Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi

Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi Joachim Meyerhoff




Resenhas - Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi


49 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Helena Dias 30/07/2016

Um livro leve e com emoções na medida
Quando finalmente voltará a ser como nunca foi (Ufa!) é narrado pelo filho mais novo do diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e jovens. Por morar dentro do hospital com a sua família, o pequeno não conhece outra realidade e, por isso, narra cada momento de sua vida dentro daquela instituição, cada passo que tomou enquanto crescia em meio a pessoas com deficiências físicas e mentais. Um livro que se passa dentro de um hospital psiquiátrico já é por si só bem interessante. Mas quando ele é narrado através dos olhos de uma criança e sua inocência, é ainda melhor. Este foi o principal motivo que me fez solicitar o livro à editora assim que foi lançado.

A narração começa de uma forma bem inusitada e diferente. Acredito que a principal intenção do autor era mostrar de uma forma impactante - e ao mesmo tempo imediata - suas características de escrita e sua intenção com a história. O brilho do primeiro capítulo não é apenas a forma leve e natural com a qual o autor escreve, mas também a curiosidade e o gostinho de quero mais que o mesmo desperta no leitor. Entretanto, logo no próximo capítulo somos tomados por algo completamente oposto. Não que tenha ficado ruim, mas foi apenas uma introdução para como seria o ritmo da história dali por diante: cheia de altos e baixos. A necessidade de mostrar cada detalhe acerca do protagonista acabou deixando muitos capítulos tediosos e sem o brilho das primeiras páginas. Consequentemente, não tem como saber quando um capítulo vai ser ótimo ou não. Como a história nada mais é que um relato do cotidiano de uma criança e sua família, e como uma família normal, eles têm dias de grandes emoções e dias completamente sem graça. Ao contrário de muitos, não achei isso chato. Na verdade, gostei como é mais realista, mais próximo do cotidiano de qualquer família.

A escrita carregada de uma essência infantil foi excepcionalmente bem captada pelo autor, conseguindo mostrar algumas situações que, apesar de sem tempero, são muito importantes para o crescimento do personagem, o que só vamos perceber com o avançar da leitura. Ainda assim, achei que alguns capítulos não serviram nem para isso e poderiam ser descartados sem afetar em nada na história.

A importância de todo o desenvolvimento fica claro desde o seu início, mas onde o autor quer chegar com essa trama é uma incerteza. Opa, temos um problema, não é mesmo?! O livro não tem uma reviravolta, não tem um grande conflito para ser resolvido, e isso alimenta a expectativa de que algo muito importante vai acontecer a qualquer momento. Até aí, ok. Acho legal quando um livro consegue manter essa sensação. O problema é que a constante espera acaba, na maioria das vezes, sendo um banho de água fria. Porque a sequência de coisas realmente marcantes só vai acontecer lá pelo final do livro, quando você já desistiu de esperar por algo. Tudo bem que quando acontece, vira uma surpresa e a vontade de largar a história é nula. Mas como a trama já está nas últimas páginas, tudo acaba acontecendo muito rápido, deixando a sensação de que os acontecimentos foram se embolando uns nos outros. Não fica confuso, é possível entender tudo, é como aquela pilha de roupas em cima da cama: você entende a bagunça, mas ela ainda é uma bagunça. Entendem?

O desenvolvimento dos personagens, todavia, foi o ponto alto desse livro para mim. O autor conseguiu criar pessoas complexas e conflituosas. E não ache que estou falando dos pacientes do hospital. O verdadeiro problema está dentro da família do pequeno narrador. Um pai excelente quando se trata de teoria, mas terrível na prática. A mãe que resolve tudo dentro de seu lar, organiza cada detalhe, mas não está satisfeita com seu papel. Dois irmãos mais velhos que possuem talentos, se dedicam a eles, mas só fazem maldades com o caçula. E, claro, o nosso protagonista que possui problemas de aprendizado e tem diversos ataques de fúria por isso. Mas que, mesmo assim, tenta lidar com tudo.

Diferente da história pesada que eu esperava, é uma obra leve e cheia de emoções. O autor consegue abordar bem a profundidade de cada personagem; pegar suas perdas e saudades, e transformá-las em lembranças. Além disso, através da vontade em compreender as coisas ao seu redor e encarar a lenta desconstrução de sua família, conseguimos perceber o adulto maduro que o protagonista se torna aos poucos.

Claro que a história está longe de ser perfeita, mas isso não a impede de ser agradável e muito menos, de que você se apegue a cada detalhe dela. E, principalmente, não impede que você se sinta parte da família.

site: http://www.cafecomlivroo.com/2016/07/quando-finalmente-voltara-ser-como.html
Mariane.Aquino 20/08/2016minha estante
Nossa! Perfeito, tirou as palavras da minha boca!
Parece que vc foi a única que leu o mesmo livro que eu estou lendo.
Não sou do tipo que abandona livros pela metade, mas dessa vez estou me "arrastando" pelas páginas, passando direto por algumas descrições - ao meu ver - desnecessárias, e não cheguei nem na metade do livro. Vou TENTAR terminar pq quero acreditar que essa leitura vai valer a pena. Eu adicionaria mais alguns elementos negativos, mas de modo geral achei sua resenha muito fiel à obra.




