Refrão da fome

Refrão da fome J.M.G Le Clézio




Resenhas - Refrão Da Fome


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Elizangela 09/10/2022

Não sei
Não consigo traçar uma crítica sobre essa leitura... Suas considerações são muito superficiais, o próprio título, ao meu ver, não representa o livro. Enfim, volto aqui e edito após uma releitura, pq realmente apreendi quase nada.
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Karen 19/04/2022

Onde quer que você vá
O pai da personagem central do romance quase ganha o protagonismo na história uma vez que devido as suas escolhas e ações somos levados às Ilhas Maurício, Paris, Nice e as montanhas italianas.
Ótimo romance que nos mostra como é inútil ignorarmos a realidade que nos cerca, pois ela é como uma sombra que nos acompanha onde quer que nós formos.
"Sob as bombas dos ingleses e dos americanos, não se morria. Mas morria-se pouco a pouco de não comer, de não respirar, de não ser livre, de não sonhar".
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Luisa Amélia 02/05/2021

Belíssimo romance
Foram tempos difíceis e tudo é muito bem retratado através da lírica do autor.

O romance de Ethel foi baseado em sua mãe e nos dá um bom panorama de como as coisas foram difíceis na guerra até mesmo para os que não foram diretamente perseguidos.

Minha família tem inúmeras histórias de situações complicadas nas guerras (Etiópia, primeira e segunda), então pra mim foi uma ótima experiência. Leitura especial :-)
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Josiane.Corsino 07/03/2021

Conhecendo Le Clézio
Uma leitura que flui por ser tão bem escrita. Primeira impressão é que a leitura seria pesada devido ao ?peso? do título. Na leitura prevalece o romance o que é muito agradável...e o espaço reservado a guerra, as ruínas, sobretudo as humanas são descritas com maestria.
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Felipe 24/05/2020

Difícil saber um ponto exato de onde começar a falar desse livro, mas sem dúvida foi algo diferente e muito lindo, em relação ao que eu já li com a uma temática semelhante.
É uma história de desenvolvimento de uma família de origens mauricianas, que vivem em Paris, inicialmente bem de vida, mas ao desenrolar da trama e devido a algumas escolhas, essa família vê suas vidas entrar em declínio, e passam a ter que se adaptar a essa nova condição. O enredo principal foca na Ethel, que é a filha de uma mãe e um pai que já não tem mais um relacionamento forte e vivem em constantes desavenças, mas permanecem juntos apesar disso. Além dos pais, Ethel tem um tio avô, que é apaixonado por ela, e faz tudo que ela pede, e com a morte do mesmo, ele deixa sua enorme fortuna no nome dela, e por ela ser mais nova, esse dinheiro passa ao seu pai, no qual esse será o estopim da decadência financeira da família. Ainda ao longo de sua vida, Ethel vai passar por situações de amizades e paixões, que a deixaram marcada, mas que também servirão para algum propósito num futuro não tão distante do desenrolar de sua vida.
Por ser uma história que se passa num período com um clima muito forte de guerra, a narrativa pode tornar-se um pouco mais densa, mas é isso que traz o propósito e desenvolvimento para a história, que é crescer, aprender com tudo que a aconteceu ou acontece a sua volta, superar e seguir em frente, e é exatamente o que a nossa protagonista faz. Ao ouvir parentes próximos falando que acreditavam que o movimentos anti comunistas salvariam a França, ela não perdia o seu tempo debatendo com quem não queria ouvir, ela seguia em frente com o que acreditava, e o que tornou-se realidade em relação a tal acontecimento, apesar de ser um livro de ficção, não deixa de ser conhecimento da maioria.
Por fim, recomendo muito o livro por sua narrativa diferente, de um ponto de vista não tão comum, mas também não complexo para o entendimento. Será um livro que com certeza, terei que fazer uma releitura no futuro, para absorver mais da história e encontrar pontos que não pude captar dessa vez.
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Arsenio Meira 14/11/2013

Memória que é Arte


Em seu "Refrão da Fome", Le Clézio recorre às lembranças da família como combustível da sua ficção, desnudando a trajetória da mãe. O romance abrange o trágico período entre guerras, acompanhando a decadência de uma família natural das Ilhas Maurício que vive em Paris.

Mas o que poderia ser apenas mais uma recriação de história real sobre a Segunda Grande Guerra, assume um tom dramático, sem frases de efeito, tecido apenas pelo fio da memória, graças ao engenho empregado por Le Clézio na hora de estruturar a narrativa.

