Se eu fechar os olhos agora

Se eu fechar os olhos agora Edney Silvestre




Resenhas - Se eu fechar os olhos agora


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Adriano 10/03/2021

Ótimo!
 início de ?Se eu fechar os olhos agora?, romance do jornalista e escritor Edney Silvestre, dá ao leitor, primeiro, a impressão de estar diante de um livro infanto-juvenil, por apresentar os dois protagonistas, Eduardo e Paulo, garotos de 12 anos de idade, no momento em que fazem mais uma de suas travessuras, matando aula para nadar em um lago; depois, o livro dá uma guinada e o leitor se vê enredado em uma trama policial: os garotos encontram, nas imediações do lago, uma mulher morta a facadas. Mas, na verdade, e apesar de haver em ?Se eu fechar os olhos agora? uma espécie de aura juvenil e de uma investigação ocupar grande parte do livro, o que se tem diante dos olhos é um romance de formação.

Ambientado na década de 1960, em Valença, pequena cidade fluminense ? terra natal do autor ?, ?Se eu fechar os olhos agora? é o primeiro livro de ficção de Edney Silvestre, que tem várias outras obras publicadas ? de crônicas e coletâneas de entrevistas. Um dos personagens, já adulto, é a voz que dá início ao livro: ?Se eu fechar os olhos agora, ainda posso sentir o sangue dela grudado nos meus dedos. E era assim: grudava nos meus dedos como tinha grudado nos louros cabelos dela, na testa alta, nas sobrancelhas arqueadas e nos cílios negros, nas pálpebras, na face, no pescoço, nos braços, na blusa branca rasgada e nos botões que não tinham sido arrancados, no sutiã cortado ao meio, no seio direito, na ponta do bico do seio direito?.
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Paula 16/08/2013

Mais que um romance policial
Todos os elogios a Edney Silvestre por "Se eu fechar os olhos agora" são muito bem vindos: tive uma bela surpresa com este livro, como há muito não tinha com um autor brasileiro recente.
Já expressei aqui minha predileção pela prosa poética, mas resolvi sair do costumeiro e encarar um romance policial de ritmo acelerado, pois há muito tinha ouvido que Edney Silvestre não só era um jornalista excepcional, mas um autor digno de atenção.
No início do livro, somos impactados por uma cena na qual dois amigos acham o corpo brutalmente assassinado de Anita, uma mulher aparentemente comum e excepcionalmente bonita. A partir disso e gradualmente - e aqui chamo atenção para a habilidade de Edney de apresentar os fatos necessários na hora exata para manter o suspense -, somos apresentados a Paulo e Eduardo, ambos adolescentes de 12 anos de famílias distintas unidos por uma amizade invejável. Paulo, menino pobre, negro, acostumado a uma inferioridade imposta por um pai severo e um irmão vazio e vaidoso. Eduardo, de família distinta, branco, inteligentíssimo, sensível. É assim que ambos inicialmente são descritos; superficialmente. Por ser ambientado num Brasil dos anos 60 - JK, crescimento de indústrias, êxodo rural, desigualdade -, os contrastes acima eram de fato relevantes. Com a ajuda de Ubiratan, idoso residente em um asilo, os dois amigos vão em buscam de pistas que possam desvendar o assassinato da jovem.
Engana-se, porém, quem pensa que esse é um romance puramente policial. Muito pelo contrário; Edney evidencia muito mais a questão psicológica do amadurecimento dos personagens do que qualquer interrogatório. Comecei a leitura achando que a narrativa da perspectiva das crianças pudesse atrapalhar a profundidade da história, mas felizmente me enganei profundamente. Acompanhamos justamente o abandono da inocência de um mundo justo fantasiado na cabeça dos jovens para a percepção de um Brasil cheio de falhas, no qual o poder prevalece ante a qualquer outra questão.
O livro traz denúncias sociais, um recorte histórico muito bem feito e ilustrado - no qual ficção e realidade se mesclam - , o questionamento da democracia, a questão do machismo muito bem levantada, dentre outras abordagens.
Quando me aproximei do final, confesso que senti que o romance perdeu um pouco de seu ritmo e me vi confusa com algumas questões de parentesco embutidas na história. Edney, porém, retomou minha atenção com um final muito interessante (e passível de arrancar umas lágrimas), o que me fez dar 5 estrelas pro livro.
Recomendo muito. Escrita não muito rebuscada, ritmo bom, história muito bem construída.
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Albarus Andreos 05/06/2015

