O dono do morro

O dono do morro Misha Glenny




Resenhas - O dono do morro


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cris.leal 02/03/2018

A história de um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro...
Em “O Dono do Morro”, a história de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, começa antes de sua relação com o tráfico de drogas. Na década de 90, ele era chefe de uma equipe encarregada da distribuição de uma publicação sobre programas de TV. Apesar do salário modesto, que o obrigava a morar no pequeno apartamento da mãe, na Rocinha, Nem conseguiu economizar o suficiente para se mudar, com a esposa Vanessa, para outro apartamento também na Rocinha, onde nasceu a filha deles: Eduarda.

Ainda bebê, a menina apresentou uma doença raríssima. Vanessa foi obrigada a parar de trabalhar, o que diminuiu a renda familiar. Os custos da doença da filha ficaram cada vez mais altos e as economias de Nem acabaram. Assim, no início dos anos 2000, ele encontrava-se totalmente endividado. A solução foi buscar ajuda financeira com Lulu, então chefe do tráfico da favela. Em troca do auxílio financeiro de vinte mil reais, Antônio disse a Lulu: “Eu venho trabalhar para você. É o único jeito de conseguir pagar a dívida.”

A partir deste momento Nem sabe que a filha tem uma chance de sobrevivência (e ela sobreviveu), mas reconhece que a sua vida vai mudar. E mudou mesmo! Na vida pessoal, pouco a pouco, ele passou a adotar os códigos e o comportamento do mundo da bandidagem.

Eficiente, com grande capacidade de organização e um talento natural para os negócios, Nem se tornou o braço direito de Lulu. Depois que o Bope, em 2004, matou Lulu, Nem surgiu como o sucessor natural. Atuando de maneira discreta nos bastidores para limpar a sujeira dos pretensos líderes inaptos, cuidando das contas e garantindo o funcionamento tranquilo dos negócios, Nem fez com que sua autoridade crescesse e fosse reconhecida. Ele se tornou o homem mais poderoso da Rocinha, o líder do tráfico de drogas na favela tida como a maior da América do Sul.

Durante sua liderança, Nem, muito mais preocupado em faturar do que guerrear, levou calma e estabilidade àquela comunidade aninhada entre as áreas mais ricas do Rio. O que, a princípio, era bom para todos... menos para as forças de segurança. Para se ter uma ideia, até novembro de 2011, quando foi preso, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, era o homem mais procurado do Rio de Janeiro, e possivelmente do Brasil inteiro.

Para escrever “O Dono do Morro”, o jornalista britânico Misha Glenny, entrevistou Nem na penitenciária de segurança máxima, em Campo Grande - Mato Grosso do Sul, onde ele cumpre pena. Embora seus depoimentos tenham papel central nesta narrativa, o autor não se baseou apenas neles. Ele conversou também com parentes, amigos, inimigos, os policiais que o investigaram, os políticos que negociaram com ele, os jornalistas que escreveram sobre ele e os advogados que o representavam. “O Dono do Morro” é mais do que um livro sobre a ascensão e queda de um dos maiores traficantes cariocas, é uma leitura obrigatória para entender a violência que há décadas vem tomando conta da Cidade Maravilhosa, e que culminou na recente intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro. Recomendo!


site: http://www.newsdacris.com.br/2018/03/resenha-o-dono-do-morro-de-misha-glenny.html
Michele 14/03/2018minha estante
Gostei muito da resenha!




totyy 18/01/2024

O livro nos conta a história de Nem, sobre como um jovem comum trabalhador, subiu o moro da rocinha e desceu como o homem mais procurado da Rocinha.

não focando apenas em Nem, o mas passando também um grande contexto histórico, assim vemos as quedas e glórias do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro.


foi o primeiro livro que li desse estilo, não esperava ter gostado tanto.
totyy 18/01/2024minha estante
morro*




Belos 26/01/2022

Livro muito bom sobre o nascimento do narcotráfico no Rio, além do próprio Nem.
O estilo direto com uma pegada jornalística deixa o texto fácil de ser lido.
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Meury3 01/12/2020

