Karina599 21/07/2020Uma aventura digna de reis e rainhasLogo de início é importante dizer que a história é contada por Derfel já velho, relembrando suas histórias e escrevendo. Nessa epoca, ele se encontra em um mosteiro junto ao bispo Samsum, a quem ele se refere em suas "memórias".
Assim, a história cruza dois momentos da vida de Derfel: o tempo presente em que ele está no mosteiro e o tempo passado que ele vai relembrando enquanto escreve.
A história é escrita em primeira pessoa e tudo que vemos e presenciamos são as experiências deste locutor e sua trajetória mesmo antes de conhecei Artur, o quase rei.
Toda a narrativa é uma construção muito verossímil, tanto em suas caracterizações histórias, quanto na contrução de personagens complexos (talvez mais complexos que os que hoje vemos na vida real). Os personagens apresentam profundidade psicológica, como no caso de Derfel, o qual estamos sempre por dentro de suas impressões e pensamentos. Há também profundidade de caráter em vários personagens ao longo da história.
As descrições dos hábitos de vida daquele contexto histórico são tão vividos que nos colocamos na história, mesmo nas cenas desagradáveis (que apesar de desagradáveis são extremamente fiéis a realidade). As informações sobre as invasões saxônicas e sua relevância nesse período de construção da Grã-Bretanha são impressionantes.
Nimue e Guinevere destacam-se como representantes da figura feminina na história e despertam empatia durante a narrativa.
A obra é excelente para quem já é fã das histórias arturianas. Recomendo vivamente a todos, mesmo para aqueles que não gostam, é uma ótima oportunidade para começar a ler uma obra de ficção com tanta qualidade como essa.