A guerra não tem rosto de mulher

A guerra não tem rosto de mulher Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - A Guerra Não Tem Rosto De Mulher


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Marcus.Santana 19/04/2024

Narrativa intensa e pungente protagonizada por mulheres.
Svetlana Aleksiévitch entrevistou e organizou histórias da segunda guerra na ótica das mulheres soviéticas que participaram direta ou indiretamente do front de batalha. São mulheres franco-atiradoras, aviadoras, sapadoras (desativadoras de minas), enfermeiras, telefonistas, membros da resistência, e inclusive depoimentos sobre as mães de mulheres que lutaram, trazendo à tona suas perspectivas únicas e suas lutas pessoais. Trazendo temas como coragem, sacrifício, perda e o impacto psicológico e emocional da guerra.

Os depoimentos concedidos são divididos por temas, como o amor, o feminino, as pessoas que lutaram sem armas, o cotidiano no front, o pós-guerra, e até a morte. Só que você não deve esperar um livro gracioso e sutil. Aqui você verá histórias intensas, bonitas, fortes, trágicas, tristes e detalhistas, retratando as memórias e as emoções das mulheres de forma intensa e honesta.

As enfermeiras não vestiam vestidos limpos e tinham seus cabelos penteados, elas usavam calças e botas masculinas, cortavam suas tranças e carregavam homens mortos com o dobro do peso. Algumas franco-atiradoras contabilizam mais de 300 homens assassinados.

Apesar do tema ser cruel e destruidor, por muitas vezes o que predomina nas histórias são momentos de amor aos pais, irmãos, maridos, filhas e filhos e muita compaixão ao próximo.
Svetlana ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2015, não só por este livro, mas pela importância de todo seu portfólio de histórias publicadas. A descrição do horror da guerra e do que as mulheres fizeram, segue a linha dos outros livros da autora, a sequência de depoimentos selecionados para compor a história oral no estilo inconfundível da autora.

A obra é uma leitura importante para aqueles que querem compreender melhor a história da União Soviética, a garra em defender a sua pátria, e do papel das mulheres nessa história.
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Ceci 15/04/2024

Histórias necessárias!
Fundamental é ter livros como esse que representam vozes de mulheres tão frágeis e tão corajosas, vulneráveis e fortes, combatentes e sensíveis!

Força, potência e narrativas difíceis de serem digeridas, imaginadas e pensadas.

A marca da guerra nessas mulheres e famílias, em uma cultura e no mundo, nos faz refletir como o ser humano pode ser humanamente amável e brutal. Não tem como ler esta obra e não nos questionarmos.

Recomendo muito a leitura, porque os relatos contam a real história dos fragmentos lembrados por estas mulheres antes da guerra, na guerra e no pós.

Se é que existe um antes e depois...
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lidoporluana 07/04/2024

32ª leitura de 2024
“A guerra não tem rosto de mulher” traz relatos honestos, fortes e impactantes de mulheres que viveram a 2ª Guerra Mundial literalmente dentro dela. Me senti completamente tocada por cada relato e indignada por mim mesma nunca ter sequer procurado mais sobre o assunto.

Nunca pensei que mulheres estivessem na guerra. Que mataram, lutaram, lavaram, cozinharam ou fizeram qualquer outra coisa lá. A gente houve só sobre as mulheres tendo que cuidar dos filhos pequenos enquanto os homens iam à luta.

Ler cada palavra sobre esse período assustador a partir de uma perspectiva totalmente diferente foi agonizante. Não só por ser sobre o lado mais podre da nossa história, mas também porque além de ter que lidar com as mortes, também tiveram que lidar com a violência sexual e psicológica, discriminação e tantas outras coisas, vindas principalmente dos seus companheiros de esquadrão.

Além disso, a vida após a guerra também continuou sofrível. Elas estiveram lá, na linha de frente e quando voltaram para casa, tinham que lidar com os olhares julgadores. As pessoas as diminuíam como mulher, justamente por ser uma mulher voltando de uma guerra.