Driely Meira 03/11/2017

Intrigante
Joachim é um garoto um tanto peculiar. Filho mais novo do diretor de um hospital psiquiátrico, ele mora nas redondezas do hospital desde que se lembra, e já está acostumado com os pacientes que por ali perambulam. Ele inclusive tem alguns amigos de lá! Mas não é só isso o que faz dele um menino um tanto diferente. Quando tinha sete anos, Joachim encontrara um corpo (de um aposentado) enquanto ia para a escola, e à medida em que crescia, seus ataques de fúria (e birra) só aumentavam.

Joachim é muito ligado à cadela de estimação da família, mas até mesmo com ela ele se irrita de vez em quando. Seu pai está sempre com o nariz enfiado em algum livro, e raramente dá alguma atenção aos filhos (quando o faz, os meninos vibram de alegria), a mãe não gosta de viver no norte da Alemanha (e deixa isso bem claro ao reclamar do frio), e tudo o que os irmãos mais velhos fazem parece ser com o objetivo de serem maldosos com Joachim.

Hoje penso que, talvez, também a nossa família tenha sido sempre apenas um conceito para ele. A vida como diretor de um hospital psiquiátrico, a vida como capitão de um navio, a vida como horticultor autossuficiente no campo, a vida como pai e marido na família – nós também éramos uma teoria que ele só suportava sentado na sua poltrona, mergulhado em livros ou distante de nós. – página 213

Ao longo do livro, somos apresentados a vários acontecimentos da vida de Joachim (ou Josse), desde sua infância até seus vinte e poucos anos. Não são acontecimentos muito marcantes ou que nos fazem devorar as páginas, mas são interessantes, principalmente quando envolvem pacientes do hospital ou quando Josse deixa transparecer sua raiva sobre qualquer coisa. Eu estava doida para chegar logo no final e descobrir os motivos de ele sentir raiva por motivos tão bobos e insignificantes. Teria isso algo a ver com o fato de o garoto praticamente morar no hospital?

[...] Depois veio a raiva. Uma onda quente que subia dos pés e uma torrente de pensamentos vingativos. Vi punhos e sangue, levantei a cabeça e, de repente, estava diante da minha imagem refletida no espelho. Eu não tinha noção de que podia assumir uma aparência tão feroz. – página 89

Eu estava bastante animada para ler este livro, apesar de ter passado pelo Skoob antes mesmo de iniciar a leitura e ter visto que a história não havia agradado muita gente. Mas estava curiosa. Infelizmente, esperei demais da história, e acabei me decepcionando um pouco.
A narrativa é um pouco lenta e requer atenção, e muitos pontos são cansativos. Ainda assim, é uma obra interessante de se ler, e eu, no geral, gostei de acompanhar Josse em diversos anos de sua vida.

Claro, o livro não me fez rir, chorar ou demonstrar qualquer outra emoção a não ser raiva em alguns momentos (os personagens sabiam ser chatinhos quando queriam), e não é uma história com muitos altos e baixos, intrigas, cenas tensas nem nada do tipo. Quando finalmente voltará a ser como nunca foi é um livro morno, possui uma história intrigante (que promete um final um pouco mais elaborado; contudo, até que gostei do desfecho dado pelo autor) e um protagonista que não é muito difícil de se gostar.

Apesar de não ter me conquistado totalmente, Quando finalmente voltará a ser como nunca foi é uma história que conseguiu me prender do início ao fim, e eu fiquei surpresa quando descobri que o livro é, na verdade, uma autobiografia do próprio autor. Para quem busca um livro diferente (tanto em sua nacionalidade quanto em conteúdo) esta é uma boa dica. Mas antes, uma pergunta: a loucura está do lado de dentro ou de fora?

O silêncio me deprimia. Eu odiava ouvir meu sangue murmurar no travesseiro e ficar deitado no escuro como uma múmia preparada para a eternidade. Sentia saudades dos gritos, da gritaria tranquilizadora dos doentes. – página 96


site: http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Thaisa 07/02/2018minha estante
undefined




Gêmeas Sperandi 04/06/2016

Adorei!
Quando finalmente voltará a ser como nunca foi, de Joachim Meyerhoff, foi publicado no Brasil pela editora Valentina. A primeira coisa que me chamou a atenção foi essa capa maravilhosa! De verdade, entrou para as capas de livros mais lindas que já vi. Outro fato foi o título, muito original e chamativo.

O livro conta a história de Joachim (sim, o personagem tem o mesmo nome do autor do livro), um menino que vive com a sua família ao lado de um hospital psiquiátrico. Seu pai é diretor do hospital, e durante toda a narrativa conhecemos como é viver no meio da "loucura".

Acontece que nem Joachim e nem sua família são "normais". Cada um com sua loucura, com seu surto de vez em quando. Achei isso muito legal, pois torna os personagens mais reais. Imagino que ver tanta gente do hospital psiquiátrico e conviver diariamente com eles faz com que a linha do padrão da sociedade borre um pouco.

Os capítulos de Quando finalmente voltará a ser como nunca foi não seguem uma ordem cronológica. Às vezes, o personagem conta a história de um paciente do hospital, às vezes relata fatos de sua infância. Meu paciente preferido foi O tocador de sinos.

A narrativa do autor simplesmente flui. Você fica imersa nesse mundo, na casa do personagem e nos pacientes do hospital. É um livro bem diferente do que eu estou acostumada a ler, mas gostei muito dessa experiência. É como um relato especial de quem ouviu muitas histórias e sentiu a necessidade de repassá-las. Joachim Meyerhoff costurou o livro muito bem, não senti falta de respostas. À medida que o final do livro se aproxima, muuitas coisas acontecem. O leitor descobre segredos, se depara com tragédias, amores, etc. Deu aquela empurrada na leitura, sabem?

