A Descoberta da América Pelos Turcos

A Descoberta da América Pelos Turcos Jorge Amado




Resenhas - A Descoberta da América Pelos Turcos


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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: A Descoberta da América pelos Turcos, de Jorge Amado
“Quanto a dizer, como alguns diziam, despeitados, ser Raduan Murad ferrenho adversário do trabalho, ter-lhe santo horror, o que sucede com frequência aos letrados, trata-se de injustiça e má vontade, evidentes. Se de fato durante a primeira juventude o Professor – assim muitos o tratavam com deferência – recusara-se com obstinação a misteres pouco condizentes com sua capacidade intelectual, não havia trabalhador mais assíduo e pontual em mesa de pôquer ou der qualquer outro jogo de azar.”
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“Quanto à caçula, Fárida, diziam-na a mais formosa entre as turcas do armarinho. Um pitéu, na cúpida designação de Alfeu Bandeira, aprendiz de alfaiate sob as vistas de mestre Ataliba Reis, dono da Alfaiataria Inglesa, cujas portas se abriram em frente às do sobrado dos Jafet. Alfeu degustou o pitéu, que diga-se a verdade, se oferecia num descaro condenado com vigor pelas famílias da vizinhança: tamanho agarramento, tanta esfregação, tinha de acabar mal. Acabou bem, em casamento às pressas. Véu de tule esvoaçando sobre a intrépida barriguinha de Fárida, prenha de quatro meses, flores de laranjeira na grinalda, símbolo de pureza e virgindade. Virgem, só se for no sovaco, comentou mestre Ataliba, escolhido padrinho pelo noivo. No sovaco, será?, duvidou Raduan Murad, padrinho da noiva, cético como convém a um erudito.”
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Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2008/11/descoberta-da-amrica-pelos-turcos-jorge.html
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Gláucia 23/10/2021

A Descoberta da América Pelos Turcos - Jorge Amado
Tem muita coisa problemática aqui e me sinto até um pouco culpada de ter gostado tanto dessa leitura, que achei muito divertida. Temos que ter em mente antes de iniciar livros do Jorge Amado que sempre a mulher é retratada dessa forma, objetos sexuais sempre culpadas pelas desgraças na vida dos homens. Ele sempre exalta em suas obras os bêbados, as prostitutas, os malandros, os boêmios, os jogadores.
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Luiza.Alcantara 28/06/2020

É uma leitura despretensiosa. Um dos poucos livros do Jorge Amado que não me marcou e cativou, mas é sempre válido adentrar, ainda que de forma superficial, no mundo do Autor, com sua escrita e enredos tão particulares.
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Autora Dilma Barrozo 16/07/2010

Romancinho só no sentido afetivo
Não é um romancinho, como define Jorge Amado. Pode ser despretensioso, mas isso não lhe tira o tempero: é uma leitura muito gostosa. Ligeiramente apimentada, como é característico do autor, mas literalmente “ao ponto”.
É um livro bem humorado, que mostra através dos imigrantes Raduan e Jamil a interação e contribuição dos turcos (turcos, árabes, sírios e libaneses) com a Bahia, especialmente da zona cacaueira.
À cor local se juntam aspectos da mestiçagem, fatos pitorescos da região, costumes sociais do início do séc. XX, tradições familiares e culturais que gravitam em torno de um casamento de conveniência.

É leitura para um final de semana.
Ana 30/06/2013minha estante
Muitos árabes provindos da Síria (meu bisavô) e do Líbano entravam no Brasil com documento Turco por razões óbvias (ninguém saber que eram árabes); nunca ouve imigração turca no Brasil. Espero um dia ler este livro e me deparar com esta explicação.




Dani Ferraz 04/06/2020

Romancinho
A descoberta da América pelos turcos ou “Romancinho” foi um livro encomendado em 1992 para o autor, devido à comemoração dos 500 anos de descobrimento da américa, cuja a história é revelada antes de ser iniciado o romance sobre a chegada dos turcos – denominação comum à todos os imigrantes árabes que chegavam ao país – às terras do cacau no início do século XX.

