Neyla 28/02/2017E eis que chegou a tão aguardada continuação de Muito Além do Tempo (que eu li no ano passado e me apaixonei). Estava muito ansiosa por esse livro, afinal o primeiro terminou em uma parte crítica, que me deixou louca gritando que queria a continuação. Estava numa curiosidade tão grande que passei ele na frente dos demais livros que tinha para ler, afinal precisava descobrir o que aconteceria com Michele e Phillip.
No primeiro livro, conhecemos Michele Windsor, uma jovem de 16 anos que perdeu a mãe em um acidente e que foi morar com os avós que não conhecia. A vida dela virou de cabeça pra baixo e tudo fica ainda mais diferente quando ela descobre que pode viajar no tempo. E, em uma dessas viagens ao ano de 1910, ela conhece Phillip e eles se apaixonam.
A Guardiã do Tempo começa no mesmo ponto onde Muito Além do Tempo termina: com a chegada de Phillip à escola onde Michele estuda. Acontece que, embora esse garoto seja idêntico ao grande amor do passado da nossa mocinha, ele simplesmente parece não reconhecê-la, o que a deixa arrasada. Antes de voltar para o presente, o Phillip do passado havia dito que daria um jeito de voltar para ela e é a isso que Michele se apega. Presa a essa esperança, ela tenta de todas as formas possíveis fazer com ele se lembre dela e dos momentos felizes que passaram juntos.
Como se não bastasse ter que lidar com a total falta de reconhecimento do rapaz, Michelle ainda tem um outro problema, bem grande por sinal, para resolver. No primeiro livro ela descobre que seu pai era de uma época muito diferente da de sua mãe. Ele era um viajante do tempo que veio para os dias atuais e nessa viagem acabou conhecendo Marion, mãe de Michele. Ambos se apaixonaram e Michele foi o fruto desse amor. Seu pai quebrou várias regras para poder viver esse amor e também deixou em sua época uma pessoa furiosa e disposta a tudo por vingança. E agora essa pessoa, Rebeca Windsor, está de volta e tem apenas um único intuito: matar Michele.
Gente, que livro é esse? Estava cheia de expectativas a respeito dele e ele foi além de tudo que imaginei. A história, que eu achei que fosse ficar apenas no romance fofo, acabou trazendo fatos novos e uma agilidade enorme que fazia com que as páginas praticamente voassem em minhas mãos. Foi muito melhor do que eu esperava e posso dizer, sem sombras de dúvidas, que superou o primeiro livro.
Michele é uma excelente protagonista. A autora conseguiu criar uma personagem doce, sensível e, ao mesmo tempo, decidida e independente. Ela tinha tudo para ser uma menina chata, daquelas que a pessoa pega implicância de cara e passa a odiar o livro inteiro. Mas ela se mostrou ser tão diferente que foi impossível não colocá-la no rol das queridinhas do coração. Michele é maravilhosa e nesse livro se mostrou ainda mais corajosa ao enfrentar de cabeça erguida tudo que o destino parecia ter lhe reservado.
Embora o romance esteja presente, praticamente, em todas as partes do livro, ele não é o foco principal da trama. O que realmente chama atenção na trama é a inserção de Rebeca e sua ligação com o pai de Michele. Ligação essa que vamos descobrindo junto com Michele, quando ela encontra o diário do pai e tem acesso a suas recordações. É fascinante voltar ao tempo e ir acompanhando a trajetória dessa pessoa que, desde o primeiro livro já me deixava curiosa para saber a respeito dele.
Achei que Alexandra foi muito feliz no fechamento dessa duologia. A trama prende o leitor, o romance é fofo, e tem ação e mistério do início ao fim. Sua narrativa é viciante, com descrições que são precisas, envolventes e cheia de emoção, que fazem com que o leitor se sinta inteiramente dentro da história. Foi um final a altura dessa série que é, para mim, uma das melhores da atualidade. Recomendadíssima!