Como pode ter sido tão premiado?
Esse é um daqueles livros que comprei e que aguardou pacientemente na minha estante o momento certo de ser lido. Uma escolha para quando estivesse um tanto enjoado de tanta literatura fantástica. Algo para “desintoxicar” da magia e dos dragões. Uma edição simples, com capa comportada como deve ser com os livros do mainstream. Um nome de prestígio, já que Edney Silvestre, estreando na literatura, é repórter e apresentador da RGT. Além disso, o livro tem oportunos comentários estampados na contracapa, de gente como Luiz Ruffato e Lya Luft, recomendando-o. Tendo-se em mente que Se Eu Fechar os Olhos Agora (Editora Record, 2009) foi o ganhador do Jabuti e do São Paulo de Literatura na categoria Autor Estreante, ambos em 2010, a expectativa era imensa. Uma boa escolha, não é? Não. Estou muito decepcionado com o livro.

Para um autor estreante a narrativa de Silvestre é bem calhada. Tem até boa desenvoltura em certos momentos. Mas não deixa de ser o texto típico do autor inexperiente. Diálogos confusos (e não ligeiros, como diz um dos seus chapas de contracapa), decisões desajeitadas, personagens com atuações mornas e muitas vezes inverossímeis, uma história um pouco só interessante e excessivas intervenções contextuais, onde Silvestre se esforça demais para datar o livro no ano de 1961, através de intertextualidades, de objetos, usos e costumes do dia a dia da época. Isso é conveniente, mas o autor pesou demais a mão. O excesso de referências e sua profundidade torna a narrativa enciclopédica. Perde-se objetividade. A linha narrativa tem de ser deixada de lado para que se insira frases do tipo “...você sabia que, em 1937, fulano fez tal coisa...?”. Elas acompanham o leitor pelo livro todo.

Paulo e Eduardo são dois meninos de 12 anos que dão o azar de tropeçar (literalmente) em um cadáver, numa tarde de ócio em que preferiram matar aula a enfrentar o diretor da escola, devido a uma travessura. Foram até uma represa, numa cidadezinha do interior fluminense, e acabaram encontrando o corpo de uma linda mulher loura, esposa do dentista da cidade. Os dois meninos denunciam o achado à polícia e, insatisfeitos com a confissão do marido da defunta, acabam decidindo investigar os fatos por si próprios.

O autor começa querendo caracterizar os garotos, arredondando-os psicológica e socialmente mas, sinceramente, não consegui ver dois meninos distintos, por mais que um seja negro, de criação precária e descuidada, e o outro um rapazinho branco, com todas as características de um bom filho estudioso de classe média. Faltou habilidade para incutir essas características nos personagens. Então, ao melhor estilo “contar é mais fácil que mostrar”, Silvestre não consegue fazer Eduardo parecer diferente de Paulo, e os próprios diálogos, rápidos e sem mostrar quem é que fala o quê, criam um confusão enorme. Aliás, não vi sequer dois meninos ali. Crianças de 12 anos são arteiras, um tanto dissimuladas, brincalhonas, irresponsáveis, sei lá... Isso não aparece no texto. Paulo e Eduardo são idealizados, mal planejados como arquétipos. Não são pessoas.

E causa impressão por quê dois moleques iriam se meter a investigar um crime, assim, de uma hora para outra, após achar um corpo cruelmente mutilado. Você faria isso? Pense só, você, pré-adolescente, achando um cadáver faltando pedaços, no meio do mato... Por acaso seria crível que dissesse, “olha, vamos investigar esse assassinato!”? Não há fantasia que resista à realidade. Faltou ao autor criar o clima em que essa decisão poderia ser uma aventura para os dois meninos, hiperativos, sem nada para fazer, ou inteligentes, nerds à procura de ação, sem se preocupar com mais nada, pura inconsequência, um ato que lhes mete os pés pelas mãos...