Trabalho jornalístico de excelência!
Para além da história de Nem da Rocinha, Misha apresenta ao leitor um estudo do surgimento da comercialização de drogas no Rio de Janeiro e de todo o impacto social interligado a isso (violência, facções, Estado, pacificação, corrupção, pobreza), toda a narrativa faz o livro ser viciante.. Gostei bastante!
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Vanessa 29/05/2021

Interessantíssimo.
O livro ser escrito por um não-brasileiro colabora para que o livro tenha ausência de vícios e preconceitos.
Minha cabeça ficou assim: ?????????
Minha principal conclusão é: Somos todos marionetes, alguns do estado, outros do tráfico e a grande maioria, dos dois.
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judeaquino - @juentreestantes 20/03/2023

Bem escrito e sem romantização do tráfico
Um dos melhores livros que já li. Li não, devorei.

• "Os moradores estavam contentes com a estabilidade quem Nem trouxera (...), e a favela inteira prosperava dia após dia"

• "Nem não é nenhum modelo de virtude, mas também não é nenhum demônio. É um homem vivo e inteligente, agora se aproximando dos quarenta anos. Tivesse recebido uma educação decente, não há a menor dúvida de que teria sido um empresário de sucesso sem nenhum registro policial."
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
RESUMÃO SOBRE O LIVRO:
Conta a história de um dos líderes do tráfico da Rocinha. Ou melhor, conta como Antônio Francisco Bonfim Lopes, um cidadão comum, se tornou o Nem da Rocinha sem nunca ter tido relação com o tráfico.

O QUE EU ACHEI:
Para começar, o que eu achei mais bacana é que ele narra a história do Nem junto com a do Rio e até do país. Desde os anos 1980, com a inundação do RJ pela cocaína até nossa situação política atual.
Acho que quem mora no RJ ou conhece a cidade vai curtir ainda mais, exatamente por ter maior noção dos lugares e pessoas citadas (bairros, políticos, shoppings etc)

o texto é super bem amarrado, é uma linha do tempo narrada de forma excepcional. O autor escreve extremamente bem e por isso a leitura é muito fluida (parágrafos pequenos, frases curtas, diálogos que surgem no momento certo).

É incrível como fica ainda mais claro como os políticos, o tráfico de armas, as polícias, os traficantes e a venda/compra de drogas estão completamente relacionados. Isso a gente sabe, mas com o livro acabamos descobrindo coisas que jamais imaginaríamos.

O livro não tenta romantizar a questão do tráfico, muito menos tornar o Nem ou outros traficantes heróis - ele literalmente mostra as coisas como elas são (e como aconteceram). O autor conta o que descobriu com suas pesquisas e entrevistas a moradores, traficantes etc (confesso que ao longo da leitura criei um "afeto" por ele por causa do jeito apaziguador afff rsrs)

Acima de tudo, é uma leitura que nos faz pensar sobre a complexidade dos seres humanos. Recomendo!

>>> Vem falar de livro comigo no Insta :) >> @juentreestantes
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visreading 20/11/2022

"Nem não é nenhum modelo de virtude, mas também não é nenhum demônio. É um homem vivo e inteligente, agora se aproximando dos quarenta anos. Tivesse recebido uma educação decente, não há a menor dúvida de que teria sido um empresário de sucesso sem nenhum registro policial."
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ryascec 02/04/2024

?E o que você faria no meu lugar??.
"Foi a última geração da Rocinha cujas primeiras lembranças não trazem imagens de violência."

Sensacional. Apesar de ser uma leitura jornalística, se lê como uma história. Em fato se trata de uma, história de um grande nome no tráfico brasileiro e da maior favela do mundo.

Rico em fatos, matérias e acontecimentos reais, uma leitura bem formativa. Um livro sem lados e sem vilões, assim como também sem heróis. Muita coisa aqui não é novidade para mim, corrupção, milícias, crime organizado... Mas é singular ter a visão de um "envolvido", saber seus valores, motivos e ações.

Para futuros advogados, acho uma leitura muito válida, não para aprender sobre leis e crimes mas para entender a origem de cada futuro cliente que possa vir enfrentar o sistema penal brasileiro, pois, com toda certeza, ele virá da favela. Não existe lei quando se é rico.

