Contra a Escola

Contra a Escola Fausto Zamboni




Resenhas - Contra a Escola


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Karla 26/04/2021

Este livro retrata perfeitamente bem boa parte dos problemas educacionais vivenciados por alunos que compõe todas as instâncias da educação. O autor preza em pontuar em cinco partes que mais parecem tapas gigantescos a qualquer professor que venha a ler esta obra.

O autor menciona o fato da escola ser hoje mais um negócio que objetiva o lucro e não o desenvolvimento progresso do aluno. A escola, passa a ser usada na manutenção de ideologias controlando os alunos basicamente por meio de uma série de meios pedagógicos. Neste livro fica claro que na constituição de formação, o ensino é a última escala que é objetivada e todo o processo antecedente é um vislumbre para formar um ser submisso sem identidade própria e apto a repetir todas as mentiras subcutâneas.

O nivelamento é feito no mais baixo patamar para evitar mentes reflexivas e a modelagem retrata nada mais que um cabresto de direcionamento, o que para manter a ordem é mais que válido em termos de custo-benefício. Assim, é efetivado o adestramento de forma generosa para cada um dos alunos, os levando a obedecer por devoção dos seus respectivos mentores (professores ou pedagogos) fazendo com que o sujeito mude ou retrate-se com a própria consciência seus conceitos de certo e errado para ser aceito e amado. A manipulação comportamental é feita em medidas homeopáticas e com o tempo o sujeito é levado a realizar coisas contrárias as suas convicções, o desconforto psicológico, como menciona o autor, leva o sujeito a racionalizar equivocadamente a conduta problemática para não entrar em crise e admitir a si mesmo que cometeu uma ação não aceitável. O que o leva a repetir esse ciclo por toda uma vida sem se dar conta da própria intenção.

No mais, fala-se do resultado destas pedagogias maravilhosas e métodos extraordinários. O sujeito perde conexões fundamentais com a realidade e temos finalmente um colapso moral nas mais diversas instâncias através da doutrinação ativa e um sujeito alienado. O autor também menciona questões acerca da universidade e a continua redução do senso de concretude do mundo em prol de teorias mal formuladas. Normalmente, diz o autor, os sujeitos que perduram são maleáveis e influenciáveis. O relativismo vira um slogan e um grande escape para licenciar a maldade. A verdade não passa mais a ser uma necessidade central no meio porque coisas e ideias não são relacionáveis uma vez que tudo é relativo, existe apenas a necessidade de imposição de uma visão de mundo.Menciona-se, por fim, a literatura e sua necessidade tendo um fim em si própria e não em teorias e interpretações mirabolantes.
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Rafael 29/12/2016

Caminhos para a autoeducação
No livro, Zamboni discorre sobre o processo de educação no ocidente. Ele traz à tona a educação liberal - difundida na idade antiga e na idade medieval em oposição à educação moderna, na qual há princípios e finalidades distintas. E, portanto, de que maneira esses processos educacionais impactaram no âmbito educacional no decorrer do tempo.

A educação liberal (clássica) nasce do berço da civilização ocidental: na Grécia clássica e helenística, e depois passa pelo período romano até a Idade Média - cuja particularidade foi agregar a cultura grega ao ensinamento cristão. A educação liberal, tinha a premissa da liberdade educacional; não era um ensino obrigatório, como na educação moderna. Além disso, esse modelo visava formar o homem em sua integralidade; disciplinas como a ética, a gramática, a retórica, a música, não eram pensadas como disciplinas individuais – elas tinham como finalidade formar um indivíduo pleno, com maior autonomia individual, através do conhecimento de sua própria cultura.

Na educação moderna, que começa com seus primeiros passos na Europa, entre o século XVI e XVII, ela tende a outra finalidade: uma educação obrigatória, que garanta ao máximo a expansão do ensino para uma grande quantidade de pessoas. E, assim, diante da transição para os estados modernos, foi-se criando escolas e mais escolas, na tentativa de democratizá-la para as pessoas. Dentro do período foi-se mudando a relação de trabalho com a revolução industrial, a divisão do trabalho e o avanço da ciência, e, assim, a “educação” tentava acompanhar as novas tendências. Desse modo, ela ficou cada vez mais voltada à restrita especialização e a mão de obra para o mercado de trabalho. O ensino moderno, distanciou-se da formação integral do indivíduo e passou a ser apenas uma “educação” especializada, cujo termo “educação” foi esvaziado de seu sentido original.

A educação moderna deu as pessoas maior acesso à “educação” – pois expandiu-se o ensino para uma quantidade maior de pessoas. Em compensação, essa “educação” ficava cada vez mais centralizada pelo poder estatal. O estado que detém a grade curricular, e as escolas necessitam cumprir o cronograma, seja em escola pública ou escola privada.

Com esse controle estatal mais severo, tivemos no século XX tiranias como o nazismo, o comunismo, cuja educação era formar pessoas para obedecer o regime. São modelos de ensino que fazem engenharia social através da educação obrigatória para moldar o “novo homem”. Portanto, o que menos importava nesses regimes, era a formação individual do aluno, e sim a crença no estado.

Hoje no Brasil, temos doutrinação ideológica através do MEC; vemos diversos exemplos de culto ao governo federal; doutrinação de crianças com uniformes do MST nas escolas. Além da falta de liberdade individual do estudante frente ao conteúdo estudado. Assim, ao mesmo tempo que democratiza a “educação para todos”, em contrapartida piora cada vez mais o desempenho dos alunos nas disciplinas elementares. É justamente o objetivo estatal – ter adeptos e não indivíduos capacitados intelectualmente para fazer suas escolhas individuais.

O caminho para voltarmos à formação completa do indivíduo, infelizmente não está no ensino regular. Muito longe disso. O que resta ao estudante sério é compreender a sua cultura, e através da “grande conversação” dos clássicos da cultura ocidental, é que ele vai compor-se como indivíduo e com a sociedade em que o rodeia, de forma livre, sem a obrigatoriedade do estado. Portanto, o grande avanço para o estudante livre é procurar as ferramentas da autoeducação para alcançar a excelência.
Rafael Zanini Francucci 18/12/2017minha estante
Ótima resenha.


Rafael Zanini Francucci 18/12/2017minha estante
Ótima resenha, parabéns.


Luca 01/10/2018minha estante
Excelente!




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