spoiler visualizarAndressa Souza 02/04/2022
Fui com muita sede ao pote
Talvez minhas expectativas fossem muito altas e por isso a decepção foi tão grande.
A história começa bem confusa mesclando passado e presente, entendo que a história não é focada no passado (embora a protagonista esteja em busca de vingança por causa de eventos passados), mas nesse começo eu gostaria de saber mais sobre as descobertas dela e sobre o reino Sombrio em si, mas para mim isso não foi um problema muito grande.
O universo foi muito bem construído, mas eu senti que mesmo as coisas mais básicas não foram explicadas, o que é o Tratado? O que são licans? O que são leviatãs? O que foi a Guerra da Supremacia?
Não existe um grande desenvolvimento de personagens, o vilão, por exemplo, só é maldoso, sem motivo nenhum.
Eu entendo que muito disso é porque não se trata de um livro único, mas pelo tanto de elementos que a autora quis incluir no primeiro livro, eu acho que ele deveria ser maior, digo, tem até uma Seleção (como no livro da Kiera Cass) no meio do livro que me fez pensar que ela ficaria com o príncipe, mas que acaba se tornando inútil para a história, eu senti que os personagens correm e nunca saem do lugar.
À cada capítulo a história tomava um rumo diferente, no início eu achei que se passaria no reino Sombrio, depois que seria sobre o plano com o Samuel (que também não teve papel nenhum na história), depois achei que seria um novo A Seleção?
Acho que o que mais me incomodou (além de frases que pareciam escritas por pedófilos) foi a forma como estupro e suicídio foram retratados.
Eu entendo como o reino Humanis trata o estupro, já que para eles a mulher não merece respeito e dignidade, falo sobre a protagonista mesmo, que graças a todo trauma que passou, o mais compreensível é que ela ficasse traumatizada novamente (os próprios personagens admitem isso) mas o "trauma" dela é vergonha por ter sido vista nua. Além disso, todos eles tratam o ocorrido como: "Não teve penetração? Ah, então tá tudo certo, não houve estupro" e no fim é como se não tivesse acontecido mesmo, já que ninguém nunca mais fala sobre.
Na cena do suicídio da Neli eu fiquei incomodada com como ela foi retratada como uma louca desequilibrada do mesmo jeito que o irmão e o rei (os vilões) foram retratados, mas pensei "agora a história anda, agora o Samuel vai ter um papel importante" e eu imagino que vá ser importante no segundo livro, mas foi outra coisa que não teve desenvolvimento nenhum e que não tinha necessidade de estar no primeiro livro.
Por fim, mesmo que eu não achasse que fosse acontecer, a relação de Diana e Nicolae me agradou ao ponto de eu torcer por eles, mas não o suficiente para que eu tenha vontade de ler o segundo livro.
Embora meu primeiro contato com a escrita da autora não tenha sido muito bom, espero que não seja o último e ainda sei que vou gostar muito de algum outro livro dela, mas O Tratado dos Parias infelizmente não é para mim.