Resenhas - A Vida Sexual das Gêmeas Siamesas

Lucyarty 02/04/2017

Um retrato da gordofobia
Nossa, eu adorei esse livro! Aqui Irvine Welsh coloca em foco a gordofobia na sociedade atual. Todos odeiam Lucy, a protagonista, uma personal trainer que não suporta pessoas que não tenham um corpo perfeito, mas seus exageros e xingamentos aos gordos são uma hipérbole de como a sociedade trata qualquer um que está acima do peso. O horror que muitas pessoas sentirão a essa personagem é, na verdade, a fúria por olhar seu próprio rosto no espelho. Não bastasse isso, a outra personagem principal da história - a gordinha adorável e talentosa que cai nas garras da treinadora malvada é um arremedo das ´personagens femininas dos livros que as mulheres acima dos 30 tanto adoram (Bridget Jones, Tamanho 42 não é gorda, etc). Então vê-la apanhando durante boa parte do livro é no mínimo satisfatório para quem não suporta esse tipo de literatura. O autor dá um soco no estômago de uma sociedade hipócrita e super preocupada com a forma física travestida de preocupação com saúde. Como toda aversão é uma forma de obsessão, a história mostra também a simbiose entre duas mulheres que inicialmente são opostos e não sabemos até que ponto vai a ambiguidade de sentimentos entre as duas.Adicione a isso algumas cenas de sexo (em sua maioria lésbico) bem explícitas e tão bem escritas quanto um homem seria capaz de fazer e temos um livro muito bom, que vale a pena ser lido.

Priscila 27/11/2021

Teria dado 4 estrelas se o começo não tivesse sido tão enrolado
A partir dos 50/60% que ele começa a ficar realmente interessante

Raoni Pereira 09/06/2021

A vida, nua e crua
Irvine Welsh nos apresenta a história de duas mulheres totalmente opostas que tem uma ligação comum: algum homem tóxico que cruzou o caminho em um momento de suas vidas. Está devastação causa muitos efeitos no corpo, no emocional e na forma de encarar o mundo. Para quem não está acostumado com a literatura welshiana, talvez não seja um bom livro para conhecer a obra desss autor escocés.

luke - among the living. 25/03/2022

Interessante a forma que "AVSDGS" trata as ações e as consequências que ocorrem na vida das duas protagonistas da história.

História essa que vai tomando rumos improváveis e escalonando para consequências inimagináveis. Quanto mais eu lia, mais eu gostava.

Mais um grande trabalho de Irvine Welsh.

Gramatura Alta 19/06/2017

Lucy Brennan é uma personal trainer obcecada com exercícios físicos e boa forma. Ela acredita que o pior mal que existe nos Estados Unidos é a obesidade. Lena Sorenson é uma artista gorda que se entope de porcaria todos os dias. Duas mulheres opostas que se ligam depois de um incidente no meio da madrugada.

Voltando da casa de um ficante, Lucy se depara com dois homens fugindo de um terceiro homem armado. Ela sai do carro e luta com o homem armado, salvando a vida daquelas pessoas. Mas o que ela não esperava é que Lena, que estava ali por acaso, filmasse tudo e divulgasse as imagens. Lucy fica famosa e conhecida como uma heroína.

Logo depois desse acontecido, Lena fica obcecada por Lucy e decide contratá-la para que ela possa emagrecer e também a se proteger sozinha. E a partir daí, as duas constroem um relacionamento um tanto quanto peculiar.

Vou começar falando um pouco sobre o título. Apesar de ser o título do livro, A VIDA SEXUAL DAS GÊMEAS SIAMESAS não é a protagonista da história. O que Welsh faz é traçar um certo paralelo entre as gêmeas, e Lucy e Lena. Pelo menos é o que dá a entender, particularmente eu não achei que tinha muito a ver.

A VIDA SEXUAL DAS GÊMEAS SIAMESAS aborda, principalmente, as consequências causadas por grandes traumas e como elas afetam completamente a vítima. Mas isso de forma sutil, já que o autor não joga as informações. Ele mostra como essas mulheres vivem, o modo como agem e só depois ele nos diz o motivo delas serem quem elas são.

O que pra mim, foi um certo alívio. Eu me recusava a aceitar completamente nossas protagonistas, principalmente Lucy, não queria aceitar que ela era aquela pessoa horrível, apenas porque sim. O que, parando para pensar, foi idiota da minha parte. Afinal, tudo o que somos é o resultado das nossas experiências pessoais, incluindo nossos traumas.

Meu problema com o livro foi exatamente isso, eu não conseguia sentir empatia pelas personagens. E quando parecia que eu estava prestes a conseguir isso, não acontecia. Eu simplesmente não gostei de nenhuma das duas. E isso só piorou quando ambas começaram a agir como verdadeiras loucas.

Welsh trabalha nesse livro a questão de nós sempre querermos parecer ser o que não somos. Manter as aparências é algo muito importante na história. Mas no fundo, se cavarmos bem, acharemos só angústias e pessoas assustadas. E o que mais me assustou na história toda, foi o fato dessas duas mulheres, aparentemente fortes e decididas (no caso de Lena, ela desenvolve essa imagem no desenrolar dos fatos), terem um "final feliz", apesar de toda a sujeira, maldade, abuso e traumas vividos.