O pulo do gato está na escolha da menina Ethel para conduzir a trama. É através da sua percepção infantil que percebemos as mudanças vividas pela Europa, com seu olhar ingênuo tentando entender a ascensão do comunismo e as ideias propostas pelo chanceler alemão Adolf Hitler, até então questões ainda envolvidas pela névoa da proximidade histórica.

Os assuntos primeiro surgem no campo das ideias, a partir das discussões ocorridas durante as festas promovidas pelo pai de Ethel. A menina passa a anotar trechos dessas conversas em seu diário, que, embora guardem o tom despretensioso de passa-tempo, servem como um retrato daquela época instável de ferveção ideológica.

Algo que só será, de fato, esclarecido após a invasão e dominação dos alemães da França. Sob o jugo dos nazistas, a família de Ethel começa a sentir na pele o significado do projeto de Hitler, sofrendo com a escassez de alimentos e a privação da liberdade, além de assistir à degradação humana e ao aumento da xenofobia.

Apesar da importância histórica dos fatos, as transformações sociais dessa época aparecem como detalhes da trama, relatadas à distância. A guerra em si surge de relance através de um breve relato de Laurent, namorado de Ethel que lutou como soldado numa operação ao norte do país. A caça aos judeus não poderia passar em brancas nuvens. É retratada por meio do incômodo de Laurent em relação ao silêncio opressivo e soturno no apartamento de sua tia, que fora levada para a prisão de Drancy.

As transformações políticas ocorridas na Europa da época servem quase como uma metáfora da vida de Ethel.

Na narrativa, essas modificações decorrentes da ascensão do nazismo e o surgimento do comunismo são contadas em paralelo ao difícil processo de amadurecimento da personagem. Aparecem enquanto Ethel desenvolve uma relação de amizade com a garota russa Xénia; sofre a perda do seu querido tio-avô; descobre o amor com Laurent e vive o drama da decadência financeira de sua família, que perde quase todo patrimônio, inclusive as amizades, após sucessivos negócios fracassados do seu pai.

A partir desse círculo familiar, construindo sutis relações entre os personagens e a situação caótica da França, por meio do esmiuçar labiríntico da memória autobiográfica, Le Clézio reflete uma quadra de tempo de um Continente que a História revelou como trágico.

É aquele velho lema preconizado por Lév Tolstói, aqui parafraseado: Le Clézio, sem sair um milímetro sequer do seu cercado, falou para todos nós.

VICKY 16/12/2013minha estante
Resenha perfeita! Adorei.


Arsenio Meira 16/12/2013minha estante
Valeu, Vicky! eis um grande romance!
Abraços




janete 19/03/2013

Esta semana li Refrão da Fome do francês Jean-Marie Le Clézio, prêmio Nobel de Literatura em 2008.
Le Clézio é um excelente memorialista e cria um romance de formação delicioso e gratificante de se ler. A história se passa na Paris dos anos 30 e vai até o final da segunda guerra em 1945 e é contada pelo filho da personagem principal, que bem poderia se tratar do próprio Le Clézio. Como o título sugere, há uma referência musical no livro, que no caso trata-se da famosa peça de Maurice de Ravel, O Bolero de Ravel, definida nas belas palavras do narrador: “O Bolero não é uma peça musical como as outras. É uma profecia. Conta a história de uma cólera, uma fome. Quando acaba em violência, o silêncio que se segue é terrível para os sobreviventes aturdidos”.
O narrador faz uma introdução apaixonante e lírica, descrevendo a fome em toda a sua dor, antes de abrir o primeiro capítulo do livro e depois inicia de forma serena e tranquila a apresentação do cenário e das personagens que irão habitar esse universo. Universo esse, que como o Bolero, vai se perdendo numa orgia de timbres, tornando-se caótico à medida em que se vão introduzindo novos acontecimentos. Ethel, personagem principal, é uma menina de doze anos que cresce em torno de uma guerra que, de maneira insidiosa, anuncia-se aos poucos em sua vida. Entretanto, não é só a guerra perpetrada por Hitler que lhe causa sofrimentos, há toda uma guerra interior também, a passagem ao mundo adulto, os pais ineptos dos quais desde cedo é obrigada a cuidar, as paixões mal resolvidas que ficam pelo caminho e as perdas que inevitavelmente lhe são infligidas pelo acaso.
A fome, a violência, a inexorabilidade do tempo estão sempre presentes ao longo do livro. Não é uma história de vencedores nem de vencidos, mas sobretudo de sobreviventes, de pessoas que conseguem reconstruir seu mundo das ruínas que lhe restaram do mundo anterior, mas que sempre se perderão nalguma frincha dessa colagem toda.
Refrão da Fome é um romance envolvente do começo ao fim e do qual se sai gratificado por cada minuto passado em suas páginas.
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Manfredo 16/08/2012