Quando finalmente voltará a ser como nunca foi, de Joachim Meyerhoff, é um livro diferente, daqueles que você precisa ler de vez em quando para explorar novas narrativas e conhecer outros mundos. É o primeiro livro que li do autor e com certeza lerei os próximos!

site: http://www.gemeasescritoras.com/2016/06/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



Karini.Couto 06/06/2016

Assim que vi o anúncio desse livro fiquei muito curiosa; me interesso sempre por assuntos que envolvem comportamento, saúde mental e trata de questões familiares, mesmo na ficção esses assuntos sempre agregam bastante ao nosso dia a dia, tendo um conteúdo que muitas vezes surpreendem como aconteceu com "Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi".


"MEU PRIMEIRO MORTO FOI UM APOSENTADO.
Bem antes que um acidente, uma doença e a senilidade levassem as pessoas queridas e mais próximas da minha família; bem antes que eu fosse obrigado a aceitar que meu próprio irmão, meu pai jovem demais, meus avós e até mesmo minha cadela, companheira de infância, não eram imortais; e bem antes de eu manter um diálogo constante - tão alegre, tão desesperado - com meus mortos, certa manhã, encontrei um aposentado morto."


Neste volume conheceremos Joachim, um menino com uma família que aparentemente seria normal, mas que vista mais de perto e com olhos mais atentos possuem suas "estranhezas" e somado a isso o pai de Joachim é diretor de um hospital psiquiátrico, tendo o menino então convivido em uma linha tênue sobre o que é loucura e o que é normal.

A história começa com Joachim em seu aniversário de sete anos (o mais esperado), já que aos sete ele teria certa autonomia para fazer coisas sozinho e não mais na companhia do irmão ou mãe; ao ganhar essa autonomia o menino passou a perceber fatos que antes lhe passavam despercebidos e mesmo tendo prometido cumprir certas regras desvia caminhos e explora com mais atenção as coisas. E foi assim que encontrou um homem morto e anunciou com a maior naturalidade aos colegas de classe e sua pedagoga.


"Contudo, o fato de que, nos dias seguintes, nenhum policial tenha batido à minha porta, de que eu não tenha ido parar nos jornais - eu imaginava uma foto grande, na qual eu apareceria sério, apontando com o dedo o local da descoberta - e de que não houvesse nenhuma recompensa para quem encontrasse gente morta me deixou um bom tempo magoado."


Para Joachim achar um morto era um passo para algo maior, algo grande e algo só dele! A cada momento que ele contava a história para as pessoas aprimorava o que viu, criando fatos que fossem agradar aqueles que estavam escutando. Tendo em vista talvez, ser visto, percebido com certa importância.

A reação do menino e maneira como ele anuncia tal fato, assim como a maneira como ele se sente, já é bem peculiar e aos poucos vamos tendo vislumbres de sua infância e de pacientes do hospital, em uma narrativa que traz ao leitor clareza sobre o ponto de vista de Joachim e suas percepções bem como a forma que vê o mundo, sua família e a si mesmo.

A história é intrínseca e recheada de sentimentos que nos atingem em cheio; hora nos mostrando a familiaridade com que Joachim percebia o mundo imerso em loucuras ao seu redor, chegando até a fazer parte do quadro com seus acessos de ira e nos mostrando detalhes de pacientes e situações, inclusive de sua própria família, até o momento em que ele vai crescendo e desejando cada vez mais o mundo que está fora dos tijolos da instituição e uma vida normal; tomando certo asco por aquilo que antes lhe era comum e interessante, como os inúmeros e conhecidos pacientes da instituição. E então a falta que tudo aquilo um dia iria fazer quando as "estações" passassem e tudo não tivesse mais a familiaridade de antes.. O cheiro de casa, os insanos momentos em família, entre outros.

Os assuntos abordados por sua família durante refeições ou reuniões sempre eram coisas do tipo doenças mentais, passeando por piadas sobre pepinos e ovos (quem ler/leu o livro irá entender). A família jogava um jogo aos domingos, chamado "A Superfamília", onde cada membro da família tinha uma especialidade e nesses jogos ficava claro a esperteza ou inteligência de seus irmãos e o quanto ele era "apenas um menino ignorante" que o pai acabava protegendo dando um ponto pela tentativa e irritando seus irmãos que insistiam que não se tratava de um jogo de adivinhação e sim conhecimento e depois de algumas implicâncias por parte dos irmãos, ele irrompe em um acesso de raiva absurdo, que seu pai apenas observa normalmente. Toda a família parece bastante palpável dando um toque real com seus problemas, anseios e sentimentos e a forma como a história nos é apresentada nos faz inclusive perceber os sentimentos com mais facilidade, como se fosse real.


"..Na nossa casa, nunca uma lâmina afiada passara pela manteiga, nunca os pimentões tiveram cortes perfeitos, nem o queijo, uma quina lisa. Tudo era rasgado e desfiado. Qual a razão disso? A instabilidade imprevisível da minha mãe, que eventualmente levava a imprudências? A estranha sensibilidade do meu pai a lâminas reluzentes, que se revelara pela primeira vez naquele momento? Meus acessos indomáveis de ira? Será que a falta de facas afiadas era uma prevenção apropriada ou apenas, como eu sempre acreditara, puro desleixo, uma negligência sem importância?"


