A vida invisível de Eurídice Gusmão

A vida invisível de Eurídice Gusmão Martha Batalha




Resenhas - A Vida Invisível De Eurídice Gusmão


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Rapozel 08/01/2021

Importante de mais para pertencer a apenas uma biblioteca!
Sinopse: ?Rio de Janeiro, anos 1940. Guida Gusmão desaparece da casa dos pais sem deixar notícias, enquanto sua irmã, Eurídice, se torna uma dona de casa exemplar. Mas nenhuma das duas parece feliz em suas escolhas. A trajetória das irmãs Gusmão em muito se assemelha com a de inúmeras mulheres nascidas no Rio de Janeiro no começo do século XX, e criadas apenas para serem boas esposas. São as nossas mães, avós e bisavós, invisíveis em maior ou menor grau, que não puderam protagonizar a própria vida. [?]

A vida invisível de Eurídice Gusmão, da autora brasileira, Martha Batalha, é um romance sobre invisibilidade feminina, especialmente a das mulheres do Rio de Janeiro em 1940.

É uma leitura instigante, a princípio não me causava encômodo (eu gosto dessa sensação de estar desconfortável com o que eu estou lendo), mas ao avançar as páginas vendo os flashbacks das personagens e entendendo as razões por se tornarem como são, desinteressadas ou muito interessadas no que não convém, como no caso da vizinha. Eu fui me chateando com a permanência delas nas prisões sem grades que os homens abusando de poder deixavam elas, mas obviamente tem um contexto de época e eu me atentei a isso, portanto consegui compreender elas e é fácil sentir empatia por elas, pois cada personagem parece com alguém que conhecemos, vó, tia, mãe... Exemplo Eurídice que é brilhante em tudo que se propõe a fazer, cozinhar, escrever, costurar. Já pensou que outra profissão poderiam ter as mulheres daquela época se não tivessem sido criadas somente para o casamento?
Guida a irmã mais velha de Eurídice, fugiu de casa ainda moça para viver um grande amor, que deu errado, ela retorna no meio do livro e temos com ela os abusos que sofreu pelos homens, marido abandonou, para conseguir o tratamento para o filho doente foi chantageada, constrangida e não pôde compartilhar isso, afinal, uma mulher com o passado dela não casaria novamente.

A apresentação das personagens, construção de personalidade e identidade delas é feita de maneira inteligentíssima como uma visão panorâmica delas, a personagem que eu considero muito bem construída e que me cativou foi a Filomena, ela conhecia o pior do mundo, mas não ia depender de ninguém, mesmo com tudo que passou acolheu a Guida e cuidava das crianças do bairro também.
A apresentação das personagens, construção de personalidade e identidade delas é feita de maneira muito inteligente e com uma visão panorâmica delas.
O humor do livro fica mais pela fala do narrador antes de fazer a descrição de cada personagem, pois depois de adentrar um pouco mais no que aconteceu na vida de cada uma se torna melancólico, principalmente por elas parecem pessoas que conhecemos é possível mudar o conceito sobre elas por conseguirmos entender melhor como hoje são quem são.

É um dos melhores livros que eu já li e super lhe recomendo!

Ps: A vida invisível de Eurídice Gusmão é o romance de estreia da autora, foi finalista do prêmio São Paulo de Literatura e semifinalista do Oceanos, além de ter os direitos vendidos para mais de onze países e para o cinema.
saramabela 21/01/2021minha estante
Excelente, Letícia!




Aléxia 05/03/2023

Lila Cerullo e Eurídice bffs!!
Vamos de polêmica?

Vou começar pelo que gostei. Primeiro, fiquei surpresa sobre o quanto o livro é diferente do filme. Tirando a concepção dos personagens em si, praticamente todo o resto é diferente.

Amei a premissa do livro em contar uma história das mulheres que ?poderiam ter sido?. O tom irônico e constante de crítica ao patriarcado é de longe a melhor parte. Dá raiva, mas existe um humor - e uma satisfação - em ver a superficialidade e a idiotice dos personagens homens, contrapostos pela complexidade da mente das mulheres que não foram mais porque tiveram suas oportunidades tolhidas (pensando aqui que queria ver no que daria um encontro entre Lila Cerullo e Eurídice Gusmão).

Outro ponto forte é a construção dessas narrativas durante a primeira metade do século 20 no Rio de Janeiro, um período que me fascina por me fazer imaginar as revoluções e os retrocessos que aconteciam ao mesmo tempo. Essa viagem temporal me fez muitas vezes imaginar Santa Teresa nos anos 1940.

Agora passemos à polêmica. Grande parte da mágica se perdeu quando eu estava ali nos 20% do livro achando a linguagem mais ou menos, meio enjoativa, quando tive um clique e percebi o que me incomodava: parece Carla Madeira. (E eu nunca detestei tanto um livro na vida quanto Tudo é Rio).

Dois trechos dão uma ideia do que eu quero dizer. ?Eurídice lavou a louça sem levantar a cabeça. Uma ou outra lágrima se misturava com a água da pia? e ?Os dentes perfeitos faziam mocinhas corarem, por descobrirem-se capazes de pensar em funções para a boca que transcendiam a hora das refeições?.

