Gramatura Alta 19/06/2017
A narrativa de Camila, a garota que passa alguns dias em uma casa aparentemente assombrada, é totalmente subjetiva. Ela é alternada em pequenos trechos contemplativos, com outros descritivos, onde o leitor pode supor o que está acontecendo, quem é ela, porque está naquele lugar e se o que ela vê e ouve, realmente é verdade.
Toda história precisa possuir uma parcela de objetividade e subjetividade: a primeira, convence o leitor de que a segunda é possível. Por isso, no caso de No. 1643, por diversas vezes, fiquei um pouco perdido no que acontecia, no que a narradora queria nos passar, para onde a história caminhava, o objetivo dela estar naquela casa e tudo o mais.
Também fiquei meio perdido na menção a alguns personagens secundários, que apenas conhecemos através dos comentários que Camila faz deles, e sempre utilizando as iniciais dos nomes. Isso, de certa forma, causa uma áurea de mistério, uma incerteza que aguça a curiosidade, mas prejudica o entendimento e o objetivo desses personagens na história.
Por ser um livro de poucas páginas, onde algumas possuem apenas um par de frases, outras nem isso, a leitura se dá bastante rápida, o que ajuda a não ser influenciado negativamente por tanta subjetividade, e por pensamentos da personagem que, às vezes, se confundem com os do próprio autor.
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