A mãe eterna

A mãe eterna Betty Milan




Resenhas - A Mãe Eterna


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DIRCE 11/09/2021

Abominei
O que motivou a ler este livro foi uma possível identificação com a narradora. Pura ilusão. Durante exatos 4 anos , eu e meu marido dedicamos nossas vidas a cuidar da minha mãezinha. Digo mãezinha porque ela que foi uma mãezona , uma lutadora, que sofria quando não podia atender aos desejos dos seus 3 filhos , sofreu um AVC devastador que a deixou acamada e completamente dependente. Durante esses 4 anos ela foi cuidada, foi amada ( não que antes ele não tivesse sido) e muito, muito, mimada. Minha mãezinha nos deixou domingo próximo passado, mais precisamente, no dia 05 de setembro de 2021. Embora eu reconheça que ela tinha o direito de partir, embora eu tenha pedido para que Deus Se apiedasse e a levasse, pois o seu sofrimento nas últimas semanas fez com que meu coração “ sangrasse”, estou sentindo como se um membro ou um órgão fosse me tirado. A casa está um deserto , está um silêncio ensurdecedor. Já no livro A Mãe Eterna com o subtítulo morrer é um direito, acho que serve como uma luva à narradora o dito popular : “chorar de barriga cheia”. Apesar de ela dizer no primeiro parágrafo do livro : “ Apesar dos seus 98 anos não suporto te perder” , ao narrar as atitudes da mãe que ,apesar dos seus 98 anos, era lúcida para pegar um táxi, contratar uma cuidadora, e de não caber a narradora os cuidados físicos, a narrativa me soou como um lamento. E a partida da senhorinha? Uma dádiva.
A leitura deste livro não me trouxe nem um alento, muito pelo contrário, causou-me irritação. Abominei. E sabe que não é a primeira vez? Recordo-me quando li Uma Duas da Eliane Brum ( uma escritora que particularmente admiro) me senti tomada por uma espécie de revolta na sua abordagem do relacionamento entre uma mãe e uma filha. Bem apesar do vazio que toma conta de mim, eu só posso dizer: obrigada aos céus ou seja lá quem for por ter me dado a oportunidade de esse serzinho tão maravilhoso ter sido minha mãe. E a você, minha mãezinha, eu lhe digo: Te AMO, Te AMO muito, Te amo mais que sorvete.
Mais um livro que deixo de avaliar para não diminui-lo.
Marta Skoober 23/10/2021minha estante
Te abraço daqui...




Christiane 24/07/2021

Após o livro "Carta ao filho" desta vez Milan nos fala da mãe. É um relato fictício, mas que é sincero sobre os sentimentos de uma filha diante do envelhecimento e da morte da mãe.

Fui tocada pelo livro pois passei por isto, em dado momento tive que ser a cuidadora da que cuidou de mim, daquela que me deu a vida e me escutou, instruiu, consolou. Como é difícil aceitar que esta mãe, com a qual contamos sempre, deixa este lugar, já não escuta direito, não consegue mais conversar com você, envelhece e pode morrer. Por outro lado temos consciência do que é envelhecer, perder sua liberdade e autonomia, pelo menos a física. Um corpo que já não permite que se faça o que deseja, até mesmo as menores coisas, como ir a um cinema, visitar um filho, chegando ao ponto de não poder tomar um banho sozinha.

A filha que cuida da mãe sente raiva, medo, se sente sendo subjugada nisto tudo, obrigações que não deseja, pesos em sua vida, mas não consegue deixar de fazer, de cuidar, pelo imenso amor que sente. E não há como falar sobre isto. Dizer que se sente raiva? não pode!! Milan é corajosa ao falar com honestidade, franqueza sobre estes sentimentos.

O filho no livro que não aceita, não ajuda e não participa. No fundo sente o mesmo mas reage de outra forma, não consegue aceitar o envelhecimento da mãe, a perda da mãe. Filhos desejam que a mãe seja eterna, a mesma, e se não pode ser assim no real, o imaginário se ocupa disto.

Quantas vezes me senti assim. Não aceitar, não querer que minha mãe envelhecesse, ficar com raiva quando ela ficava mal, doente. Não era por ter que socorrer, era por não querer que ela envelhecesse e morresse.