Na boa, se eu encontrasse um cadáver no mato eu ficaria uma semana sem sair de casa, tendo pesadelos todas as noites, achando que o assassino viria atrás de mim também, sei lá... Só eu sou cagão? Por isso, na minha opinião, o escritor falha na etapa de dar motivos plausíveis para que um fato tão sem noção pudesse se tornar o motor da narrativa. Que a assassinada fosse uma parente amada platonicamente por um dos meninos, ou a ex-namorada de um artista de rádio popular, ou alguém que um dia tivesse salvado o cachorrinho de um deles de ser atropelado... Melhor ainda se fosse tudo isso junto. Faltou uma boa razão para garotos bobocas se tornassem heróis de um livro. Lição de casa, Edney Silvestre: leia mais Stephen King (O Corpo – Coletânea Quatro Estações, de onde se originou o filme Conta Comigo, dirigido por Rob Reiner, 1986).

Como pequenos ladrões, Eduardo e Paulo, invadem a casa do dentista para procurar provas (oi?). Lá encontram um velho de cabelos brancos que também não tem nada melhor para fazer... (OI?). Essa cruzada de caminhos com o velho invoca a clássica Jornada do Herói, de Joseph Campbell. Edney Silvestre tinha que inserir um “mentor” para os dois, que pudesse servir de escada, para inserir explicações, ajudar nas deduções e criar missões, afim de termos conteúdo. Nada melhor que um misantropo, morador de um asilo de velhos, para poder misturar drama à inconsequência infanto-juvenil.

Só que de cara os dois meninos, após invadirem a casa do dentista durante a noite, vão roubar um hábito de padre para o velhote se disfarçar e visitar um orfanato (mal se conhecem!), onde a defunta teria passado sua infância, e depois invadem sorrateiramente a prefeitura, pelo telhado, à procura de documentos... Juro que achei que estava lendo uma obra do mainstream, mas do jeito que se mostra parece que é uma história de ninjas. O autor força demais a barra.

Em certo momentos Silvestre se acha “o Saramago” e mete os diálogos no meio da narrativa, sem travessão, misturados ao texto do narrador. Noutros, usa os travessões normalmente, e ficamos sem entender o que levou à mudança. Pura falta de coesão textual. Em alguns trechos ainda, usa pontos finais como milho jogado num galinheiro, ao léu. O que é que Silvestre tem contra a boa pontuação?

No meio do livro o autor decide revelar o nome do velho do asilo, que passa a ajudar ativamente os dois meninos na investigação do crime. Seu nome é Ubiratan. Ficamos sabendo que foi um cozinheiro em uma escola de Pernambuco, é comunista, sua esposa foi estuprada e morta pela ditadura de Getúlio Vargas. E o nome de Getúlio é citado em várias oportunidades, talvez uma fixação do autor com o tema, já que não há razão para invocá-lo tantas vezes na trama, sendo que uma coisa não tem nada a ver uma com a outra. Se queria escrever sobre Getúlio, deveria ter feito isso e pronto. A história em si prescinde de tantas referências a esse respeito.

É de se notar a erudição de um simples cozinheiro. O arquétipo pode e deve ser expandido mas... Se o cara é um cozinheiro, tem-se em mente um “tipo” e suas características quotidianas vem imediatamente. Então, se ele é culto, conhece história, gosta de ópera, ciência de foguetes ou engenharia genética, o autor deve reservar um tempo para explicar como ele possui esse conhecimento em especial. Silvestre não o faz, como se fosse a coisa mais comum do mundo um cozinheiro ouvir uma ópera e já identificar se é Verdi ou Puccini. Ficaria mais crível se fosse um professor, ao invés de um operário de ofícios. Um mínimo de pré-conceito facilita a vida do leitor. E, não! Ópera não é e nunca foi, em 1961 ou agora, uma coisa popular, que qualquer peão conhece.