O autor nos mostra de uma maneira completamente interessante e dinâmica de como funciona essa família em meio a toda loucura e até mesmo mostra a loucura presente em cada um deles.. É como o ditado: ".. de médico e louco, cada um tem um pouco.."
A história é incrível e me fisgou completamente!

Sua família sempre esteve unida e ao mesmo tempo distante em seus mundos particulares e conforme os anos passam e as coisas acontecem, percebemos o quanto situações diversas podem unir ou desunir e criar novas perspectivas.


".. encontrei meus pais dormindo juntos em uma cama. Meu pai tinha colocado o braço ao redor da minha mãe. A cabeça dela estava deitada em seu peito.Nunca os tinha visto tão juntos, tão próximos.
Sentei-me na beira da cama e fiquei olhando os dois. "Que estranho", pensei, "estes são seus pais. Seus pais dormindo. Você sempre teve só um pai e uma mãe, mas nunca pais."...
Foi o momento mais bonito da minha vida junto com meus pais."
comentários(0)comente



Fernanda 07/06/2016

Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi
Resenha no blog:

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/06/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



ricardo_22 19/06/2016

Resenha para o blog Over Shock
Quando finalmente voltará a ser como nunca foi, Joachim Meyerhoff, tradução de Karina Jannini, 1ª edição, Rio de Janeiro-RJ: Valentina, 2016, 352 páginas.

Um livro que se passa dentro de um hospital psiquiátrico não é algo que se vê todos os dias, mas, se esse livro tem como protagonista uma criança, ele se torna ainda mais especial. Talvez esse tenha sido o motivo de Quando finalmente voltará a ser como nunca foi ter despertado a minha atenção tão logo o seu lançamento foi anunciado.

Escrito pelo alemão Joachim Meyerhoff, a obra é narrada em primeira pessoa pelo filho mais novo do diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e jovens. Por morar com a família nesse hospital, o protagonista vive cercado por centenas de pessoas com algum tipo de deficiência física e mental, mas esse está longe de ser um problema. O verdadeiro problema está dentro de sua própria família e ele passa o tempo inteiro tentando aprender a lidar com isso.

O cartão de visitas de Meyerhoff não poderia ser melhor com o capítulo inaugural de seu primeiro livro publicado no Brasil. Logo no início ele mostra a importância de um primeiro capítulo perfeito, afinal em poucas páginas consegue dar uma amostra de suas principais características e ainda criar um gostinho de quero mais. No entanto, logo no capítulo seguinte ele já despeja um balde de água fria. Não que tenha se tornado ruim, mas a necessidade de apresentar tudo o que cerca a vida do protagonista acaba deixando os capítulos seguintes confusos e sem o brilho extremo das primeiras páginas.

O que acontece no início é apenas o prenúncio de como será o livro como um todo: cheio de altos e baixos. Não é possível saber quando um capítulo ótimo será seguido por um do mesmo nível. Isso acontece porque a história nada mais é do que um relato do dia a dia do protagonista e, como em uma família normal, a sua família também tem dias de grandes emoções e outros completamente sem graça, com situações que poderiam facilmente serem descartadas se não fossem tão importantes para o desenvolvimento do narrador.

site: http://www.overshockblog.com.br/2016/06/resenha-391-quando-finalmente-voltara.html
comentários(0)comente



Lina DC 28/06/2016

A história é narrada em primeira pessoa por Joachim, um garotinho de apenas sete anos de idade. Ele é filho do diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e jovens e a casa deles fica bem no centro dessa instituição.
"Na época, e ainda hoje, o hospital psiquiátrico regional para crianças e adolescentes no qual cresci se chamava "Hesterberg". É o maior do gênero em Scheleswig-Holstein. Meu pai era psiquiatra de crianças e adolescentes, e, quando se tornou diretor do hospital, havia lá mais de 1.500 pacientes." (p. 22)
Através de uma narrativa inocente e esperançosa, o leitor é levado a conhecer a loucura, mas de uma forma ainda mais peculiar. Enquanto é de se esperar que os pacientes apresentem seus distúrbios, o que temos na verdade é uma dinâmica familiar um tanto quanto perturbadora.
Claro que não é assim que Joachim vê o seu mundo. Tudo é extraordinário e incrivelmente sedutor e ele consegue através de seus olhos, passar uma visão diferente e ao mesmo tempo, esclarecedora.
Intercalando com a história familiar temos as histórias de alguns dos pacientes. Essa alternância e o fato de que não há uma ordem cronológica no enredo dá a leitura um tom mais dinâmico e ao mesmo tempo arrebatador.
"Andei pela casa e encontrei meus pais dormindo juntos em uma cama. Meu pai tinha colocado o braço ao redor da minha mãe. A cabeça dela estava deitada em seu peito. Nunca os tinha visto tão juntos, tão próximos." (p. 335)
O livro tem um enredo rico e um cenário completamente diferente do qual estamos acostumados a ler.
Joachim Meyerhoff conseguiu trazer em "Quando finalmente voltará a ser como nunca foi" todos os elementos para uma obra inesquecível: personagens complexos e profundos, um cenário diferenciado e marcante e uma trama cheia de nuances e muito bem desenvolvidas.
Em relação à revisão, diagramação e layout a Editora Valentina realizou um trabalho excepcional. Na parte interna do livro existem detalhes que auxiliam a enriquecer ainda mais a obra.
"Cada vez mais tenho a impressão de que o passado é um lugar ainda mais inseguro e instável que o futuro. O que deixei para trás deveria ser algo seguro, concluído, que já fora e só esperava para ser narrado, e o que tenho pela frente não deve ser o chamado futuro a ser moldado?" (p. 345)