Isso me faz pensar se não somos todos tolos, que inventam uma vida maravilhosa para mostrar para as pessoas de fora e que, no fim, acabamos acreditando na própria mentira.

A VIDA SEXUAL DAS GÊMEAS SIAMESAS é um livro forte, com várias partes descritas de forma chula, com cenas pesadas de violência e sexo. É um livro que pode ser facilmente desagradável, se você não tem muita cabeça ou paciência para temas assim. Mas é um livro bem escrito e bem desenvolvido e, pra mim, valeu a pena ter dado uma chance.

RESENHA ESCRITA PELA ALINE PARA O GETTUB!

site: http://www.gettub.com.br/2017/05/a-vida-sexual-das-gemeas-siamesas.html

David Atenas 01/04/2017

O pior livro do Welsh
Acompanho o autor há muito, e considerei que o estilo desse "A vida sexual..." foi uma porrada, comparando com o regular "Crime", passado na mesma locação, a ensolarada Miami. Aqui, as protagonistas são a desbocada aficionada em exercícios físicos Lucy Brennan e sua "nêmesis", a gordinha e pacata Lena Sorenson, que topa com a primeira num acontecimento estressante e não se separam mais.

Bom, sendo o pior do Welsh, já é um baita equívoco colocá-lo como um tipo de "Trainspotting" da terra do Tio Sam, até por ter o estilo diferente; Lucy é uma espécie de psicopata padrão "Welshiano", aqui elevado à enésima potência: xinga pra cacete, transa com homem e mulher, é violenta e tudo o mais, mas dá pra gostar da personagem sem enjoar dela, porque o texto flui muito bem, e que não cai de qualidade ao lidar com uma personagem mais tranqüila (Sorenson); na maior parte do tempo os acontecimentos são bem encaixados, embora fosse desnecessário ter tantas páginas justamente pela digestão fácil do texto: dava pra resolver tudo com umas 300 páginas.
Não obstante, a história derrapa feio nos capítulos finais, com duas resoluções ridiculamente forçadas, o que me surpreendeu, porque até ali o Welsh levava o texto no colo. Resolve-se porcamente os dois "embates", os dois problemas-a-resolver de ambas as personagens quanto pelo final feliz, o que não dá pra não desconfiar se "A vida sexual..." terminou desse jeito por pressa.
Matei o romance em duas semanas, mas a decepção foi semelhante a ter lido o romance com o dobro de páginas. Welsh já não foi muito bem em "Crime", que se passa em Miami, mesmo cenário deste romance. PARECE que ele não tem mais nada a dizer.

site: datenas.wordpress.com

VitAria 08/10/2022

Amo livro sobre gente muito mau caráter
Queria achar alguém pra comentar esse livro, ele é meio desconfortável como a maioria dos livros do autor mas eu gostei muito dele, o final simplesmente não é o que você esperava.

Juliano.Ramos 17/04/2020

Os livros do Welsh sempre carregado com esse humor ácido, que lhe é peculiar. Recomendo!!!

Grazie A. 04/06/2021

[Pode haver gatilhos]
Um ponto positivo é que Irvine Welsh sabe construir personagens como poucos, é impossível não ?sentir? Lucy e Lena ao decorrer da história. Mas, para mim, é uma obra que infelizmente tem mais desvantagens que vantagens. A forma como o sexo lésbico é descrito é baixa, vulgar. Impressionante como ele consegue deixar mais suave um trecho de abuso sexual infantil que uma cena de sexo consensual entre duas mulheres. A relação heterossexual é descrita de forma ok, já a bissexualidade serve tabus e vulgaridade. A gordofobia é algo sem palavras, extremamente pesado e no fim das contas não dá em lugar algum. Ao final da história, alguns pontos permanecem sem fechamentos e/ou serve obviedades. Não recomendo.

AlexAff 02/03/2022

Discordo a forma como o livro é apresentado. Isso não é, nem de longe, um "Trainspotting" nas terras americanas. É um tema completamente diferente. A leitura é bem fluida e divertida, mas o peso por trás destes momentos é exatamente o momento "te peguei" do livro. Só achei bem superficial uma resenha por aqui que fala que o livro se trata de gordofobia. Tipo, não. Se você acha que a Lucy é só gordofóbica por assim o ser, você realmente precisa reler o livro e prestar mais atenção tanto ao enredo quanto à personagem em questão.

Mas, vai tomar [*****], que tradução preguiçosa do [*****], hein?

Exemplos:
- Traduziram "six-pack" como "seis latas de cerveja" ao invés de "tanquinho" (se referindo aos músculos abdominais)

- Traduziram a expressão "all sorts of" como "toda sorte de".

- Traduziram a expressão "tough love" como "amor difícil"

- Ao invés de traduzirem para "rebite", traduziram para "tachinhas"

- Traduziram literalmente a expressão "a ton of bricks" para "uma tonelada de tijolos"

- Idem para "on the ropes" para "nas cordas"

- MÚLTIPLAS instâncias de traduzir "bitch", independentemente do contexto, como "[*****]", "puta", etc.

Entre outras abominações.

É de foder...