Adri 07/06/2016
Os Amantes de Hiroshima (Inspetor Héctor Salgado #3) - Toni Hill
Apesar de eu ter falado no segundo livro que acreditava que ele podia ser lido de forma independente, para ler esse terceiro é necessária a leitura do anterior. Ele, por ser o último, dá conclusão à investigação principal da trilogia que, apesar de ter sido iniciada no primeiro, se consegue acompanhar somente com o segundo e o terceiro. Porém, se já vão ler os dois, é bem melhor ler o primeiro antes, até porque a história dele é ótima.
Sobre a narrativa, Toni Hill optou por, nesse último livro, utilizar saltos temporais, por conta da revelação feita no final do segundo livro. Dessa forma, ele intercalou o que aconteceu depois da resolução do caso principal com a investigação em si, que aconteceu ao mesmo tempo em que eles investigavam o caso desse livro, do casal encontrado morto depois de sete anos. Tive um grande problema com essa forma de narrativa, principalmente no início. Fiquei confusa, me perdi bastante na história, principalmente porque tínhamos a história normal e, do nada, começava um capítulo com um salto temporal.
Porém, depois de um tempo acabei me acostumando, e percebi que o autor fez uma escolha excelente ao optar por esse tipo de narrativa, pois ele conseguiu manter o leitor no suspense total até a última página, sem ter certeza de nada, e duvidando de tudo e de todos. Toni Hill conseguiu, mesmo tendo revelado uma informação importantíssima antes, manter o caso totalmente envolvente, e nem um pouco óbvio. E ele não se esqueceu de nada. Todas as mínimas pistas que apareceram ao longo dos livros, tudo tinha um sentido. O autor conseguiu fechar a trilogia de maneira excelente.
Em Os Amantes de Hiroshima, além do caso principal sobre o desaparecimento da ex mulher do inspetor, Ruth, que ganha um grande destaque e resolução nesse último livro, temos também o caso de um casal encontrado em uma casa abandonada, mortos a cerca de sete anos. Chega-se a conclusão que eles seriam Cristina e Daniel, jovens desaparecidos na época e que nunca se chegou a nenhuma conclusão, uma vez que nunca foram encontrados os corpos.
Assim, temos o inspetor Héctor Salgado, a agente Leire Castro e o agente Roger Fort juntos buscando pistas para desvendar o crime. Só que, quanto mais eles investigam, mais eles encontram. Vão perceber que muita gente tinha um motivo para querer a morte de Daniel ou de Cristina, ou até mesmo a dos dois. Cada vez mais a investigação se complica mais, e o fato de ter ocorrido a tanto tempo complica ainda mais as coisas. Ao mesmo tempo, o inspetor não deixa de lado a investigação sobre sua ex-mulher, e vai encontrar em Leire a ajuda que tanto precisava. E talvez até algo mais.
Juntos, os dois vão até o fim em busca de respostas sobre o que aconteceu com Ruth, e o que vão descobrir não vai ser nada simples. E o que vai acontecer em relação a isso vai ser mais difícil ainda de se lidar. Vemos, desde o início do livro, que os dois vão precisar se unir para se salvarem. Vão precisar mentir, e mentir muito bem. E vamos acompanhá-los nessa investigação, conhecendo fatos, descobrindo informações, tudo que vai ser interligado ao final do livro, nos deixando totalmente maravilhados com a forma brilhante que o autor resolveu tudo.
A edição da Tordesilhas está, assim como a dos outros dois livros, muito bem feita e com uma capa linda. Segue o mesmo padrão, com diagramação simples e bem feita, e com letras grandes, o que é a minha parte preferida dessas edições, já que letras grandes fazem com que o livro fique extremamente confortável de se ler. Notei alguns erros pequenos, mas nada que atrapalhe a leitura, que foi ótima. Os Amantes de Hiroshima encerra de forma muito bem feita a trilogia do inspetor Héctor Salgado. Achei o caso do casal morto o mais fraco entre os dos três livros, mas ainda assim foi muito bom, e eu recomendo a todos que procuram uma boa série policial.
site: http://stolenights.blogspot.com.br/2016/06/resenha-os-amantes-de-hiroshima-toni.html