site: http://www.viajenaleitura.com.br/
comentários(0)comente



Felipe Miranda 01/07/2016

Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi - Joachim Meyerhoff por Oh My Dog estol com Bigods
Se tivéssemos um dom acima da média para a escrita e uma percepção aguçada para decifrar as entrelinhas de algumas atitudes de quem a gente ama, é possível que cada um de nós fosse capaz de escrever um livro igual a esse. Se não igual, bem parecido. Porque é isso que Joachim Meyerhoff faz, ele descreve com um olhar extremamente delicado e doloroso a rotina de uma família que poderia ser a nossa, mas não é por incontáveis pequenos grandes detalhes.

Por mais assustador que pareça, enxerguei a mim e a minha família em diversas situações apresentadas no livro. Tive uma certa dificuldade no começo da leitura por buscar a grande problemática que guiaria a narrativa, mas ela simplesmente não existe. A vida do protagonista é o grande problema e ela nos leva junto. O ambiente em que ele cresce é que parece ser o eixo: um hospital psiquiátrico.

Imagine que seu pai é um médico competente, apaixonado pelo que faz e que resolveu fincar raízes no centro de um manicômio para poder cuidar de perto de todos os seus pacientes. Imagine que você, seus irmãos e sua mãe possuem uma vida totalmente moldada a atmosfera que um local como esse tem. Ao invés de ouvir o farfalhar das folhas das árvores ou a cantoria dos grilos na calada da noite, o único som que você escuta são gritos. Gritos vindos de todas as alas e prédios ao redor de onde você dorme. Gritos de dor e sofrimento. Sua canção de ninar particular. Imagine que seus vizinhos são loucos, possuem os mais variados distúrbios e você aprende a gostar de cada um deles. A maioria dos seus relacionamentos são assim: com pessoas que já não sabem distinguir o certo do errado. Mas que possuem histórias. E elas fazem desse livro algo delicioso de ler.

A situação é essa e quem a narra é Joachim, o filho caçula. Ele passeia pelo tempo destrinchando memórias e revivendo sentimentos. Joachim nos apresenta a loucura. A loucura presente em cada um de nós. E durante cada capítulo que vi ele e todos ao seu redor perdendo o controle e a razão, pude perceber que é pouco o que nos mantém sãos. Porque eu sei o quanto a vida às vezes pesa e tudo o que precisamos é extravasar. Nessa família, o lar não me pareceu ser o lugar mais seguro ou confortável para nenhum dos membros. E mesmo assim, com todos os surtos externos e internos, o que sempre os uniu foi o amor. O amor por fazer parte de algo. O tipo de conexão que não se encontra facilmente na rua. Ah, mas a rua também esconde segredos de uma família.

O pai de Joachim é todo teoria. Já a mãe prática. Para o velho, viajar era mais interessante nas páginas de um livro. Para ela, a mão na massa, o vento no rosto e a Itália. Sempre. Os irmãos de Joachim não fugiram muito da realidade. Sempre prontos para uma encrenca, uma disputa. Cada um com sua personalidade, todos contribuem de alguma forma para o clima perturbador que a história tem. Eu me vi rindo e com os olhos cheios de lágrimas. É comovente. Nem de longe é uma escrita fácil ou leve. Não sei se faz algum sentido, mas o fato do autor ser alemão foi a explicação que me dei para a narrativa tão densa. Foi uma experiência diferente.

Acredito que a grande pergunta e reflexão que fica é se tudo que eles vivem é motivado pela inserção nesse ambiente de loucos ou se já é algo intrínseco ao ser humano. Não resta dúvida de que somos todos meio birutas. A loucura está do lado dentro. Da gente.

site: http://ohmydogestolcombigods.blogspot.com.br/2016/06/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



Lorrane Fortunato 08/07/2016

Resenha - Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi / Dreams & Books
"Inventar significa recordar."

Mesmo tendo passado semana, desde que conclui essa leitura, ainda me encontro perdida. Não sei definir qual é o meu sentimento em relação a esse livro e nem explicar o que senti após terminar de lê-lo.

Fiquei perdida, estou perdida. Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca foi é um dos livros mais loucos que já tive a oportunidade de ler.

Durante toda a leitura e dias após terminá-la eu me encontrava ( e ainda me encontro) com um sentimento de "o que?". O que foi essa história? O que o autor quis passar? Qual foi o propósito desse livro? O que eu aprendi com ele? O que ele me deixou? O que, o que, o que?

Será que um dia terei essas respostas? Eu espero que sim!

Esse livro me enfiou em um poço, entrei numa ressaca literária como jamais tive antes e até hoje não consegui iniciar outra leitura. Mas, por que? Pelo o que eu fiquei de ressaca? Eu não sei! O livro escrito por Joachim me deixou completamente confusa e desnorteada.

"Quando a gente está com muita coisa na cabeça, busca respostas concentradas."


Foto por Dreams & Books.
Instagram @DreamseBooks
Mas, se você estiver pensando: "que livro estranho, ainda bem que não o li!" Pare! Apenas pare com isso.

Esse é um daqueles livros que você deve ler!

A escrita do Joachim é tão encantadora e envolvente! Não dá vontade que o livro termine nunca!