O clima de complô generalizado com o prefeito, o diretor da escola, o bispo e outros poderosos, todos mancomunados, é excitante mas parece um tanto irreal também. Tem-se que criar uma pano de fundo convincente. O dentista assume o crime como se não fosse ele, mas não tivesse alternativa, e não é um crimezinho qualquer, é assassinato. Trinta aninhos de cana! Todo mundo que tem algum poder parece saber a “verdade” que só o leitor ainda não sabe, todos estão imbuídos, de alguma forma, em botar a panos quentes o assassinato da esposa do dentista. Como se fosse um clube secreto de nazistas, uma seita satânica ou algo do tipo. Por quê? Que encobrissem uns aos outros até aceito, já que eram deturpados sexualmente, mas o texto extrapola. Por que permitiriam ser fotografados se se importassem em ser reconhecidos? Que babaquice sem sentido! Mais sem sentido ainda o final, quando ficamos sabendo quem foi o assassino.

O processo de identificar a vítima, sua história pregressa, até que é bom, existe uma boa escrita que surge aqui e ali, bons parágrafos mais para o final, depois das resoluções do plot. Mas até aí, conclusões são tiradas de fatos inconclusivos como que por mágica, e Eduardo ficar corrigindo o português de Paulo como se fosse um professor e o outro “Oh! Obrigado amigo!”? Nada a ver! Que crianças são assim? E faltou tensão ao texto, faltou o clima de thriller americano, pontas soltas aqui que fossem bem amarradas lá na frente (e foram muito mal amarradas, por sinal), algo de Truman Capote. O péssimo final, quando todos os fatos são explicitados, lembra uma história em quadrinhos de super-heróis, em que o vilão, tendo o herói sob seu raio laser mortal, fica vinte minutos explicando todas as suas maldades e porquês, em vez de acabar logo com o trouxa.

Se Eu Fechar os Olhos Agora é um livro policial sem se render ao gênero, envergonhado de pertencer a ele (preconceito?), mas sem conseguir se livrar do enquadramento. Nem aqui nem lá, retido no limbo dentre realidades.

Deu. Preciso urgentemente de um livro de fantasia (para desintoxicar). A maioria deles traz enredos melhor planejados e mais críveis. E viva o Jabuti e o Prêmio São Paulo de Literatura! Faça-me o favor...

site: www.meninadabahia.com.br
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Jessica Becker 03/05/2019

Se eu Fechar os Olhos Agora, de Edney Silvestre
Em meados do início de abril deste ano vi a chamada de uma minissérie nacional que seria exibida na tv aberta e fiquei bastante curiosa. Ao pesquisar mais sobre ela, vi que era inspirada num livro de autor nacional e que havia recebido o Prêmio Jabuti de melhor romance de 2010 e o Prêmio São Paulo de Literatura, como melhor livro de autor estreante. Isso despertou ainda mais minha atenção e fui atrás do livro para que pudesse iniciar sua leitura de imediato.

"A vida adulta lhes parecia distante, cordial e luminosa - e não o mundo brutal onde seriam lançados naquela manhã."

Livro de estreia do autor e jornalista Edney Silvestre, Se eu Fechar os Olhos Agora se passa no ano de 1961 numa pequena cidade da zona do café no Estado do Rio de Janeiro. Na obra, os amigos inseparáveis Paulo e Eduardo fogem da escola para nadar no lago da região e se deparam com o cadáver de uma jovem que fora brutalmente assassinada e mutilada. De início o delegado suspeita dos dois garotos, mas logo são liberados pois o dentista, marido da vítima, assume a autoria do crime. Os dois meninos, percebendo que o velho não teria condições físicas de matar alguém, desconfiam que ele está mentindo para proteger o verdadeiro assassino e decidem investigar por conta. Com a ajuda de Ubiratan, um senhor que mora no asilo da cidade, Paulo e Eduardo vão aos poucos descobrindo os segredos em torno de Anita e quão cruel e sórdido pode ser o mundo adulto.

