Luan 10/02/2020"Amar nunca é fácil; mas o mundo gosta de definições. O mundo precisa de definições, e ele cobra isso de você o tempo todo. Você precisa se enquadrar em padrões criados pra que as pessoas possam te definir. Mas está aí algo em que sempre penso: quer definição maior que um sentimento puro e verdadeiro?
Eu olhei para Lucas de soslaio... E ali estava a minha resposta pro mundo.
Eu o amava.
Isso pra mim bastava...
E eu torcia pra que bastasse pra todos os outros."
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Um amor nada planejado, natural e sem perspectiva de futuro. Assim se resumia a relação entre Lucas e Bernardo.
Vizinhos e melhores amigos desde infância, os dois meninos passam por um choque quando descobrem (quase que juntos) que Bernardo está prestes a se mudar para o Portugal com seus pais sem data de retorno e isso pode destruir toda a amizade que nutriram durante 16 anos. Lucas está destinado a não deixar isso acontecer e decide planejar as férias em que estão para que sejam as férias mais marcantes da vida de ambos.
Em meio a euforia e a tristeza que se instala entre ambos conforme os dias passam e a chegada da data limite chega, os amigos começam a sentir coisas que não parecem ser comum entre os dois, ou que talvez todo este tempo só estivesse escondida debaixo de seus próprios panos, fazendo com que ambos estivessem fadados a ignorar o fato de que nutriam um sentimento bem maior que amizade. Ou talvez era isso que gostavam de chamar de amizade.
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Ao terminar o livro me senti tão feliz que precisei enviar um e-mail para os autores por ter escrito este livro. Veio em um momento extremamente oportuno para mim e tratou de valores importantíssimos da melhor forma possível. O livro não é sobre um simples romance, sobretudo, sobre um romance homossexual, mas mostra a aceitação dos personagens perante consigo mesmo e com o restante da sociedade, fala sobre a violência verbal e física que todos aqueles que decidem se entregar ao amor podem estar sujeitas, infelizmente. Além disso, o romance entre os dois se instala de uma forma tão natural que nem os próprios personagens parecem perceber, para eles, tudo aquilo que eles nutrem um para com o outro é simplesmente fruto de 16 anos de amizade, mas é uma ligação tremenda.
Lucas e Bernardo são a própria definição de opostos que se atraem, mesmo que bem estereotipados:
Bernardo é o sol, Lucas é a noite.
Bernardo curte achocolatado, Lucas prefere café.
Bernardo é do verão, Lucas do inverno.
Bernardo é de matemática, Lucas do português.
E este último é o mais importante para a história e a parte mais fofa de todo livro. Lucas, como alguém de humanas, insiste em teimar que às vezes, 1+1 pode ser igual a 1 e é incrível como o livro pode te provar isso, de uma forma ou de outra.