Resenhas - O Dia das Trifides

Marcos Carvalho 19/06/2010

A miséria eterna
O livro pós-apocalíptico em que o mundo é destruído por algo que confiamos implicitamente, é pertubador e pessimista, cujo tema pricipal é a dor eterna e irrecuperável na terra, e a única maneira de se livrar desse tormento e não tê-lo iniciado.
Há duas frentes: A antiga URSS criou, por bioengenharia, uma planta chamada trífide, capaz de suplantar todas as vantagens das plantas cultivadas anteriormente, para extativismo de óleo vegetal. As economias dos países e as empresas tornaram-se dependentes do cultivo da trífide. Porém a planta possui efeitos colaterais, pois, além de terem a capacidade de se locomoverem e de se comunicarem, possui ferrões venenosos e letais que usam para atacar as pessoas e se alimentarem de seus cadáveres.
Na segunda frente, devido ao livro ter sido escirto durante a guerra-fria, verifica-se o medo da guerra e o ódio entre as nações. O planejamento estratégio e tático dos militares fizeram com que os governos colocassem armas no espaço que não poderiam ser controladas no caso de uma série crise. Assim, ocorreu uma colisão de um meteoro em um satélite de vigilância. As pessoas que observaram a explosão ficaram cegas pela radiação propagada. No livro, não é sugerido que os soviéticos foram os responsáveis pela cegueira mundial e que as trífides foram desenvolividas para serem mortíferas.
Nesse caos apocalíptico em que poucas pessoas não ficaram cegas e que as trífides estão conscientes da impotência dos homens cegos, passam a persegui-los e exterminá-los. Resta aos pouco sobreviventes em tentar reconstruir o mundo e, não permitirem que as gerações futuras sejam condenadas a dor eterna.

Carlito Pilatos 17/11/2009

Ótimo livro do Wyndham, provavelmente um ensaio sobre a cegueira anterior ao proprio livro do Saramango, sem falar que as cenas iniciais, do protagonista despertando numa cidade praticamente vazia, nos remete imediatamente ao inicio do filme Exterminio de Danny Boyle.
Um livro pertubador, recomendadíssimo

Matheuzices 18/01/2024

Um dos maiores autores de ficção científica inglesa, John Wydham usa o apocalipse e uma infestação de plantas carnívoras para falar sobre o estado do mundo logo após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Contando a história de Bill Marsen, um biólogo que cuidava e trabalhava no departamento responsável por essas plantas até então desconhecidas, mas com uma teoria de que foram criadas geneticamente pelos humanos, Marsen se interessa pelo assunto, até que sofre um acidente de trabalho quando uma das plantas o ataca e o deixa incapacitado e no hospital, temporariamente cego, e supostamente na mesma noite que uma chuva de meteoros iria passar pela Terra, o que acontece e de uma maneira estranha com meteoros verdes passando pelo céu noturno ao redor do mundo, no dia seguinte, pronto para o médico liberá-lo, Bill acorda para encontrar o estado da Inglaterra em pleno caos. Acontece que no dia seguinte a chuva, todos ficaram cegos, somente algumas pessoas que não viram a chuva de meteoros conseguiram se salvar, e Marsen foi um desses. E assim seguimos a sua jornada onde ele tenta entender o que houve.
Usando metáforas e subterfúgios para falar sobre o clima político mundial, Wyndham cria uma história muito bem escrita e com vários momentos de reflexões sobre a humanidade. Achei parecido com o princípio do livro de José Saramago 'Ensaios Sobre a Cegueira' , onde Saramago usa a cegueira como uma metáfora para onde o mundo está indo, para uma visão seletiva das coisas, mas com a pitada de ficção científica e teorias da conspiração no ápice da Corrida Espacial.
Resumindo, um livro que podemos usar para estudar como estava o clima político-social do mundo após uma das guerras mais destrutivas e divisivas já vista pela humanidade.