A guerra não tem rosto de mulher

A guerra não tem rosto de mulher Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - A Guerra Não Tem Rosto De Mulher


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Gabriela3420 17/06/2021

5 motivos para ler "A Guerra Não Tem Rosto de Mulher"
1. Este livro fala sobre a Segunda Guerra Mundial de forma totalmente diferente dos livros de história tradicionais, onde a versão masculina é privilegiada. Aqui temos mulheres que testemunharam e participaram ativamente dos combates puxando pela memória qual foi a sua vivência na época.
2. Há uma guerra diferente para cada mulher de acordo com a função que ela desempenhava no front. A autora passou anos entrevistando francoatiradoras, cozinheiras, enfermeiras, médicas, pilotos, soldadas... tecendo uma colcha de retalhos em forma de relatos íntimos que vão muito além da carnificina da guerra. São relatos de amor à pátria, compaixão e muita resistência.
3. Originalmente o livro foi lançado na década de 1980, porém sofreu censura. Este fato também é relatado pelas heroínas de guerra que na volta do front foram silenciadas, incentivadas a omitir essa parte de suas vidas. Isso porque os homens da época não queriam se envolver com mulheres que estiveram no front, enfim a misoginia em seu mais puro estado.
4. Me impressionou muito nos relatos o que a guerra é capaz de fazer fisiologicamente no corpo das mulheres. São comuns os casos de interrupção de menstruação, cabelos precocemente brancos, mudanças na fisionomia a tal ponto que uma mãe não reconheceu a filha quando esta retornou à casa e até infartos que passaram desapercebidos na época por uma atiradora.
5. Svetlana Aleksiévitch é uma hábil escritora e uma sábia ouvinte. É preciso muita sensibilidade para compilar todos esses relatos, formando um panorama claro do que foi a guerra para as mulheres soviéticas. Entremeados aos relatos temos as impressões da própria autora sobre o tema, sobre o processo de escrita do livro e suas próprias memórias de histórias de guerra que cresceu ouvindo na vila onde morava quando criança.
Humberto Junior 17/06/2021minha estante
Esse foi/é um dos livros mais duros e impactantes que já li em toda minha vida.




Leticia 30/09/2020

Que leitura surpreendente!!! Com certeza um livro favoritado. Svetlana nos oferece vários relatos de mulheres do exército soviético que lutaram na 2° Guerra Mundial, aqui somos apresentados a tanquistas, franco-atiradoras, soldados de linha de frente, enfermeiras, médicas, costureiras, cozinheiras, lavadoras, mulheres que foram capturadas pela Gestapo, torturadas, etc. Conhecemos a guerra através da perspectiva das mulheres.

" Já aconteceram milhares de guerras -pequenas e grandes, famosas e desconhecidas. E o que se escreveu sobre elas é ainda mais numeroso. Mas... Foi escrito por homens. Tudo o que sabemos da guerra conhecemos por uma "voz masculina". Somos todos prisioneiros de representações e sensações "masculinas" de guerra" (p.12).

Não foi uma leitura fácil, os relatos são dolorosos, somos colocados a frente dos horrores da guerra, a violência, a fome, o medo, a angústia e a morte.

"Pergunte para mim: o que é felicidade? Eu responderei.... Talvez seja encontrar, entre os mortos, uma pessoa viva..."
Uma leitura que tem ser feita em doses homeopáticas, mas extremamente necessária. Aqui não vemos o lado heróico da guerra, mas sim a face degradante, o que a guerra faz com as pessoas, mata a vida, mães, pais, filhos e mata sobretudo a dignidade e a humanidade.
Off: excelente livro pra jogar na cara de macho que fala que mulher não vai para guerra, não tem força, não carrega um saco de cimento, pipipopopo......
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DEA 03/02/2024

É difícil de falar sobre esse livro. Todos sabemos a importância de sempre lembrarmos os horrores que seres humanos "racionais e inteligentes" são capazes de cometer em períodos de guerra. É necessário lembrarmos para não repeti-los.
Mas esse livro é tão denso, tão pesado, que chega a ser surreal imaginar que isso aconteceu.
É realmente muito impactante.