Raduan Murad (libanês) e Jamil Bichara (sírio) desembarcaram na Bahia em 1903 e juntos foram tentar a sorte no litoral sul, eldorado do cacau. Jamil abriu um Empório em Itaguassu e Raduan preferiu viver sua boemia nas noites de Itabuna. Em uma de suas noitadas, tem conversa séria com o aflitivo Ibrahim Jafet, dono do armarinho O Barateiro, que quer a todo custo casar sua “feiosa e ácida” primogênita Adma, que está em vias de ficar para a tia e que amaldiçoa veemente suas saídas noturnas para visitar as pensões e cabarés. A moeda de troca deste casamento arranjado seria a sociedade no estabelecimento que está fadado ao fracasso caso não haja imediata intervenção, assim como o seu casamento após o falecimento de sua esposa.

Com um vocabulário regionalista, muita irreverência, humor e um toque bem apimentado de obscenidade, os diálogos são prazerosos, assim como toda a leitura e o enredo em si, que coloca dois esponsais na conquista de Adma, Jamil, meticuloso ao calcular os prós e os contras desta união e Adib “mocetão risonho e confiado”, garçom do bar frequentado por Raduan que também havia entrado na jogada a pedido do libanês.

Tomamos conhecimento daquele que irá desposá-la após um acontecimento hilário, por não ter sido trágico, “alimárias enfurecidas” descendo rua abaixo e quase esmagando Adma, se não fosse pela aparição do arcanjo, herói celestial, mas de carne osso, bem ou mal intencionado, isso fica a critério dos leitores.

Acontece que a Adma tem seus mistérios, algumas graças divinas lhes foram atribuídas, e toma-la por esposa não será um fardo tão difícil de se carregar, soube deixar sua cara-metade pacata e afeiçoada ao leito, numa terra onde à esposa só caberia as obrigações sagradas e a diversão se encontrava nas ruas.
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Karen Vitória 24/09/2020

Comentários machistas, preconceituosos e opressores
Foi meu primeiro contato com o autor e a pesar da importância dele eu não desejo mais lê-lo.
O livro é cheio de comentários machistas, preconceituosos e opressores, chegou um ponto ao qual eu nem sabia mais sobre oq era a história pois esses "detalhes" me desnorteavam durante a leitura.
Li resenhas e vi vídeos sobre o livro para que eu pudesse olhar a história por outro lado, entretanto não deu.
Thiago 02/12/2023minha estante
Porque o que dois turcos no começo do XX no fim do mundo de um vilarejo iam fazer seria exaltar pautas progressistas...




Joao.Paulo 14/08/2020

A Descoberta da América Pelos Turcos
Como o próprio autor pontua na introdução do livro, é um mais do mesmo, feijão com arroz do Jorge Amado.

Se de início somos introduzidos a uma história de tempos passados, com fundo histórico, logo somos transportados para a história da família burguesa que precisa casar sua filha mais velha. A dialética de Jorge Amado é a mesma de sempre: as coisas acontecem primariamente em um ambiente burguês, com preocupações burguesas, mas que pontua bem essa corrupção moral sistematizada da sociedade brasileira.

Formalmente temos a escrita tipicamente romanesca, que pontua a história como crônica, algo passado, quase como uma vizinha fofoqueira contaria a história, só que nossa vizinha fofoqueira é Jorge Amado, que entra em contraste tanto com situações como, mais evidentemente, os nomes desbocados dos personagens, como Glorinha Cu de Ouro.

Acho que o principal mote do livro é justamente trazer uma história que não seria tipicamente brasileira em algo brasileiro, já que o livro é encomendado como parte de um projeto sobre os 500 anos da descoberta da América, Jorge Amado, escritor de movimentos sutis, acaba usurpando essa ideia de descoberta, afirmando a brasilidade desse ambiente. O livro começa evocando Alah, para, ao fim, virar suas costas para Alah e afirmar Deus e ''como se sabe, Deus é brasileiro.'', fazendo, assim, um ambiente de pluralidade cultura.
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Gabriel 29/01/2023

A partir de uma prosa envolvente e de uma história divertidíssima, Jorge Amado conduz a meada sem perder o fio e, ainda mais importante, sem perder o leitor. O livro é curto, mas não é por isso que o leitor se sente a ele aprisionado. Jorge Amado efetivamente tinha o dom da escrita.