A imagem da mãe que cuidou de nós é a que fica. É esta que desejamos e mantemos. Nada mais cruel para um filho ou filha do que ter que se tornar mãe da mãe. Milan tem razão, é o momento em que perdemos a mãe, em que ela deixa de ser mãe, se torna filha. E como é difícil enfrentar isto. E penso que para a mãe também, tanto que ela vai reagir, com atos que chamamos de teimosia, rabugice, estar fora da casinha. Ela também deseja preservar sua independência e autonomia. Vai fazer coisas que não pode, vai comer coisas que não pode. Com diz Milan, "a velhice castra antes de a morte ceifar e por isso é tão aterradora".

Segundo Freud há uma fusão entre mãe e bebê, que carregamos pela vida, nunca nos separamos totalmente. A morte da mãe nos leva um pedaço, morremos junto. Uma parte de nós se foi. E ver a mãe morta é ver a si mesmo morta, e saber que um dia também vamos morrer.
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Kelly Albuquerque 10/12/2020

De modo a enfrentar o encontro com a finitude da ma?e, em decorre?ncia do avanc?o de sua idade, que a faz deixar de ser o que era, uma filha escreve a uma uma interlocutora, uma ma?e imaginaria. Com efeito, ser convocada a ser a ma?e de sua ma?e na?o e? uma tarefa simples. Menos pelas questo?es relacionadas as func?o?es de prover alimentos, higiene e cuidados diversos. Tal chamado impo?e um luto em relac?a?o a ma?e que ja? na?o se tem mais. E? duro. Cada falha do corpo - queda, esquecimento, perda de memo?ria, etc. - e? uma facada. A certeza de que nossos pais morrem nos coloca uma certeza: na?o ha? garantia de nada nesta vida. De fato, antes do fim, a velhice ja? nos coloca uma sucessa?o de mortes. As vezes por uma questa?o narci?sica, queremos a todo custo prolongar a vida dos nossos. Para isso adotamos a obsessa?o terape?utica, possi?vel grac?as ao avanc?o cienti?fico. Na?o obstante, ate? que ponto o aumento da sobrevida danifica a vida? Questa?o espinhosa que mesmo se for respondida na?o cala o horror da morte. Alia?s, na?o ha? saber que o silencie. Ve?-la todos os dias fazendo morada naqueles que sa?o nossas refere?ncias e? pesado e tambe?m, um caminho sem volta. Legados, crenc?as na imortalidade da alma, seja la? o que for, na?o suturam o trauma do corte radical que a morte leva a cada um prestar contas. Muito bonito, sincero e lu?cido o relato da autora. Sem floreios. Corajoso. De fato, como uma vez ouvi de um velho na sala de espera de um consulto?rio me?dico, pai e ma?e na?o tem idade.
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Yara 12/06/2020

Delicado e profundo
É uma coletânia de histórias sobre a mãe centenária... Escrita muito delicada e intensa, recomendo para quem convive com um idoso ou se interesse pelo assunto.
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Millah14 29/04/2020

É um livro que me emocionou muito, do início ao fim já li duas vezes e nas duas chorei muito
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Liu 15/01/2019

A mãe eterna
Excelente livro pra repensar a relação com a velhice e a morte dos pais.
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Thiago 23/12/2017

Sobre mãe e eternidade
Ninguém substitui ninguém. Objetos, coisas até vai mas um alguém, um amor ou lembrança não. O envelhecer é um lembrete diário disso enquanto que o adoecer é a vivificação do medo da finitude. A morte acontece a todos e embora teimemos em postergar a morte da mãe também acontecerá em algum momento. Nossa condição de existência vem com a cláusula de que ela deverá ter sua morte garantida e, portanto, respeitada. Humanizá-la é aceitá-la – o que não quer dizer que seja fácil.

Em "A mãe eterna: morrer é um direito" lemos desabafos, catarses e análises diárias de uma filha que agora se vê mãe de sua mãe, uma senhora de 98 anos que já não mais enxerga ou se locomove direito. Lemos sobre uma filha que se irrita e se assusta na mesma intensidade em que se surpreende e aprende com o envelhecimento daquela que antes lhe caracterizou tão vívida. Hoje ela está mesmo é vivida e isso demanda, cansa. As limitações de agora e as lembranças de antes, a nostalgia e a saudade podem imputar um direito auto-garantido de repreender e rechaçar, retaliar e impor àquela pessoa que insiste em persistir mesmo diante de tanta dificuldade que seu próprio corpo lhe impõe.

