Gabriel.Diniz 10/01/2024
O poeta que fez estremecer exércitos e Impérios
Aimé Césaire é um dos mais eloquentes e geniais articuladores do tema do Colonialismo.
Usando a língua do povo que invadiu o seu povo e país, a dominou e superou todos poetas que a tiveram como materna, só para os colocar no seu devido lugar e esmagar a arrogância dos franceses.
O jeito que Césaire encurrala toda a Europa torna inescapável a imoralidade de toda filosofia que bebe da colonialidade, e desmascara a face indefensável da branquitude. É brutal, ácido, pedregoso, e de uma argumentação altamente bem tecida.
Cheio de engenhosidade sem deixar de ser plenamente compreensível para uma criança, este livro deveria ser leitura obrigatória educacional.
A parte mais fenomenal é quando Aimé demonstra que o Hitler e seu nazismo sempre esteviram presentes no coração
Europeu colonial e burguês, e sua única inovação foi aplicar a centenária prática de dominação e superioridade em povos brancos. Hitler, o próprio capeta, só é tido como a incorporação do mal pois fez o que sempre foi feito ferindo o sigiloso pacto da branquitude.
Césaire nunca devia ser lido levianamente por brancos. Nós brancos, dizermos que encontramos a literatura de Césaire e saímos ilesos conceitualmente dela, é o mesmo que dizer que fomos atingidos por um caminhão à 160km/h e saímos ilesos. Só volta igual dessa leitura quem não foi até ela.