Flor da pele

Flor da pele Javier Moro




Resenhas - Flor da Pele


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Dudu 16/06/2022

Muito bom
O livro é muito interessante, pois conta a história que poucas pessoas conhecem em relação a variolizacao. Eu não sabia da existência de Izabel e de toda a história por traz da expedição para a imunização contra a varíola. Muito bom.
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DêlaMartins 16/04/2023

Arrumando estante e encontrando notas sobre leituras antigas que não estavam no skoob... Como meu objetivo é ter todas as minhas notas aqui, resolvi atualizar mais este.

Li em 2017. História da expedição que viaja à América Latina hispânica para vacinação contra a varíola, que dizimava a todos. Do passado dos protagonistas - Isabel, Balmis e Salvany, a narrativa passa pela montagem da expedição, pelas viagens e seus percalços, mas sobretudo detalha o sucesso de uma missão. Balmis, médico, estudioso e ambicioso, sempre à frente de tudo de forma racional. Isabel, de origem simples, criada de uma família, mostra muita coragem do início ao fim. Claramente uma feminista. Salvany, idealista, que toca o projeto de forma marcante.

Personagens excelentes, história muito bonita. Amei.
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ElisAngela 29/12/2020

FLOR DA PELE
Muito interessante o livro que conta a historia de uma das maiores expedições filantropicas e missionarias de todos os tempos...
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Marco.Pinheiro 16/11/2023

Um interessante capítulo da história do mundo
Gostei muito do recorte que o livro traz. A interessante jornada humanitária para levar a recente invenção - a vacina - aos quatro cantos do mundo, indo contra o tempo, contra a ganância e a ignorância das pessoas.
A história é centrada em Isabel, uma jovem que tem força e bondade inesgotáveis, e por isso mesmo acaba indo até onde jamais imaginou, por amor às crianças e ao ofício. Ela acompanha jovens cientistas para empreender uma jornada de cura, usando crianças como indispensáveis veículos para a inoculação da vacina, uma arriscada aventura de muitos perigos pelos mares, estradas e reinos.
Tudo isso em uma época que o mundo estava prestes a se fragmentar, em tantos pedaços que ora parecerá ser impossível cumprir a jornada.
Um excelente livro, escrito com cuidado, bem dosado no romance, no drama e na beleza.
O primeiro livro que li desse autor, e os demais já estão na lista.
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Ãnimo Total 01/06/2020

Flor da Pele
Um livro intenso...epidemia da varíola...e seus desdobramentos
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Tamara 08/07/2016