Pudera! O espelho acusa todos os dias um alguém que não mais se conhece (e talvez nem se enxergue direito) e isso irrita. O que se vê não é mais o mesmo: a pele retorcida e flácida, os cabelos ralos e amuados. Dentadura, fralda e muletas não é algo tão prático quanto se divulga. O organismo se mantém mesmo é por insistência e medicamentos, pelo passado em meio a um presente em que estamos tão preocupados com o que há por vir. E nesse ritmo cuidar exaure. Afinal, se nenhuma criança é igual a outra, por que com o velho haveria de ser diferente? Cuidado para não cair!/ Não esqueça seu remédio!/ Já tomou seu remédio?/ Não, não: eu faço isso pra você!/ Cuidado!/ Por que é tão teimoso (a)?

E quem é o mais apto para lidar com tudo isso? O médico, a enfermeira, o juiz, o cuidador, os filhos? Vai saber...

site: http://cotidianamentepsi.blogspot.com.br/
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Maize 06/11/2016

Cartas escritas a uma interlocutora imaginaria relatando os sentimentos que permeia a troca de papéis: a mãe virá filha da filha. O paradoxo do amor incondicional entre mãe e filha e as dificuldades e limitações da velhice. Lindo. Emocionante e que remete a muitas reflexões.
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Neide 28/08/2016

Resenha - A mãe eterna
Velhice, decrepitude, morte...
Há nessas palavras a certeza de fatos que acontecerão na vida de todos, com exceção de alguns que, por motivos variados, não chegarão á velhice. E mesmo com essa certeza, elas nos atingem tão fortemente, com golpes de angústia, medo e negação.
A mãe eterna -morrer é um direito, traz uma reflexão sobre a vida, o curso natural das coisas e a morte, mostrando os dois lados da história: a mãe que finge aceitar o curso da natureza e se diz tranquila para seu fim, mesmo vendo sua independência e sua dignidade se esvaindo junto aos dias que passam; e a filha que vai sendo mudada pelo amor por sua mãe e pela situação, se desdobrando para atender suas necessidades , já não mais se guiando pela razão e sim pela emoção, onde não contraria aquela que lhe gerou a vida para não criar mais conflitos e sofrimento para esta mãe.
A autora expõe pensamentos que passam na cabeça de quem vive situações como essa, mas que, na maioria das vezes, não são faladas por não serem bem aceitas na sociedade. A filha, apesar do amor incondicional por sua mãe, se vê em alguns momentos revoltada por ter recebido tamanha missão, tendo que abrir mão de sua própria vida para ser mãe de sua mãe... Para ela, isso não é justo, as pessoas não deveriam chegar a esse ponto, poupando assim sofrimento para ambas as partes. E se pergunta por que os médicos buscam vencer a morte, e não põem fim a esse sofrimento.
O livro nos permite vivenciar e refletir a cada capítulo, através dos acontecimentos vividos pelas personagens, a resignação do doente frente ás pequenas mortes diárias; a revolta dos parentes pela não aceitação da situação; a indignação por uma mãe se ver abandonada por aqueles a quem deu a vida em um momento em que mais necessita de atenção, amor e dedicação; o pânico sentido pelos parentes de também perder o controle das coisas na velhice.
A leitura desse livro fluiu como poucos, e não foi necessário muito drama para me emocionar e chorar inúmeras vezes.
As descrições sobre a vida, o tempo e a morte me fizeram refletir sobre quão curta é a vida e, num piscar de olhos, ela já passou, restando apenas memórias dos momentos vividos, das pessoas que percorreram esse caminho a nosso lado e, acima de tudo, sobre a importância que damos as pessoas que dividem conosco o maravilhoso agora!
Por isso, valorize a quem ama e viva intensamente cada momento, tendo a certeza de que deu tudo de si!
Espero que também se emocionem e possam refletir sobre esse maravilhoso livro.
Boa leitura!
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Fer Kaczynski 22/06/2016

Quando vi este lançamento do Grupo Editorial Record num programa de TV, se não me falha a memória, foi no Globo News Literatura (inclusive recomendo a todos a assistirem), fiquei interessada em lê-lo.

Gosto bastante de livros biográficos e que contem histórias reais, este me pareceu interessante, eu li um sobre essa temática e gostei muito, chama Por favor, cuide da mamãe e achei tão lindo, como gosto bastante de dramas (para chorar mesmo), solicitei este a editora parceira.


site: http://dailyofbooks.blogspot.com.br/2016/06/resenha-mae-eterna-betty-milan.html
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@retratodaleitora 10/06/2016

Como humanizar o fim da vida?

"Tudo ficou muito estranho desde que você está sem estar."

A filha já não suporta mais ver a mãe definhar, sem de fato morrer. Já aos 98 anos, com a saúde debilitada, a mãe mal ouve e quase nada vê. A filha, que se vê no papel de mãe da própria mãe, questiona os médicos, as religiões, tudo. Por quê manter vivo alguém que já não vive?