Esse livro, assim como o anterior, que fala das crianças, também traz relatos porém neste caso são das mulheres que participaram da Segunda Guerra, exclusivamente as russas.
E é falado muito pouco sobre isso, leio frequentemente livros sobre a Guerra ou vejo filmes e documentários e em geral quando tem mulheres são representadas como enfermeiras ou espiãs.
No entanto as mulheres participaram da guerra ativamente e principalmente na Rússia e detalhe importante, na maioria das vezes voluntariamente, inclusive insistindo ou às vezes até suplicando. Elas tinham um forte desejo de defender a pátria, sua terra, pois eram ensinadas sobre isso desde crianças.

É um livro que vale muito a pena para quem não conhece muitos detalhes sobre a Segunda Guerra e principalmente sobre essa participação muito importante e especial das mulheres.

"... na guerra, o ser humano se torna terrível e inconcebível. Como entendê-lo?"

"Quantos anos serão necessários para reconstruir tudo isso?' A guerra mata o tempo, o precioso tempo humano."

"Pergunte para mim: o que é a felicidade?
Eu responderei... Talvez seja encontrar, entre os mortos, uma pessoa viva..."

"Como explicar a guerra a uma criança? Como explicar a morte? É responder à pergunta: por que lá matam? Matam até pequenos, como ela."

"Pergunta de Dostoiévski: 'o quanto há de humano no ser humano, e como proteger esse humano em si?'
Sem dúvida, o mal é tentador. Ele é mais hábil do que o bem. Mais atraente. Mergulho cada vez mais fundo no infinito mundo da guerra, todo o resto perde um pouco das cores, torna-se mais comum do que o comum. Um mundo grandioso e feroz.
Entendo agora a solidão da pessoa que volta de lá. É como se viesse de outro planeta ou do além. Ela tem o conhecimento de algo que os outros não têm, e só é possível conquistá-lo ali, perto da morte."
Brícia 24/02/2024minha estante
Misericórdia ?


DEA 24/02/2024minha estante
Esse livro foi bem difícil de ler ?


Brícia 26/02/2024minha estante
Eu imagino... ?




Gabriel 08/04/2023

"A guerra nunca acabou dentro de mim"
Esse livro é dureza de ler, não pela escrita ser rebuscada (o que eu esperava por a autora ter ganho o Nobel de Literatura), mas pela tristeza de cada relato das centenas de mulheres entrevistadas pela Svetlana.

Milhares de mulheres, muitas delas meninas, perderam sua juventude lutando no front com rifles, metralhadoras, aviões, tanques, suturas e informações. Essas mulheres além de lutarem contra o nazifascismo também tiveram que lutar contra a opressão patriarcal do país que elas queriam tanto defender.

Apesar das imposições da época, é totalmente pleno dizer que a União Soviética só não sucumbiu à invasão alemã pelo enorme contingente feminino voluntário. Depois de terem perdido boa parte da dignidade, força e sanidade que possuíam muitas foram estimuladas a calarem-se. A URSS, assim como todos os vencedores de guerras ao longo da história, tinham o interesse de retratar todos os seus combatentes (mortos e vivos) como heróis incansáveis que não tinham qualquer anseio pessoal ou vaidade além do espírito patriota.

Não era permitido falar da guerra humana, onde pessoas tinham medo; não se podia derrubar o mito do herói. Os combatentes eram sempre homens que estavam ali para defender o país, a esposa e os filhos, mas e se as mulheres estavam indo para guerra isso significava o quê? Que eles estavam falhando? Que seus esforços e vidas não estavam sendo suficientes? Como aquelas jovens que logo se tornariam mães e esposas podiam lutar lado a lado de seus futuros maridos?