Fantástico
Ainda estou sem palavras para definir esse livro cativante e emocionante. Após o término dele sinto que tive uma belíssima aula de história e que pude aprender um pouco mais sobre o mundo em que vivemos e sobre sua história. Aqui Javier moro dá nas 432 páginas um panorama incrível do que foi a varíola e da destruição causada por ela onde passava e também nos deixa ver um outro século, uma outra cultura, e um modo muito primitivo de vida. Confesso que essa foi a minha primeira experiência com esse autor que é tão comentado e consagrado por seus romances históricos e preciso dizer que sim, ele conseguiu me fascinar e pretendo conhecer muitas das suas outras obras.
Nessa história Javier fala especialmente da varíola e de sua história e de como foi o início de sua cura, e também nos apresenta com muita maestria todos os que estiveram diretamente empenhados na expedição de vacinação. Ele nos deixa ver histórias muito lindas de dedicação e esforço e em meio a essas histórias podemos ver as nuances do ser humano como os amores e os ódios, mas saliento que esse não é em nenhum momento o foco do livro.
Como pontos positivos posso destacar o modo como a história é conduzida, as descrições de cenários que foram muito bem feitas pelo autor de modo com que possamos nos sentir naquelas aldeias pobres, na travessia junto com Isabel, Balmis e Salvany, na tristeza vivida por aqueles órfãos tão inocentes que sem saber estavam ajudando em uma grande missão humanitária, e também pela forma como o autor nos passa o sentimento de cada pessoa ali presente, os ódios, amores, os sentimentos de abandono. Além disso senti que aprendi muito a respeito da varíola, doença da qual sempre ouvi falar mas sobre a qual não sabia nada a fundo. Podemos ver nesse livro uma reconstrução de todo o sofrimento causado pela doença e o alcance e poder de destruição que ela tinha. Porém o ponto que acabou me cativando mais ainda foi saber que a história que eu estava lendo, apesar de estar transformada em um romance foi real, Isabel, Balmis e a primeira expedição de vacinação realmente existiram e foram um marco histórico, talvez muito pouco lembrado e reconhecido, que deram início a dizimação da Varíola que teve seu último caso registrado em 1978.
Eu diria que não tenho pontos negativos de forma pessoal a destacar, porém sei que nem todos os leitores amam romances históricos tanto quanto eu então alguns pontos podem ser incômodos para alguns leitores, como por exemplo o fato de o romance não seguir uma linearidade. Começamos quando Isabel perde a mãe, logo depois vemos sua ida para cidade e assim seguimos na história, mas nada que abarque um dia após o outro e sim os fatos mais importantes de sua história. Para exemplificar melhor, eu poderia dizer que me senti ao redor de uma fogueira com alguém me contando uma longa história, pulando anos e reunindo os fatos mais importantes pois não caberia, por exemplo, narrar cada dia pois na época em que Isabel era babá teríamos tarefas iguais todos os dias, quando a vacinação era feita teríamos descrição da mesma vacinação dia após dia, portanto o autor reuniu o que era mais importante para relatar assim conseguindo nos apresentar toda uma vida, desde quando Isabel era jovem até quando já tinha certa idade.
Também cabe um destaque que pode incomodar que é a ausência de romance. Realmente Isabel se apaixonou e se apaixonaram por ela, porém diante de tanta grandiosidade na história da varíola e de sua vacina, Isabel se dedicava a essa causa nobre, relegando o romance sempre a segundo plano.
Em relação aos personagens todos me cativaram à sua maneira. As crianças foram as que mais tocaram meu coração pois eram órfãos sem perspectivas de vida, que não tinham suas vontades respeitadas e tinham o papel de receber uma injeção da vacina para carregarem em seus corpos o produto da vacina e depois deixar que retirassem esse líquido de seus braços infectados para ser aplicado em outras pessoas para assim se disseminar a vacina. Não era um procedimento doloroso, mas era um uso um pouco invasivo daquelas crianças que no século XIX não tinham voz mas o autor apenas retratou como era a realidade. Essas crianças me cativaram pelo apego que dedicaram a Isabel, e por podermos presenciar seus medos, suas esperanças, suas felicidades. E Isabel também é um grande exemplo de mulher. Com toda certeza ela entrou para minha lista de mulheres fortes e corajosas. Ela percorreu o mundo sempre aguentando as más condições e sempre lutando para dar o melhor e o que estava ao seu alcance para aquelas crianças e para os doentes de quem cuidava. Os homens da trama, como Salvany também merecem destaque por seu desempenho e bondade, e Balmis apesar de ter sido o mentor de toda a expedição, era um homem frio que só pensava em alcançar seus objetivos, por isso em muitas vezes não gostei dele.
A narração é feita em terceira pessoa e o livro é dividido em 79 capítulos curtos, que facilitam a leitura e fazem com que as 432 páginas passem rapidamente e nem nos damos conta do fim que se aproxima. Não encontrei erros e como sou deficiente visual e não visualizo as capas dos livros, nessa leitura fiquei muito curiosa com o que a capa nos transmitiria e pedi descrição da imagem para uma amiga, e fiquei com a impressão geral de que a capa passa certo tom de serenidade, de repouso, e creio que a editora Planeta conseguiu associar muito bem a imagem com o que nos passa o livro, além de o título ser muito bacana e também simbolizar bem a varíola, que era chamada de flor negra.
Recomendo essa história maravilhosa para todos os leitores que gostam de bons romances históricos bem detalhados e que querem conhecer um pouco mais sobre a história do mundo através de uma escrita leve e gostosa. Também é uma ótima recomendação para os fãs de Javier moro ou para quem quer conhecer a escrita dele, creio ser um ótimo livro para iniciar nas obras do autor.


site: Resenha original em: http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2016/06/resenha-flor-da-pele.html
Ju Zanotti 21/07/2016minha estante
Pode me dar um spoiler? Pelo amor de Deus!


Tamara 21/07/2016minha estante
Aaha, qual spoiler? me pede por recado o que quer saber especificamente


Ju Zanotti 22/07/2016minha estante
Ah já meio que descobri, queria saber se Salvany e Isabel se reencontram


Tamara 22/07/2016minha estante
está lendo esse livro?