A história te prende, te emociona, te encanta, te apaixonada... e quando percebe, está sentindo como se fizesse parte dela.

O relato é extremamente realista, é como acompanhar o dia a dia de uma família comum. É preciso durante a leitura, parar e se lembrar que é uma história e que você não faz parte realmente daquela família.

A história é cheia de altos e baixos, nenhum capitulo é como o outro e não é em todos que encontrará algo emocionante. Pelo fato do autor ter se baseado em uma família e ter tido a vontade de deixar a história extremamente real, ele segue o molde da vida, nem todos os dias há algo de emocionante a ser vivido.

"Ficava me perguntando por que justamente aquilo que mais se deseja no mundo causa um medo tão atroz."

Foto por Dreams & Books.
Instagram @DreamseBooks

Quando Tudo Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi é diferente de tudo o que já li e foi um prazer embarcar nessa leitura louca.

Com uma capa maravilhosa, páginas amareladas e uma fonte ideal, esse é um dos livros que você precisa ter na estante!

Leia Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi e talvez você tenha mais sorte do que eu e, consiga responder a tão importante pergunta:

"A loucura está do lado de dentro ou de fora?"


site: www.dreamsandbooks.com
comentários(0)comente



Débora 03/08/2016

Voltando a ter uma vida que nunca se teve.
Dizem por aí que famílias são todas iguais; Sejam grandes ou pequenas, unidas ou distantes, liberais ou tradicionais, todas possuem os mesmos problemas e contradições – o que as diferencia é o modo como escondem das outras pessoas suas próprias loucuras. Se você ainda não está completamente convencido e gostaria de ter mais uma prova a respeito dessa afirmação, está mais do que recomendada a leitura do livro que estrela a resenha de hoje, Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi, que lhe dará um panorama único a respeito de quantos fatos surpreendentes podem estar vivendo por trás das paredes de um lar perfeito. Esse título grande esconde uma dolorosa verdade da vida do próprio protagonista, que conta de modo sincero a história incomum de toda sua vida familiar, resumida em 352 páginas de muita emoção e sensatez.

Já na capa do livro somos surpreendidos por um questionamento um tanto que intrigante: a loucura está do lado de dentro ou de fora? Isso tudo porque Joachim, quem nos acompanha por todo o livro narrando sua curiosa história, mora com os pais e os irmãos numa casa que ocupa o mesmo terreno de um hospital psiquiátrico para crianças e adolescentes. Hermann, pai de Joachim, é diretor desse hospital e responsável por manter tudo em ordem do lado de lá – nem que para isso precise levar um pouco da loucura de seus pacientes para dentro de sua casa. Com isso, o narrador mostra-se extremamente acostumado em conviver com pessoas portadoras das mais diversas deficiências intelectuais e transtornos psicológicos, podendo até mesmo citá-los como as maiores amizades que já tivera em sua vida. Dia a dia, Joachim passa por alguma experiência diferente que faz questão de nos contar, mostrando o quanto a loucura pode ser uma questão de ponto de vista, ou então, pode estar presente em nós de uma maneira muito intensa do que conseguimos sentir. Certamente esse não é um cenário dos mais habituais, mas conforme vamos lendo a história, acabamos nós mesmos caindo nesse universo e incluindo-nos como mais um membro da família – ou até mesmo como mais um paciente do hospital. Quem é capaz de nos dizer em qual ala nos encaixaríamos melhor, não é mesmo? O fato é que, de modo natural, somos inseridos numa história que cativará pela sua sinceridade e remanescerá em nossa memória por muito, muito tempo.

[...]

Leia a resenha completa com fotos e opiniões no blog Amor Livrônico ^-^

site: http://amorlivronico.blogspot.com.br/2016/07/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



Kris Monneska - Conversas de Alcova 15/08/2016

De louco todo mundo tem um pouco
Quando Finalmente Voltará A Ser Como Nunca Foi - A loucura está do lado de dentro ou de fora? É uma obra grande, assim como o seu título, não falo no sentido de longo, ou de ter muitas páginas e sim no de profundidade e conteúdo. Assim que comecei a fazer a leitura postei uma foto da capa do livro e disse que me identificava com esse título e várias pessoas confessaram que sentiam o mesmo e eu não me surpreendi. Acho que é inerente do ser humano almejar por uma mudança, ou está mergulhado em nostalgia, sempre em busca de uma realidade fantasiosa, pela realidade de outrem, "a grama do vizinho sempre é mais verde" mas, no fundo a gente sabe...
Vocês devem estar pensando: "essa resenha tá começando estranha..." desculpem é que o livro me fez refletir muito e consequentemente tô aqui filosofando. Hauhauhauahua

Enfim, a obra nos narra a história de Joachin, sim o protagonista do livro tem o mesmo nome do autor, o que acabou não me permitindo desvincular um do outro, mas não o livro é uma ficção e não uma biografia, porém eu acredito que quando o autor empresta o seu nome para um personagem tem muito dele ali e vice-versa. Um alter-ego, talvez? Quem sabe, mas que fique claro que essa parte é uma especulação minha. Continuando o menino Joachin é, digamos, que uma criança no minimo peculiar na primeira história nos contada, percebemos nele uma imensa fascinação pela morte, assim como um modo de agir diferente do habitual quando diante dela. E esse é um encontro que presenciaremos diversas vezes ao longo da trama, mas, não é só isso o que faz de Joachin um menino diferente, o lugar que ele mora também é muito interessante. Ele é filho de um médico psiquiatra e mora dentro de um hospital psiquiátrico. Por isso boa parte das histórias contadas no livro, nos relatam o dia-a-dia não só de sua família, mas também dos pacientes do sanatório.