A autora é muito perspicaz nos questionamentos que fez e em quais relatos ela escolheu deixar no livro. Somos sempre bombardeados pela visão estadunidense da Segunda Guerra Mundial (onde somente os homens lutavam, e somente esses homens dos EUA foram responsáveis pela vitória dos Aliados, quando na verdade o Exército Vermelho foi quem tomou Berlim e encerrou oficialmente o conflito), e indiretamente ignoramos a história de milhares de soviéticas que venceram os horrores da guerra, combateram o nazismo e enfrentarem o patriarcado dentro do próprio país.
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Nirley 29/12/2020

Eu estou chorando até agora...
Esse livro é PERFEITO, e eu acredito que todos os seres humanos deveriam ler e reler esse livro!
Essa preciosidade, passou a ser meu livro de cabeceira.
_Tá_no_livro_ 30/12/2020minha estante
Esse livro já estava na minha lista de desejos. Mas depois de ver suas palavras, fiquei com mais vontade de ler, acho até que ele vai subir para o topo da lista. ??????????


Nirley 30/12/2020minha estante
Leia, você não vai se arrepender...


_Tá_no_livro_ 30/12/2020minha estante
??




Yasmine Maluf | @jornadaliteraria__ 02/02/2021

Um livro necessário pra qualquer um. Eu realmente favoritei, já que gostei muito da escrita da autora.
Ela junta vários relatos de verdadeiras guerreiras.
Eu me envergonho de assumir que desconhecia o papel das mulheres nas guerras. E na Segunda Guerra Mundial, elas não apenas eram voluntarias pra serem enfermeiras e sim lutavam na linha de frente, como atiradoras, pilotas, médicas, sapadoras. E inclusive muitas que foram enfermeiras também estavam no front, elas literalmente se arrastavam pra resgatar os feridos sozinhas.
Eu fico indignada como isso não é mostrado em livros e filmes sobre guerras.
Nós temos uma percepção que guerra é algo que afeta mais os homens, que as mulheres ficavam apenas aguardando seus maridos e filhos voltarem. No máximo ajudavam na enfermaria. E isso não é verdade.
E o pior, a maioria delas nem tinha 20 anos. 16,17 anos e já estavam lá na linha de frente como soldados.
E o machismo que sofriam quando voltavam vivas é de um absurdo sem igual, fiquei indignada lendo que muitas delas não se casaram pq eram ?mulheres que foram pra guerra?, eram chamadas POR OUTRAS MULHERES de putas da guerra e outros absurdos. Fiquei muito triste em ler como elas sofreram duplamente.
Os homens voltavam como heróis, as mulheres sofriam ouvindo absurdos e eram julgadas por terem defendido sua pátria.
Horrível.
Essas mulheres deveriam ser exaltadas, lembradas por todos, mostradas em filmes e livros. Verdadeiras guerreiras.
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Alê Ferreira 24/05/2021

A Guerra não tem rosto de mulher... Embora tenha seu sangue.
A literatura de testemunho, da jornalista Svetlana, trata-se do fruto da escuta da autora dos relatos resgatados na memória de mulheres soldado, mulheres que tiveram que insistir, travar uma luta, antes mesmo de entrarem para guerra, tiveram que lutar por aceitação, que desmistificar o senso comum de que mulheres são frágeis, fracas, de que lhes falta habilidade, coragem e firmeza.

Todos os horrores da guerra, a atrocidade e dor que elas enfrentaram no front são descrito em memórias que ficaram por mais de 40 anos apagadas. Elas foram condecoradas, mas, mesmo assim, ficaram estigmatizadas, em vez da honra e homenagens como as que foram prestadas aos homens, a elas, o fato de terem lutado em defesa da pátria, representou a imputação de vergonha.