Ju Zanotti 22/07/2016minha estante
To lendo sim, faltam umas 170 pag para acabar


Tamara 22/07/2016minha estante
#Adoro. entrou para minha listinha dos melhores lidos até agora nesse ano.




Simone de Cássia 06/09/2016

Um livro encantador!! Não fosse pelo valor das informações científicas que traz ou pelo tom romanceado doce e sereno, ele já seria fantástico pelas questões históricas marcantes e intensas. Em um contexto marcado pelas dificuldades impostas pela Igreja e pela corrupção das autoridades envolvidas, é o relato real de uma expedição que foi reconhecida como uma das maiores conquistas humanitárias da história. Simplesmente adorei!
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San... 15/09/2016

Escrita primorosa e me trazendo informações que eu desconhecia sobre os métodos de erradicação da varíola e sobre a coragem de pessoas marcantes que vieram ao mundo no momento preciso, essencial. Javier Moro tem me surpreendido positivamente com seus livros, sempre muito bem escritos e com o cuidado para não tomar liberdades criativas desnecessárias. Recomendo.
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Sah 22/08/2021

Aventura que salvou humanidade
Que história linda. Personagens distintos,mas todos em prol da evolução da ciência.
Uma incrível expedição para combater uma das maiores epidemias que já existiu. Nesta aventura o médico Balmis com sua determinação e frieza, Salvanys com sua doçura e humildade e Isabel com seu amor às crianças e seus cuidados maternos. Os 3 viveram anos empenhados a distribuir a vacina contra varíola pelo mundo, vivendo amores, perigos, desavenças e separações.

Amei viajar com eles por tantos povos e conhecer a história da ciência, como a medicina surgiu para a saúde humana.

Romance muito bem escrito que te faz perder a noção do tempo.
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a.bookaholic 08/10/2021

"Os que querem lucrar à custa da saúde do povo sabem manipular a ignorância deste".
Em um tempo de tanto negacionismo quanto este que estamos vivendo, a leitura de Flor Da Pele é bem necessária.

O livro nos traz a história de uma expedição que aconteceu de verdade, na qual a Espanha levou através do médico Francisco Xavier Balmis e da enfermeira Isabel Zendal a vacina da varíola para seus territórios colonizados na América.

É importante ressaltar que, se tratando de colonização, a infecção proposital de povos isolados era uma arma utilizada pelos europeus para vencer as batalhas e, assim, conquistarem tantos territórios. Portanto, vamos focar na descoberta médica e não em como a Espanha foi "boazinha".

A varíola era uma doença que assolava a humanidade. A vacina para ela foi descoberta pela observação de que as mulheres que ordenhavam vacas que possuíam a varíola bovina ficavam imunes a essa doença. Inclusive, o termo vacina vem da palavra vaca. O termo continuou sendo utilizado para as demais em homenagem.

Mas, diferente das nossas vacinas atuais, bem, essa era feita injetando pus de vacas contaminadas em humanos 😅 que bom que evoluímos né? Como nessa expedição além mar ficaria meio difícil transportar um monte de vacas doentes, o médico Balmis encontrou outra forma: quando uma pessoa era vacinada dessa forma, ela desenvolvia uma bolha com pus no local da incisão. Então, o fluido seria transportado dessa maneira: vacinariam uma pessoa, e usariam o fluido que ela desenvolveria para prosseguir as vacinações.

Mas para manter o fluido durante toda a travessia, seria necessário encontrar um grande número de pessoas que não tiveram contato com o vírus para que participassem da expedição. E é assim que Isabel entra na história.

Ela era diretora de um orfanato e entrou nessa missão como a primeira enfermeira da História em uma missão internacional. Junto de 20 órfãos, eles fizeram história.

Fico pensando nas pessoas anti-vacina. Graças a esse procedimento, a humanidade ficou livre de inúmeras doenças fatais. As pessoas da época terem receio até faz sentido, era algo novo, mas agora com tanta informação é irônico sermos a era da desinformação.

site: instagram.com/a_bookaholic
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Li 22/10/2021

A distribuição da vacina da varíola por todo o território, pra ísso a utilização do vírus transportada em crianças dos maus diferentes locais, em viagens longas mar a dentro, cidades por cidades, ultrapassando fronteiras, vencendo o medo das pessoas por aquele processo novo para se livrar de uma doença, que quando não matava , deixava seqyelas terríveis. Um livro que apresenta uma história inesquecível, envolvente e de muitas aventuras.
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Milena 04/04/2022

Gostei da história que envolve a vacina da Varíola
O que me chamou atenção nesse livro foi a trajetória da vacina, e claro que a história de cada personagem foi fazendo com que o livro ficasse mais gostoso.