Neste livro a autora conseguiu reunir narrativas impressionantes e soube escrever sobre cada uma delas de uma maneira muito objetiva. Enfim, essa foi uma leitura engrandecedora e eu recomendo MUITO para todos.
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Anna 06/04/2024

Outro lado da guerra
Já tinha escutado sobre mulheres que lutaram na guerra, mas ler um livro que detalha sobre os acontecimentos foi mais esclarecedor. A história traz relatos tanto de francoatiradoras, mulheres da infantaria, pilotos, engenheiras, médicas para até o relato de mulheres que lavavam as roupas dos soldados.
O que mais surpreende é o tanto de relatos femininos que há no livro, e eles são apenas de mulheres da URSS, e como poucas ou nenhumas estão nos livros de história ou são apenas lembradas como um plano de fundo, sendo que sua participação foi crucial para a derrota da Alemanha.
É emocionante ver a força feminina e chocante perceber o quanto é subestimada.
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_restreliaev 26/03/2024

A guerra não tem rosto de mulher
é incrível e ao mesmo tempo amedrontador esse choque de realidade que temos quando nos é exposto a vida de uma mulher que viveu em tempos de guerra; que não ao menos viveu, mas que se tornou ativa nela. não é algo novo, esse conhecimento de que as mulheres participavam das guerras, mas somente eram expostos certos trabalhos, como cozinheiras, lavadeiras e prostitutas para "aliviar a tensão" nos militares. realmente, a guerra não tem rosto de mulher, porque a natureza de uma mulher é passar feminilidade, carinho, amor, compaixão, coisa que não era nada "necessária" durante a guerra, mas que confortava os corações dos ativos. é muito triste a maneira que as mulheres acabaram por serem silenciadas no pós-guerra, por terem perdido essa natureza feminina: no lugar de saltos, se tinha botas sete ou oito números maior que seus pés; no lugar de cachos volumosos, um simples cabelo rapado com um mínimo topete; e no lugar de sombrinhas de sol, estiveram carregando fuzis em seus braços. lugar de mulher não é na guerra, mas ESSAS mulheres fizeram história pelo mundo, e sem o seu auxílio, talvez o resultado das segunda guerra mundial fosse diferente.

como me causa angústia e arrependimento por minhas ações, pelos meus pensamentos egoístas, aonde eu moro num país liberto das guerras, moro numa casa limpa e tenho todos da minha família vivos, e MESMO assim eu consigo ser ingrata. elas ficaram felizes por verem uma pequena flor em uma janela, e dançaram sobre a presença dela; se vestiram com vestidos (ou melhor, os trapos deles) e dançavam em rodas, cantando, alegres por terem alguns minutos de sua feminilidade, de volta. mulheres que perderam seus pais, seus filhos e irmãos mas estavam genuinamente alegres por encontrar uma mísera batata que sobrou em um campo, alegres por conseguirem matar um pouco de sua fome.

a guerra é desumana, e a guerra não tem rosto de mulher.
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Remmormino 17/03/2024

Finalmente fui ler algo que me contasse o outro lado das mulheres durante a guerra.

O foco da escritora foi evidenciar a participação das mulheres na segunda guerra mundial como protagonistas e não coadjuvantes que esperam seus maridos e filhos voltarem do front.

É um compilado de depoimentos de mulheres que estiveram no front e que lutaram por sua pátria com as condições que tinham.

Fiquei muito impactada pela leitura e indico de olhos fechados. Já muito ansiosa para ler os outros títulos da escritora.
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Rafa569 16/03/2024

#07: A guerra não tem rosto de mulher - Svetlana Aleksiévitch

Um livro escrito por uma mulher, composto por inúmeros relatos de mulheres soviéticas que de alguma forma combateram na Grande Guerra Patriótica (como a Segunda Guerra Mundial era chamada na URSS). A ideia do livro de Svetlana foi rechaçada por homens que julgavam desnecessários os relatos femininos ou que tais relatos não enalteciam a Vitória e trouxesse à tona os meandros menos gloriosos, os detalhes que todos querem esconder sobre a guerra. Até mesmo os maridos não encorajavam ou procuravam calar suas esposas, por serem relatos "emocionados" demais.

São quase 400 páginas com relatos de mulheres soldados, franco-atiradoras, tenentes, enfermeiras, médicas, lavadeiras, cozinheiras, sapadoras, partisans, membras da resistência soviética à invasão alemã, entre outras. Eu não sou um estudioso da Segunda Guerra, muito menos dos relatos soviéticos, apesar de saber que os EUA dominam a narrativa de serem os grandes vitoriosos que derrotaram o nazifascismo, deixando de lado a grande contribuição da URSS, por serem comunistas, como ficaria explícito na posterior Guerra Fria.

Fica expresso em cada relato a dor da perda, o desespero das torturas e as contradições, como por exemplo um soldado soviético ser condenado à morte após ter conseguido escapar vivo da prisão alemã, pois havia um entendimento de que "não há prisioneiros, há traidores", e quem fosse feito prisioneiro deveria se matar, além do julgamento moral das mulheres que foram para o front, lutar pela pátria, e a controversa figura de Stálin.