"Quantas pessoas existirão como dona Madalena e o menino das formigas? Aqui, perto de nós? No município? No estado? Nos outros estados? Elas vão ao médico, quando têm uma doença? Vão ao dentista? Tomam remédios, quando precisam? Têm dinheiro para comprar remédio? Se dona Madalena morrer, quem vai cuidar do menino? Ou ele é que cuida dela? Quem é ele? Por que estava ali? O que ele disse para nós? Ele disse como se chamava? Nós lhe perguntamos como se chamava?"

Se eu Fechar os Olhos Agora é uma obra densa, com várias camadas, e que vai muito além de "quem matou Anita". Fala sobre problemas que eram comuns na década de 60 e que sobrevivem até os dias de hoje, problemas como racismo, abandono, violência física, sexual e psicológica contra a mulher, corrupção e relações de poder. Também fala sobre o fim da inocência e a transição para o mundo adulto, quando o mundo justo e belo fantasiado pelos garotos é substituído, aos poucos, por uma realidade asquerosa e subversiva. Tem como cenário um Brasil que está se transformando social e economicamente e como protagonistas dois meninos cujas famílias são o oposto uma da outra: Paulo é negro, pobre, órfão de mãe e sofre agressões físicas e psicológicas do próprio pai enquanto Eduardo é branco, com melhores condições financeiras, e que recebe grande suporte da família. É preciso ter estômago - e certa idade - para ler determinados trechos do livro, pois os detalhes das agressões sofridas por Paulo e, principalmente, os detalhes da vida e morte de Anita, são perturbadores e revoltantes.

Além do livro, gostei muito da minissérie exibida recentemente na Rede Globo. Apesar de contar com vários personagens e subtramas inexistentes no livro - criados para preencher todos os 10 episódios -, os detalhes relevantes e a forte crítica social foram mantidos.

"Existem muitas maneiras de matar uma pessoa. Aparecida foi destruída muito antes que a assassinassem."


site: https://www.acervodajess.com/blog/se-eu-fechar-os-olhos-agora-de-edney-silvestre
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DeCardoso 03/12/2023

Uma história intensa sobre amizade.
O livro retrata as aventuras e a rotina de dois amigos após um episódio ímpar que ocorreu em um dia, aparentemente, qualquer.

A forma realista que o autor descreve as situações, deixa tudo fácil de entender. Faz a gente entrar na cabeça dos dois meninos e nos sentimos cúmplices da investigação.

As citações históricas também me chamaram a atenção de forma positiva. É muito bom ver as passagens políticas, literais do nosso país.

A escrita também prende o leitor, pois cada capítulo tem o seu ponto alto que é usado como gancho entre um capítulo e outro.

As páginas finais são carregadas de emoção com os personagens. A passagem de tempo, de experiências, deixa a gente até com o coração apertado.
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Sander.Garcia 20/09/2022

Um crime, uma investigação e a surpresa no final.
Comecei a ler porque quis começar as obras de Edney Silvestre pelo começo, por seu livro de estreia.

É bom...afinal, ganhou um Jabuti!

Os mistérios acerca do crime (o assassinato de uma mulher) criam o ambiente ideal para este romance passional.

Colocar 2 garotos como investigadores, ao lado de um idoso suspeita foi algo interessante, dando uma dinâmica diferente ao livro.

Perto do final, nenhuma das hipóteses que eu levantei foi confirmada. Confesso que o plot twist me surpreendeu. E eu gostei do rumo que a história tomou.

Minha ressalva é em relação à alguns exageros de listas, como escrevi em um dos históricos de leitura. O autor, às vezes, preenche um parágrafo inteiro com listas que achei desnecessárias, como citar mais de 15 nomes, apenas pra dizer que não encontrou o nome que procurava. Mas, essas listas não aparecem tantas vezes. Então, ao final da leitura, vi que elas não prejudicaram o enredo.

Vou até mudar minha avaliação para 4.

Em minha opinião, vale a leitura sim!
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Karoline 18/04/2021

"Os mortos não ficam onde os enterramos"
Que thriller nacional maravilhosooo!! A cada capítulo a tensão e o mistério crescem e você só quer saber de respostas. As personagens são muito bem construídas, me apaixonei pelo trio principal. O contraste entre a inocência infantil com a experiência de vida de um idoso fez da dinâmica entre Paulo, Eduardo e Ubiratan um dos pontos fortes do livro.