Mas no final achei que faltaram algumas informações, ou se colocaram elas, não deram muito espaço, mas fora isso o livro é bom, meio parado em alguns pontos, mas faz parte, por ser um livro narrado em terceira pessoa.
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Gih 17/09/2016

Mais que um livro biográfico, uma história de coragem, força e amor
Imagine que você mora no sertão nordestino. Sua família é grande e vocês mal tem o que comer. O calor é insuportável e a sede se faz presente constantemente. Imagine que você como irmã mais velha tem que ser responsável por seus irmãos, mesmo que ainda seja uma criança, porque seus pais precisam trabalhar e não tem ninguém para ficar com vocês. Imagine que uma doença incurável se alastra pela região e o maior medo de todos é que alguém conhecido seja vítima desse mal. Para azar de sua família, sua mãe é a mais nova vítima e não há nada a ser feito, a não ser rezar pela alma dela, limpar toda a casa para impedir que os outros contraiam tal doença e cuidar para que seus irmãos menores não sintam demais a falta da mamãe.

Já deu um nó na garganta? Acredito que a maioria de nós já ouviu uma história parecida, principalmente em um país como o nosso, onde a migração é tão constante, mesmo em tempos difíceis nas metrópoles.

Mas vamos transportar esse cenário para a Espanha, mais precisamente durante o século XVII, quando a varíola, doença existente em nosso meio desde muito tempo, causou uma epidemia que atravessou os mares e poderia facilmente ter gerado uma catástrofe de proporções mundiais, não fosse a preocupação do rei com as colônias além-mar e a persistência de um médico obcecado por seu trabalho.

Acompanhamos essa história através da vida de Isabel Zendal, que muito cedo perdeu a mãe para a varíola. Sendo a mais velha entre seus irmãos, teve que assumir o papel que sua mãe ocupava, cuidando das tarefas de casa e dos irmãos. Mas, em um período onde as pessoas precisavam trocar o pouco que tinham com os vizinhos para terem o que comer, seu pai se viu diante de uma decisão que mudaria a vida de Isabel para sempre. Ele solicitou ao pároco da cidade que arranjasse um emprego para Isabel, mas isso significaria que provavelmente ela teria que ir embora e deixar a família, mas seria uma boca a menos para alimentar e ainda poderia contribuir com o sustento. Como filha obediente, ela aceitou, sofrendo em silêncio o que o destino lhe reservava. A outra opção para a família seria morrerem de fome ou terem de entregar um dos pequenos para adoção ou ainda, como algumas famílias faziam, praticar um infanticídio, o que estava fora de cogitação para a família Zendal.

Isabel se mudou e aprendeu a lidar com a saudade. Também descobriu que seu destino não era tão ruim quanto pensava, afinal ela agora morava com uma família rica e importante e seu trabalho continuava a ser o de cuidar de crianças pequenas; a diferença é que agora, recebia algum dinheiro para isso, além de ter roupas, teto, comida e proteção. A menina cresceu, e se tornou uma jovem respeitável, mostrando uma capacidade de aprendizado e praticidade que a tornou indispensável para a família que a tinha acolhido.

Ingênua e doce, Isabel acabou conhecendo Benito, um militar, e se rendeu aos encantos e lábia do jovem que sonhava ir para a América e fazer fortuna. Tomada de paixão e com receio de seu amor lhe esquecer, quando chegou o momento de separarem, Isabel entregou seu corpo e coração a Benito, recebendo em troca promessas de um futuro promissor juntos.

Mas o tempo passou e Isabel se viu em uma situação insustentável para uma mulher na época: estava grávida e solteira. Desesperada e com vergonha de sua atitude, decidiu contar à família para quem trabalhava que estava esperando um filho, se resignando com o fato de que provavelmente seria posta na rua. O que Isabel não esperava, era que sua patroa cairia vítima da varíola e que seria indispensável para os cuidados da senhora, já que provavelmente estava imune à doença, devido à sua convivência com ela quando criança. Seu zelo e carinho para com essa mulher nunca seriam esquecidos e o patrão, vendo o potencial de Isabel, indicou-a para um trabalho que não lhe pagaria muito mais do que ganhava, mas que abriria um novo horizonte em sua vida, tirando-a da condição de criada.
Isabel assume a direção de um orfanato e cria seu filho junto a tantos outros que são deixados por famílias que não tem condição nenhuma de criá-los.