Bom livro. A guerra massacrou as pessoas, quem tinha e quem não tinha nada a ver com isso. Por que ???
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Aguinaldo 09/02/2011

refrão da fome
Comprei este "La música del hambre" em um sebo barcelonês, onde uma senhora e seu neto conversavam amigavelmente, mas quase aos berros, enquanto eu fazia o censo dos livros e decidia o que comprar. Le Clézio havia acabado de publicar este livro na França quando recebeu a notícia de que tinha ganho o prêmio Nobel do ano passado. Esta tradução espanhola foi publicada no início deste ano. O livro é quase um conto de fadas, uma história de reminiscências da segunda grande guerra, mas com o tratamento que a memória dá aos sucessos e venturas de um passado distante. Ao longo do livro há algumas menções a teoria musical e no fim parece que o autor gostaria que terminássemos de ler o livro ouvindo o Bolero de Ravel. Cabe lembrar que Bolero é aquela peça musical composta para um balé onde a melodia uniforme é produzida pela repetição de um número pequeno de compassos, alcançando um final vibrante. A história gira em torno de um núcleo familiar de emigrantes mauricianos (daí valer a pena a meu juízo ler-se antes "O Africano" e "A Quarentena", dois outros livros dele onde se explica um tanto a história deste grupo de pessoas). A personagem principal é Ethel Brun (ou Soliman), uma jovem que acompanha a decadência financeira de sua familia e a vertigem associada a forma degradante como a França caiu sob a dominação alemã na segunda grande guerra, ou seja, de como o cerco alemão se fecha não militarmente, mas antes abstratamente no coração da população, instigando divisões, gerando segregacionismo, em um processo de lento convencimento e dominação, como se o mal não pudesse ser evitado. Ethel é filha única de um casal de emigrantes da Ilha Maurício. Através dela ficamos sabendo um tanto da sociedade parisiense dos anos 1920, 1930. Aos poucos os temas fúteis e pretensamente intelectuais dos salões mantidos pelos membros de sua família são contaminados pelo um nome novo, progressivamente dominante, Hitler. Le Clezio mais do que analisar ou justificar o comportamento dos personagens ou mesmo de querer detalhar passagens da história da segunda grande guerra, retrata os movimentos de um grupo pequeno de pessoas, deste núcleo familiar que está condenado a sucumbir nas mãos dos nazistas. Uma história familiar é sempre mais rica que a história das nações. Se é que eu conheço a história de Le Clezio, Ethel é uma personagem que representa sua mãe, uma de suas avós ou outro alguém muito próximo dele, que também teve de fugir dos nazistas durante a ocupação da França, que também passou por dificuldades mil, que também teve seu passado material destruído e seu futuro imediato envolvido no mar de incertezas de um grande conflito. É um bom livro afinal de contas, um conto de fadas terrível - como sempre são os contos de fadas - mais ainda assim um bom livro. [início 24/08/2009 - fim 21/09/2009]
"La música del hambre", J.M.G. Le Clézio, Tusquets editores (1a. edição) 2009, brochura 14x21, 210 págs., ISBN: 978-84-8383-153-3
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Martha Lopes 24/04/2010

Sobre o livro
Heróis e heroínas de guerra, na ficção, têm particularidades: o que os define, com frequência, não é cumprir grandes feitos ou realizar atos de bondade -- atributos que elevam um personagem comum ao posto de herói. Essas figuras são destacadas pelo sofrimento -- quase sempre peculiar -- a que são submetidas.

É o caso de Wladyslaw Szpilman no filme "O Pianista" (2002), sob o pano de fundo do nazismo, e da lendária Scarlett O'Hara, que promete não passar fome novamente em "...E o Vento Levou" (1939), durante a Guerra de Secessão, dos Estados Unidos.

Ethel, protagonista de "Refrão da Fome", do Prêmio Nobel da Literatura em 2008, J.M.G. Le Clézio, integra esse time. A trama narra a infância e adolescência da garota, na França, período no qual ela perde um tio-avô querido, nutre afeto e paixão não correspondida pela russa Xénia e enfrenta as mazelas da Segunda Guerra Mundial.

A matéria completa está em http://www.colheradacultural.com.br/content/20091122233137.000.4-M.php
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