muito lindo
O jeito de escrever dessa autora é demais!


Ana Lara 14/01/2021minha estante
Simmmm. Amei demais!! Sempre bom descobrir autoras brasileiras incríveis




Mila.Soraia 23/12/2020

As vidas das personagens são como linhas que se entrelaçam nessa história, e permitem que vejamos uma mesma situação sob diversos pontos de vista. Foi uma leitura leve, mas ao mesmo tempo incômoda. Analisa o papel que era esperado das mulheres entre as décadas de 40 e 60 e, de maneira interessante, mostra que, embora a mulher fosse a maior vítima, os homens também sofriam seus dilemas em virtude da ordem vigente.
Não estranhe se, durante a leitura, você começar a imaginar as personagens com o rosto de familiares, amigos próximos, vizinhos... Principalmente se você tem o hábito de conversar com pessoas que viveram nessa época. A obra coleciona uma série de retratos: a desquitada que é mal vista no bairro, a mãe solteira, o pai orgulhoso, a vizinha amarga e maledicente... Enfim, prepare sua xícara de chá, sente no sofá, e se sinta como a escutar uma conversa entre as amigas da sua avó. Um livro para entreter-se, indignar-se e, sobretudo, refletir.
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Mari.Vasconcelos 15/05/2022

Que livro reflexivo!
Nenhuma novidade dizer que livro bom é aquele que nos causa algum tipo de comoção, mas aqueles que colocam espelhos em nossas mãos é o que são capazes de mudar quem somos.

Tão real.
Tão visceral.
Tão nu que nos choca, aquele tapa na cara que nos pega desprevenidos.
Com personagens que nos dá asco, tristeza, amor, vontade de pôr no colo, vontade de dar um sacode...
Filomena, vc me fez chorar tanto mulher!
Zélia, coitada... mas que filha da p#t@ tmb
D. Josefa, eu não sei mas ... óh, sei não...

O PODER QUE AS PESSOAS TEM SOBRE QUEM NOS TORNAMOS É ASSUSTADOR

"Quando A Parte De Euridice Que Não Queria Ser Euridice já estava bastante desenvolvida d. Josefa deixou a menina em paz. Foi mais ou menos nessa época que ela aprendeu a falar pRoblema e pReconceito, deixou de lado a pRocura e entendeu que o mundo era um lugar pRecário. Euridice aprendeu ali a noção distorcida de pRogresso que as pessoas têm. Entendeu para onde é o pRa fRente que o BRasil vai"
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Cristiane 29/09/2021

A vida invisível de Eurídice Gusmão
Ao ler este livro revi minha relação com minhas irmãs, revi o orgulho que tenho pela minha mãe e o quanto esta nossa sociedade machista silencia as mulheres ( não só na década de 20) mas atualmente em pleno século XXI. Gostei muito.
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Fernanda 21/04/2022

Eurídice poderia ser eu...
... poderia ser você, sua mãe ou minha avó. Poderia ser qualquer uma de nós. A vida invisível de tantas mulheres, acorrentadas a uma vida infeliz, a maridos estúpidos, filhos que só pensam em si, sem expectativas, sem esperanças de dias melhores ou apenas diferentes, vivendo apenas para servir os outros, e até seus pensamentos e vontades são sempre reprimidos a ponto de pensar: " realmente não sirvo para isso ou aquilo, continuarei aqui mesmo".

Tantas Euricices juntas em um mesmo corpo, e nenhuma delas pode florescer. Eurídice Gusmão viveu há várias décadas atrás, mas será que ainda existem hoje mulheres assim? Com toda a certeza, disso não tenho dúvida. Floresçam mulheres, o desabrochar é difícil, porém é divino.
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Marcela Saraty 19/01/2022

??A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO??
(Martha Batalha)
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Como inicia Martha Batalha, esse é um livro sobre nossas avós.
A história começa abordando a realidade ?quase? invisível de Eurídice, uma mulher da classe média, no Brasil de 1940, submissa, mãe, esposa, e acima de tudo inquieta. Essa inquietude é que traz beleza ao livro: ao entrar na mente dela notamos preocupações constantes sobre o que ela deveria pensar, ou o que ela deveria aprender. Eurídice encontra alívio na gastronomia, e numa época na qual mulheres eram silenciadas em todos os espaços, decide escrever seu próprio livro de receitas. Arrisco dizer que é uma obra com um tom claro de feminismo, e de questionamentos, que apesar de estarem envolvidos na atmosfera dos anos 40, ainda são reais nas décadas atuais.
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Os sonhos e desejos de Eurídice não são importantes, e isso traz consigo uma melancolia e sensação de solidão, no momento que percebi isso, senti meu coração cheio de compaixão com a história dessa mulher que poderia ter sido o que nunca foi.
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Os demais personagens são construídos em teia, temos de primeira o contato com as características mais marcantes de cada um deles, pra logo após entendermos de qual lugar dessas histórias tais características vem.
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Na minha opinião, além de Eurídice, gostei demais da personagem da Zélia, principalmente porque vi nela um coletivo de mulheres reais, a falta de sororidade, e a amargura de se ser o que não se quer ser.
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Não me aguentei e fui assistir uma entrevista com a autora e me surpreendi, acho que vi muito do livro nela, na força da fala, nas respostas, e até mesmo nos trejeitos. Ela tem a cara do próprio livro, que inclusive, foi sua primeira obra publicada.
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É o tipo de livro que eu indicaria pra todas as mulheres, não é difícil de ler, bem levinho, e até mesmo engraçado em alguns cortes.
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