Naty__ 22/08/2019Se tem um livro que me emociona, é este aqui. Não no sentido de arrancar lágrimas, mas no sentido de me deixar orgulhosa e feliz. Já falei aqui, mas não sei se lembram… O cão dos Baskerville foi o primeiro livro que li. Na infância, eu adorava ir à escola e ouvir as histórias que os professores liam para nós.
Certo dia, uma determinada professora colocou vários livros num pano, no chão, e pediu que cada um escolhesse um para levar para casa, ler e fazer comentários na semana seguinte. Então o que mais me chamou a atenção foi esse. Na época, ele tinha capa dura e tinha a foto de um cão bem sombrio, mas que me conquistou logo de cara. Claro que a versão que li era bem diferente de agora: tinha várias ilustrações lindas no decorrer das páginas, bem típico para prender a atenção de uma criança.
Este é um livro que divide opiniões, começando aqui no Blog, inclusive. Tem aquele que ama e aquele que não vê graça alguma. Porém, querendo ou não, esta é uma das mais famosas histórias do detetive Sherlock Holmes.
E o que temos aqui? A morte de alguém muito importante, é claro. Sir Charles é dono de uma grande propriedade em Devoshire, além de possuir muitas terras, títulos e dinheiro. Ele é conhecido na região por suas benfeitorias, muito embora viva sozinho e tenha hábitos muito estranhos.
Certa noite, ele é encontrado morto e isso, para os camponeses de Devon, tem relação com uma antiga maldição de família, uma grande herança e um cão meio estranho que perseguiu a família Baskervilles por várias gerações.
Algo intriga as pessoas ao redor, afinal, as evidências sugerem que a causa da morte foi um ataque cardíaco ocasionado por medo, pois seu rosto estava distorcido, o que dava a entender que ele viu algo aterrorizante. Holmes se depara com um dos casos mais difíceis de sua carreira, até o momento. Ele, que é tão metódico, se envolve numa trama que mistura realidade e superstição.
Logo no início da história percebemos que Holmes e Watson estão analisando uma bengala que foi esquecida por alguém no apartamento do detetive. As análises de Watson não são tão precisas e certeiras quanto as de Holmes, porém, é com a ajuda delas que Holmes chega a algumas conclusões, pois ele usa dos erros de Watson, ou até mesmo de algumas observações não tão boas, para enxergar o que de fato ocorreu. Com isso, percebemos que os dois precisam trabalhar juntos, seja neste ou em qualquer outro livro. Um precisa do outro. Holmes não seria Holmes se não tivesse Watson ao seu lado.
A qualidade de Doyle é saber encaixar as palavras no lugar certo, saber colocar as pessoas e o enredo da maneira correta. A narrativa é intrigante, envolvente e a gente fica se perguntando o que raios aconteceu com Charles e o famoso cão dos Baskerville. Criamos um suspeito, construímos essa ideia e, de repente, o autor desconstrói tudo e mostra o quanto estamos errados. Isso é delicioso.
É difícil falar mais da história sem dar spoilers. Basicamente é isso que vocês precisam saber para correrem para ler. Ah! Uma coisa… Eu disse no início que as opiniões são “divididas” aqui no Blog porque um acredita que a história é meio óbvia, outros acham a história magnífica. Somos 3 votos que consideram o livro muito bom contra apenas 1 voto que o livro não é um dos melhores do autor.
Sobre a edição:
Martin Claret é chefe quando o assunto é qualidade estético. As capas sempre são as mais bonitas, a diagramação é sempre confortável. E essa nova edição do livro me deixou querendo ter todas da coleção. Claro que ela não é a mais bonita do que a que li quando era criança, até porque a versão que li era bem infantil mesmo, com várias ilustrações por toda página. Aqui não tiro o mérito, é bem feita, com relevos. Não há do que reclamar.
Resenha para: http://www.revelandosentimentos.com.br/
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2019/02/resenha-o-cao-dos-baskerville.html