O livro me tocou de várias maneiras: alguns relatos me deixaram impactada, outros me deixaram com um embrulho no estômago, nos choca o terror da guerra, cujos ideias por que lutam os soldados, não são o verdadeiro propósito dos que comandam a carnificina.
Porém o que mais esse livro revela é que à mulher sempre é reservado um lugar inferior na sociedade, ainda que ela desempenhe o mesmo papel.
Elas foram, francoatiradoras, tanquistas, tratoristas, piloto de esquadrão antiaéreo, sapadoras (desarmando bombas), comandantes, soldados, tal e qual os homens, mas não tiveram o mesmo respeito, nem a memória dos seus feitos foram honradas.

Esse livro me falou demais da dor da injustiça do machismo.
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Katherine.Branco 06/09/2016

Um soco na cara
Sabe aquele livro que arranca seu coração, pisoteia ele e depois coloca de volta ? É esse livro. Relatos de um lado da guerra que não costuma ser contado. Te faz questionar a humanidade e a sociedade. Você lê coisas e uma pergunta fica em sua cabeça- será que mudamos ? Ou será a história corre risco de se repetir? Livro que ao mesmo tempo faz você querer desistir do mundo machista em que vivemos. Mas ao mesmo tempo te faz pensar - se essas mulheres sobreviveram aos horrores que lhes foram impostos, tenho que honrá-las e sobreviver às advertências atuais também.
Tiago675 05/03/2017minha estante
Entristeceu-me muito o fato das mulheres terem vergonha de sua própria heroica história, da censura comunista impedir a publicação deste livro por quase duas décadas e de eu desconhecer a história delas também, logo eu que amo a História da Segunda Guerra.




GioMAS 25/06/2023

A outra face da guerra.
A obra reúne depoimentos de mulheres soviéticas sobre a segunda guerra mundial, valendo-se de técnica jornalística para organização e transcrição das entrevistas.

Ao iniciar o livro, embora o tema me seja atrativo e de grande interesse, imaginei que não seria uma leitura fácil, afinal de contas - pensei - são páginas e mais páginas de um compilado de relatos, não de uma história linear, como estou habituada.

Pensamento para lá de equivocado.

A leitura é instigante, dinâmica, repleta de fatos curiosos sobre a vivência da guerra, além de trabalhar o tema sob uma perspectiva inovadora - a guerra sob o olhar feminino, não das mulheres que, restritas ao ambiente doméstico, aguardaram o retorno dos familiares, mas as soldadas, as combatentes. Mulheres que se alistaram ainda jovens, sensíveis e inexperientes, porém detentoras de invejável determinação. Mulheres cuja personalidade foi forjada pela Revolução e, depois, pela guerra em si

Isso mesmo, ao contrário do amplamente propagado na cultura capitalista ocidental, a guerra não foi feita apenas por homens. O Exército Soviético contava com bravas, competentes e idealistas soldadas de infantaria, pilotas de tanques e aviões caça, enfermeiras, médicas, comandantes de linha de frente, fuzileiras, chefes de operação de comunicação e, também, é claro, cozinheiras, lavadoras etc.

A estruturação do texto confere a linearidade necessária à persuasão do leitor. Embora não seja uma narrativa convencional, os relatos são organizados cronologicamente, perpassando pelo período de instabilidade que antecede a guerra, o sentimento de medo das famílias, a obstinação na defesa da nação, o alistamento, a adaptação à rigidez militar, o sexismo, os combates, as vivências no front, a relação ambígua com os soldados homens, as perdas, fome, mutilações, a invasão do exército nazista à Rússia, o receio da derrota e, por fim, a vitória, sua anunciação, a marcha para tomada da Alemanha ("Aí está ela, a maldita Alemanha!"), o retorno para casa, a reconstrução do país, o tratamento ingrato, segregativo e misógino conferido às combatentes no pós guerra.

Em meio a tudo isso, o livro aborda com leveza e sensibilidade as percepções subjetivas de cada uma das entrevistadas, preservando aspectos da linguagem informal oral para traduzir a carga emocional, sobretudo nos trechos que dissecam memórias sobre amores, traumas, estupro, abandono, ausência de paramentação militar compatível com a estrutura corporal feminina, medo, solidão, morte, ideologia política e decepções com o regime Soviético.