Muito interessante também como a narrativa está alinhada em seu contexto histórico do Brasil pós era Vargas, me fazendo querer pegar um livro de história no momento em que terminei a leitura. E eu simplesmente AMO romances que me fazem sentir isso, que me dão essa sensação de querer saber mais e mais.

O tema da amizade aqui é tão potente e tão real. Me emocionei muito no final e terminei querendo ter conhecido essas personagens. Achei essa sutileza um ótimo contraste com as barbáries do crime que Paulo e Eduardo se vêem no meio. As descrições são muito duras, cruas e diretas, muitas vezes difíceis de serem lidas, até.

Recomendo para quem gosta de histórias de mistério, de amizades que marcam as vidas das pessoas, se quer ser transportado para o Brasil dos anos 60, ou se apenas quer ler um daqueles livros que você não vai querer largar até saber como tudo vai acabar.
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Gabi 01/11/2022

Brasil de antigamente ou atual?
Um tema triste, pesado, comum no Brasil antigo e atual: aquele país patriarcal, machista e preconceito, sujo e hipócrita, baixo, que anda tão em voga hj em dia e que, tristemente, nos lembra de períodos tenebrosos da nossa história. Sinceramente, achei o livro arrastado, mas entendo que a ideia era transmitir o sentimento dos personagens pré adolescentes para o leitor, por isso alguns diálogos são morosos, cheios de perguntas sem respostas ou repetitivas. O final eu esperava mais.
Mas fica a reflexão do tema.
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Érica 05/01/2016

Globo e Jabuti nem sempre fazem um bom romance
Sempre que eu via esse livro, ficava intrigada com duas coisas: o autor, jornalista da Globo, e o título, que sempre me remeteu a algo misterioso, íntimo, profundo. E assim, quase que na cegueira, sem saber nada sobre o livro além de que o autor é jornalista da Globo, eu baixei no meu Kindle e comecei a ler Se eu Fechar os Olhos Agora (Editora Record, 2011, 304p.). E eu não gostei. Nem um pouco.

Primeiro porque o título é altamente enganoso, não se trata de um livro com reflexões, é um romance policial! E, como eu já andei dizendo por aqui, romances policiais definitivamente não são a minha praia: acho eles, em regra, entediantes, previsíveis, enfadonhos. Duras palavras, sim, mas é a minha opinião. E esse, realmente, não fugiu à (minha) regra.

A história é ambientada no interior do estado do Rio de Janeiro, e inicia-se com dois amigos, que, ao matar aula para ir nadar em um rio, encontram morta uma mulher, a comentada esposa do dentista da cidadezinha. A polícia credita o assassinato ao confesso marido, mas os garotos passam a investigar o caso por conta própria. No caminho, passar a contar com a ajuda de um morador do asilo da cidade. Desvendado o crime, toda a hipocrisia da elite cafeeira vem à tona.

Do que eu gostei? Gostei da abordagem de temas históricos e culturais da década de 60 como plano de fundo: a corrida espacial, a Era Vargas (adoro ler sobre a Era Vargas), a cultura e os barões do café, o "lugar" da mulher naquela sociedade. Gostei de que o Vale do Paraíba paulista tenha sido mencionado em razão da linha férrea. Gostei da amizade dos garotos. Gostei do final, que me emocionou.

Do que não gostei? Não gostei de ser um romance policial (mas aí a culpa é minha, não dele). Não gostei da conspiração criada para justificar o encobrimento do crime - ou o crime. Não gostei dos diálogos, que são bem pobres. Não gostei do ritmo do livro, que no início é extremamente maçante, começa a ter um fôlego e depois desacelera novamente, o que me faz pensar na própria fala do Edney Silvestre nas reportagens: a cadência dele sempre me irritou, sempre me deu aflição, mas não sei explicar o porque e, aparentemente, isso foi transferido à sua escrita.