Paralelamente à jornada de Isabel, a epidemia da varíola se espalha pelos territórios espanhóis, principalmente no novo mundo. O dr. Balmis, médico cirurgião do exército espanhol, é um grande estudioso do processo que hoje conhecemos como vacinação, onde ao receber uma pequena quantidade do vírus de uma patologia, nosso corpo cria os anticorpos necessários para combatê-la. Ele convence o rei do processo e é designado como diretor de uma expedição que levará a vacina contra a varíola até as colônias espanholas no continente americano. Para isso, ele precisa de crianças, que servirão como meio de transporte para o vírus. Seu plano de trabalho encontra resistência na comunidade médica, mas o rei sente a urgência da situação e autoriza a expedição.

É nesse momento que a vida do dr. Balmis esbarra com a de Isabel, e ela sem saída, acaba se tornando a primeira mulher a participar de uma campanha de vacinação, sendo reconhecida atualmente como a primeira enfermeira da história a participar de um feito desses.

Atravessando os mares, vacinando milhares de pessoas por onde passam, a convivência entre duas pessoas de temperamento tão distintos não poderia ser mais complicada e explosiva. O único alento de Isabel é a presença de Josep Salvany, médico assistente de Balmis. Ambos descobrem com o passar do tempo, uma cumplicidade e admiração mútuas. Para Isabel, Salvany é o ideal de um homem bom, sendo sempre generoso e preocupado com todos ao seu redor, inclusive colocando a própria vida em risco, já que sofre com a fraqueza dos pulmões há anos. Para Salvany, Isabel é o bálsamo que faz com que a empreitada da qual aceitou participar, seja mais leve do que é de fato. Em sua presença, ele se sente seguro, forte, querido.

Mas, assim como Salvany, Balmis também vê as qualidade de Isabel e sua beleza o encanta, sua força e inteligência o causam admiração, e ele se vê apaixonado pela jovem, que não retribui seu afeto, ao contrário, chega a sentir repulsa pela atitude do médico, que não se importa com as crianças, nem com ninguém além de si mesmo e o trabalho a que se propôs.

Entre amores e desamores, vencendo dificuldades com a natureza e com a corrupção de políticos locais, o trio leva a cabo a expedição, e no novo mundo, Isabel acaba encontrando o lugar a que realmente pertence e sua vocação como profissional da medicina se manifesta mais forte do que nunca. Ela finalmente deixa para trás o status de mãe solteira, algo que era considerado quase um crime na época e se torna dona do seu próprio destino.

Javier Moro descreve a jornada de Isabel, de maneira muito clara e vívida, transportando-nos para dentro do navio ou da selva, para os conflitos das crianças ou de consciência dos personagens principais dessa empreitada que salvou o mundo de uma epidemia global. Isabel foi uma mulher forte e inteligente, à frente de seu tempo, generosa e capaz de despertar fortes paixões por onde passou, deixando uma profunda impressão em todos que a conheceram e na história da humanidade. Através de sua vida, podemos acompanhar um momento histórico importantíssimo do surgimento do movimento iluminista e a quebra de paradigmas na medicina tradicional, além do surgimento de um procedimento que até hoje salva vidas.

Gratidão eterna a Isabel Zendal por ter doado boa parte de sua vida a cuidar de crianças e pessoas necessitadas, e por ter propiciado o controle de um mal antigo, que poderia facilmente levar ao fim da humanidade como conhecemos hoje. Principalmente por inspirar a força que existe dentro de cada uma de nós, mulheres que amam, que trabalham, que tomam as rédeas da própria vida e se tornam senhoras de seus destinos.


site: https://www.blogpapelpapel.blogspot.com.br/
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Sandra 14/11/2016

Bom
Uma historia veridica, interessante. Mas a leitura é cansativa, muito descritiva.
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Vanessa Vieira 09/04/2017

Flor da Pele - Javier Moro
O livro Flor da Pele, do espanhol Javier Moro, nos traz uma bela história de coragem e fé que se descortina no final do século XVIII e mostra a saga de uma expedição em busca da cura da "flor negra", como era conhecida a varíola, então uma das doenças mais temidas do mundo. Tecido com maestria e pesquisa minuciosa, o livro de Javier Moro detalha os pormenores de uma aventura pouco conhecida de nossa história e que foi a responsável por salvar a humanidade de uma epidemia fatal, além de nos mostrar um romance singelo e supremo que se descortina pouco a pouco em suas páginas.