A temática também nos faz refletir sobre a desvalorização da mulher idosa na sociedade, o seu silenciamento, a forma como subjugamos suas experiências, por mais extraordinárias que sejam.

Assumindo o risco de soar cansativa, estendendo demasiadamente a resenha, há que se falar da beleza dos ideias comunistas - presente nas entrelinhas de cada um dos depoimentos que compõem a obra. A Alemanha nazista ruiu pelas mãos de mulheres e homens Soviéticos que acreditavam em um ideal, que lutaram pela Revolução em seu próprio país e não se omitiram perante uma ameaça maior. Mulheres e homens que lutaram não por Stálin, mas por um modelo de sociedade igualitária e justa.
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Maíra 12/09/2020

Eu esperava mais
Sem dúvida é um progresso o fato de o livro trazer a um lugar de destaque a atuação das inúmeras mulheres nas mais diversas funções durante a 2ª Guerra Mundial. Quanto a isso vale a pena a leitura. Também vale a pena pelo fato de haver detalhes da rotina de diversos estilos de pessoas nessa circunstância de guerra (não só dessas mulheres, mas também dos familiares que não foram à guerra e ainda das mulheres que ficaram em casa à espera dos maridos que foram à guerra).

Acontece que me interessam as narrativas envolventes e infelizmente não é o caso dessa. As histórias são contadas de forma picotada. É como se fosse uma degravação quase literal dos depoimentos das pessoas que eu descrevi anteriormente. Interessante do ponto de vista antropológico e histórico. Completamente entediante do ponto de vista literário, do sentir poético mesmo.

Acho que pra quem não espera ler algo mais artístico, e sim essencialmente histórico, pra quem está disposto a ler depoimentos em sua literalidade (mesmo quando o depoente se perde em meio ao depoimento e isso se torna de certa forma confuso), vá em frente. Só não diga que não avisei.
Adriana1037 12/09/2020minha estante
Aparecer de parecer um texto jornalístico eu gostei do livro. Achei os depoimentos fortes e dramáticos, mas concordo com sua resenha.


Maíra 12/09/2020minha estante
Ah, sim.. os depoimentos são em si muito marcantes! Inclusive lendo a resenha da Mih, que é muito muito boa (aqui na página do Skoob mesmo), eu consegui sentir de novo e de uma forma mais encadeada do que no próprio livro as emoções dos depoimentos.




AdemarSilveira 12/05/2021

A guerra não tem rosto de mulher - Svetlana Alexijevich
Normalmente livros de guerra costumam ser contadas pelo ponto de vista dos homens e nelas, são narradas as grandes lutas, os heróis e vilões.

O livro nos traz uma nova visão dos campos de batalha: a feminina.
Como a própria autora comenta em seu livro, a guerra ?feminina? é diferente da masculina. ?Nela, não há heróis, façanhas incríveis, há apenas pessoas ocupadas com uma tarefa desumanamente humana?.

Com histórias de garotas de 16 anos que foram para o fronte, até enfermeiras, franco-atiradoras e mulheres que pilotavam tanques. O pensamento de todas era um: ajudar a pátria.

A história nunca relevada de quase um milhão de mulheres que lutaram no Exército Vermelho contra os nazistas é extremamente forte e apaixonante. As memórias presentes no livro são cheias de cores, cheiros e espaço sentimental.

Confesso que não é um estilo de livro que gosto, mas não deixa de ser um livro bom. Achei que faltou um final para o livro para fechar a história.
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Ingrid.Sombra 12/12/2022

A guerra não tem rosto de mulher
Esse livro é quase uma pesquisa qualitativa realizada pela autora, ou ainda um trabalho jornalístico, porque ela entrevistou centenas de sociéticas veteranas de guerra, e compilou seus relatos neste livro. A oralidade e o estilo de cada mulher é preservado, sendo possível se imaginar diante de cada uma enquanto lemos suas histórias.