Sério, esse tipo de escrita meio poética me deixa enjoada. Mas também sei que é um tipo que agrada muita gente. Depois de levar alguns anos desenvolvendo meu senso crítico sobre o que de fato gosto, sei que a mim ele incomoda. Por isso, terminei de ler o livro na marra (especialmente porque - e aqui podem me crucificar - eu acho o fim do filme mais potente que o do livro). Vale a leitura de qualquer maneira.
Luana.Iannone 10/03/2023minha estante
sua resenha inclui tudo que eu senti lendo esse livro. aí fui ler a sua resenha de tudo é rio e senti também a mesma coisa hahahah


Maria 23/03/2023minha estante
Como é impressionante o sentimento de cada um sobre determinada leitura, amei amei amei tudo è rio? pois bem, viva as diferenças!




Marília Medeiros 19/07/2021

Incrível...
Romance que prende do início ao fim. A conquista foi tanta que eu procurei o filme para assistir, porém não cheguei até o final.

O livro é inenarrável!
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Carolina 05/02/2020

Invisibilidades variadas!
O livro descreve diversas estórias de mulheres diversas (com diferentes idades, diferentes oportunidades, diferentes interesses) que, portanto, traz à tona invisibilidades variadas. Curti muito essa leitura: me fez reconhecer ainda mais as inúmeras situações em que as mulheres são ignoradas, menosprezadas, julgadas, etc, ao longo da vida.
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Raysa 27/03/2021

Representações femininas honestas e devastadoras
Este livro foi uma das melhores surpresas da disciplina "Literatura Brasileira contemporânea". Com história e escrita fascinantes, traz diversas representações femininas poderosas e verdadeiras. É um grade tapa na cara do patriacardo.
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É difícil acreditar que este é o livro de estreia da autora, que apresenta total domínio sobre sua narrativa, suas personagens protagonistas e os inúmeros enredos paralelos, fatos históricos e personagens-tipo que representam os mais diversos padrões de comportamento daqueles que construíram a sociedade carioca e brasileira.
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A voz da autora transparece na obra, contada com um humor ácido e irônico, sem deixar de ser impactante e dramática quando necessário.
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Considero uma leitura obrigatória para quem deseja conhecer uma literatura brasileira jovem e de alta qualidade!
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?NOTA: 10
??RECOMENDO? Sim!
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Paula.Mayer 16/07/2021

Que livro lindo! Leitura fácil e rápida! Me envolvi e me identifiquei com Euridice e Guida! Recomendo!
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Cris 04/12/2022

A história da invisibilidade
Desde que assisti ao filme em 2019 eu fiquei super curiosa pra ler o livro. Agora depois de ler vejo que são totalmente diferentes e nem da pra falar que tive spoiler da história.

Amei a escrita da Martha Batalha! É poética, com um humor irônico e um bom drama que não podia faltar. Ela mostrou a história de muitas mulheres diferentes, vários tipos de vivência e principalmente veio falar como é difícil sonhar e realizar alguma coisa quando se é mulher, principalmente na época em que se passa a história.

É um livro com uma escrita muito leve, uma história curiosa que faz a gente não querer parar de ler. Aquele livro que da pra ler assim de um dia pro outro.
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Gusma 10/06/2021

O que poderia ter sido...
Eu só tive vontade de ler esse livro por conta do sobrenome da protagonista ser o meu também, então fui sem expectativa nenhuma e fui surpreendida de uma maneira muito boa!

Deve ter sido o livro mais sensível que eu já li. A autora constrói frases sutis mas que são pesadas e cheias de significado. É uma crítica social inteligente e completa. Dá pra identificar um pedacinho da Eurídice em cada mulher que tenho na minha vida. Tristeza saber do potencial não só das nossas mães, avós e todas antes delas, mas como ainda hoje mulheres incríveis são submetidas a aturar tanta merda. Nossa luta é importante demais!

Amo o fato de que cada personagem teve seu contexto narrado.

Literatura nacional é tudo de bom, gente ??
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Carol 12/03/2021

"Uma boa esposa não arranja projetos paralelos. Uma boa esposa só tem olhos para o marido e os filhos. Eu tenho que ter tranquilidade pra trabalhar, você tem que cuidar das crianças."

Eurídice é uma mulher inteligente e talentosa que, como a maioria das mulheres da década de 1940, tem por universo unicamente sua casa e sua família, se encaixando no papel da esposa típica de uma sociedade machista e patriarcal. Seu marido a olha sempre de cima, acusando-a de não ter se casado "pura" por não ter sangrado na noite de núpcias, e conservando-a submissa à sua vontade. Eurídice possui em si a sede da criação e empreende suas habilidades como pode: na culinária, na costura e na escrita, sendo, muitas vezes, cerceada pelo marido e tendo que realizar suas atividades de forma clandestina.

