Mandy Nerújo 10/06/2020Ninguém vive sozinhoEste livro, totalmente angustiante, nos leva a uma reflexão extremamente profunda do que significa sair da bolha que estamos e enxergar o outro, ver que não estamos sós e não existe somente os nossos problemas.
O livro mostra um grupo pequeno, porém bem icônico que “resume” essa sociedade de forma interessante. Cada qual com seus preconceitos, modos de viver e julgar, com suas mazelas e “problemas” próprios. Não se importam com as outras pessoas à sua volta por mais que a situação seja grave. Cada um se fecha nos seus motivos e esquece de ajudar os que mais precisam agora, mesmo que “haja” um motivo para que esses sejam solícitos. (No caso da história, sejam todos ingleses)
A protagonista Iris acaba nos mostrando isso, de uma forma ou outra, apesar dela mesma ser exatamente assim: egoísta, fechada na bolha e totalmente individualista. Ela acaba escapando dela mesma e se mostrando solícita quando se depara com uma pessoa que é diferente dela, altruísta. É angustiante porque ao passarmos pelos problemas que Iris está passando nos vemos totalmente sozinhos e a cada pingo de esperança, uma decepção. O problema piora e ninguém mais o vê. Somente nós, leitores e a própria Iris.
A história, escrita em 3ª pessoa, é uma crítica bem construída do como a sociedade pode ser bem cruel com quem é mais atento ao próximo. Não há recompensas aqui, somente a verdade nua e crua. Os problemas próprios, sempre superam o problema do próximo.
Por ser uma história curta, poderia ser mais bem desenvolvida, mas algumas partes são demoradas e um pouco sem sentido. Dá aquela sensação de andou, andou e não saiu do lugar. Nesse quesito é um pouco frustrante, principalmente pelo final ser muito previsível. Mas o principal aqui não era a história de Iris e sim a crítica social. Foi o que acabou fazendo o enredo ser deixado de lado. Ou pela minha experiência com thrillers, “descobri” o desfecho, já batido, em algumas páginas e minha experiência de leitura tenha sido influenciada por isso.
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