A história é narrada em primeira pessoa por Joachin e não segue uma ordem cronológica, o personagem passeia por suas memórias e assim vai dividindo conosco acontecimentos, sentimentos e questionamentos. É comum durante a leitura identificar semelhanças entre a família de Joachin e as nossas, alguns hábitos familiares, estereótipos e padrões parece que são recorrentes independente de origem, credo, raça ou posição social. Um pai acomodado, uma mãe com excesso de funções e que cansada reclama, uma hierarquia no bullying fraternal onde o mais novo geralmente se ferra, a banalização dos problemas alheios, entre outras coisas. Muitas vezes o comportamento dessa família nos faz questionar o que define o limite entre sanidade e loucura. O convívio com essas duas realidades tão de perto, entre as páginas da história nos permite ver o nítido contraste, entre uma e a outra e isso faz com que aquela frase de que "De louco todo mundo tem um pouco." ecoe na nossa mente.

A Escrita do Joachin é leve e a leitura flui facilmente, ao mesmo tempo o autor tem uma pegada que vou chamar de "mais filosófica" que acrescenta uma grande profundidade a sua estória, algo que percebi ser bem comum na escrita alemã. Os personagens são bem desenvolvidos, uns mais do que outros, mas sem dúvidas o nosso protagonista, mais que todos.
O trabalho editorial da Editora Valentina está maravilhoso, desde a diagramação a revisão. A capa do livro pra mim é fascinante e remete exatamente ao conceito do que a história quer passar, questiona, faz pensar, leva o leitor para o cerne do mundo de Joachin.

Enfim, a leitura do livro foi maravilhosa, diferente de todos os livros que eu já li, me levou a pensar sobre assuntos sobre os quais eu normalmente não me questiono e com certeza me deu conteúdo que eu levarei para o resto da vida. Recomendo a leitura, para quem gosta de obras mais profundas e densas. Eu com certeza quero ler mais obras escritas pelo autor.

site: http://www.conversasdealcova.com/2016/08/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



Ileana Dafne 19/08/2016

A loucura está do lado de dentro ou de fora??
Não sei por que, mas livros com títulos grandes acabam me interessando mais do que o normal e assim que li a sinopse desse livro precisei muito lê-lo. Não conhecia o autor, mas quero muito que sejam lançados outros livros dele, pois amei a forma como ele escreve =D
Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi é narrado em primeira pessoa e traz a história do Joachim, o filho caçula de um diretor de uma instituição psiquiátrica, o Hospital “Hesterberg”, em Schleswig-Holstein. Eles moravam na casa do diretor, que fica no meio do terreno da instituição e é rodeada pelos prédios da instituição que eram nomeados com as letras de A até G, sendo que cada andar recebia seu próprio nome, como A-inferior, o térreo; C-médio, o primeiro andar; e J-superior, o segundo andar. Quando mais alto o paciente fica, mais grave o caso, então os pacientes dos andares superiores são os mais perigoso. Joachim conta que quando estava aprendendo a ler sempre que falavam as letras que estava familiarizado, ele questionava se era superior, médio ou inferior e isso importava demais, porque caso a palavra tratasse de algo inofensivo, era escrito com a letra lá em baixo e se fosse o contrário, com a letra bem alta.
Assim, nesse livro vamos acompanhando a história do Joachim, seus descobrimentos, aventuras, sofrimentos, desilusões, crescimento, etc. Aqui vemos como o sofrimento, a alegria, a indecisão, nossas imperfeições e toda situação, independente da importância que damos a ela no momento, pode influenciar muito nossa vida. Somos confrontados com a loucura nas mais diversas formas e sob um ponto de vista único, afinal os loucos fazem parte da vida do Joachim.
A família é composta por cinco membros, mãe, pai, irmão mais velho, irmão do meio e o Joachim. Também são destacados alguns dos internos da instituição e cada um dos personagens possui sua razão de estarem em foco, afinal alteraram de uma forma ou de outra a vida do nosso narrador.
A forma como Meyerhoff conta a história é tão fluida e envolvente que lia, mas a cada página que avançava desejava que outra surgisse no final do livro para que ele nunca acabasse. A divisão dos capítulos, o nome dos capítulos, cada pequeno detalhe, na verdade tudo nesse livro é maravilhoso.
A tradução está muito boa, porque em diversos momentos em que foi impossível aportuguesar expressões ou situações, a Karina Jannini colocou notas que ajudaram muito mesmo na compreensão geral da história.
E o que falar dessa edição da Valentina?? Tudo foi pensado para encaixar perfeitamente na ideia do autor e deu para perceber o cuidado que tiveram na diagramação do livro. Amei

site: http://www.livroseflores.com/2016/08/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



Pedro 27/08/2016

Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi
Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi não é apenas um livro com título enorme e capa chamativa, na verdade trata-se de um romance de formação (Bildungsroman) onde acompanhamos o desenvolvimento de Joachim, o personagem principal. Ele é o caçula de três irmãos e vive no hospital psiquiátrico Hesterberg com sua mãe e pai (o qual é diretor do hospital) no extremo norte da Alemanha.

