Adriano.Soares 28/09/2020
O holocausto colonial e a resistência do povo colonizado
Sem dúvida uma das melhores leituras que fiz em 2020. O livro aborda sobre a produção de Amilcar Cabral, o contexto colonial na qual se forjou o seu marxismo anti-colonial e original, foi um revolucionário e intelectual, apa liderança do processo de descolonização de Guiné Bissau e Cabo Verde.
Um ótimo trabalho de pesquisa e dourado, aborda sobre as formas de legitimação do aparelho ideológico colonial que buscava construir a imagem de um "Colonialismo do bem" afirmando abertamente a supremacia racial, de que os povos de cor escura eram incapazes de se auto governar e precisavam serem colonizados por conta disso, além de tudo mais que o colonialismo implica (genocídio, miséria, destruição das formas de cultura, pensamento e modo de viver das civilizações colonizadas).
Aborda também o cenário e o contexto na qual as lutas anti coloniais conseguem tomar fôlego e o plano de ação da PAIGC na luta armada e nas lutas do plano teórico, intelectual, de uma prática pedagógico-educativa de descolonizar as mentes da população de Guiné e Cabo Verde, após mais de seculos e séculos de dominação colonial. Um livro que nos traz mais dúvidas do que certezas, demonstra a grandeza da teoria emancipatoria de cabral, uma obra que todos e quaisquer um que tenham interesse em conhecer um outro ponto de vista do continente africano, diferente dos esteriótipos de uma África "atrasada" e "imóvel" que estamos acostumados a ver frequentemente na mídia, mas sim uma África rebelde, em revolta, que vai bater de frente com os que a subjugam e a dominam.