Embora sejam relatos diversos, todos tem alguns pontos em comum: não são relatos sobre batalhas, datas e estratégias de guerra, como estamos acostumados. São relatos de medo, esperança, amor, ódio, vergonha, entre tantas outras dimensões humanas. Eu nunca havia lido/assistido nada assim.

O ponto negativo é que a autora traz uma quantidade tão grande de relatos, como se tivesse sentido pena de editar alguns (também sentiria, confesso), que a leitura vai ficando arrastada, repetitiva. Entrei numa ressaca literária, mesmo alternando com outras leituras leves. Ainda assim, considero um bom livro a ser apreciado, sem pressa para dar um "check".
William.Almeida 12/12/2022minha estante
Verdade, também achei que a leitura fica arrastada! Depois desse, também li vozes de tchernóbil e últimas testemunhas (relato daqueles que eram crianças durante a segunda guerra - acabei casando a leitura com toda luz que não podemos ver, que tem a mesma temática). Estou me preparando para o fim do homem soviético (baita calhamaço, inclusive)




Talita 18/10/2020

Essa leitura foi diferente de tudo que já li. Eu não tinha muito contato com leitura documental, mas me apaixonei por este livro desde as primeiras páginas.

Já li e estudei muito sobre a Segunda Guerra Mundial, mas infelizmente nunca tinha lido relatos russos sobre o período, tampouco sobre as mulheres que lutaram na guerra.

Eu amei muito a leitura, chorei e sofri muito no livro, algumas histórias me causaram angústia.

Acho que todo mundo devia ler, nem que fosse algumas páginas, pra prestigiar essas meninas que fizeram parte dessa vitória.
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Ananda.RevorAdo 21/03/2021

A história da guerra na alma
Um livro tão incrível que é difícil colocar em palavras o sentimento ao lê-lo. Uma história sobre o ser humano na guerra, sobre a realidade subjetiva de centenas de mulheres que lutaram, salvaram e viveram na segunda guerra mundial. As soviéticas que foram caladas tantas vezes, pelo governo, pelos seus maridos, por outras mulheres. Negadas de seu direito de reviver a guerra da sua forma e com suas percepções.
?Conte como eu te ensinei. Sem chorar e sem essas ninharias de mulher; que queria ser bonita, que chorou quando cortaram a trança.?

Isso aconteceu mais de uma vez, em mais de uma casa. Por isso, a capacidade de trazer a visão feminina sobre um dos maiores conflitos da humanidade, a oportunidade de dar voz para todas essas mulheres, torna esse livro uma experiência única. Diferente de tudo que você já viu e leu sobre a Segunda Guerra.

Uma leitura para ser feita aos poucos, respirando e absorvendo os relatos tão intensos. Muitas vezes tive que parar porque não conseguia parar de chorar. Os relatos cheios de humanidade em um momento onde tudo é tão desumano, tão cheio de morte e falta de esperança. Mesmo assim, essas mulheres encontraram amor, amizades, irmandade, coragem. Soldados, médicas, guerreiras que tiveram sua participação negligenciada, sua volta desvalorizada e transformada em ofensa. Em um mundo onde homens retornavam como heróis de guerra, elas retornavam rotuladas como quebradas, invalidadas como mulher. ?

?Nunca tinha pensado que podiam receber uma garota do front daquele jeito. Já tínhamos passado por tanto, salvado os filhos para aquelas mães, os maridos para aquelas mulheres. E de repente... Conheci o que são ofensas.?

Mulheres marcadas pela guerra para sempre, em seu corpo e alma. ?Nada vermelho, nada de cor de sangue... Mesmo agora não tenho nada vermelho na minha casa.?

Me emociono ao tentar relatar minimamente sobre a experiência dessas mulheres, mas é impossível conseguir descrever a sensação e admiração. Um livro que recomendo para toda mulher, incrível.
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