"Na guerra cada um sonhava com uma coisa: um com voltar para casa, outro com chegar a Berlim, e eu só pensava em viver até o dia do meu aniversário, em completar dezoito anos." p. 248

"Passaram seis meses... E, por causa da sobrecarga, deixamos de ser mulheres... Se transformou, a nossa... Perdemos nosso ciclo biológico... Dá pra entender? Foi terrível. Era terrível pensar que você nunca mais vai ser mulher..." p.251
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oslivrosdagiu 14/03/2024

Sem palavras, mas tentarei ...
Sabe aquele livro q você termina e fica olhando pra frente sem reação? Que estrondo! Dilacerante, tristíssimo e necessário. Relatos sensíveis de mulheres que lutaram na segunda guerra mundial. Vozes que não costumamos ouvir porque foram (e ainda são) silenciadas. Emocionante...sem palavras...saio desse leitura diferente...mexeu demais, talvez eu seja muito sensivel, talvez esse livro, apesar de tudo, seja bonito demais...
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BarbaraDSB 12/03/2024

A guerra não tem rosto de mulher, é um poderoso testemunho das experiências das mulheres soviéticas durante a segunda guerra mundial, revelando a crueldade, a coragem e a resiliência que enfrentaram nos campos de batalha.
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11/03/2024

Muito bom!
Este livro me fez pensar bastante sobre a posição da mulher em tempos de guerra. Sempre achei mulheres perfeitamente capazes de lutar em guerras, e esse livro prova isso com diversos detalhes, mas o que surpreende é que existe mais do que só isso.
Ele traz relatos das atiradoras, enfermeiras, cavadoras de minas, pilotas e muito mais. Porém também fala das lavadeiras, cozinheiras, das esposas, mães e irmãs que estiveram no front, na retaguarda, defendendo suas casas.

É muita coisa para absorver e uma leitura necessária demais!
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Camila1856 08/03/2024

Um livro com dezenas de relatos dilaceradores sobre mulheres da antiga União Soviética que lutaram e/ou participaram dos combates contra os alemães na 2 Guerra Mundial. Mulheres francoatiradoras, aviadoras, cirurgiãs, enfermeiras, sapadoras, cozinheiras, entre outras. Um olhar femino sobre a guerra e sobre o pós guerra, na qual muitas, especialmente as que foram para o "front" foram ojerizadas quando voltaram para suas cidades.

Não sou muito " fã" de livros com diversos relatos, por isso, li junto a livro de ficção com uma estória mais linear ( dica do Bookster).

Um livro para ler lentamente!
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ari_angotti 07/03/2024

Apenas leia!
Um dos melhores livros que já li na vida! Todo mundo deveria ler! Desconstrói vários mitos sobre as mulheres na guerra e mostra muito do cotidiano destas. A autora tem uma sensibilidade absurda ao mostrar a "guerra feminina".
A partir da história oral, são apresentados diversos relatos emocionantes das mulheres que viveram no contexto da Segunda Guerra Mundial, das mais diferentes profissões: desde cozinheiras e lavadeiras à franco-atiradoras e aviadoras.
Apenas leiam! Vale a pena!
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Liliane220 03/03/2024

O livro "Guerra não tem rosto de mulher" é maravilhoso! São histórias reais do quanto as mulheres lutaram na guerra e como lutaram!! Como pilotos de caça, artilheiras etc. Tudo o que mostra e fala só dos homens que lutaram, esse livro relata histórias reais de milhares de mulheres que lutaram na guerra. Ameiiiesse livro.
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Alessandro81 17/02/2024

Minha resenha.
O livro foi além das minhas expectativas, eu esperava relatos e histórias simplistas, mas a autora me mostrou o lado temível da guerra pela visão sentimental e dura das mulheres. Foram tantas histórias tristes e ensurdecedoras... O livro não é fácil de engolir, são muitos contextos pesados e indescritíveis, e a autora conseguiu pôr em palavras, todos os sentimentos dessas mulheres.

Um comentário pessoal: o livro me mostrou o lado adaptativo do ser humano em sua mais plena forma, principalmente se considerarmos a presença da mulher na guerra, um lugar habitualmente ligado ao homem, como diria uma das mulheres do livro: "A mulher nasceu para amar. Não nasceu para odiar e matar". Continuando, muitas pessoas na guerra acabam por mostrar uma versão mais "animal" de si mesmas, menos sentimental e muito mais fria, capazes de matar e não sentir medo de morrer por anos. Mas que depois da vitória, depois da guerra, se mostram capazes de voltar a serem aquilo que eram antes do horror. E isso é o que eu achei mais impactante no livro, a forma como as pessoas, principalmente as mulheres, puderam se tornar outra pessoa em meio a dificuldade, puderam odiar e matar sem receio... Porém, aquilo que você toma durante a guerra, lhe volta 100x pior depois, todo ressentimento e aversão ao terror cometido.
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