O Medalhão

O Medalhão Alexandre Dumas




Resenhas - O Medalhão


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M. Scheibler 13/06/2012

Hoffmann, o personagem principal, toma-se de amores pela bela Antônia e a ela jura amor eterno e fidelidade. Mas em uma viagem a Paris enlouquece por uma dançarina (leia-se prostituta), cujo valor de seus préstimos é quase inalcançável por ele.

O alemão, músico de mão cheia, acaba gastando tudo o que tem na tentativa de juntar dinheiro nos jogos para tentar conhecer as delícias da dançarina. Até o medalhão que carrega no pescoço é alvo de penhora, mas ele consegue juntar dinheiro e corre atrás do desejo. Mas tudo acaba dando errado e sua vida vira do avesso.

Alexandre Dumas nos faz refletir sobre a influência do dinheiro e da soberba em nossas vidas. Uma jura de amor eterno é abalada por uma nova mulher e um objeto de fidelidade é posto em risco para que o dono consiga saciar o desejo proibido. No final do livro, o autor revela de onde veio a inspiração para a história.

Livro indicado para deleitar uma história vivida há alguns séculos, mostrando peculiaridades da época e sentimentos que nos tomam de maneira tórrida, mas até certo ponto, ingênua.
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Xandy Xandy 02/02/2018

Uma história de tirar o fôlego!
O Medalhão é uma das poucas histórias fantásticas que Alexandre Dumas escreveu; tem como pano de fundo a cidade de Paris e o período que ficou conhecido na história como Terror, surgido logo após a Revolução Francesa, de 1789.

Às margens do rio Reno, situava-se a maravilhosa cidade germânica de Manheim, segunda capital do grão-ducado de Bade, onde eram ambientados praticamente todos os romances de Augusto Lafontaine e de Goethe.

Nesta belíssima cidade viviam os inseparáveis amigos e irmãos de criação Hoffman (Ernesto Theodoro Guilherme Hoffmann) e Zacarias Werner (que mais tarde escreveria “Martinho Lutero” e “24 de Fevereiro”). Hoffmann, nesta época, contava com apenas 18 anos e vivia da pintura, da música, da poesia e, de vez em quando, da ajuda que sua mãe lhe enviava.

Além de terem sido criados juntos, ambos tinham um sonho em comum: conhecer Paris, a cidade das artes. Só não tinham dinheiro suficiente para tal façanha!

Foi quando Zacarias teve a ideia de pegarem todo o pouco dinheiro que lhes restava e irem até o cassino da cidade, arriscar a sorte na roleta.

Apesar de Zacarias ter perdido tudo o que possuía logo de início, em sua vez, Hoffmann começou a ganhar e ganhar, sempre juntando pilhas e pilhas de moedas de ouro, para surpresa geral de seu amigo e de todos os frequentadores do cassino.

Antes de sair dali, um velho oficial abordou Hoffmann e falou para ele que, caso ele continuasse ganhando, ele seria alvo fácil para o Diabo!

Após o fechamento do cassino, enquanto caminhavam para casa, Zacarias ria a valer, pois sabia que podiam ir e viver em Paris por um longo tempo, Hoffmann ficou triste e cabisbaixo, pensando no que o velho oficial lhe dissera ainda há pouco!

Na última hora, só Zacarias partiu para Paris, pois Hoffmann apaixonou-se pela bela Antônia, uma loira de apenas 17 anos, dona de uma voz maravilhosa e aveludada, filha do Maestro Gottlieb Murr.

Durante alguns meses, Hoffmann frequentava a casa de Antônia todos os dias, tal qual um verdadeiro membro da família, porém, Antônia percebia que faltava alguma coisa para seu noivo, pois ele parecia viver uma vida apática e sem sentido. Ela então consentiu que ele fosse viver em Paris por um tempo, junto com Zacarias, sob dois juramentos: que ele lhe permanecesse sempre fiel e que jamais jogasse de novo.

Ele então jurou por algo que lhe mais sagrado no mundo: a vida de Antônia, sua amada. Se ele não cumprisse seu juramento, ela estaria condenada à morte!

Antes que ele partisse, sua amada entregou-lhe um lindo medalhão em suas mãos; dentro dele, encontrava-se um retrato da bela e vistosa Antônia.

Ao chegar em Paris, ele decepcionou-se por completo, pois as bibliotecas e os museus que ele tanto queria visitar estavam todos fechados por causa da Revolução, já o Palácio de Luxemburgo fora convertido em prisão; além disso, Hoffmann não fazia a mínima ideia de onde morava Zacarias Werner!

Aquele jovem artista e entusiasta viera a Paris para estudar artes e respirar uma atmosfera de liberdade, contudo só encontrara portas fechadas e pessoas com medo de serem guilhotinadas!

Passando pela frente do teatro da Porta Saint-Martin, parou e viu que encontrava-se em cartaz o balé: “O Julgamento de Páris”, de Gardel Júnior.

“Que época esta aquela em que, no mesmo dia, podia ver-se
condenar pela manhã, executar às quatro da tarde, dançar à noite,
correndo-se o risco de acordar e ser detido de madrugada,
no meio de tantas e tão diversas emoções!”

Durante a apresentação conheceu uma figura estranha, toda vestida de preto, que apresentou-se como doutor caveirinha; no palco, ele foi enfeitiçado pela beleza de Arsênia, a bela dançarina morena, de olhos negros e penetrantes, que trazia, ao redor de seu lindo pescoço, um enorme colar de veludo e diamantes, cujo fecho era uma pequena guilhotina de prata.

Só tinha um pequeno problema: ela já era propriedade de Danton, um homem muito rico, que tinha o rosto completamente desfigurado pela acne e pela varíola!

Será que Hoffmann manteve-se fiel aos juramentos e voltou para Alemanha para casar-se com sua bela noiva Antônia? Ou rendeu-se aos caprichos da sedutora e fatal Arsênia?

O resto, só lendo muito!

Uma das narrativas mais brilhantes e perturbadoras que eu já li em toda minha vida; misto de drama, suspense, loucura e sobrenatural.

Digno de 5 estrelas!

site: https://lendomuito.wordpress.com/2018/02/02/o-medalhao-alexandre-dumas/
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