A violência na periferia é nada além de uma resposta ao Estado, por todo o seu trabalho sujo e falho, esses traficantes são apenas a consequência de como falhamos como sociedade. O que você faria no lugar deles? Quem escolheria viver assim se pudesse ter outro destino? Eles não são inocentes, mas também não são os verdadeiros bandidos do Brasil. Estes, se encontram de terno e gravata comandando o mundo.
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Kelli 06/12/2017

Real e Atual.
Em um momento de desespero o trabalhador Antonio Francisco Bonfim Lopes se transforma no traficante Nem. O tema do livro do jornalista Misha Glenny é super atual e ajuda a compreender a vida na comunidade da Rocinha e também sobre como funciona o tráfico de drogas no Rio . Baseado em depoimentos, pesquisas e documentos o jornalista relata a vida de um homem carismático e idolatrado por muitos, mas não isento de culpa. A "prisäo" de Nem continua envolta em uma nuvem de mistério, assim como sua verdadeira personalidade. É uma leitura intensa que nos faz refletir, também, sobre pessoas e comportamentos.
Fabio.Miranda 21/12/2018minha estante
E por qual motivo ganhou uma nota 3?




Guiv118 15/03/2021

adorei
muito bom. É uma ótima interpretação sobre a questão do crime organizado no Brasil enquanto lida com um indivíduo tão fascinante que é o Nem.
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Vinicius.Dias 21/03/2021

Visceral
Sabe aquele livro que te prende do início ao fim? Que tem uma história muito bem construída e com um tema bastante interessante? Se você conseguiu imaginar algo, já sabe que provavelmente terá em mãos um grande entretenimento. Além desses dois questionamentos, ainda adiciono outros dois pontos: E se essa história for real? E se ela escancarar as feridas e complexidades de um Estado caótico e conhecido por estar banhado em sangue, cocaína, dinheiro e muita corrupção? O potencial de sucesso é quase que instantâneo. E é isso que encontramos aqui. Um livro visceral, que te prende do início ao fim, com muita pesquisa e informação de primeira que dá visibilidade a toda podridão do Rio de Janeiro. Um livro que traz à tona a vida de Nem da Rocinha que, por falta de opções e no desespero, entrou para o crime organizado e, graças a sua inteligência, se tornou um dos principais nomes da organização e um dos bandidos mais procurados em todo o país.

O ano era 2000 quando Nem, um trabalhador que aos poucos crescia na hierarquia da empresa em que trabalhava: a Globus Express (responsável pela entrega da Revista da NET), e que já havia alcançado a chefia de distribuição em toda a Zona Sul do Rio de Janeiro, descobriu que sua filhinha, Eduarda, de nove meses de idade, estava com uma doença raríssima que acomete cerca de uma a cada 200 mil pessoas, a Histiocitose das Células de Langerhans (HCL), que se não tratada pode ser fatal em alguns casos. Por conta disso, sua esposa pediu conta no trabalho para cuidar da filha, resultando em uma diminuição nos rendimentos financeiros da família. Isso acabou obrigando-os a voltarem a morar com a mãe do patriarca em um cortiço na comunidade da Rocinha. Para garantir que sua filha recebesse o tratamento de forma correta, seria necessário fazer uma cirurgia que custaria cerca de R$20.000, dinheiro que Nem não tinha e que não conseguiu emprestado em nenhuma instituição financeira. A medida que sua filha piorava e sem muitas opções, o pai de família tomou uma decisão: subir o morro e se encontrar com o seu então dono na época, Lulu. Ele pediu ajuda financeira para custear o tratamento da filha em troca da sua mão de obra. Assim, Nem selou o seu destino que o levaria a ser um dos criminosos mais conhecidos do país.

Uma vez dentro da organização, por conta de sua inteligência teve uma ascensão rápida e logo estava entre os principais líderes do tráfico da Rocinha. Embora seja inevitável a existência de violência nesse meio, Nem foi o responsável por reduzir a criminalidade e as taxas de homicídio na comunidade a níveis baixíssimos durante a sua liderança. Conseguiu modificar a forma como a população enxergava a Rocinha, chegando ao ponto de realizar a apresentação do rapper Ja Rule dentro da comunidade. Assim como Pablo Escobar, tentou se embrenhar na política, ajudando a eleger um candidato da própria região, o que acabou mostrando ser um erro. Além disso, foi parte na transição do comando das facções Comando Vermelho (CV) e Amigos dos Amigos (ADA) na Rocinha. Tudo isso e muito mais foi abordado nesse livro, inclusive o ponto de inflexão que fez com que a mídia e a sociedade de forma geral pressionassem o governo para que tomassem de vez a Favela.