Ao desenrolar vamos sendo apresentados as loucuras e peculiaridades de alguns dos mais de 1.500 pacientes que são tratados no local e seu envolvimento com eles. Além disso, como é o relacionamento da família em um todo. Um pai que é ágil na teoria, mas falha na prática [um exemplo é seu desejo de tomar outro rumo na vida após completar 40 anos, porém, bastam alguns anos para deixar essas metas de lado]. A mãe que detesta o frio da Alemanha e sente saudades da Itália, e os dois irmãos de Joachim, os quais o perturba, mas que no fundo é só amor de irmão. Ah, não podemos esquecer da cadela que é uma personagem fundamental no enredo.

É de admirar como o autor consegue navegar do choro ao riso, enquanto enxugamos uma lágrima estamos rindo alto, e quando estamos rindo, começam a escorrer lágrimas de nossos olhos. Isso porque o livro tem momentos muito cômicos, principalmente por conta da inocência que o Joachim tem enquanto criança e adolescente. Portanto ele não tem uma noção do quão triste é a morte, e ao encontrar um corpo de um senhor morto no início do livro, sai comemorando o achado.
"Nunca vou esquecer esse momento. Eu tinha inventado uma coisa que, de fato, era verdade. [...] Como um instrumento arqueológico, a mentira havia trazido à tona um detalhe oculto das profundezas da memoria. Para mim, foi um reconhecimento incrivelmente libertador: inventar significa recordar". - Pág. 21

A morte em si é vista de uma outra forma pelo autor, como se fosse uma oportunidade de recomeço para quem vive e uma busca para a felicidade, algo estranho, mas que tem sentido se vermos todas as lembranças e momentos lindos que tivemos come um ente querido.

As descrições dos pacientes da instituição é melancólica e causa uma certa invalidez de nossa parte por não termos a oportunidade de fazer nada para mudar a condição da qual receberam desde seu nascimento. São transtornos mentais variados. Mas o relato mais chocante dentre todos é o de uma jovem que não sente mais sentido na vida e tentou suicídio várias vezes. O que deixa mais abalado é o fato de que ela existe e não sabe porque quer acabar com sua vida. Isso aperta o coração e é tão desolador que as lágrimas chegam a correr.

Esse livro faz parte de uma série, e é o segundo volume, porém, apesar disso, não senti dificuldades ou necessidade de ter lido o primeiro livro. Mas adoraria ter outras obras do Joachim Meuerhoff traduzidas para o português. A Valentina está de parabéns, não só por trazer um autor de um nacionalidade que foge dos Estados Unidos (Somos bombardeados de autores norte-americanos), mas também por uma história tão envolvente.

A diagramação do livro ficou perfeita. Na folha de guarda vemos um gato que ilustra uma das teorias de um dos pacientes da instituição, as folhas são amareladas e possui uma boa fonte. Durante a leitura não encontrei nenhum erro de revisão, além do mais, creio que a tradução conseguiu manter o clima que o autor queria propor para essa história, com uma escrita graciosa.

Recomendo a obra para quem quer fugir um pouco do habitual, com um cenário novo, personagens profundos e complexos, onde o romance consegue ter várias nuances e conduzi como a um passeio de montanha russa.

Para mim, somos seres distintos e as diferenças acabam gerando estranhezas, a partir do momento que vamos criando laços de afeto (ou nem tanto) vamos quebrando paradigmas e vendo o outro como alguém normal, com suas diferenças claro, mas que comparadas com as nossas estão nas mesmas medidas. É aquela história de que tudo tem um peso diferente, dependendo de quem o suporta.

E para você, a loucura está do lado de dentro ou de fora?

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2016/08/resenha-201-quando-finalmente-voltara.html
comentários(0)comente



Larissa @laridallabrida 29/08/2016

"E se eu tiver que moldar meu futuro."
"Para muitos, tanto o caminho para entrar no hospital psiquiátrico quanto para dele sair era puro horror"
E ai galerinha, tudo na boa?
Hoje estou aqui trazendo para vocês a resenha do livro “Quando finalmente voltará a ser como nunca foi”. Livro publicado pela Editora Valentina, que é parceira do blog.
Assim que recebi o livro eu me apaixonei logo de cara pela capa. Só pelo título ser grande já me chamou muita atenção, a fonte utilizada e o modo como foi espalhada pela imagem da capa ficou maravilhoso. Junta com o desenho do menino fantasiado em alto relevo em verniz e o desfoque das árvores atrás e saiu esse resultado maravilhoso.
Todo o trabalho da diagramação também ficou perfeito, na folha de guarda existe um desenho que você só irá entender quando ler a obra. As páginas são amareladas e os capítulos são bem divididos. A leitura flui muito bem e não é cansativo.
Mas vamos falar sobre a história:
O livro se passa em um Hospital Psiquiátrico em uma pequena cidade da Alemanha. A família do diretor do hospital mora dentro dos terrenos da instituição. Uma casinha que abriga pai, mãe e os três filhos homens.

[CONTINUE LENDO NO BLOG]

site: http://www.quatrosentidos.com.br/2016/08/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
comentários(0)comente



Escr 10/11/2016

Vale a pena ler .
O estilo da escrita se torna envolvente, e cativante.
A maneira que o escrito nos leva a ver que as vezes não conhecemos,
lugares que temos perto em nossa cidade, e que as pessoas não são apenas atos
de repetição tem de sentir, sua vida. Ver o mundo com pessoas com sentimentos que podem
mais ajudar, do que atrapalhar nossas vidas.
Gostei muito do livro.
Obrigada.
comentários(0)comente



49 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR