Nati 12/04/2017"Perhaps scorpions were the only ones who could save each other."The Diabolic conta a história de Nemesis, uma humanóide genéticamente criada para proteger uma pessoa específica e amá-la incondicionalmente, chamados de Diabolics (ou Diabólicos, em português). Desde sua criação, emoções como amor, piedade, simpatia e etc. são brutalmente excluídos de sua vida - exceto com relação à pessoa protegida - para dar lugar ao medo, raiva, ódio e instintos primitivos. Nemesis é a Diabolic de Sidonia von Imperyan, filha de um dos mais renomados conselheiros do Império. Porém, o pai de Sidonia faz um jogo duplo e é parte de uma rebelião no Império para permitir novamente o ensino de matemática e ciências e criação de nova tecnologia, banidos por conta de religião predominante, os Heliônicos, cujo imperador é o fiel mais devoto, e Sidonia é requisitada na corte como uma 'convidada' (mais como uma refém política contra o pai). E agora, para protegê-la, Nemesis precisará se passar por ela e ir para a corte em seu lugar. Mas como uma Diabolic, que não deve ter sentimentos, e não deve ser nem humana, poderá tomar o lugar de uma garota adolescente sem levantar suspeitas e navegar o perigoso ambiente da corte?
Eu gostei muito da Nemesis, ela é uma personagem muito forte e que por vezes me lembrou a Cealena Sardothien em Trono de Vidro e Coroa da Meia-Noite. As personalidades delas são bem parecidas, e gostei muito da relação dela com a Sidonia. Dá pra ver que ali tem um laço mais profundo que somente a 'configuração' da Nemesis como Diabolic. E ela lutando contra sua própria humanidade, seus sentimentos, foi uma das coisas mais interessantes da história. E ela e Tyrus, gente. Tyrus foi um personagem muito bem construído e desenvolvido, a ponto de no final você realmente duvidar dele, mas assim como a Nemesis, querer confiar também. A química entre eles desde o primeiro momento é inegável e a relação deles é bem legal de ver se desenvolver.
Sidonia foi uma surpresa boa no livro. Desde o início, a amizade e o carinho verdadeiros que ela tinha pela Nemesis foram um dos pontos altos do livro, e apesar de no início o leitor achá-la inocente e até meio bobinha, no fim ela mostra sua perspicácia e larga um dos melhores plot twists do livro e que tornam a personagem ainda mais interessante. Pena que foi algo não tão explorado no livro, que ficou meio que subentendido e que só se torna claro depois da revelação final. Como o livro agora vai passar a ser uma trilogia, espero que em algum momento a gente tenha um POV da Donia para ter a visão dela dos acontecimentos e da relação com a Nemesis.
O plot geral do livro foi bem construído, o universo bem desenvolvido - a idéia dessa sociedade futurista que cultua um deus-sol e bane qualquer tecnologia e conhecimento que já não tenha sido desenvolvida antes, mas que ao mesmo tempo depende E MUITO desta tecnologia para sobreviver foi bem interessante, e até bem atual. Deu uma vibe meio distópica também, com um 'governo' central corrupto, com um líder sanguinário e uma revolução começando nos planetas 'dominados'. Achei o ritmo rápido, ás vezes até demais, e com vários plot twists (que eu adoro) durante toda a história, além de vários momentos de deixar o leitor na ponta da cadeira. Tiveram vários momentos em que uma coisa tão grande acontecia que eu achava que o livro estava perto de acabar, que era o climax, mas que na verdade ainda faltavam umas 200 páginas hahaha
Pra mim foi um 5 estrelas tranquilo, e estou curiosa pra ver o que a autora vai fazer com mais dois livros desse universo nas mãos. Será que vamos ter uma continuação? Uma prequel? Dois livros com os mesmos acontecimentos mas por POVS diferentes do da Nemesis? Duas histórias do mesmo universos com personagens diferentes (talvez a filha da prefeita rebelde? QUERIA MUITO!)? Só final do ano para saber!