Outros pontos interessantes trazidos em paralelo nesse livro além da história do Nem, são: a contextualização sobre a formação da Rocinha, o início do narcotráfico no Brasil, a formação das facções criminosas (Comando Vermelho, Terceiro Comando, Terceiro Comando Puro, Amigos dos Amigos), a ordem hierárquica precedente ao poder incontestável de Nem e suas principais influências, a formação das milícias do RJ, uma visão das policias militar, civil e federal atuantes na cidade, a pacificação das favelas com as UPPs e a política de Sérgio Cabral que estava em voga na época. Tudo isso com base em várias entrevistas realizadas com o Nem, a sua família, amigos e rivais, investigadores, o Secretário de Segurança do Estado e de cidadãos da comunidade que viveram esse período na pele. Um trabalho de investigação minucioso que deu luz a uma história envolvente, mega interessante e que mostra que mesmo após 20 anos, isso ainda continua sendo a realidade de uma grande maioria de pessoas que vivem à margem da sociedade e abandonadas por um Estado corrupto, elitista e genocida, que usa a guerra ao tráfico como a principal desculpa para ceifar a vida de inúmeras pessoas sem opções no nosso país. Uma triste realidade sem esperança de mudança no pequeno/médio prazo.

Esse livro foi lançado pela Editora Companhia das Letras e já entrou no rol dos melhores livros que já tive o prazer de ler. É visceral e essencial para qualquer brasileiro. Não perca tempo e adquira logo o seu, tenho certeza de que não se decepcionará. Super indicado!

site: https://www.instagram.com/prosa.literal/
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04/09/2022

Meu livro preferido
Se tivesse que escolher um livro para ler sempre, com certeza seria esse! Leitura gostosa e viciante. A história do Nem e o porque ele entrou para o tráfico é muito interessante. Vale a pena cada página.
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Alcir1 12/11/2016

Imperdível!
Misto de reportagem e romance de costumes, este livro acaba sendo uma aula sobre um lado do Brasil que parte da sociedade ignora ou desconhece. O autor, historiador e jornalista britânico, mergulhou no mundo sombrio do narcotráfico e das populações faveladas, esquecidas pelo Estado que ali , historicamente, só se apresenta pela força e brutalidade de uma polícia muitas vezes corrupta e despreparada.
Reza a lei física que todo espaço tem de estar ocupado. Na prática, como bem mostra o livro, os “chefes” dos morros, favelas e assemelhados, acabam assumindo o papel do Estado, pagando remédios, dando alimentos, proporcionando lazer etc, mas impondo suas regras e suas leis. Querendo ou não, os moradores acabam assimilando a dura realidade, pedindo aos céus que o “chefe” da vez não seja violento.
Neste livro o autor conta como um honesto e esforçado trabalhador brasileiro, Antônio Francisco Bonfim Lopes, acaba, por força das circunstâncias, se transformando no famoso e temido “Nem da Rocinha”, poderoso chefe do tráfico do Rio de Janeiro. Ao narrar os fatos da vida desse homem, apresenta, num texto escorreito e de fácil assimilação, um panorama da vida de brasileiros que muitos brasileiros ignoram. Sem dúvida um livro atual, leitura indispensável para quem quer conhecer um pouco da realidade brasileira.
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André Figueiredo 14/08/2016

Como um homem comum chega a dono do morro.
O livro é escrito numa linguagem fácil, extremamente direta e da forma mais enxuta possível.
Interessantíssimo enquanto se empenha em explicar a criminalidade no Rio, sua história recente e como um homem comum, trabalhador, decide participar de uma grande organização criminosa (Nem da Rocinha).
Muito bom para quem nunca leu um livro do gênero, não é morador de favela e quer se informar a respeito.
Meu único se não é que a imagem passada do protagonista me pareceu suavizada demais. Talvez na tentativa de mostrar o lado humano do protagonista, o autor tenha amenizado exageradamente o criminoso.
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