Não sei se vou ler outro livro do autor. Não sei se ele deve seguir esse estilo. Não sei nem se ele deve continuar a escrever. Nem todo jornalista nasceu para escrever. Nem mesmo um Prêmio Jabuti é capaz de me convencer.


site: www.serleitora.com.br
adjalina.menezes 28/01/2016minha estante
Tem razão título enganoso.




Pedro3906 17/07/2023

Estonteante
Devo confessar que o tamanho dos capítulos causou certa demora na leitura, embora os derradeiros passem num piscar de olhos. O retrato de amizade cordial e infância tardia na amizade do Paulo e do Eduardo é anacrônico, dos que reconhecemos logo de cara, passa despercebido e resta sempre na memória. A trama é de enojar e parabéns pelo objetivo cumprido, porque desde então se propôs, situações inusitadas, entranhas violentas de um país sujo e erguido na mentira, na morte e num estado perpétuo de posse colonial. Como defensor ávido de finais abertos, me contentaria bastante se o autor colocasse um aqui no que diz respeito ao futuro dos meninos, mas não reclamo. Vez ou outra precisamos de certeza pra aquietar o coração.
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G. Norris 16/05/2011

Interessante
Confesso que peguei esse livro para ler depois da polêmica do premio Jabuti. Fiquei curioso sobre o que falaram do assunto...

Bem, a historia é sobre dois meninos que encontram uma mulher morta e resolvem investigar como ela morreu. Com a ajuda de um aposentado (vitima da ditadura de Getulio Vargas), acabam se envolvendo em uma história policial cheia de mistério e (algumas previsíveis) reviravoltas.

Bem escrito e com personagens sólidos, o livro não é um "vira-página", mas consegue prender sua atenção. Os diálogos são um pouco confusos no começo, mas nada que algumas páginas lidas não resolvam.

Há algo na escrita de Silvestre que me chamou a atenção, já vi esse estilo de escrita antes, mas não consegui identificar corretamente quem ou qual autor possui as mesmas características. Se alguém souber e puder compartilhar, agradeço.

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danda 12/04/2023

A escrita é um pouco confusa,muita descrição.Mas depois peguei o embalo e já comecei a ler a sequência. Indico!
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Kiitty Bea 18/10/2022

É um livro bom, mas..
O livro é bom, é brasileiro portanto tem muitas palavras +18. É um assasinato em que dois meninos tentam descobrir quem foi. O livro da várias voltas no assunto, confesso que fiquei bem surpreendida com o final. Eu recomendo caso tenha paciência pra ler, porque se perder uma parte, já tem risco de não entender grande coisa.
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Marina 16/03/2021

Instigante
Bem escrito, muito cativante. O livro conta a história de 2 meninos que, ao encontrar o corpo de uma jovem mulher morta, iniciam uma investigação amadora sobre o assassinato ao lado de um velho professor de história que mora num asilo. No processo, eles acabam descobrindo amplas redes de poder e conivência na cidade.

A prostituição, a hipocrisia católica, o racismo e o machismo que permeiam as relações sociais no Brasil na década de 1960 são adentrados e observados por um velho idealista, torturado na ditadura Vargas por ser comunista, e dois meninos de 12 anos, marcados pela inocência da infância.

O livro prende muito do início ao fim. O mistério é constante e bem construído.

Só criticaria o exagero em algumas conclusões mórbidas ou nas descrições da mutilação da mulher.
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Ju 16/07/2022

Uma sensação estranha no peito
Esse livro me causou diversos incômodos durante a leitura, mas a tragédia de gerações narrada no final, assim como o desalento da vida real retratado é de longe o mais me marcou nele. Em determinado momento, creio que nas últimas 50 páginas, era simplesmente impossível interromper a leitura, então prossegui em um estirão e ao terminar me peguei com uma sensação estranha no peito, um peso no estômago, como se tivesse sido eu a viver a vida e o fim de Paulo e Eduardo. Mais do que um mistério, é um livro sobre a vida e amizades e sobre como a vida pode nos moer complestamente. Não a toa é um vencedor do Jabuti. 5/5
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