O romance escancara os problemas do machismo e da misoginia no cotidiano das mulheres de ontem e de hoje. A busca da aprovação do olhar masculino para se sentirem bonitas ou mesmo para se definirem de alguma forma, a objetificação do corpo, a mulher como posse do homem e obrigada a representar uma personagem sempre quieta, obediente, afável, "comportada". A autoestima, estraçalhada desde a infância, para que nos tornemos vulneráveis e sejamos fáceis de sermos "guiadas". Por fim, o refúgio nas histórias escritas ou representadas, onde tudo acontece, diferentemente da vida real.

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão é, em realidade, as nossas próprias vidas, algumas mais, outras menos invisíveis. Com certeza há uma Eurídice muito mais perto de nós do que imaginamos. Talvez sejam nossas mães, talvez as tias, as avós, as irmãs. Talvez, sejamos nós mesmas. Olhemos umas pelas outras. Cuidemos umas das outras.

Leia a resenha completa no blog

site: https://papoliterario.com.br/2021/03/12/resenha-a-vida-invisivel-de-euridice-gusmao/
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Douglas 21/07/2022

História da invisibilidade.
Tem escritores que escrevem livros com floreios, outros criam histórias complexas e tem a Martha Batalha que na simplicidade do cotidiano da personagem Eurídice Gusmão criou a melhor história que li em minha vida.

Cada personagem tem sua história contada de uma forma única, inteligente e que sempre está com os pés na realidade que traz um ar elegante para essa obra prima. Acompanhar todas as histórias trouxe alegrias no meus dias, trouxe um pouquinho de humor e quase chorei com a personagem Filomena ( jamais esquecerei dela) que é uma força em um mundo cruel.

Eurídice Gusmão pode viver em uma casinha ou no apartamento da esquina, pode estar na sua casa ou ser você. Que personagem que é a cara de muitos brasileiros que apenas vivem sem saber o que é a vida cheio de experiências e novas descobertas. Ler sobre sua vida foi como abrir as páginas do diário de uma amiga, senti como se estivesse tomando café com a escritora principalmente quando ela conversa com o leitor que é maravilhoso.

Como deixei esse livro escapar? Esse livro é a prova de que existem muitas vozes e escritos para serem levados para as pessoas, que existem escritores talentosos, inteligentes e que além de escreverem colocam vida e algo novo. Sem dúvidas o melhor livro nacional que li, tem chances de tornar o melhor livro que li na minha vida. Mil vezes recomendado e que você não tenha uma vida invisível.
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Gois 19/09/2022

Um ode as mulheres invisíveis
Apesar de ter uma personagem principal, conta a história de muitas mulheres do século passado que viveram vidas "invisíveis" na sombra do cuidados dos filhos e do marido. Como muitas das nossas avós viveram. Inverossímil mas interessante. Sim, acho que não sou mulher pra entender a complexidade dos temas abordados nesse livro, mas achei, mesmo assim, muito interessante. Um livro sem grandes firulas, mas com uma escrita interessante, um tom de crônica do dia a dia, umas figuras de linguagem legais. Achei que ela se distrai demais das personagens principais contando outras histórias que me confundiram um pouco (mas pode ter sido lezeira minha). Esse livro foi a base para o filme "A vida Invisível", brasileiro candidato a indicado ao Oscar em 2020. Curto, li em 3 dias. E achei que vale a leitura.
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Aline.Carvalho 24/08/2021

Minando a alma feminina
Em A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha, as personagens Eurídice, Guida e Das Dores abrem a discussão para os diversos modos de atrapalhar vida profissional das mulheres. Essa obra não trata de ambientes de trabalho saudáveis e nem das melhores condições para o afloramento e desenvolvimento de talentos femininos. O Livro não trata só da vida profissional, ele explora as agonias e dificuldades de mulheres conformadas ou não às imposições sociais da década de 50 até a década de 70.

site: https://www.livroseoutros.com.br/blog/a-vida-invisivel-de-euridice-gusmao-trabalho-e-talento-feminino/
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Giovanna1242 29/05/2021

Uma história que no começo pode parecer tão comum e simplória, mas na verdade é de uma relevância enorme.
Uma leitura tocante, que me fez pensar muito no cenário machista brasileiro do século passado, e como a própria autora menciona no começo ?Eurídice e Guida foram baseadas na vida das minhas, e das suas avós.?. Após terminar, passei a compreender muito mais o comportamento das minhas avós, e achei de grande importância ter um contato com essa perspectiva e fazer comparações com a vida feminina atual.
Pra melhorar, a escrita da autora é altamente fluida, leve e carismática, ficando quase impossível querer parar de ler. Com certeza uma leitura que vai ficar no coração ?.
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lucasandrade 13/02/2020

Um retrato do invisível
Um retrato do invisível e ainda dentro desse retrato, existe o inexistente. Vidas que só são lembradas se seguirem o que a sociedade machista patriarcal dita.
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Sebostian 23/08/2022

Eu amei!
É uma história linda, são tantas as Eurídices e as Guildas por nosso Brasil, pela nossa família... O fato de até o narrador ser "complacente" com as ideias da época em que a trama se passa é uma das coisas mais hilárias e tristes que já vi!
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