Flavia Souza 05/08/2012Tem Alguém Aí? - Marian Keyes - Família Walsh (Livro 4)Comecei a ler Tem Alguém Ai? em uma tarde chuvosa durante minhas férias, li o livro em 2 dias e meio, sendo primeira parte do livro (composta por 219 paginas) em uma tarde.
A família Walsh me encanta desde Férias!, acompanhei o abandono da Claire, o vicio da Rachel, o surto da Maggie, e depois de Los Angeles pensava sempre, não teria uma história mais interessante que a da Rachel, pois bem, acho que me enganei.
Nunca foi segredo que minha irmã favorita é a Helen, sei lá, acho que ela tem um feitiço, um carisma que me impede de não ama-la, em sequencia vinha a Rachel. Nunca me lembrava da Anna.
[Spoillers abaixo]
Começamos vendo a Anna se recuperando de um acidente de carro. Como é comum nos romances da titia Marian, a história oscila entre o presente e o passado. E é assim que sabemos que graças a um empurrãozinho de Garv (que eu gostei mais depois deste livro), Anna tinha colocado a vida nos trilhos e passado da hippie estranha e meio distraída/estabanada para trabalhar como relação pública de uma marca de cosméticos.
Conhecemos Aidan, e nos encantamos por ele, tudo parece ser descrito como uma verdadeira comedia romântica, sem espaço para tristeza. Contudo é no mínimo estranho que o casamento deles seja relatado antes da página 200 do livro, além disso, o fato de ela não estar com ela durante sua recuperação abriu a minha imaginação (ou ele estava pior que ela em um hospital qualquer esquecido pelo mundo, ou no pior dos mundos tinha morrido).
Claro que desconfiei muito que ele poderia ter morrido, mas na real, não achei que isso aconteceria, a Anna é tão delicada e fofa que não podia imaginar isso pra ela, e assim como ela, segui em negação.
Já no final da primeira parte, foi aos soluços que cheguei à cena do acidente, seguida pela do hospital e a do funeral. Chorei tanto, mas tanto! Poucos livros tiveram a capacidade de me fazer ficar neste estado, e talvez ate porque eu seja bem mais ligada a filmes e series, às vezes é difícil eu visualizar a historia, mas quando acontece é como se a autora estivesse contando cada cena diretamente pra mim, e eu sinto a dor dos personagens como se fosse eu mesma.
Conseguia ver Anna e seu rosto marcado, sua dor por todos os seus ferimentos físicos e o desespero dela por ver seu grande amor (seu literalmente falando, escudo) morrer sem poder fazer nada.
Na segunda parte, a história dá um descanso para os nossos olhos e de forma bem menos intensa que a primeira nos mostra a recuperação da Anna, a "obsessão" dela para saber onde e como está Aidan, e os seus novos possíveis interesses românticos.
Nos ‘outros núcleos’ descobrimos que o safado-idiota-angustiado do Joey vai ser papai, e desculpem-me mais eu acho o uma graça, e talvez o achasse pouco parecido com o Bon Jovi – se ele existisse é claro!
A última parte foi bem mais emocionante que a segunda, mas não no nível da primeira que é a melhor e mais perfeita (na minha opinião).
Logo quando a historia envolvendo o pequeno Jack, começou a ser desenvolvida fiquei pensando, ’será que o Aidan traiu a Anna?’, assim não posso negar o quanto fiquei feliz quando li que o menino não era fruto de uma traição, e um pouco atordoada percebi que a médium mega ocupada era uma trambiqueira, enquanto a outra tinha de uma forma estranha, acertado bastante coisa sobre o passado/futuro de Anna.
A família Walsh como sempre é responsável pelas cenas mais engraçadas, como o casamento da Rachel - alias cabe citar aqui, que saber o quão feliz a Rachel é me deixou muito contente, amo Férias! - ou os e-mails com o mistério do coco e o caso da Helen. O parto da Jacqui também foi muito engraçado.
Uma coisa que eu acho que funcionou muito bem nesse livro, foi à proximidade do resto da família Walsh com Anna, isso trouxe mais leveza para a história (e também é bom saber o que aconteceu os personagens que acompanhamos em outros momentos).
Nas últimas páginas do livro tudo o que pensava é, 'como assim ela não vai ter nenhum sinal de Aidan?', e quando ela teve eu chorei, e chorei muito mais na cena da borboleta.
Por fim, a Anna é a irmã Walsh com a história mais triste de todas, é tudo tão definitivo, ela nunca mais ficará com o Aidan, e fica pior ainda se pensarmos que nenhum dos dois escolheu isso. Talvez por isso, neste instante pra mim seja tão estranho imaginá-la com outra pessoa. E também a questão do Aidan ter sido tão perfeito e fofo e lindo não ajuda em nada. Por isso acho que deixar o final dela ‘em aberto’, para que a nossa imaginação tentasse desvendar uma vida mais feliz pra ela (pelo menos no campo amoroso) foi uma boa, porque não tira o encanto e a perfeição do Aidan, mas também não a mantem sozinha pra sempre (afinal sabemos que em algum momento ela vai se apaixonar de novo).
Agora especulando um pouco, das pessoas que a Anna conhece (Angelo, Mitch e Nicholas) quem é que seria o seu novo amor? Aposto no Mitch.
Antes de concluir, ficamos sabendo um pouco mais sobre as historias das outras irmãs Walsh:
- Claire, que agora e uma quarentona que usa roupas de gente mais nova, teve outros dois filhos (além da Kate) com o Adam e ainda esta com ele. Além disso, não acredita mais na instituição do casamento, e tenta ‘impedir’ as irmãs de casar.
- Maggie, esta com 37 anos, teve dois filhos, um menino e uma menina, se realizou no casamento, deixou de se importar com o modo que se veste (comprando roupas uma vez por ano), e passou a dirigir um destes carros grandes. Destaque para mamãe Walsh dizendo pra conversarem com ela porque alguém ia achar que elas são irmãs pelo modo como ela se veste.
- Rachel – minha queridinha – fez faculdade de psicologia e mestrado na área de ajuda a dependentes. A mamãe Rachel diz que por vezes a preferia antes, porque agora ela ficava analisando tudo. Começa noiva e se casa com o Luke neste livro – e mesmo sabendo que ele não existe, eu também tenho vontade de mordê-lo mamãe Walsh. Ela trabalha em um centro de reabilitação em Nova Iorque, e tem 36 anos.
- Anna – nossa protagonista – trabalha como relação publica de uma marca de cosméticos tem 32 anos e meio e viveu (mesmo que por pouco tempo) com o amor de sua vida Aidan. No fim do livro ficamos sabendo que ela vai voltar a se apaixonar, e vai ser por alguém que ela já conhece. Aposto o Mitch.
- Helen agora tem 29 anos, ela levou a diante a ideia que teve no fim de Los Angeles e virou detetive particular (com sua própria agencia). Ainda vive com os pais e se gaba de nunca ter se apaixonado.