fernandaugusta 28/07/2021Uma mulher livre e forteAnnabelle Worthington é uma jovem bem nascida de Nova York. Seu pai é um influente banqueiro. Após sua apresentação como debutante, aos 18 anos, Annabelle pegou uma forte gripe, que a impediu de viajar com os pais e o irmão no novíssimo navio Titanic.
O pai e o irmão de Annabelle morreram no naufrágio, e sua mãe, Consuelo, sobreviveu, mas nunca deixou de sofrer com as perdas. Ela queria que Annabelle casasse e se estabelecesse em segurança, tendo muitos filhos. Josiah Millbank, executivo do banco de seu falecido marido, 19 anos mais velho que Annabelle parecia ser uma ótima opção.
Josiah tornou-se o melhor amigo de Anabelle durante o período de luto e propôs casamento. Ela aceitou, feliz porque o amava e porque Josiah não objetava seu trabalho voluntário no hospital e seu interesse em medicina.
Annabelle estava intrigada, pois o casamento não ia além da amizade mesmo. Dois anos após se casar, Consuelo adoeceu e morreu de pneumonia e Josiah então revelou a Annabelle o porque deles nunca terem ido para a cama. Ele não poderia ser um bom marido para ela, e queria deixá-la. Anabelle recusou e ele entrou com um pedido de divórcio que a tornou uma pária da noite para o dia.
Sem família, abandonada pelo marido e menosprezada por todos, a única saída que ela encontrou foi partir para a Europa, como voluntária para trabalhar nos hospitais do front da Primeira Guerra Mundial. Lá também poderia realizar o sonho de cursar a faculdade de Medicina. Mas poderia Anabelle ser feliz novamente um dia?
"Uma mulher livre" mostra como a vida de uma mulher pode mudar da noite para o dia. E como devemos ser resilientes e fazer o melhor com o que nos é dado. Acompanhamos Anabelle durante 10 anos e podem acreditar, a vida dela é tragédia atrás de tragédia. A coitada sofre muito, e houve momentos em que me perguntei: mas o que mais falta acontecer a esta criatura?
Danielle Steel é conhecida como a grande dama do romance nos EUA e desta vez saiu completamente da zona de conforto "água com açúcar". Ela criou uma heroína resiliente e determinada, compassiva e, apesar de tudo, gentil. Uma mulher que se libertou e se construiu sozinha em cima de perdas, traições e preconceito. Com um pano de fundo histórico rico e uma narrativa bem fluida, chegamos a um final muito satisfatório, aos 45 do segundo tempo, porque com 30 páginas para o fim ela AINDA está passando perrengue.
Surpresa muito positiva entre minhas leituras desta autora. Recomendo!