Giovana | Blog Dei um Jeito 22/06/2017
Bruxas e cultura latina, a fórmula da crushada
Alex é a irmã do meio e os seus poderes ainda não despertaram, Lula é a irmã mais velha e é aquela que chama a atenção aonde passa, parece que o seu poder de cura dá um ar de empoderamento nela, Rose é a caçula prodígio, é muito boa na escola e seus poderes telepáticos já se manifestaram, mas antes que pareça que Alex é a marmota do trio: seu histórico escolar também é dos bons.
A sociedade não sabe da existência das brujas, são raros aqueles que contam o seu segredo a alguém, portanto Rishi - A melhor amiga de Alex - não faz ideia do que ela seja, mas os poderes da garota se despertam na presença dela e depois de ver uma cobra sair do ~nada~ e depois virar fumaça só quer dizer que coisas bizarras acontecem e talvez seja culpa da magia.
Alex é a bruja mais poderosa de sua geração, há tempos que não nasce uma encantrix. Quando o poder de um brujo desperta, a família se junta para fazer o Deathday,com tradições bem Día de Los Muertos + MAGIA! Porém a nossa protagonista quer tentar se livrar disso e coisas ruins acontecem que devem ser arrumadas (não há outra opção).
Sabe quando o Percy Jackson se meteu no labirinto e a Clary em outra dimensão e você ficou todo feliz com os treco e criatura que tem por ali, a ambientação e a provação que o povo passava? Aqui tem muito disso e consegue ser tão fantástico quanto, até mais brilhoso diga-se de passagem.
Todos os nomes de coisas relacionadas a bruxaria tem o nome da sua tradução em Espanhol, por conta das linhagens de brujos e brujas serem de países latinos que falam Espanhol: Peru, Equador, Cuba e por aí vai, por isso a comparação do ritual com o Día de Los Muertos, aliás todos os personagens são POC, inclusive a Rishi que tem origem indiana.
Eu gostei bastante da presença da família do livro, não basta os encontros com a família toda, eles tentam invocar antepassados para se guiar, e na casa o povo não tem luxos, mas tem uma harmonia das boas e muito amor envolvido.
Alex é aquela personagem que é nada demais e se vê em uma situação que precisa ser a maioral, mas ela nunca se rebaixa, ela é feliz por ter uma amiga só, mas que seja da qualidade de Rishi, ela ama a família demais e não vai desistir da sua missão de forma alguma, a única coisa que não entendia era o seu poder, que ela enxergava de uma forma bem negativa, mas foi necessária essa viagem ao labirinto para entendê-lo completamente.
O livro tem um triângulo amoroso com uma pessoa hétero, uma bi e uma lésbica, que foi desenvolvido de uma forma bem gostosa: nada de foco no romance, todo mundo se defende, se apoia e fica com as bochechas rosadas.
Para os navegantes que estão começando a ler em inglês: a linguagem é bem ok, sem muitos termos/adjetivos saídos de não sei de onde, os termos da criação do mundo das Brooklyn Brujas é bem baseado em termos de uma língua parecida com a nossa, então nesse ponto é difícil de se perder. O e-book está bem baratinho na Amazon, então não custa tanto tentar!
Por mais livros que mostrem a cultura latina, por mais personagens adoráveis (você nem tanto @Nova) e que venha a jornada da Lula! E acho que dá pra dizer que o livro é uma pedida para quem gosta de Garotos Corvos e Feita de Fumaça e Osso ou de se enfiar na toca do coelho.
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