Conhecida por "flor negra" por deixar marcas escurecidas na pele dos infectados, a varíola era uma das doenças mais mortais e temidas ao redor do mundo no final do século XVIII. Independente de classe social ou idade, ninguém estava a salvo deste grande mal até que pesquisadores investem em um método ousado porém eficaz, que consiste em infectar pessoas potencialmente saudáveis com o objetivo de tornar os seus organismos resistentes ao mal.

E é desta forma que Isabel Zendal, uma jovem mãe solteira, acaba se tornando a primeira enfermeira da história em uma missão internacional. Acompanhada por vinte e duas crianças com idades entre três e dez anos, ela parte pelo mar rumo aos territórios espanhóis com o objetivo de levar a recém-descoberta vacina da varíola para populações carentes. Tal expedição é liderada pelo médico Francisco Xavier Balmis e por seu ajudante, Josep Salvany, que enfrentarão a oposição da Igreja e a corrupção das autoridades locais, além de disputarem o amor de Isabel.

Flor da Pele é um livro historicamente rico, tais como as demais obras de Javier Moro e nos apresenta uma história corajosa, audaciosa e que foi a responsável por salvar a nossa humanidade da cruel epidemia da varíola. Apesar de ter um contexto histórico amplo e bem detalhado, a trama possui uma escrita delicada e atrativa ao ponto de nem notarmos as suas mais de quatrocentas páginas. Narrado em terceira pessoa de forma rica e envolvente, o enredo de Flor da Pele retrata com afinco um capítulo importante da nossa história e até então não muito difundido com brilhantismo, paixão e exatidão.

"Sempre fica algo do bem que fazemos. Do resto, não fica nada."

Isabel é uma mulher forte e corajosa que se predispõe de corpo e alma numa empreitada que visa beneficiar o maior número de pessoas possível. Ela deixou a pobreza de sua terra natal para trabalhar na cidade e acabou se apaixonando por um soldado, que a seduziu e a abandonou grávida. Marginalizada pela sociedade por sua condição de mãe solteira e com vergonha de voltar para o seio de sua família, a jovem resistiu firmemente aos percalços da vida e firmou o seu nome da história de uma forma magnânima e intensa. Acompanhar sua destreza e paixão em meio a uma missão ousada com o intuito de combater a varíola se mostrou um fiel e verdadeiro retrato de amor à humanidade e à vida.

Balmis é um exímio médico que sempre foi censurado por seus métodos nada ortodoxos e meticulosamente audaciosos na erradicação de doenças. Apaixonado única e exclusivamente pela medicina - abandonado até mesmo a própria família para exercer a amada profissão - ele tem a ousada ideia de seguir com a expedição para levar a cura para as populações pobres e exterminar de uma vez por todas a taxa de mortalidade da varíola. Contando com a ajuda do médico auxiliar Josep Salvany, um homem sensível e repleto de amor pela humanidade, eles enfrentam a oposição do clero, fortes temporais, a corrupção e a ganância das autoridades locais e, acima de tudo, lutam avidamente pelo amor de Isabel.

"O amor não desaparece nunca. A morte não é nada, e o que somos uns para os outros seremos para sempre."

Em síntese, Flor da Pele é um livro intenso, rico e magistralmente escrito, que retrata com afinco a saga de uma expedição para salvar a humanidade e sobretudo a história de amor e coragem de Isabel Zendal, uma mãe solteira sem perspectivas e vivendo uma situação difícil que se tornou a primeira enfermeira da história numa missão internacional. Com personagens fortes e apaixonados pelo que fazem e um enredo emocionante - cheio de perdas e ganhos -, Flor da Pele se mostrou uma obra tão magnânima e profunda quanto outras do autor, tais como Meia-Noite em Bhopal e Paixão Índia, além de retratar um capítulo importante e até então não muito destacado de nossa história com afinco e coesão. A capa é muito bonita, além de ser bem condizente com o enredo e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo ☺

site: http://www.newsnessa.com/2017/04/resenha-flor-da-pele-javier-moro.html
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