Por também ser grapiúna como o Jorge, tenho sensações de nostalgia quando leio seus livros que se passam na Bahia, seja em Salvador, seja nas terras cacaueiras -- com esse não foi diferente. Não se trata apenas de uma prosa cativante e de um estilo moderno e convidativo para o leitor; há algo a mais na escrita do Jorge Amado, algo que aparentemente não pode ser identificado e continua sendo um mistério ainda hoje, tal como os mistérios mencionados de Sálua e de Adma.
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EvaíOliveira 18/12/2021

Publicado em 1994, os personagens principais do livro são o sírio Jamil Bichara e o libanês Raduan Murad, que em 1903 chegam ao Brasil e se instalam na região cacaueira do sul da Bahia. Raduan tenta convencer Jamil a se casar com Adma, filha do dono de um armarinho, para poder herdar os negócios do sogro.
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Carol 31/03/2021

Expectativa muito alta, um pouco decepcionada com o texto
Esta resenha terá mais uma comparação com outros livros de Jorge Amado do que uma análise exclusiva do livro.

Eu já tinha lido outros 2 livros do autor (Capitães de Areia e Tenda dos Milagres) e tinha gostado muito dos livros, pela escrita de Amado, pelos temas, como ele construiu os personagens ao longo do enredo.

Mas esse livro, na minha humilde opinião de leitora, não acompanhou as características que eu citei dos outros livros. O tema parecia interessante, mas não atingiu o que minha expectativa esperava - talvez eu tenha criado uma expectativa muito grande por já ter lido outros textos de Jorge Amado.

Não gostei dos personagens, não gostei do enredo, não gostei de algumas representações apresentadas. Mas valeu a leitura, para conhecer um pouco mais do trabalho de Jorge Amado.
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Rodolfo | @_rodolfo92 23/02/2022

Romancinho
"A Descoberta da América pelos Turcos", ou "Os Esponsais de Adma", ou também, como foi apelidado pelo próprio autor, o "romancinho", foi fruto inicialmente de um projeto italiano envolvendo três escritores (o norte-americano Norman Mailer, o mexicano Carlos Fuentes e o brasileiro Jorge Amado). Cada um escreveria um romance em homenagem ao Quinto Centenário da "descoberta" da América. Ao que parece, o projeto foi por água abaixo depois da "Operação Mãos Limpas" na Itália e em seguida Jorge Amado autorizou a publicação da sua parte pela editora record.

O romance se passa na Bahia, no início do século XX, no tempo da civilização do cacau dominada pelos coronéis e é narrado sob a visão e costumes dos descendentes de imigrantes árabes. A breve história é construída dentro de um universo bem problemático tendo como assuntos principais os casamentos arranjados, as conversas e negócios tratados em mesas de jogatina e cabaré e a mulher sempre vista como causa de infortúnios dos homens e como meras peças dentro dessas negociatas.

Achei uma leitura razoável mas, ainda assim, é um livro bem escrito - considerando que Jorge Amado praticamente confessa na introdução que escreveu pra se divertir/passar o tempo e ganhar uma graninha a mais.
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Valeria 22/01/2012

Adoro Jorge Amado ! Este livro em particular é muito divertido ! Um dos meus preferido !
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Ribeiro 13/06/2022

Perspectivas
Sem dúvida alguma é um ótimo romance, cheio de quiproquós, risadas, uma pitada de putaria e a representação do retrato social baiano. Jorge Amado é mestre em descrever cenas, situações e amores em seus livros. em "A descoberta da América pelos turcos" não seria diferente, mas como pesquisadora do universo feminino na literatura preciso dizer que a misoginia é fortíssima nesta obra.
Vale ressaltar que Jorge é de outra época, outra realidade social e consequentemente as mulheres personagens de sua obra são meros objetos do prazer masculino e em muitos momentos elas são apenas matrizes reprodutoras da prole que engradece a Bahia de todos os santos.
Mesmo com esse aspecto um tanto quanto negativo é uma leitura prazerosa, de fácil compreensão, fluída e engraçada.
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Vanessa 16/06/2020

Adma e sua história comprada
Um romance com uma escrita boa, caracterizada pelo impudor das expressões e pela marcação dialética baiana.
Rápido livro com todos os aspectos românticos e o final feliz.
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