Um livro forte, reflexivo e atual, A Mãe Eterna nos apresenta um dilema que dói a alma e nos traz questionamentos sobre a vida, a morte e a relação mãe & filha.
A filha é quem nos narra, em forma de diário; diário esse que escreve para a mãe imaginária, a mãe que tinha e já não tem, a mãe que poderia ler, escutar, vê-la e acalentá-la. A mãe que poderia fazer o papel de mãe, e não de filha, como agora faz.

A leitura desse livro fluiu assustadoramente bem, o que surpreende devido ao tema pesado. Suas 144 páginas foram como pequenas agulhas sendo enfiadas no meu peito, me deixando desolada no final. Sabe aqueles livros que te fazem passar horas e horas refletindo? Talvez olhando pro nada. Talvez deixando escapar algumas lágrimas. Bem, eu não chorei, mas isso não diminui a emoção que senti, nem o quão doloroso foi ler esse relato; e a dor de imaginar que poderia ser eu, no lugar dessa filha.

"Gostaria de ser budista para considerar que o envelhecimento é natural e não me tocar. Só que o envelhecimento, em geral, ao qual os budistas se referem, é uma coisa, e o da mãe, em particular, é outro."

Betty Milan conseguiu me cativar, me causar empatia; me fazer pensar e, melhor de tudo, me fazer questionar. Indico esse livro para todos, e principalmente para as filhas, netas e bisnetas. Tenho certeza que o livro tocará você lá no fundo.

" Sou narcísica. Mas que culpa tenho eu de me espelhar em você? Não quero viver com o que terá sobrado de mim. O aumento da sobrevida está danificando a sua vida. Por que nos incutiram a ideia de que estar vivo é só o que importa e que nós estamos vivos enquanto o corpo resiste?"

Na verdade, livros sobre relacionamento entre mãe e filha sempre me tocam fortemente, e já li alguns sobre o tema. A Mãe Eterna, posso dizer, foi um dos melhores.

Morrer é um direito!

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/2016/06/a-mae-eterna-de-betty-milan.html
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@biaentreleituras 04/05/2016

A mãe está muito doente e a filha sabe que em pouco tempo não a terá mais ao seu lado. Com uma idade já muito avançada (98 anos), a mãe escuta e enxerga muito pouco, mal consegue andar e não quer se alimentar. A filha está desgastada fisicamente e emocionalmente, é quase insuportável ver a mãe no estado em que ela se encontra.

Como já não pode mais desfrutar das conversas com a mãe que, além de não conseguir ouvi-la direito, já não tem tanto interesse com certas conversas, a filha passa a escrever cartas. Essas cartas a ajudam a extravasar os sentimentos contidos em si e que precisam, de alguma maneira, se libertarem. Ela já não tem a mãe como ouvinte e por isso escreve para a mãe que que sempre existirá em sua memória, falando-lhe das dificuldades encontradas em seu cotidianos e das barreiras que a mãe impõe quando o assunto é cuidado.

A mãe sempre foi independente e se ver, aos 98 anos, precisando de ajuda para tudo, não a deixa satisfeita. A única maneira que ela tem de ainda se sentir independente e ter o mínimo de liberdade é se rebelando. A mãe não discorda das coisas para fazer birra ou irritar alguém, simplesmente quer se sentir dona de suas próprias atitudes, então faz o que bem entende e não se importa para ordens médicas ou os pedidos da filha. Colocar um agasalho, tapete antiderrapante no banheiro, não sair de casa desacompanhada ou mesmo não tomar vinho, são atos simples mas que oferecem um grande risco quem para está debilitada.

A filha não entende a atitude da mãe, acha que a idade a deixou ranzinza, mas aos poucos percebe o que a mãe está tentando fazer. A filha passa a enxergar a sabedoria da mãe e a experiência de tantos anos de vida. A cada dia sente que perde um pouco de sua mãe, cada vez mais essa dolorosa separação se aproxima e ela continua a escrever suas cartas, preparando-se para quando o momento chegar e desabafando com aquela mãe que existe em seus pensamentos.

Um livro que aborda questões muito difíceis e traz em suas páginas grandes reflexões. Através das cartas da filha para a mãe de suas lembranças, acompanhamos um doloroso processo e sentimos toda a angustia e sofrimento de ambas.

Leia a resenha completa no link> http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br/2016/05/resenha-mae-eterna.html

site: www.vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br
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